PRODUÇÃO DO CUIDADO COM EIXO NA INTEGRALIDADE

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GERÇÃO DO CUIDADO COM ÊNFASE NA INTEGRALIDADE
CARE OF GENERATION WITH EMPHASIS IN THE INTEGRALITY
GENERACIÓN DEL CUIDADO CON ÉNFASIS EN LA INTEGRALIDAD
Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares1, Vagner Rodrigues Silva Junior2, Stefany de Souza
Ferreira3, Maria Salete Bessa Jorge4.
1
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista FUNCAP do Grupo de
Pesquisa Saúde da Mulher.
2
Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
3
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista do Programa de Educação
Tutorial – PET/ENFERMAGEM/UECE.
4
Doutora em Enfermagem. Pesquisadora 1 do CNPq. Docente do Curso de Graduação em
Enfermagem/Mestrado em Saúde Pública com associação ampla UECE/UFC.
___________________________________________________________________________
RESUMO: Este estudo objetivou compreender a relação existente entre a prática proposta da integralidade e a
prática apresentada no sistema de saúde. Foi realizado um estudo bibliográfico da área humano-social
estruturado a partir de uma abordagem qualitativa, onde dez artigos foram selecionados e analisados segundo a
análise de conteúdo de Bardin. Surgindo-se, assim, a necessidade de dividir o estudo em categorias:
Humanização e Integralidade na Assistência, Cuidado e Integralidade, o que nos levou a observar que a
integralidade é um atributo relevante no cuidado e no sistema de saúde. Por essa razão, o cuidado em saúde
refere-se às relações interpessoais no campo da prática, mostrando sua íntima relação com a integralidade e com
a humanização.
PALAVRAS-CHAVE: Assistência. Cuidado. Humanização.
ABSTRACT: The study had as objective understands the existent relationship between the practice proposal of
the integral and the practice presented in the system of health. A bibliographical study of the human-social area
was accomplished structured starting from a qualitative approach, where teen goods were selected and analyzed
according to the analysis of content of Bardin. Being appeared, like this, the need to divide the study in
categories: Humanization and Integral in the Attendance, Care and Integral, what took us to observe that
the integral is a relevant attribute in the care and in the system of health. Therefore, the care in health refers to
the relationships interpersonal in the field of the practice, showing yours summons relationship with integral and
with the humanization.
KEYWORDS: Attendance. Care. Humanization.
RESUMEN: Este estudio tuvo como objetivo comprender la relación que existe entre la práctica presentada en
el sistema de salud. Fue hecho el estudio bibliográfico de la área humana-social estructurada a contar de un
carácter cualitativo, donde diez artículos fueron seleccionado y analizado segun la análisis de contenido de
Bardin. Entonces, surgió la necesidad de se dividir el estudio en categorías: Humanización y Integralidad en la
Asistencia, Cuidado y Integralidad, percibimos que la integralidad es un atributo relevante en cuidado y en el
sistema de salud. Luego, el cuidado en salud se riefere a las relaciones interpersonales en la área de la práctica,
muestrando
su
intima
relación
con
la
integralidad
e
con
la
humanización.
PALABRAS CLAVE: Asistencia. Cuidado. Humanización.
INTRODUÇÃO
A avaliação das ações de saúde torna-se cada vez mais importante e necessária
para verificarmos a operacionalização das práticas vigentes, visto que, atualmente, tornou-se
comum a tendência das especificidades, seja ela do profissional, seja do serviço de saúde.
Através da constante busca da avaliação desses serviços faz-se necessário a revisão
periódica dos princípios que imergem da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), dos quais
destacam-se, “a universalidade do atendimento se aplica a todos igualmente: todos temos
direito à saúde, que é um direito de cidadania e um dever do Estado. A eqüidade, contudo, já
postula a diferença. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido segundo suas
necessidades que, nesta formulação, são singulares e especificas a cada um.A integralidade de
assistência, segundo o texto legal, é entendida como o conjunto articulado e contínuo de ações
e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos
os níveis de complexidade do sistema”.8-20
A partir desses princípios manifesta-se a necessidade de promover ações que tornem o
serviço cada vez mais integral. Com isso, a produção do cuidado ganha aspectos mais
humanizados e que atendam as demandas populacionais. Na tentativa de responder aos
questionamentos presentes na introdução, e por questões de melhor analisarmos os artigos
consultados, dividiremos esse estudo em duas categorias: Humanização e Integralidade da
Assistência; Cuidado e Integralidade.
