5. O Estado de Bem-estar social e os direitos civis, políticos e sociais. As crises do Estado de Bem-estar social. Evolução do estado de Bem-estar social no Brasil e a noção de cidadania regulada. Etapas das Transformações do papel do Estado nas sociedades contemporâneas e no Brasil. Estado Liberal do século XVIII emergência dos direitos civis: direito de ir e vir, liberdade de opinião e de manifestação (liberdade de imprensa), liberdades privadas (econômica e religiosa), igualdade formal perante a lei Papel do Estado assegurar o direito de propriedade e o cumprimento dos contratos entre particulares; manutenção da ordem pública; defesa externa Estado Democrático do século XIX ampliação da pólis crescente incorporação das massas no processo político cidadania política e início da cidadania social em alguns dos países centrais. direito de participar da elaboração das leis, ainda que indiretamente ampliação dos mecanismos de controle da sociedade sobre a administração pública implantação da administração burocrática Estado Intervencionista do século XXresposta à crise econômica das décadas de 1920/30: proteção e ampliação dos direitos sociais e garantia do pleno emprego promoção do desenvolvimento econômico expansão do aparelho do Estado Três tipos: a)Estado de Bem Estar Social b)Estado Desenvolvimentista c)Estado Socialista a)Estado de Bem Estar Social ou Estado Providência (Welfare State)Expressa a concepção de uma economia cujas funções seriam distribuídas entre o mercado e o Estado. forte consenso quanto ao modelo democrático, alto nível de desenvolvimento econômico e tecnológico, países com posição de destaque no sistema capitalista mundial; incorporação dos direitos sociais ao sistema de cidadania: direito ao trabalho, direito aos cuidados de saúde, direito à educação e direito à proteção contra a vulnerabilidade (assistência) Na moderna concepção de Estado-providência, os mercados dirigem as atividades específicas do dia-a-dia da vida econômica, enquanto que os governos regulamentam as condições sociais e proporcionam serviços que caracterizam uma rede de segurança social. Origem do Estado Providência Esta concepção surgiu na Europa no final do século XIX, com o chanceler conservador Bismarck (Alemanha), que instituiu, de forma pragmática, a lei de acidentes de trabalho, o reconhecimento dos sindicatos, o seguro de doença, acidente ou invalidez. Bismarck adotou tais medidas convencido de que só com a ação do Estado na resolução destes problemas poderia fazer frente às ideias socialistas e à inquietação social. A implantação deste sistema de previdência social — o primeiro da história contemporânea — lhe atraiu o apoio de amplos setores operários. O modelo Bismarckiano foi um dos mais difundidos pelo mundo, constituiu a base da chamada Previdência Social e até hoje, norteia grande parte dos regimes previdenciários existentes, dentre eles o brasileiro. Suas características são: (i) adoção de técnica semelhante à do seguro privado, (ii) filiação obrigatória, (iii) financiamento com base em contribuições dos trabalhadores, empregadores e Estado; (iv) proteção contra os riscos profissionais; (v) segurados limitados aos trabalhadores; e (vi) prestações de caráter indenizatório, substitutivas do salário, caracterizadas como direito subjetivo público do segurado. A ideia de racionalização da "política social", para obter a eficiência econômica, deu origem ao conceito de "políticas sociais produtivas", que encontrou apoio nos movimentos de trabalhadores, durante a Grande Depressão dos anos 1930. GUNNAR MYRDALOs mercados de trabalho e a organização da produção poderiam ser racionalizados mediante a utilização de regulamentações sociais para obter um nível mais alto de produtividade. E também a esfera social deveria ser racionalizada através do uso de políticas sociais, como políticas familiares, sempre em benefício de maior eficiência nacional. MYRDAL Em 1932 defende a proposta de intervenção estatal na economia como um processo de racionalização da reprodução da população e da esfera domicilar, baseadas na observação de que os custos de reprodução e de criação de filhos estavam desigualmente distribuídos entre as classes sociais (Myrdal, 1987). GUNNAR MYRDAL (1898-1987,Suécia) Em 1932: as modernas políticas sociais são totalmente diferentes das antigas políticas de auxílio à pobreza, porque são investimentos e não custos. Políticas sociais modernas seriam eficientes e produtivas devido à sua ação profilática e preventiva, direcionada para evitar o surgimento de bolsões de pobreza e a criar maiores riquezas. Contra as propostas de "maior economia orçamentária" para sair da Depressão, Myrdal argumentava que as políticas sociais não eram uma simples questão de redistribuição de renda, mas uma questão vital para o desenvolvimento econômico e tinham como objetivo principal o aumento do PIB. Em resposta à Grande