a ação da equipe saúde da família promovendo a diminuição da mo

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PIELONEFRITE NA GESTAÇÃO. Luciene Maria Bueno Würmli¹
Meliana Gisleine de Paula²
;
Introdução: A gravidez é um processo natural, um evento social, mas muito,
além disso, uma realização na vida da mulher, de seu parceiro e de sua família,
constituindo uma experiência humana das mais significativas, tendo os
profissionais de saúde participação coadjuvantes neste processo. As ITUs,
assim como a pielonefrite são complicações comuns que ocorre na gestação, e
que pode apresentar de forma assintomática, fazendo com que a gestante
demore a procurar uma avaliação médica, levando muito freqüentemente a um
diagnóstico tardio recorrente de complicações mais graves. A pielonefrite
carateriza-se por calafrios, febre, dor lombar uni ou bilateral, frequentemente
acompanhadas de disúria, polaciúria e urgência miccional, anorexia, náuseas,
vômitos e turvação urinária, assim estes sintomas podem desenvolver-se
rapidamente em algumas horas ou dias (BRASIL, 2003).Para Schor e Srougi
(1998); Rezende (1991) afirmam que 20 a 30% de mulheres grávidas, com
bacteinúria assintomática subsequentemente desenvolvem a pielonefrite.
Estas infecções ocorre em gestantes devido as alterações nos sistemas
coletores do trato urinário por volta da décima semana, que são principalmente
a dilatação e hipocinese da pelve renal e dos ureteres, e com isso a urina
permanece estática
no sistema coletor facilitando
a ascenção dos
microorganismo até o rim (ZIEGEL, 1985), e ainda por fatores hormonais e
mecânicos (REZENDE, 1991) afirmando que a pielonefrite ocorre de 1 a 2%
nas gestações e que as gravidas guardem sensibilidade exacerbada a
endotoxemia bacteriana, tornando-se presas para choque septico. A sepse é
uma doença sistêmica que reflete numa resposta inflamatória exacerbada com
presença de microorganismos em tecidos previamente estéreis, podendo
atingir mortalidade entre 30 a 75% (LAKS et al, 2007).Percebendo que na
gestação as maiorias das bacteinurias são assintomáticas e as chances de
evoluir para a pielonefrite são grandes, observa-se a importante necessidade
de uma vigilância adequada do rastreio destas infecções durante o pré-natal, e
em acompanhar, e instituir o tratamento ideal em tempo hábil para que possa
evitar as maiores complicações da doença que é a sepse. Através da vivência
em um hospital escola foi possível perceber o número de gestantes internadas
com diagnóstico de pielonefrite, despertando a curiosidade no estudo, visto que
muitas delas apresentavam evolução e complicações graves. Esta situação
vivenciada fez levantar o questionamento do porque destas pacientes
evoluírem de um problema a princípio simples, para maiores gravidades,
levando desta forma, despertar o desejo de buscar um maior conhecimento e
aprendizado sobre o assunto. Objetivo: Analisar as evoluções e prognósticos
dos casos de pielonefrite em gestantes internadas no setor de ginecologia de
um hospital universitário no ano de 2007. Metodologia: É um estudo do tipo
transversal e retrospectivo, realizado em um hospital universitário no noroeste
do Paraná, tendo como população do estudo gestantes internadas com
diagnóstico de pielonefrite entre o período de janeiro a dezembro de 2007,
compondo uma amostra transversal de 24 gestantes. A coleta de dados foi
realizada através dos prontuários das gestantes, no setor de Serviço de
Prontuário de Paciente (SPP) do hospital em estudo. O estudo teve como
variáveis a idade, estado civil, paridade, idade gestacional, infecção anterior ou
não, agente etiológico, tempo de tratamento, evolução
___________________________
¹Enfermeira. Especializanda em Fisiologia do Organismo. Técnica em Enfermagem no Hospital
Universitário de Maringá. [email protected] Fone (044)9933-9351
²Docente do curso de graduacão em Enfermagem da UNINGÁ, enfermeira obstetra do
HUM/MGÁ e mestranda do CCS-UEM. [email protected] Fone (44)30315372