A expressão “cuidado” demonstra ser simples em sua interpretação. Porém,
percebe-se ser esta uma palavra complexa e subjetiva, pois em se tratando do ser humano
deve-se levar em consideração sua singularidade nas diversas situações do dia-a-dia. Porém,
“Cuidado significa mais que um momento de atenção, de zelo ao indivíduo. Representa uma
atitude de ocupação e preocupação com o outro”.1-33
Entretanto, na prática, ainda há uma dificuldade de se aplicar o cuidado na
dimensão ampla há pouco citada, uma vez que a demanda populacional aumenta a cada dia e
a rede organizacional está se adequando ao novo modelo de assistência à saúde.
O cuidado humano tem se tornado cada vez mais desafiador para o serviço
público de saúde, visto que, este ato ultrapassa as fronteiras de caráter técnico-científico na
qual, historicamente, a sociedade tem se inspirado.2
O sistema de saúde brasileiro vivencia desde a década de 80 um processo de
transformação iniciado com o movimento da Reforma Sanitária, e, nesta perspectiva, “busca-
se criar as condições para que, de forma permanente, o sistema de saúde aproxime-se mais
dos indivíduos, torne-se mais humano, solidário e, sobretudo, mais resolutivo”.3-570
O termo integralidade emerge durante a formulação da Constituição Federal de
1988, quando foram implementadas as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto
Constitucional não usa a palavra integralidade, e sim “Atendimento Integral”, visando maior
atenção às atividades preventivas, porém sem esquecer-se dos serviços de assistência.
“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada
e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento
integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais; III - participação da comunidade”.4
Apesar de a legislação tornar explícita a ação integral, percebemos que na prática
o agir em saúde evidencia ainda uma justaposição de atitudes e procedimentos técnicos.
“Dentre os princípios e diretrizes do SUS, talvez o da integralidade seja o que é menos visível
na trajetória do sistema e de suas práticas. Com efeito, são evidentes as mudanças do sistema
tanto no eixo da descentralização quanto no do controle social. No que diz respeito ao acesso
universal, no SUS atualmente já não há as barreiras formais que limitavam o acesso apenas
aos que contribuíam para a previdência social”.5-1412
A integralidade se estrutura em três vertentes que constituem a existência da
mesma no campo da saúde. Concebida como política pública de saúde referencia as diretrizes
do Sistema Único de Saúde (SUS). Na produção do cuidado é percebida como uma ação junto
ao ser humano de forma completa e como princípio de organização dos serviços de saúde,
favorece a continuidade da atenção à saúde em busca da resolução das necessidades da
população.
A resolubilidade do cuidado integral perpassa pelo necessário alcance da
integração de serviços através de redes assistenciais reconhecendo a interdependência entre os
sujeitos e as organizações, considerando que nenhuma delas dispõe da totalidade de recursos
para solucionar os problemas de saúde da população.6
A compreensão de como se dá a aplicabilidade do cuidado integral nos serviços
de saúde, atualmente, e o conhecimento de como esse cuidado era praticado em décadas
anteriores nos permite, além de obtermos mais conhecimento acerca do assunto, cuidar de
nossos usuários com maior atenção e preocupação com o seu bem estar, levando para dentro
de nossos serviços a humanização na assistência, contribuindo para o enriquecimento da
literatura e para melhorar a resolutividade da assistência. Isso propicia benefícios diretos aos
profissionais de saúde, que têm oportunidade de atualizar seus conhecimentos, e aos usuários,
que estarão sob os cuidados desses profissionais.
Ao ingressarmos na prática acadêmica tivemos a necessidade de responder a
perguntas do tipo: o que seria mais humano? Solidário? Resolutivo? O que é cuidado integral?
Como os trabalhadores pensam a integralidade do cuidado na rede assistencial? E os gestores?
Diante do exposto e na busca de resposta a essas indagações percebe-se a
necessidade de reunir informações a respeito da concepção teórica da integralidade para a
compreensão da produção do cuidado com eixo nas práticas integrais.
Contemplando o que foi descrito acima o objetivo do estudo foi compreender a
relação existente entre a prática proposta da integralidade e a prática que está sendo realizada.
CAMINHO METODOLÓGICO
Esse artigo faz parte de um estudo bibliográfico da área humano-social estruturado
a partir de uma abordagem qualitativa, de onde foram selecionados 71 artigos da Base de
Dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) através do
cruzamento das palavras Integralidade, Cuidado e Saúde Mental, no período de 2003 a 2007.
Consideramos como critério de inclusão os textos disponíveis on line em língua portuguesa e
cujas palavras integralidade, cuidado, humanização e promoção da saúde fizessem parte do
resumo dos artigos e/ou das palavras-chaves; além disso, os artigos deveriam ter estreita
relação com o objetivo proposto. Usando esses parâmetros, restaram para análise 10 artigos.