Depressão, políticas econômicas intervencionistas foram adotadas nos EUA por Roosevelt (com o New Deal) e por Hjalmar Horace Greeley Schacht na Alemanha. J.M. KEYNES (1886-1946, Inglaterra) teoriza sobre essas propostas e afirma que o ciclo econômico não é autoregulado, como pensavam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" dos empresários; e afirma que o sistema capitalista é incapaz de gerar empregos suficientes para absorver a mão de obra. Por isso é papel do Estado operar como agente de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. (Teoria geral do emprego, do juro e da moeda,1936). A estratégia para vencer a crise econômica seria uma intervenção estatal que aumentasse a demanda efetiva através do aumento dos gastos públicos. Keynes atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantissem à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário-mínimo, do salário-desemprego, da redução da jornada de trabalho, oferta de educação e assistência médica gratuita. IMPORTANTE: são objetivos essenciais do seu pensamento a garantia do bom funcionamento do mercado e a defesa dos direitos dos cidadãos na saúde, educação e alimentação. Outro princípio fundamental é a igualdade de oportunidades. Ao longo do tempo deverão ser implementadas políticas públicas, aumentando o orçamento do Estado para essas áreas. 1942Sir WILLIAM H. BEVERIDGE(1879-1963, Inglaterra), formulou o Plano Beveridge, que reformou os mecanismos de proteção da população e estruturou o sistema da Seguridade Social na Inglaterra, de natureza universal, baseado na participação compulsória de toda a população. Implantou um regime de repartição, onde as contribuições sociais são direcionadas para um fundo único, do qual saem os recursos para a concessão de benefícios e prestação dos serviços. O funcionamento do sistema se operacionaliza através de um pacto intergeracional, de forma que a classe trabalhadora e a sociedade de hoje garantem os recursos necessários para a concessão dos benefícios atualmente pagos, sistemática que tende a se estender indefinidamente no tempo. O modelo Beveridgeano priorizou três áreas de atuação: assistência (renda mínima aos necessitados), previdência (mecanismos reparadores para a classe trabalhadora no caso de necessidades sociais, e saúde para toda a população . Seguridade Social imperativo de que seja garantida a todos os cidadãos a libertação das situações de necessidade, como condição indispensável para o efetivo gozo dos direitos civis e políticos. O conceito da Seguridade Social vai além da preocupação com a renda e orienta-se por amplo conceito das necessidades humanas, apreciadas em virtude da evolução social. A ideia central deste modelo é a de solidariedade social, mediante um pacto entre gerações. Princípios do Plano Beveridge: a) proteção de toda a população da totalidade dos riscos sociais (proteção do berço ao túmulo); b) prestações em valor uniforme, que corresponda ao suprimento das necessidades vitais; c) o financiamento da seguridade social através de contribuições no que tange às prestações em geral, e impostos, no que diz respeito aos abonos de família e ao tratamento de saúde; d) gestão confiada ao serviço público; e) complemento das medidas por meio de política do pleno emprego, política sanitária e de saúde, com atendimento gratuito a toda a população. TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (Viana) Variáveis: qualidade dos direitos sociais; grau em que o sistema promove ou reproduz a estratificação social; forma de relacionamento entre o Estado, o mercado e as famílias. TITMUS(1963) Modelo residual Características Seletividade para os mais necessitados; caráter de assistência social; intervenção limitada no tempo; falha dos mecanismos naturais (mercado e família) Países EUA, Inglaterra ESPING-ANDERSEN (1991) Regime liberal Requer comprovação de pobreza; benefícios reduzidos; estigma do necessitado; sociedades de burguesia forte e movimento operário fraco. EUA, Canadá, Nova Zelândia. Australia, TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL e o Padrão Brasileiro TITMUS(1963) Modelo meritocrático ESPING-ANDERSEN (1991) Regime conservador Características Política social complementar ao mercado, atendimento segmentado por ocupações. Qualidade e quantidade dos serviços relacionada com o desempenho no mercado de trabalho. Base contributiva tripartite. Estado substitui o mercado como provedor de serviços sociais. Direitos sociais ligados à situação de trabalho/ocupação. Benefícios hierarquizados e diferenciados refletindo classe ou status. Países onde Igreja ou Estado predominaram na transformação da sociedade. Países Alemanha, Itália Alemanha BRASIL BRASIL França, Áustria, TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL e o Padrão Brasileiro TITMUS(1963) Modelo Redistributivo ESPING-ANDERSEN (1991) Regime Social Democrata Características