510BZ Cálculo da carga aplicada O guia linear é capaz de receber cargas e momentos em todas as direções que sejam gerados em função da posição de montagem, do alinhamento, da posição do centro de gravidade de um objeto móvel, da posição axial e da resistência ao corte. Carga radial inversa Carga radial MA Carga lateral Carga lateral Momento na direção do movimento MB Momento na direção da guinada MC Momento na direção do rolamento Fig.1 Direções das cargas aplicadas ao guia linear Cálculo de uma carga aplicada [Uso de eixo único] Equivalência de momento Quando o espaço para instalação do guia linear é limitado, pode ser necessário usar apenas um bloco ou usar dois blocos em contato próximo um com o outro. Em tal situação, a distribuição da carga não é uniforme e, como resultado, uma carga excessiva é aplicada em áreas localizadas (isto é, nas duas extremidades), como mostra a Fig.2. O uso contínuo nessas condições pode resultar em escamação nessas áreas e na consequente redução da vida útil. Nesse caso, calcule a carga real multiplicando o valor do momento por qualquer um dos fatores de momento equivalente especificados da Tabela1 a Tabela6 A1-43. Carga do momento Carga do momento Carreiras de esferas sob uma carga Carreiras de esferas sob uma carga Carga máxima aplicada a uma esfera Curva de distribuição da carga Linha de deslocamento da esfera Desvio máximo da esfera Trilho Linha de deslocamento da esfera Curva de distribuição da carga Fig.2 Carga da esfera quando é aplicado um momento É mostrada abaixo a equação de carga equivalente aplicável quando um momento atua sobre um guia linear. P = K•M P K M : carga equivalente por guia linear (N) : Fator de momento equivalente : momento aplicado (N-mm) B1-56 510BZ Diagrama de seleção Cálculo da carga aplicada Fator equivalente Fatores equivalentes para o momento MA PR=KAR•MA Equivalente na direção radial PL=KAL•MA Equivalente na direção radial inversa Fig.3 Fatores equivalentes para o momento MA Fatores equivalentes para o momento MA Fator equivalente na direção radial KAR= C0 MA Fator equivalente na direção radial inversa KAL= C0L MA C0 C0L = =1 KAR•MA KAL•MA Fatores equivalentes para o momento MB PT=KB•MB Equivalente na direção lateral PT=KB•MB Equivalente na direção lateral Fig.4 Fatores equivalentes para o momento MB Fatores equivalentes para o momento MB C0T Fator equivalente KB= nas direções laterais MB C0T =1 KB•MB B1-57 Guia Linear Como a carga nominal é equivalente ao momento permitido, o fator equivalente a ser multiplicado durante a equalização dos momentos MA, MB e MC para a carga aplicada por bloco é obtido pela divisão das cargas nominais nas direções correspondentes. Com modelos que não sejam dos tipos de carga uniforme nas quatro direções, contudo, as especificações de carga nas quatro direções diferem umas das outras. Sendo assim, os valores de fator equivalente para os momentos MA e MC também serão diferentes caso a direção seja radial ou radial inversa. 