Destes, 3 foram retirados da revista Saúde e Sociedade, 2 do Caderno de Saúde Pública, 1 da
Revista de Saúde Pública, 1 da Revista Texto & Contexto Enfermagem, 1 da Revista
Eletrônica de Enfermagem, 1 da Revista Ciência & Saúde Coletiva e 1 da Revista Interface –
Comunicação, Saúde e Educação. Após sucessivas leituras tivemos a necessidade de
dividirmos a discussão em duas categorias, para melhor analisarmos as idéias do texto. As
categorias encontradas foram: Humanização e Integralidade na Assistência, Cuidado e
Integralidade. Utilizamos à análise de conteúdo proposta por Bardin.7
Humanização e Integralidade da Assistência
Ao investigarmos as concepções descritas nos artigos consultados, percebemos
que há uma inter-relação da integralidade com a humanização do cuidado, pois ambas visam
um novo modo de olhar o ser humano. “Na integralidade o modo de entender e abordar o
indivíduo baseia-se na teoria holística, integral. Para o holismo o homem é um ser indivisível
e não pode ser explicado por seus aspectos físico, psicológico e social, ou seja, avaliados
separadamente”.9-44
A dificuldade em vencer a dicotomia teoria/prática encontra-se, justamente, na
implementação do holismo, visto que este, tendo como princípio a indivisão do homem, não
consegue inserir-se devido a grande especificidade embutida nos diversos setores sociais. Um
exemplo prático são profissionais cada vez mais especializados que, muitas vezes, são
impedidos de realizar um exame geral porque perdeu, durante sua prática profissional, a visão
de generalista. Em relação a isso, “a humanização é um processo complexo, demorado e
amplo ao qual se oferece resistência, pois envolve mudanças de comportamento. (...) Os
padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos padrões não estão prontos
nem em decretos, nem em livros, não tendo características generalizáveis”.10-509
Quando se busca humanizar o atendimento em saúde, deve-se levar em
consideração falhas que operam durante o atendimento cotidiano, tais como: grandes filas de
espera, deficiência no acolhimento do usuário, precariedade da estrutura física, grande
demandas populacionais, falta de recursos, carência de regulamentos, ausência de serviços de
referência e contra-referência, desconhecimento da população acerca da organização do
serviço, entre outras, que são vistas pela população como um ato “desumano” do serviço,
desrespeitando os preceitos estabelecidos pelo SUS.
Nas fontes de pesquisa observamos que a comunicação e a relação existente entre
os profissionais e os usuários do sistema de saúde, muitas vezes é insatisfatório, ocasionando
não adesão do paciente ao tratamento requerido pelo profissional.
A comunicação e as relações humanas devem ser valorizadas e adotadas como um
instrumento essencial na assistência, podendo constituir-se em elementos indicativos para a
avaliação em saúde nas dimensões de processo e resultado.10
Nesse contexto, a integralidade surge da carência de alguns pontos, como forma de
mostrar a insatisfação com os modos que estas práticas vêm sendo realizadas. Para tanto, fazse necessário à implementação de um conjunto de ações que visem promover a resolutividade
do atual sistema, para melhor atender a sociedade como um todo.
Todos esses impasses apresentados denotam soluções relativamente simples em
tese, porém na prática percebe-se uma dificuldade em aplicar o conceito na realidade. “Vê-se,
portanto, que, num paradoxo, a integralidade é ao mesmo tempo inalcançável e
indispensável”.11-14
Vários autores, ao referirem-se a esses problemas apresentam algumas soluções,
visando melhorar a resolutividade e suprir o desejo da população em ter autonomia perante os
serviços de saúde, acesso diante da necessidade imediata, ser bem tratado e atendido por
profissionais mais humanos e solidários. Nesse sentido, ser mais humano e solidário significa,
reconhecer a cidadania dos pacientes atribuindo-os seus direitos na condição em que se
encontram, respeitando as suas singularidades e suas subjetividades durante sua relação com
os profissionais de saúde.11
“Com base no princípio da integralidade e do agir em saúde, os serviços devem
ofertar ações de promoção à saúde, prevenção dos fatores de risco, assistência aos danos e
reabilitação segundo a dinâmica do processo saúde-doença, e estas devem estar articuladas e
integradas em todos os espaços organizacionais do sistema de saúde”.12-338
Essas ações, se praticadas, tornam o serviço mais humanizado na medida em que
consegue alcançar a satisfação dos trabalhadores da saúde, além de satisfazer também o
desejo da comunidade e dos gestores, proporcionando maiores benefícios tanto ao indivíduo,
como à sociedade envolvida.
Uma prática humanizada condizente com os princípios da reforma é aquela capaz
de oferecer atendimento de qualidade, além de articular os avanços tecnológicos com o interrelacionamento satisfatório, incentivando o diálogo entre os envolvidos (profissionais e
usuários), proporcionando um tratamento digno e respeitoso.9
Portanto, a noção de integralidade e humanização como princípios para ouvir e
compreender apresenta o atendimento às demandas e necessidades das pessoas grupos e
comunidades inseridas em um novo paradigma de atenção à saúde.