Mercado incapaz de solucionar a pobreza; Estado produz e distribui todos ou quase todos os bens e serviços sociais; Acesso a todos ou quase todos os benefícios é universal; prevalecem sistemas públicos gratuitos (espec. educação e saúde) Beneficios garantidos pelo Estado como direitos sociais e ampliados às novas classes médias;princípios do universalismo e desmercantilização; promoção da igualdade com alto custo e elevado padrão de qualidade; países onde predominaram as coalizões socialdemocratas. Países Escandinávia Escandinávia (especialmente Suécia) FASES DA IMPLEMENTAÇÃO DO ESTADO PROVIDÊNCIA: 1. Experimentação: esta fase coincide com o alargamento do direito de voto e com o aparecimento da previdência social, impulsionada por Bismarck na Alemanha do pré I Guerra Mundial. 2. Consolidação: o Estado não poderia ficar indiferente à crise de 1929 e à Grande Depressão, e intervém através da criação de emprego, como se pode ver nas políticas de Roosevelt nos EUA. As economias periféricas começam a adotar o modelo nacional-desenvolvimentista. 3. Expansão: nos pós-II Guerra Mundial, já sob influência do Plano Beveridge e da exitosa experiência da Suécia o Welfare State se generaliza nas democracias capitalistas, especialmente com base no arranjo (neo)corporativo. DEMOCRACIAS CONSOLIDADASPeríodo 1945-1970 Ampliação dos benefícios sociais: trabalhadores formais e informais como trabalhadores rurais, domésticos e donas de casa; Garantia de condições de sobrevivência aos indivíduos e as famílias com renda insuficiente; Cobertura especial para situações de maior vulnerabilidade: famílias numerosas, mães solteiras, crianças em idade escolar, mulheres grávidas, parto, idosos, inválidos, etc. Universalização das políticas de atenção à saúde; Aposentadoria dissociada da idéia de velhice/incapacitação, aproximando-se dos salários dos trabalhadores ativos; Incorporação das classes médias ao sistema previdenciário. FATORES DE CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DE BEM ESTAR 1Fatores materiais, políticos e econômicos: ritmo de crescimento constante e elevado; consenso quanto ás políticas keynesianas; consenso em torno do crescimento e do pleno emprego como objetivos; generalização do paradigma fordista; crescimento da arrecadação, com ganhos fiscais crescentes. 2Convergência entre o desenvolvimento das políticas de bemestar social e a estabilidade econômica internacional decorrente dos acordos de Bretton Woods. 3Clima de solidariedade interna decorrente do processo de reconstrução pós-guerra e da bipolarização externa. 4Expansão e fortalecimento da democracia partidária de massas, que levou ao aumento do peso eleitoral das camadas trabalhadoras e conquistou o apoio de outros segmentos interessados nas questões do bem-estar. TEORIAS EXPLICATIVAS DA EXPANSÃO DO WELFARE STATE T.SKOCPOL & D.RUESCHEMEYER (1996)a dimensão política e os arranjos neocorporativos nas sociedades centrais no pós-guerra favoreceram as políticas de concertação entre o Estado, o capital e o trabalho, que visavam a garantir emprego, salários e arrecadação compatíveis com as novas concepções de cidadania e com a redistribuição da renda necessária para manter o padrão de consumo do mercado interno. CLAUS OFFE os ganhos salariais indiretos providos pelas políticas de bem-estar promoviam o arrefecimento do conflito entre o capital e o trabalho, entre a acumulação e a redistribuição. MARSHALL o desenvolvimento da democracia, do sufrágio e o empoderamento das organizações operárias desencadearam a conquista dos direitos sociais e abriram espaço ao estado de bemestar. HAROLD L. WILENSKY (1923-2011, EUA) o que viabilizou o Estado de bem-estar social foi o suporte teórico do keynesianismo (para expansão de gastos estatais visando o crescimento econômico e o aumento da demanda e do emprego) e a incorporação das massas ao mercado consumidor pelo crescimento da produção industrial e pela oferta de rendas extramercado. JAMES O´CONNOR a expansão do welfare state está associada aos imperativos de acumulação e legitimação do Estado capitalista. b) Estado Desenvolvimentista (ou Estado Produtor, Estado Regulador) atua como principal agente promotor do desenvolvimento econômico: funções: Oferecer infra-estrutura Oferecer financiamento (poupança pública) Produzir bens e serviços destinados ao mercado nas áreas onde a iniciativa privada não atua ou não atende às demandas Promover os setores considerados estratégicos ocorre nos países periféricos do sistema capitalista, podendo apresentar regime democrático ou autoritário. É o modelo mais comum na América Latina A CRISE DO ESTADO CONTEMPORÂNEO Pós-Guerra reorganização do capitalismo forte intervenção do Estado na economia e presença marcante na oferta de serviços públicos. 