Hexanicotinato Inositol Niacina Flush-free 1. Introdução Perfis de eficácia e segurança de várias formas de Niacina, para o tratamento de dislipidemia, são descritos. A niacina é muito estudada para o tratamento da dislipidemia em adultos e foi demonstrado ser eficaz na redução de eventos coronários. Ele tem uma ampla gama de efeitos sobre os lipídios e lipoproteínas séricos, incluindo redução do colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (colesterol LDL) e triglicerídeos. A niacina é a droga mais eficaz no aumento dos níveis de lipoproteína de alta densidade (colesterol HDL) e na redução da Lipoproteína A. Reduz os triglicérides, lipoproteína de baixa densidade e síntese do colesterol LDL, principalmente por diminuição da mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo. Aumenta o colesterol HDL, reduzindo apolipoproteína hepática A-l e melhorando o transporte reverso de colesterol. A niacina é metabolizada através de uma conjugação ou via nicotinamida. O principal efeito colateral na niacina é o “flushing”, ou seja, calor e rubor e é causado pela liberação de prostaglandinas durante a formação do ácido nicotinúrico. Já a hepatotoxicidade associa-se a metabólitos da via da nicotinamida. A niacina de liberação imediata leva a alta prevalência de “flushing” e ausência de hepatotoxicidade. Já a formulação de ação lenta raramente causa rubor devido a sua preferência pela via da nicotinamida. Por outro lado, essa formulação associa-se alto risco de hepatotoxicidade dose dependente. A formulação de liberação intermediária apresenta cerca de 60% menos rubor que a de liberação imediata e raramente apresenta toxicidade hepática em doses de até 2g/dia. Uma alternativa ao uso da Niacina é o Hexanicotinato de inositol, uma forma estável de Niacina porem sem apresentar os efeitos indesejados (no-flush). 2. Propriedades Hexanicotinato de inositol (IHN) é uma forma especial de liberação lenta da Niacina. É constituído por seis moléculas de ácido nicotínico (niacina) com uma molécula de inositol. O sinônimos são hexanicotinol inositol, hexopal, inositol (hexa)nicotinato, mesoinositol hexanicotinato, hexanicotol, mio-inositol, myo-inositol, hexa-3-piridinacarboxilato, éster ácido hexanicotínico o meso-inositol. Niacina, conhecida como Vitamina B3, é um cofator essencial várias vias metabólicas no corpo devido ao seu papel nas coenzimas NAD (nicotineadenine dinucleotide) e NADP (nicotine-adenine dinucleotide phosphate) e nas reações de óxido-redução nas mitocôndrias. Inositol, segundo mensageiro intracelular, mostrou reduzir a resistência à insulina e aliviar PCOS (Síndrome do Ovário policístico), quando administrado em baixas doses de 100 mg duas vezes por dia. O Hexanicotinato de Inositol (IHN) é absorvido intacto no trato intestinal e hidrolisado no corpo com uma liberação lenta de Niacina e Inositol. A liberação dos componentes do IHN ocorre lentamente, e atinge níveis séricos máximos aproximadamente 10horas após a ingestão. IHN deve ser tomado de 2 a 3 vezes por dia na manutenção terapêutica dos níveis plasmáticos de Niacina. Benefícios lipídicos do Hexanicotinato de inositol (IHN) no sangue a) Colesterol e triglicérides elevados e baixo HDL: efeitos de normalização lipídica do IHN foram observados em doses de 400mg, 3-4 vezes ao dia e IHN é mais efetivo que a niacina na hipocolesterolêmica, como antihipertensivo e lipotrófico. b) Lipoproteína a [LP (a)] elevada: 1g duas vezes ao dia reduz 36% da Lp (a) comparado à Niacina. Os mecanismos de ação do IHN mencionados acima acreditam-se ser iguais aos da Niacina. Incluem: Diminuição da mobilização de ácidos graxos livres, resultando na redução da síntese de triglicerídeos. Inibição da síntese de colesterol e VLDL no fígado, resultando na redução do colesterol LDL, colesterol total e níveis de triglicérides. Aumento nos níveis de HDL, diminuindo o catabolismo. A redução dos níveis de Lp (a) pela diminuição da sua síntese. Benefícios no sistema circulatório do Hexanicotinato de inositol (IHN) c) Hipertensão arterial: dose única de 200mg de IHN reduz a pressão sanguínea de 10-45mmHg (média de 30 mmHg) por 12horas. d) Claudicação intermitente: o uso de IHN no tratamento da claudicação intermitente que ocorre como resultado de aterosclerose e tem se mostrado eficiente em doses de 2g duas vezes por dia por pelo menos 3 meses. e) Outras doenças vasculares periféricas: IHN é benéfico no tratamento de outras condições resultantes de insuficiência vascular periférica, incluindo amputação por gangrena, síndrome das pernas inquietas, dermatite de estase e enxaquecas relacionadas com a aterosclerose. f) A doença de Raynaud (extremidades muito frias devido à má circulação): benefícios são observados em 1g de IHN quatro vezes por dia durante vários meses. O mecanismo de ação do IHN na melhoria das condições circulatórias listados acima parecem ser mediados pelos seguintes efeitos: • vasodilatação transitória. • redução de