510BZ Fatores equivalentes para o momento MC PR=KCR•MC Equivalente na direção radial PL=KCL•MC Equivalente na direção radial inversa Fig.5 Fatores equivalentes para o momento MC Fatores equivalentes para o momento MC Fator equivalente na direção radial KCR= C0 MC Fator equivalente na direção radial inversa KCL= C0L MC C0 C0L = =1 KCR•MC KCL•MC C0 C0L C0T PR PL PT : : : : : : B1-58 carga nominal estática (direção radial) carga nominal estática (direção radial inversa) carga nominal estática (direção lateral) carga calculada (direção radial) carga calculada (direção radial inversa) carga calculada (direção lateral) (N) (N) (N) (N) (N) (N) 510BZ Diagrama de seleção Cálculo da carga aplicada Exemplo de cálculo Quando um bloco é usado N.º do modelo: SSR20XV1 N.º 3 N.º 4 N.º 2 N.º 1 ℓ1 Guia Linear Aceleração gravitacional g=9,8 (m/s2) Massa m = 10 (kg) ℓ1=200(mm) ℓ2=100(mm) ℓ2 m m Fig.6 Quando um bloco é usado N.º 1 N.º 2 N.º 3 N.º 4 P1=mg+KAR1•mg•ℓ1+KCR•mg•ℓ2=98+0,275×98×200+0,129×98×100 = 6.752 (N) P2=mg‒KAL1•mg•ℓ1+KCR•mg•ℓ2=98‒0,137×98×200+0,129×98×100 = ‒1.323 (N) P3=mg‒KAL1•mg•ℓ1‒KCL•mg•ℓ2=98‒0,137×98×200‒0,0644×98×100 = ‒3.218 (N) P4=mg+KAR1•mg•ℓ1‒KCL•mg•ℓ2=98+0,275×98×200‒0,0644×98×100 = 4.857 (N) Quando dois blocos são usados próximos um do outro Nº do modelo: SVS25R2 Aceleração gravitacional g=9,8 (m/s2) Massa m = 5 (kg) ℓ1=200(mm) ℓ2=150(mm) N.º 3 N.º 4 N.º 2 N.º 1 ℓ1 ℓ2 m m Fig.7 Quando dois blocos são usados próximos um do outro N.º 1 P1= mg 49×150 mg•ℓ2 49 +0,0188×49×200+0,0814× =507,9 (N) +KAR2•mg•ℓ1+KCR• = 2 2 2 2 N.º 2 P2= mg 49×150 mg•ℓ2 49 –KAL2•mg•ℓ1+KCR• = –0,0158×49×200+0,0814× =168,8 (N) 2 2 2 2 N.º 3 P3= 49×150 mg mg•ℓ2 49 –KAL2•mg•ℓ1–KCL• = –0,0158×49×200–0,0684× =–381,7 (N) 2 2 2 2 N.º 4 P4= 49×150 mg mg•ℓ2 49 +KAR2•mg•ℓ1–KCL• = +0,0188×49×200–0,0684× =–42,6 (N) 2 2 2 2 Nota1) Como uma guia linear usada em instalação vertical recebe somente uma carga de momento, não há necessidade de aplicar uma força de carga (mg). B1-59 510BZ [Uso de eixo duplo] Definição das condições Defina as condições necessárias para calcular a carga aplicada do sistema linear e a vida útil em horas. As condições consistem nos seguintes itens. (1) Massa: m (kg) (2) Direção da carga de trabalho (3) Posição do ponto de trabalho (por exemplo, centro de gravidade): ℓ2, ℓ3, h1(mm) (4) Posição axial: ℓ4, h2(mm) (5) Organização Arranjo do sistema linear: ℓ0, ℓ1(mm) (Nº de unidades e eixos) (6) Diagrama da velocidade Velocidade:V (mm/s) Constante de tempo: tn (s) Aceleração: n(mm/s2) V (αn = tn ) (7) Ciclo de trabalho Número de movimentos alternados por minuto: N1(min-1) (8) Comprimento do curso: ℓs(mm) (9) Velocidade média: Vm(m/s) (10) Vida útil necessária em horas: Lh(h) ℓ1 ℓ2 ℓ3 mg h2 ℓ4 h 1 ℓ0 Velocidade (mm/s) Aceleração da gravidade g=9,8 (m/s2) Ciclo de trabalho V tn tn ℓS Diagrama da velocidade Fig.8 Condição B1-60 t1 (s) (mm) 510BZ Diagrama de seleção Cálculo da