1-Causas da crise do Estado A Esgotamento do padrão de desenvolvimento industrial do pós-guerra, com o colapso do sistema monetário internacional entre 1971 e 1973 devido à flutuação do dólar em relação ao ouro. B Crise do petróleo dois choques do petróleo em 1973 e 1979 aumento da inflação internacional, crise econômica e crise de arrecadação CCrise fiscal do Estado Excesso de demandas X baixa capacidade de arrecadação X baixa capacidade de gestão do sistema estatal Incapacidade da autoridade pública enfrentar as contradições entre o interesse de acumulação do capital e o interesse da força de trabalho Ineficiência alocativa resultante de comportamentos rentistas (rent-seeking) DCrise do Modo de intervenção do Estado Estado Regulador/Produtor Autonomia (frente aos bancos centrais) e agilidade do capital especulativo Perda de controle sobre a produção e distribuição de riquezasgrandes corporações financeiros internacionais e agências multilaterais de crédito Globalização perda do poder de controlar o fluxo do capital e de regulamentar o valor da mão de obra e o volume do emprego (instrumentos keynesianos não mais funcionam). Esgotamento do modelo de industrialização por substituição de importaçõesTerceira Revolução Industrial: aumentou a concentração da renda, fragilizou a capacidade do Estado de continuar protegendo o mercado interno e enfraqueceu a posição dos países periféricos no mercado internacional (perda das vantagens comparativas). Direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. A emergência da questão social como campo de intervenção do Estado no mundo e no Brasil Cidadaniaproduto do contrato social código de direitos e deveres estabelecidos entre os membros de uma sociedade, formalizados e garantidos pelo Estado. THOMAS H. MARSHALL (1893-1981, Inglaterra) cidadania é “um status concedido àqueles que são membros integrais de uma comunidade”, no qual “todos (...) são iguais com respeito aos direitos e obrigações” (Cidadania, Classe Social e Status, 1950). Classes sociais expressam diferenças e desigualdades da sociedade moderna; Cidadania expressa a igualdade fundamental de cada indivíduo decorrente da sua condição membro participante de uma sociedade política; Cidadaniaprocesso de aquisição cumulativo implicando restrições ao Estado, e inclusão de camadas cada vez mais amplas. ARGUMENTO O mercado, ao mesmo tempo, depende e reforça os direitos individuais, como os direitos de propriedade e o direito ao trabalho. Por isso, fornece uma base para a expansão de uma cidadania civil que torna as pessoas iguais perante a lei, independentemente do seu status. Por outro lado, o mercado gera disparidades de riqueza individual, destrói as solidariedades comunitárias tradicionais que antigamente mitigavam a miséria, e aumenta a insegurança econômica do indivíduo. A cidadania civil viabiliza a negociação dos direitos políticos, cujo exercício irá viabilizar a conquista de direitos sociais. MARSHALL a cidadania social constitui, então, um meio poderoso e indispensável de alcançar a integração social diante das desigualdades criadas pelas economias de mercado. MARSHALL Primeira Fase: século XVII e XVIII, ainda Estado Absoluto Historicamente primeiro foram conquistados os direitos civis referidos à vida privada e ao mercadoesfera de autonomia privada, resguardada da intervenção do Estado, habilitando os indivíduos a contratar e participar do mercado: Direito à segurança e integridade pessoal. Liberdade pessoal(de ir e vir, de não ser preso arbitrariamente, de acesso e tratamento igual pela justiça). Liberdade religiosa. Liberdade de manifestação oral e escritaimprensa. Liberdade econômica (de contratar, de iniciativa, de ter propriedade, etc) Eram direitos generalizados, sobretudo, direitos “negativos”, que protegiam o cidadão contra as arbitrariedades do Estado e de outras pessoas. Segunda fase (século XVIII-XIX): corresponde à passagem para a concepção do Estado Democrático de Direito demanda da burguesia de estabelecer limites ao Estado e influir nas decisões do governo: Direitos associação e reunião Direito de votar (representação) Direito de ser votado para ocupar cargos públicos no governo e no Parlamento Direitos políticos : facultam e delimitam o papel do cidadão na organização política da sua comunidade. Inicialmente eram restritos, mas se expandem: gradual supressão dos critérios de voto censitário; expansão do sufrágio, reconhecimento e fortalecimento dos partidos políticos, primeiro de notáveis, depois partidos de massa, etc. Terceira Fase (século XIX, estendendo-se pelo século XX)direitos sociais Bismarckraízes do sistema de previdência moderno1873 Século XX: Estado Previdência/Providência/Bem-Estar social Direito ao trabalho Direito à educação Direito à assistência socialvulnerabilidade Direito à previdência Direitos universais, conquistados mediante lutas políticas dos trabalhadores direitos ao acesso a um conjunto de bens e serviços considerados indispensáveis para a vida digna e para a convivência