Trabalho Submetido para Avaliação - 05/06/2012 22:26:30 QUANTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE ATRAVÉS DE ANÁLISES PELOS MÉTODOS DPPH E ABTS MONICA DARONCHO ([email protected]) / Nutrição/UNIFRA, Santa Maria - RS ORIENTADOR: ALINE DE OLIVEIRA FOGACA ([email protected]) / Nutrição/UNIFRA, Santa Maria RS CLAUDIA SOLDERA ([email protected]) / Nutrição/UNIFRA, Santa Maria - RS JANAÍNA MARQUES ([email protected]) / Nutrição/ UNIFRA, Santa Maria/RS JÚLIA BORIN FIORAVANTE ([email protected]) / Nutrição/UNIFRA, Santa Maria/RS Palavras-Chave: Atividade antioxidante; ABTS; DPPH. As Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) são átomos, íons ou moléculas que contêm oxigênio com um elétron não pareado em sua órbita externa, caracterizadas por grande instabilidade e por isso elevada reatividade, tendem a ligar o elétron não pareado com outros presentes em estruturas próximas de sua formação, comportando-se como receptores (oxidantes) ou como doadores (redutores) de elétrons (KOURI; DONANGELO, 2003). A produção de ERO e de espécies reativas de nitrogênio (ERN), entre outras espécies reativas, são partes integrantes do metabolismo humano e observadas em diversas condições fisiológicas. ERO e ERN têm importante função biológica, como na fagocitose, fenômeno em que essas espécies são produzidas para eliminar o agente agressor. Quando sua produção é exacerbada, o organismo dispõe de um eficiente sistema antioxidante que consegue controlar e restabelecer o equilíbrio (VASCONCELOS et al., 2007). Os antioxidantes podem ser definidos como substâncias capazes de retardar ou inibir a oxidação de substratos oxidáveis, podendo estes serem enzimáticos ou não enzimáticos, tais como: -tocoferol (vitamina E), -caroteno, ascorbato (vitamina C) e os compostos fenólicos. O consumo de antioxidantes naturais, como os compostos fenólicos presentes na maioria das plantas que inibem a formação de radicais livres, também chamados de substâncias reativas, tem sido associado a uma menor incidência de doenças relacionadas com o estresse oxidativo (MORAIS et al., 2009). Existem vários métodos para avaliar a atividade antioxidante in vitro ou in vivo, sendo que os métodos mais utilizados são ABTS (2,2-azinobis-[3-etil-benzotiazolin-6-ácido sulfônico]) e DPPH (1,1-difenil-2-picrilhidrazil). Ambos apresentam uma excelente estabilidade em certas condições, mas também mostram diferenças. O DPPH é um radical livre que pode ser obtido diretamente, sem uma preparação prévia, enquanto que o ABTS origina-se após uma reação, que pode ser química (dióxido de manganês, persulfato de potássio, ABAP); enzimática (peroxidase, mioglobulina), ou também eletroquímica (KUSKOSKI et al., 2005). O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão na literatura referente à atividade antioxidante determinada pelos métodos DPPH e ABTS. Sendo que para isso foi realizada uma revisão literária em artigos publicados a partir de 2003, em bases indexadas como Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Lilacs, entre outros e em livros referentes à temática abordada. Para busca de informações sobre a temática foram utilizados os seguintes termos: ABTS, DPPH, atividade antioxidante. Este trabalho foi realizado no período de abril a maio de 2012, no Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Uma das estratégias mais aplicadas em medições in vitro da capacidade antioxidante total de um alimento consiste em determinar a atividade antioxidante diante de substâncias cromógenas em relação à natureza radical, de maneira que a perda da cor ocorra de forma proporcional a concentração da capacidade antioxidante. A capacidade antioxidante de uma mistura não é dada apenas para a soma das capacidades de antioxidantes de cada um dos seus componentes, depende do microambiente em que o composto se encontra. Os compostos interagem entre si podendo produzir efeitos sinérgicos ou inibitórios. Alternadamente, vários