Cuidado e Integralidade
Interpretamos como integralidade no cuidado de pessoas, grupos e coletividade, o
atendimento cujo enfoque maior está no usuário como sujeito histórico, social e político, (não
apenas biológico) articulando o seu contexto familiar ao meu ambiente e a sociedade ao qual
está inserido.
Sabemos que o cuidado com eixo na integralidade envolve tanto um plano
individual com um plano coletivo e por isso “compõe (...) um processo que se inicia na
formulação de políticas do nível macro pelo Estado, passa pela gestão e gerência nos distintos
níveis até a produção de ações de cuidado de saúde por meio das práticas para a atenção e o
cuidado dos indivíduos”.11-12
A integralidade não deve ser apenas um conceito, mas deve estar presente na
prática do cuidado, pois trata-se da valorização da vida, o respeito ao próximo e das
singularidades dos seres humanos.9
“Quase sempre que se fala de Cuidado, humanização ou integralidade se faz
referência a um conjunto de princípios e estratégias que norteiam, ou devem nortear, a relação
entre um sujeito, o paciente, e o profissional de saúde que lhe atende...”.13-27
A percepção de cuidado se relaciona intimamente com as noções de integralidade,
visto que ambas as concepções articulam-se para, em busca de um objetivo comum, responder
de forma harmônica as necessidades subjetivas demonstradas direta ou indiretamente pelos
usuários do sistema de saúde. Entretanto, o significado de cuidado adotado para nossa
reflexão, será entendido como o cuidado na assistência, sua aplicabilidade prática, suas ações
refletidas em um conhecimento técnico de procedimentos usados pelos profissionais, além de
atividades desenvolvidas em busca da interação comunidade/serviço público.
Tomando por base o sentido de cuidado explicitado acima fica evidente as quatro
dimensões que compõem o conceito de integralidade: “(1)primazia das ações de promoção e
prevenção (campo da política de prioridades); (2)garantia de atenção nos três níveis de
complexidade da assistência médica (campo da organização da atenção); (3)articulação das
ações de promoção, prevenção e recuperação (campo da gestão); (4)abordagem integral do
indivíduo (campo do cuidado individual)”.14-1420
O que mais vem à cabeça do pesquisador ao se falar de cuidado e práticas integrais
é a questão da acessibilidade do usuário ao sistema de saúde. Muitas pessoas, sejam elas
profissionais ou indivíduo com necessidades de atendimento, confundem o termo
integralidade com acesso ao serviço, sendo este apenas uma pequena parte da dimensão
complexa da integralidade. No entanto, a organização dos serviços parte da renovação das
práticas de saúde em busca do reconhecimento e valorização do cuidado em todas as suas
concepções e idéias, forçando considerar o sujeito a ser atendido de forma holística.15
Atualmente, o cuidado integral não é uma prática visível dentro dos serviços de
saúde apesar de ser um assunto polêmico, bastante difundido e idealizado por trabalhadores,
gestores e pela população usuária do SUS, isso demonstra a deficiência existente na
organização dos serviços. “cabe defender a integralidade como valor a ser sustentado nas
práticas dos profissionais de saúde, ou seja, um valor que se expressa na forma como os
profissionais que responderão aos pacientes que os procuram”.11-13
Portanto, quem mais se beneficiaria com a implementação da verdadeira prática
integral dentro dos serviços de saúde, seriam, primeiramente, os pacientes, que teriam
condições de atendimento mais rápido, com mais humanização e respeito a sua singularidade;
os profissionais, que exerceriam suas funções em melhores condições de trabalho; os gestores,
que colocariam em prática as diretrizes do SUS melhorando a resolutividade e eqüidade do
Sistema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizarmos este artigo observamos que nosso conhecimento e a nossa
compreensão acerca da temática foram ampliados, o que nos permitiu refletir sobre nossas
práticas e ações como futuros enfermeiros, bem como nos levou a questionar a importância e
a qualidade da assistência de Enfermagem aos usuários da Rede Básica de Saúde.
Observamos que desde a Reforma Sanitária houve um grande avanço nos serviços
de saúde, principalmente no que se refere à Assistência em Saúde Mental. No entanto,
percebemos que o agir integral ainda encontra-se, em parte, no campo ideológico, apesar de
ser bastante difundido nos setores sociais e de saúde.
É necessário que haja uma mudança na atitude profissional dos trabalhadores e dos
gestores, além de mudança na concepção do povo que precisa do serviço, que muitas vezes
não entendem seu atendimento como um direito de todo cidadão e sim como um favor do
Estado.
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