social. MARSHALL Não associa cidadania com revoluções. A cidadania resulta de processos das instituições (mercado, parlamentos, etc.). Usa uma abordagem de médio alcance, com foco nas instituições. Sua concepção foi criticada por ignorar as dimensões raciais, de gênero e de desenvolvimento. CHARLES TILLY(1929-2008, EUA) A cidadania surge e se expande porque aumenta a escala e o custo das guerras e, portanto, a necessidade de mobilizar diretamente as populações para as batalhas recebem algo em troca da sua cooperação e desenvolvem sentimento de “pertencimento” à comunidade política. RALPH DAHRENDORF (1929-2009, Alemanha, Inglaterra)a importância da cidadania social está em sua capacidade de se ampliar e se redefinir à medida que os padrões da sociedade mudam. Isso significa que embora seja possível definir, com pequena margem de discordância, um padrão geral de direitos políticos e civis, não existem padrões reconhecidos de cidadania social, no sentido de um corpo de direitos e obrigações, já que estes tendem a refletir os padrões de determinadas sociedades em determinados níveis de desenvolvimento. FASES HISTÓRICAS DA EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL E DA FORMAÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (VIANA, 1998) PRIMEIRA FASE: SÉCULO XVII AO SÉCULO XIX Cenário Derrocada do feudalismo, ascensão do capitalismo; Cercamento dos campos e exploração mercantil das atividades agrícolas Migração campo-cidade; Produção de manufaturas tear mecânico gera desemprego entre tecelões; Riscos Mendicância, banditismo, indigência, degenerescência Políticas Lei dos Pobres, 1601 Nova Lei dos Pobres de 1834 Caridade Compulsória, 1650-1850 (subsistência/renúncia civis) Alvo Assistencialismo Pobreza, políticas caritativas e assistenciais FASES HISTÓRICAS DA EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL E DA FORMAÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL(VIANA, 1998) SEGUNDA FASE: SÉCULO XIX AO INÍCIO DO SÉCULO XX: Cenário Riscos Políticas Industrialização, necessidade de mão de obra qualificada, sindicalismo de massa, aumento dos quadros médios Não-assalariamento, absenteísmo, revolução sindical, agitação popular, crescimento do socialismo Seguro Social Legislação Trabalhista Assistência previdenciária Alvo Aposentadoria Básica Trabalho, sistema meritocrático e contratual, seguro social lastreado pelo Estrado FASES HISTÓRICAS DA EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL E DA FORMAÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (VIANA, 1998) TERCEIRA FASE: SÉCULO XX: 1930 A 1980 Cenário Crise do mercado nos anos 1920/1930, Duas guerras mundiais, revoluções socialistas (Rússia/URSS, China), Guerra Fria, planejamento keynesiano, neocorporativismo Riscos Não integração econômica, ruptura política, alienação social Políticas Sistema público de saúde de cobertura universal, produção estatal de bens e serviços sociais Alvo Cidadania, universalidade seguridade social ampla da cobertura social, CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL 1-Direitos Civis: durante todo o período do Império 1822 até 1888 havia distinção entre homens livres e escravos. 2-Direitos Políticos: durante o Império vigorava o voto censitário, ou seja, o direito de voto, entre os homens livres, era restrito àqueles que tivesse renda suficiente. Com a Proclamação da República, em 1889, aboliu-se o voto censitário, mas o voto ainda não era direito de todos: Menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero estavam impedidos de votar. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL Em 1932, pelo Decreto 21076, foi concedido às mulheres casadas e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria, o exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania. Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres. Foi apenas com a Constituição de 1934 que os membros das ordens religiosas passaram a votar no Brasil. Os mendigos só passaram a ter direito devoto em 1946. Os analfabetos só passaram a ter o direito de votar em 1985, mas não têm o direito de ser votados. Os militares só passaram a ter direito de voto em 1988, mas até hoje os conscritos, ou seja, os jovens que estão prestando o serviço militar obrigatório, não podem votar. Constituição do Império (1824): garantia o direito aos socorros públicos no artigo 179, inciso XXXI, e, a educação primária gratuita no artigo 179, inciso XXXII. A assistência social era desenvolvida na sua grande parte por associações privadas, muitas ainda de cunho religioso, outras antecessoras dos sindicatos. Constituição Republicana (1891): os direitos sociais não foram reconhecidos pela Constituição Republicana, que declarava não ser dever do Estado garantir tanto a educação primária quanto a assistência social. A República também se esquivou de regulamentar os direitos trabalhistas – que junto aos direitos previdenciários – são os mais importantes dos direitos sociais. Constituição de 1934: Constitucionalizou os direitos sociais, especialmente na área do trabalho, estabelecendo um Título referente à ordem econômica e social (Titulo IV) Constituição de 1937: estabeleceu o sindicato único, o imposto sindical, criou a Justiça do Trabalho. Decreto-lei 5.452 em 1o. de maio de 1943 consolidou as Leis do Trabalho Problema inversão na ordem proposta por Marshall: Os direitos sociais foram introduzidos em momento de supressão dos direitos políticos e, sobretudo, não em decorrência da luta política organizada dos movimentos sociais, mas como benesse ou graça da chefatura do Poder Executivo da República J.M.Carvalho “cidadania em negativo” raramente houve mobilização pela cidadania política o povo assistia bestializado os eventos da Independência, da República, etc Somente havia mobilização reacionária contra perda de privilégios ou mudança das tradições. Constituição de 1946 preservou os direitos sociais da CF anterior e aperfeiçoou a Justiça do Trabalho que não teve alteração até a extinção dos juizes classistas na década de 1990; Estatuto do Trabalhador Rural de 1963 que estendeu os direitos previdenciários, trabalhistas e de sindicalização aos trabalhadores rurais, com poucos efeitos. Pós-64 direitos políticos e civis foram suprimidos, o provocando retrocesso em alguns direitos conquistados durante o interregno democrático (1945-64) – principalmente, os direitos políticos –, mas os governos militares continuaram a enfatizar os direitos sociais como o governo Vargas. 1966: criado o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) que substituiu a estabilidade garantida aos trabalhadores que completassem mais de dez anos de serviço. 1966 criado INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) unificou todo o sistema de IAPs. 1970-73 universalização da previdência com a criação do FUNRURAL (Fundo de Assistência Rural), o qual garantiu aos trabalhadores rurais o acesso à Previdência Social, e a incorporação das empregadas domésticas e dos trabalhadores autônomos. Características do processo de formação do Estado brasileiro Estado precede a sociedade e a Nação Arranjo politico patrimonialista e centralizador manutenção dos poderes do antigo regime Implantação do capitalismo “por cima”e “para fora” Ordem excludente: instituições escravocratas modernização conservadora 45 BRASIL pré-CF/88Modelo de modernização conservadora excludente e seletivo “Cidadania regulada”a proteção social baseada não em um código de valores ou no pertencimento político, mas em um sistema de estratificação ocupacional, definido por norma legal. Ficavam excluídos os trabalhadores rurais, os desempregados, sub-empregados e todos que, por mais regulares e estáveis que fossem, não tinham suas ocupações regulamentadas pelo Estado. Proteção social vista como privilégio e não como direitouma série de trabalhadores (todos os autônomos e, principalmente, as trabalhadoras domésticas) ficava à margem dos benefícios concedidos pelo sistema previdenciário da época. Os direitos de cidadania não resultaram da luta política dos movimentos sociais organizados, nem de processos de negociação nos quais a sociedade era protagonista. Resultaram, antes, da “concessão”, da “benevolência” do Estado, especialmente da pessoa que era “chefe” do Poder Executivo e de seus órgãos. As duas principais características deste sistema são a hierarquia e o paternalismo. Corporativismohierarquia é característica normal de todas as sociedades, correspondendo à força política e capacidade de organização distintas de diferentes setores sociais. Paternalismo expresso na imagem trabalhada de Getúlio Vargas como "pai dos pobres“ o Estado teria a função de cuidar do bem estar da população que permanecia fora do sistema produtivo e da sociedade organizada, que era a mais necessitada, do modo como os pais cuidam dos filhos menores ou as famílias tratam os deficientes, incapazes e os velhos. BRASIL pré-CF/88 Estado Interventor desde 1930. Inicialmente caracterizado como Estado Desenvolvimentista. Aos poucos implanta políticas de bem-estar social segundo o modelo bismarckiano. Aproxima-se do tipo meritocrático ou conservador na tipologia do Estado de Bem-Estar Social. Característica distintiva: cidadania regulada. Pós-CF/88Marcos da Ruptura da Cidadania Regulada: Aposentadoria rural e Universalização da saúde O MODELO DE PROTEÇÃO SOCIAL ADOTADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. O sistema de Seguridade Social implementado pela CF-88, mantém elementos do modelo bismarckiano, até então preponderante, agregando características do modelo beveridgeano de Seguridade Social. Amplia o horizonte de atuação do Estado visando a promoção do bem-estar e justiça sociais para toda a sociedade, através de um sistema de proteção nas áreas de saúde, assistência e previdência social, que