compostos cromógenos (ABTS, DPPH, DMPD e FRAP DMPO) são utilizados para determinar a capacidade dos compostos fenólicos que um alimento contém, os quais possuem ação contra os efeitos nocivos dos processos de oxidação, que envolvem as ERO. Entre os métodos colorimétricos destacam-se aqueles que relacionados a habilidade dos antioxidantes em neutralizar radicais como DPPH ou ABTS. Com o ABTS pode-se medir a atividade de compostos de natureza hidrofílica e lipofílica; enquanto que o DPPH só pode ser dissolvido em meio orgânico e o DMPD só em meio aquoso. O radical ABTS• + tem também a vantagem de que seu espectro apresenta absorvância máxima a 414, 654, 754 e 815 nm em meio alcoólico, enquanto o DPPH apresenta um pico de absorvância a 515 nm e DMPD a 505 nm (KUSKOSKI et al., 2005). Os métodos espectrofotométricos são relativamente simples possuindo capacidade de descolorir a amostra. O teste de DPPH é o métodos indireto mais antigo, sugerido em 1950, mais tarde foi utilizado para determinar o potencial antioxidante de compostos fenólicos isolados. A característica desse método é que ele não envolve condições drásticas de temperatura e oxigenação, podendo reagir com compostos fenólicos, sendo muito utilizado para determinar a atividade antioxidante em extratos e substâncias isoladas, ele possui coloração púrpura. Por ação de um antioxidante (AH) ou uma espécie radical (R.), o DPPH é reduzido, formando difenil-picril-hidrazina, de coloração amarela, com consequente desaparecimento da absorção, podendo a mesma ser monitorada por espectrofotometria. A partir dos resultados obtidos determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou porcentagem de sequestro de radicais livres e/ou porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional. O TEAC (“Trolox Equivalent Antioxidant Capacity”) ou Teste do ABTS é um dos métodos mais utilizados para medir a atividade antioxidante através da captura do radical, que pode ser gerado através de uma reação química, eletroquímica ou enzimática. Pode-se medir a atividade de compostos de natureza hidrofílica e lipofílica. A vantagem do teste ABTS consiste na sua relativa simplicidade que permite a aplicação na rotina de qualquer laboratório. O resultado da determinação do TEAC é dependente do tempo de incubação assim como da taxa da amostra quantificada, esta dependência somada a pouca seletividade do ABTS.+ na reação com átomos doadores de hidrogênio constituem na limitação desse método. Deste modo, divergências nos resultados de TEAC podem ser atribuídas a fatores limitantes como a diferença no tempo de incubação ou na estratégia de obtenção de ABTS.+ (BORGES et al., 2011). Tanto o teste de ABTS como o DPPH possibilitam avaliar a atividade antioxidante, mas cabe aos pesquisadores ter real conhecimento destes e optar pelo método que melhor contribua para o resultado final de seus experimentos. REFERÊNCIAS: BORGES, L. L.; LÚCIO, T. C.; GIL, E. de S.; BARBOSA, E. F. ; Uma abordagem sobre métodos analíticos para determinação da atividade antioxidante em produtos naturais. ; ENCICLOPEDIA BIOSFERA.; 7; 1-20; 2011. KOURI, J. C.; DONANGELO, C. M. ; Zinco, estresse oxidativo e atividade física.; Rev. Nutr. Campinas.; 16; 433-441; 2003. KUSKOSKI, E. M.; ASUERO, A. G.; TRONCOSO, A. M.; MANCINI-FILHO, J.; FETT, R.; Aplicación de diversos métodos químicos para determinar actividad antioxidante en pulpa de frutos. ; Ciênc. Tecnol. Aliment.; 25; 726-732; 2005. MORAIS, S. M. de; CAVALCANTI, E. S. B.; COSTA, S. M. O.; AGUIAR, L. A.; Ação antioxidante de chás e condimentos de grande consumo no Brasil. ; Rev. Bras. Farmacogn.; 9; 315-320; 2009. VASCONCELOS, S. M. L.; GOULART, M. O. F.; MOURA, J. B. de F.; MANFREDINI, V., BENFATO M. da S.; KUBOTA, L. T.; Espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio, antioxidantes e marcadores de dano oxidativo em sangue humano: principais métodos analíticos para sua determinação.; Quim. Nova.; 30; 1323-1338; 2007.