lipídeos. • viscosidade sanguínea reduzida devido à melhoria da fibrinólise. • transporte de oxigênio melhorou. Benefícios dermatológicos do Hexanicotinato de inositol (IHN) IHN foi usado para o tratamento de várias condições dermatológicas com resultados mistos. Foram incluídas lesões de esclerodermia, acne, dermatite herpetiforme, esfoliativa glossite, e psoríase. IHN apresentou resultado em quatro de cada cinco pacientes com dermatite herpetiforme. Em pacientes com lesões cutâneas esclerodérmicas foi relatado melhora com a ingestão 1200mg de IHN ao dia. Os resultados com outras condições de pele têm sido menos promissores. Parece que os problemas dermatológicos mais beneficiados pelo IHN são aqueles relacionados à insuficiência vascular. 3. Concentração usual A dosagem recomendada para hipolipemiantes e para a melhora das condições relacionadas com a insuficiência vascular periférica é de 1500mg a 4g ao dia, divididas em duas a três doses diariamente. 4. Deficiência Embora o complexo IHN não seja um nutriente essencial, a niacina é indispensável ao metabolismo celular, principalmente pelo seu papel nas coenzimas, NAD (nicotinamidaadenina dinucleótideo) e NADP (nicotinamida adenina dinucleótido fosfato) em reações de óxidoredução. 5. Efeitos colaterais e Toxicidade A Niacina tem sido utilizada extensivamente na redução do colesterol e triglicérides, mas foram relatados frequentes efeitos adversos, tais como: rubor, prurido e queixas gastrointestinais, hepatotoxicidade, aumento do ácido úrico ou homocisteína, e intolerância à glicose. Por outro lado, não foram relatados efeitos adversos da utilização de IHN em doses elevadas (quatro gramas por dia) ao conseguir atingir um benefício semelhante ao da niacina. Apesar da falta de reações adversas notificadas, o uso de IHN em pacientes com doença hepática conhecida deve ser evitado. Além disso, se há administração de doses elevadas (2 gramas ou mais por dia), as enzimas hepáticas devem ser monitoradas a cada 2-3 meses durante pelos menos os primeiros seis meses. Além disso, devido ao efeito fibrinolítico deve ser usado com precaução em conjunto com outros anticoagulantes. O uso da Niacina pode aumentar a homocisteína. 6. Referências bibliográficas 1. Harthon L, Brattsand R. Enzymatic hydrolysis of pentaerythritoltetranicotinate and meso-inositolhexanicotinate in blood and tissues. Arzneim-Forsch 1979; 29:1859-1862. 2. Welsh AL, Eade M. Inositol hexanicotinate for improved nicotinic acid therapy. Int Record Med 1961;174:9-15. 3. El-Enein AMA, Hafez YS, Salem H, Abdel M. The role of nicotinic acid and inositol hexaniacinate as anticholesterolemic and antilipemic agents. Nutr Reports Int 1983;28:899-911. 4. Holti G. An experimentally controlled evaluation of the effect of inositol nicotinate upon the digital blood flow in patients with Raynaud's phenomenon. J Int Med Res 1979;7:473-483. 5. Aylward M. Hexopal in Raynaud's disease. J Int Med Res 1979;7:484491. 6. Dorner V, Fischer FW. The influence of m-inositol hexanicotinate ester on the serum lipids and lipoproteins. Arzneim-Forsch 1961;11:110-113. 7. Ring EF, Bacon PA. Quantitative thermographic assessment of inositol nicotinate therapy in Raynaud's phenomena. J Int Med Res 1977;5:217222. 8. Ring EFJ, Porto LO, Bacon PA. Quantitative thermal imaging to assess inositol nicotinate treatment for Raynaud's syndrome. J Int Med Res 1981;9:393-400. 9. Sunderland GT, Belch JJF, Sturrock RD, et al. A double blind randomized placebo controlled trial of Hexopal in primary Raynaud's disease. Clin Rheum 1988;7:46-49. 10. O'Hara J. A double-blind placebo-controlled study of Hexopal in the treatment of intermittent claudication. J Int Med Res 1985;13:322-327. 11. O'Hara J, Jolly PN, Nicol CG. The therapeutic efficacy of inositol nicotinate (Hexopal) in intermittent claudication: a controlled trial. Br J Clin Practice 1988;42:377-383. 12. Tyson VCH. Treatment of intermittent claudication. Practitioner 1979;223:121-126. 13. Seckfort H. Treating circulatory problems with inositol nicotinic acid ester. Med Klin 1959;10:416-418. 14. Seed M, O'Connor B .The effect of nicotinic acid and acipimox on lipoprotein(a) concentration and turnover. Atherosclerosis. 1993 Jun;101(1):61-8. 15. Desouza C, Keebler M . Drugs affecting homocysteine metabolism: impact on cardiovascular risk. Drugs. 2002;62(4):605-16 16. Mertz W. Chromium in human nutrition: a review. J Nutr. 1993 Apr;123(4):626-33. 17. Gerli S, Mignosa . Effects of inositol on ovarian function and metabolic factors in women with PCOS: a randomized double blind placebo-controlled trial. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2003 NovDec;7(6):151-9. 18. Jolliffe N. Nicotinic acid deficiency encephalopathy. JAMA 1940;114:307-312. 19. Baker H, Frank O, Thind IS, et al. Vitamin profiles in elderly persons living at home or in nursing homes, versus profiles in healthy subjects. J Am Geriatr Soc 1979;27:444-450. Revisão 00 – Data 15/04/2016.