juntos integram a chamada Seguridade Social. O objetivo final da Seguridade Social é a dignidade humana, expressa em diversos preceitos constitucionais, iniciando-se pelo primado do trabalho. O trabalho constitui um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º, inciso IV da CF), sendo ainda considerado um direito social (artigo 6º da CF) e a base da ordem social (artigo 193 da CF), cujos objetivos são o bemestar e a justiça sociais. Um dos subsistemas da Seguridade Social, a Previdência Social, gira em torno do trabalho, já que o objeto de proteção previdenciária é a perda da capacidade laboral que, potencialmente, leva o indivíduo à indigência e, por conseguinte, à indignidade humana”. Ao lado do primado do trabalho, outros dois elementos que configuram o conceito de dignidade humana são o bemestar e justiça sociais, que implicam a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem de todos, objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º CF). O bem-estar social consiste na existência de um padrão material mínimo suficiente para garantir ao ser humano um desenvolvimento digno. Como finalidade da seguridade social, o bem-estar social pressupõe a proteção à saúde, resgate das situações de miséria e marginalização, e garantias de proteção em face da perda ou redução dos ganhos provenientes do trabalho. 1)Sobre as políticas sociais brasileiras, é INCORRETO afirmar: a)A despeito do debate público contemporâneo enfatizar a necessidade de focalizar os gastos sociais nos segmentos mais pobres da população, é possível identificar historicamente uma longa tradição de focalização como elemento central do modelo de políticas sociais lançado por Vargas e identificado como corporativismo-societal; b)No âmbito do modelo corporativista instaurado na década de 1930, os instrumentos de política social eram utilizados como moeda de troca para assegurar o apoio político de categorias específicas da força de trabalho, beneficiando, assim, prioritariamente os grupos sócio-econômicos com elevada capacidade de mobilização política; c)A exigência de um contrato formal de trabalho funcionava, até muito recentemente, como um dos principais obstáculos ao acesso universal dos cidadãos brasileiros a importantes programas sociais, como a aposentadoria, o seguro desemprego e o sistema de pensões; d)Entre os diferentes itens do orçamento social brasileiro, o gasto público com educação é um dos que apresentam maior regressividade. Os dados mostram que 90% do gasto com educação terciária ou superior beneficia pessoas situadas entre os 40% mais ricos da população; e)O sistema de aposentadoria que atende os trabalhadores da iniciativa privada (INSS) atende mais de 18 milhões de pessoas e gera um déficit anual inferior a 2% do PIB, enquanto os sistemas que beneficiam os aposentados do setor público atendem, em conjunto, menos de um milhão de pessoas mas geram um déficit aproximado de 3,5% do PIB. 2) - Sobre a emergência da questão social como campo de intervenção do Estado e a constituição dos direitos civis, políticos e sociais como parte dos elementos constituintes da cidadania na sociedade ocidental moderna, é possível afirmar que: a) a questão social desencadeou-se primeiramente nos países em desenvolvimento, onde a passagem da comunidade tradicional e da economia agrária para a sociedade economicamente organizada em torno da atividade industrial representou o fim de uma concepção orgânica do Estado e da sociedade. b) a par dos direitos civis, os direitos políticos reforçam a separação entre as esferas do Estado e da sociedade, essencial para assegurar a legitimidade e para evitar crises de governabilidade nas democracias liberais. c) o exercício dos direitos civis, políticos e sociais no Brasil obedece a um padrão de cidadania regulada, no qual o reconhecimento desses direitos se dá de cima para baixo e seletivamente, conforme critérios específicos, entre os quais os de renda e raça acabam reforçando a exclusão social. d) a conquista dos direitos sociais implicou, nos países desenvolvidos, uma ruptura das linhas demarcatórias entre a sociedade e o Estado e impôs a este último o imperativo de regular e intermediar os conflitos entre o capital e o trabalho. e) os limites da intervenção pública visando responder à questão social encontram-se no conflito de racionalidade entre duas funções do Estado contemporâneo: assegurar condições favoráveis à acumulação de capital e garantir condições para a coesão e o consenso social. 