carga aplicada Equação de carga aplicada A carga aplicada ao guia linear varia de acordo com a força externa, como a posição do centro de gravidade de um objeto, a posição axial, a inércia gerada pela aceleração/desaceleração durante movimento ou parada, e a força de corte. Para selecionar um guia linear, é necessário obter o valor da carga aplicada e considerar essas condições. Guia Linear Calcule a carga aplicada ao guia linear nos exemplos 1 a 10 mostrados abaixo. m : Massa (kg) ℓn : Distância (mm) : Força externa (N) Fn : carga aplicada (direção radial/radial inversa) (N) Pn (N) PnT : carga aplicada (direções laterais) g : aceleração da gravidade (m/s2) (g =9,8m/s2) V : velocidade (m/s) : constante de tempo (s) tn : aceleração (m/s2) n V (αn = tn [Exemplo] ) Condição Equação de carga aplicada Montagem horizontal (com o percurso do bloco) Movimento uniforme ou com paradas P3 ℓ2 mg P2 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 – – 2•ℓ0 2•ℓ1 4 P3 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 – + 2•ℓ0 2•ℓ1 4 P4 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 + + 2•ℓ0 2•ℓ1 4 P1 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 + + 2•ℓ0 2•ℓ1 4 P2 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 – + 2•ℓ0 2•ℓ1 4 P3 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 – – 2•ℓ0 2•ℓ1 4 P4 = mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 + – 2•ℓ0 2•ℓ1 4 ℓ1 P1 ℓ0 ℓ3 Montagem horizontal com balanço (com o percurso do bloco) Movimento uniforme ou com parada P3 2 mg mg•ℓ2 mg•ℓ3 + – 4 2•ℓ0 2•ℓ1 P2 P4 1 P1 = ℓ1 P2 P4 P1 ℓ0 ℓ3 mg ℓ2 Nota) A carga é positiva na direção da seta. B1-61 510BZ Condição Equação de carga aplicada Montagem vertical Movimento uniforme ou com parada ℓ2 P4 P1T 3 P2 = P3 = P1 ℓ0 mg•ℓ2 2•ℓ0 P1 = P4 = – mg mg•ℓ2 2•ℓ0 F mg•ℓ3 2•ℓ0 P1T = P4T = ℓ3 P2T = P3T = – P2 P2T mg•ℓ3 2•ℓ0 ℓ1 Por exemplo, eixo vertical de robô industrial, máquina de revestimento automático, elevador Montagem na parede Movimento uniforme ou com parada ℓ0 P2T ℓ3 ℓ2 P1T P2 ℓ1 P1 = P2 = – P3 = P4 = P1 mg•ℓ3 2•ℓ1 4 P1T = P4T = mg mg•ℓ2 + 4 2•ℓ0 P2T = P3T = mg mg•ℓ2 – 2•ℓ0 4 P3 P3T mg P4 P4T Por exemplo, eixo de percurso de carregador de trilho cruzado Nota) A carga é positiva na direção da seta. B1-62 mg•ℓ3 2•ℓ1 510BZ Diagrama de seleção Cálculo da carga aplicada Condição Equação de carga aplicada Com trilhos móveis Montagem horizontal P3 P1 5 P4 P1 a P4 (max) = mg mg•ℓ1 + 4 2•ℓ0 P1 a P4 (min) = mg – 4 ℓ0 Guia Linear ℓ1 –ℓ1 P2 mg mg•ℓ1 2•ℓ0 ℓ2 Por exemplo, mesa XY Garfo deslizante Montagem inclinada lateralmente P1 = + – P1T= P2 = + – P1 P3 P2T= 6 P2 ℓ3 ℓ1 θ P2T P3 = + ℓ0 + P3T= + P4T= mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 + 2•ℓ1 2•ℓ1 mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 – 2•ℓ0 4 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 – 2•ℓ1 2•ℓ1 mg•sinθ mg•sinθ •ℓ2 – 2•ℓ0 4 P4 = + Por exemplo, torno CN Carro mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 – 2•ℓ0 4 mg•sinθ mg•sinθ •ℓ2 – 2•ℓ0 4 P1T ℓ2 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ•h1 + 2•ℓ1 2•ℓ1 mg•sinθ mg•sinθ •ℓ2 + 2•ℓ0 4 h1 mg mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 + 2•ℓ0 4 mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 + 2•ℓ0 4 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 – 2•ℓ1 2•ℓ1 mg•sinθ mg•sinθ •ℓ2 + 2•ℓ0 4 Nota) A carga é positiva na direção da seta. B1-63 510BZ Condição Equação de carga aplicada Montagem inclinada longitudinalmente P1 = + – P1T = + P3 h1 P2 = + P2 mg P2T – P4 ℓ2 P1 7 P1T ℓ3 ℓ1 mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 + 2•ℓ0 4 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 + 2•ℓ1 2•ℓ0 mg•sinθ •ℓ3 2•ℓ0 mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 – 2•ℓ0 4 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 – 2•ℓ1 2•ℓ0 mg•sinθ •ℓ3 2•ℓ0 P2T = – ℓ0 θ P3 = + + mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 – 2•ℓ0 4 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 – 2•ℓ1 2•ℓ0 mg•sinθ •ℓ3 2•ℓ0 P3T = – P4 = + Por exemplo, torno CN Descanso de ferramenta + P4T = + Montagem horizontal com inércia mg mg•cosθ mg•cosθ •ℓ2 + 2•ℓ0 4 mg•cosθ •ℓ3 mg•sinθ •h1 + 2•ℓ1 2•ℓ0 mg•sinθ •ℓ3 2•ℓ0 Durante a aceleração P1 = P4 = mg – 4 m•α 1•ℓ2 2•ℓ0 P2 = P3 = mg + 4 m•α 1•ℓ2 2•ℓ0 P1T = P4T = ℓ3 P1 ℓ2 P2T = P3T = – P3 P4 P3T ℓ0 Velocidade V (m/s) ℓ1 P4T t1 t2 t3 Tempo (s) Diagrama da velocidade Por exemplo, caminhão de transporte B1-64 P1 a P4 = mg 4 Durante desaceleração V αn = tn Nota) A carga é positiva na direção da seta. m•α 1•ℓ3 2•ℓ0 Durante movimento uniforme 8 F m•α 1•ℓ3 2•ℓ0 P1 = P4 = mg + 4 m•α 3•ℓ2 2•ℓ0 P2 = P3 = mg – 4 m•α 3•ℓ2 2•ℓ0 P1T = P4T = – P2T = P3T = m•α 3•ℓ3 2•ℓ0 m•α 3•ℓ3 2•ℓ0 510BZ Diagrama de seleção Cálculo da carga aplicada Condição Montagem vertical com inércia Equação de carga aplicada P4 mg P1T ℓ0 P1 F ℓ3 P2 αn = P2T 9 V tn Velocidade V (m/s) ℓ1 t1 t2 t3 Tempo (s) Diagrama da velocidade Por exemplo, elevador de transporte Montagem horizontal com força externa F1 10 F F1•ℓ5 2•ℓ0 F1•ℓ5 P2 = P3 = 2•ℓ0 F1•ℓ4 P1T = P4T = 2•ℓ0 F1•ℓ4 P2T = P3T = – 2•ℓ0 P3 ℓ1 F3 P3T P4 P4T ℓ3 Durante desaceleração m (g – α 3) ℓ2 P1 = P4 = – 2•ℓ0 m (g – α 3) ℓ2 P2 = P3 = 2•ℓ0 m (g – α 3) ℓ3 P1T = P4T = 2•ℓ0 m (g – α 3) ℓ3 P2T = P3T = – 2•ℓ0 Sob força F1 ℓ4 ℓ5 Durante movimento uniforme mg•ℓ2 P1 = P4 = – 2•ℓ0 mg•ℓ2 P2 = P3 = 2•ℓ0 mg•ℓ3 P1T = P4T = 2•ℓ0 mg•ℓ3 P2T = P3T = – 2•ℓ0 P1 = P4 = – ℓ2 F2 Guia Linear Durante a aceleração m (g+α 1) ℓ2 P1 = P4 = – 2•ℓ0 m (g+α 1) ℓ2 P2 = P3 = 2•ℓ0 m (g+α 1) ℓ3 P1T = P4T = 2•ℓ0 m (g+α 1) ℓ3 P2T = P3T = – 2•ℓ0 ℓ2 ℓ0 Por exemplo, furadeira, fresadora, torno, centro de usinagem e outras máquinas de corte Sob força F2 F2 + 4 F2 – P2 = P3 = 4 P1 = P4 = F2•ℓ2 2•ℓ0 F2•ℓ2 2•ℓ0 Sob força F3 F3•ℓ3 2•ℓ1 F3•ℓ3 P3 = P4 = – 2•ℓ1 F3 P1T = P4T = – – 4 F3 + P2T = P3T = – 4 P1 = P2 = F3•ℓ2 2•ℓ0 F3•ℓ2 2•ℓ0 Nota) A carga é positiva na direção da seta. B1-65