da doença e do caso, assim como o tempo entre o atendimento e início do
tratamento. A análise dos dados ocorreu através de um banco de dados do
programa Excel 2007 e do programa EpiInfo 3.1 utilizando o teste do quiquadrado e de Mantel-Hansell. Apresentação, Discussão e Resultados: No
ano de 2007 ocorreu 1091 internações no setor de Ginecologia e Obstetrícia do
hospital em estudo, destas 3%(35) foram de ITUs, das quais 2,2%(24)
receberam o diagnóstico de pielonefrite, os demais casos foram diagnosticados
como outras infecções do trato urinário baixo. Destas pacientes com
pielonefrite, 30% apresentaram complicações severas, como a septecemia,
apresentando um índice elevado de mortalidade materna neste ano de estudo
por esta causa. A idade média da população do estudo foi de 21,5 anos, sendo
consideradas em fase adequada para gestar, ou seja, em condições favoráveis
para enfrentar a gestação; 62% apresentavam com companheiro fixo, tendo o
segundo trimestre o período mais comum das ocorrências (58, 3%)
concordando com os resultados de autores pesquisados, assim como o fato de
serem primigestas (54%), e a maioria já terem história anterior de ITU,
reforçando que por este motivo somente, são consideradas de maior risco
gestacional. O agente etiológico mais comum foi a E.coli outro dado
concordante com a literatura, porém um elevado número de prontuários não
constavam o resultado da urocultura(...%), assim como a escolaridade e a
realização de pré-natal, dados que poderiam colaborar para maior análise.
Conclusão: Esses resultados reforçam a necessidade do diagnóstico precoce
e tratamento efetivo das ITUs em gestante, a fim de evitar a ocorrência
freqüente destas infecções. O acompanhamento pré-natal, com realização de
exames comuns, os quais fazem parte do protocolo de atendimento nas
unidades básicas de saúde, mais uma vigilância atenciosa as gestantes com
infecções anteriores, podem resultar em diminuição das complicações e
gravidades da infecção. Considera-se que as complicações da pielonefrite
podem ser evitadas através de medicações profiláticas. Sabe-se que a
mortalidade materna é inaceitável, porém casos ainda ocorrem e chocam os
profissionais que atendem, repercutindo em situações desestruturadora para a
família. Desta forma pode-se considerar que uma anamneze bem conduzida,
exame físico cuidadoso e exames complementares específicos, permitem
identificar, já na primeira consulta, gestantes com desvios físicos e
comportamentais que possam caracterizar gestação de alto risco. Quando se
tem uma pielonefrite diagnosticada, a conduta de internação e tratamento com
antimicrobianos e vigilância torna-se necessária. Através deste estudo pode-se
perceber a ocorrência destas ações. Em relação as evoluções das
pielonefrites, no ano de 2007, evoluíram para sepse 30% e destas 8,3%
tiveram suas vidas cessadas devido complicações da doença. A precocidade
no ingresso e a assiduidade nas consultas pré-natal constituem benefícios
indiscutíveis a saúde do binômio, sendo consideradas condições ideais para se
obter assistência efetiva e acesso a tecnologia adequada na atenção ao prénatal. Espera-se que estudos como este possa despertar nos profissionais
maior atenção as gestantes, levando a repensar em meios de garantir uma
assistência de pré-natal de melhor qualidade, evitando desta forma as
gravidades letais que ações simples podem evitar.
Palavras - chaves: infecção trato urinário, pielonefrite, pré-natal.
Referencias:
1-. LAKS, R, et al. Sepse durante a gestação. Relato de Caso. Rev. Brasileira de Terapia
Intensiva, v.19, n2, abr/jun; São Paulo, 2007.
2-MINISTÉRIO DA SAÚDE. Febrasgo. Urgências e Emergências Maternas. 2º ed.
Brasília, 2003.
3-REZENDE, J. Obstetrícia; 9ºed; São Paulo: Guanabara Koogan, 1991.
4-SCHOR, N. & SROUGI, M. Nefrologia, Urologia Clínica: 1ºed; São Paulo: Sarvier,
1998.
5-ZIEGEL, E.E. & CRANLEY, M.S. Enfermagem Obstétrica. 8ºedição. Rio de Janeiro.
Ed. Guanabara. 1985.
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