3) Marshall (1964) apresenta uma importante contribuição sobre as causas históricas de desenvolvimento da sociedade que culminaram no crescimento do Estado de Bem-estar. Na coluna A, à esquerda, encontrase a fase histórica e na coluna B, à direita, o tipo de luta social predominante: AI – primeira fase BI – Luta pela conquista dos direitos civis (liberdade de expressão, por exemplo). AII – segunda fase BII – Luta pela conquista dos direitos sociais (como educação, por exemplo). AIII – terceira fase BIII – conquista dos direitos políticos (voto, por exemplo). Solicita-se relacionar a coluna A com a coluna B e assinalar a opção que indica as relações corretas. a) AI–BII; AII-BI; AIII-BIII. b) AI–BI; AII-BII; AIII-BIII. c) AI–BI; AII-BIII; AIII-BII. d) AI–BII; AII-BIII; AIII-BI. e) AI–BIII; AII-BI; AIII-BII. 4)Ao longo dos últimos anos cresceu, no Brasil e no mundo, a percepção de que o crescimento econômico não conduz, por si só, à erradicação da pobreza absoluta. Atingir esse objetivo exige a formulação de políticas específicas, fundamentadas num conhecimento mais aprofundado do problema. A literatura sobre o tema aponta alguns pontos de consenso. Os enunciados a seguir referem-se à questão. Identifique os corretos. 1) O número de pessoas consideradas indigentes é maior que o de pessoas que passam fome porque a indigência é calculada com base na renda e não na alimentação consumida. 2) Considerando a renda per capita, pode-se dizer que a pobreza no Brasil é fruto da má distribuição da renda. 3) A pobreza é essencialmente rural. 4) A pobreza absoluta está diretamente relacionada à baixa escolaridade. Em relação aos enunciados acima, indique a opção correta. a) Estão todos corretos. b) Estão todos incorretos. c) Estão corretos 1, 2 e 3. d) Estão corretos 2, 3 e 4. e) Estão corretos 1, 2 e 4. 5)As políticas sociais brasileiras têm sido objeto de uma ampla discussão, tendo passado por diversas reformulações com o objetivo de ampliar seu alcance e eficácia. Apesar disso, muitos problemas permanecem a desafiar os responsáveis por sua formulação. Entre os enunciados a seguir, indique aqueles que se referem a problemas identificados em estudos recentes sobre o Brasil. 1-As ações de política social tem falhado sistematicamente em alcançar os segmentos mais pobres da população. 2-Os recursos não são suficientes sequer para produzir os efeitos esperados junto à população-alvo. 3-A coordenação entre os três níveis de governo não é adequada, fazendo com que a repartição dos recursos entre estados e municípios não corresponda à carência efetiva. 4-Não há padrão de qualidade dos benefícios ou serviços prestados. a) estão todos corretos b) estão todos incorretos c) estão corretos 2, 3 e 4 d) estão corretos 3 e 4 e) estão corretos 1, 3 e 4 6)Os indicadores sociais brasileiros refletem alguns avanços significativos na ampliação dos serviços públicos e na qualidade de vida da população, fato reconhecido por organismos internacionais como Banco Mundial, Unicef e Unesco. Os mesmos indicadores, entretanto, mostram que persistem desafios importantes. Os enunciados a seguir se referem a esses desafios. 1-É preciso focalizar melhor os recursos disponíveis. 2-É preciso concentrar os esforços nos programas e ações mais eficazes em termos de redução das desigualdades, em particular da pobreza absoluta. 3-É preciso melhorar os procedimentos de cadastramento e fiscalização dos programas. 4-É preciso estimular a participação dos beneficiados pelos programas na execução e fiscalização dos mesmos como forma de aumentar a eficiência e promover o desenvolvimento da cidadania. 5-É preciso planejar a transição de medidas compensatórias de curto prazo para programas sustentáveis de inclusão social. Em relação aos enunciados acima você diria que: a) estão corretos 1, 2, 3 e 4 b) estão corretos 1, 3 e 4 c) estão corretos 1, 2, 4 e 5 d) nenhum está correto e) todos estão corretos 7)O processo de desenvolvimento social no Brasil, especialmente no período entre as décadas de 1930 e 1990, torna-se mais compreensível à luz do conceito de cidadania regulada, cujos principais elementos estão enunciados abaixo, EXCETO: a)Trata-se de um conceito de cidadania fundado em um sistema de estratificação ocupacional, estabelecido por norma legal, definindo-se como cidadãos os que exerciam ocupações reconhecidas e definidas em lei. b) A extensão da cidadania se fazia estritamente, primeiro, via regulamentação de novas profissões/ocupações; e, em seguida, pela ampliação do escopo dos direitos associados a estas. c) O limite inferior desse sistema – o campesinato - era representado por uma massa de ocupações difusas do meio rural, impermeáveis à regulação, portanto, um conjunto de pré-cidadãos, sem o requisito fundamental de pertencimento cívico. d) O limite superior do sistema – os proprietários em geral – também não tinha definição no sistema de estratificação ocupacional, sendo sua cidadania referida ao código de valores políticos e em direitos historicamente adquiridos pela burguesia. e) Marcos relevantes do rompimento da cidadania regulada no Brasil são as políticas de previdência rural e a universalização do acesso à saúde, que desvincularam o exercício dos direitos do exercício de atividades ocupacionais. GABARITO 1-A 2-A 3-C 4-D 5-D 6-E 7-D