Componente Curricular: Enfermagem Médica Profª Mônica I. Wingert Módulo II Turma 201E DISTÚRBIOS URINÁRIOS INFECÇÕES DE TRATO URINÁRIO (ITU) As infecções urinárias decorrem da invasão de micro-organismos através do trato urinário e podem ocorrer em qualquer parte desses. Quando afetam a bexiga, chamamos de cistite, a uretra infectada chamamos de uretrite, a próstata, prostatite e os rins, pielonefrite. As infecções podem ficar assintomáticas durante meses ou até anos. Nos pacientes hospitalizados, o uso de cateterismo vesical tem elevado dramaticamente os índices de infecções urinárias. A incidência de ITU em mulheres é muito maior do que em homens devido às diferenças anatômicas existentes. A maioria das infecções urinárias é causada por agentes comuns à flora intestinal, devido à proximidade local, migram através do períneo para a uretra e daí para a bexiga. Uma higiene inadequada (do ânus para a bexiga), principalmente no caso das mulheres, após a defecação ou micção é um facilitador desse processo. CISTITE É uma inflamação da bexiga, cuja causa mais comum são as infecções ascendentes da uretra, como a contaminação fecal, o uso de sonda vesical ou cistoscópio. As relações sexuais também podem servir como forma de carrear micro-organismos de fora para dentro, principalmente em mulheres que não têm o hábito de urinar após as relações. A cistite em homens é secundária a algum outro fator como prostatite, epididimite ou cálculos renais. Manifestações clínicas Urgência urinária, disúria, polaciúria (eliminação frequente de urina), nictúria (micção frequente à noite), espasmos na região da bexiga e área suprapúbica são características da doença. Podem aparecer piúria, bacteriúria e hematúria nos exames de urina. Cuidados de enfermagem Orientar atitudes corretas para evitar a doença: Urinar sempre que tiver vontade, esvaziando a bexiga totalmente; Evitar banhos de banheira. Banhos de chuveiro evitam a migração das bactérias através da água. Realizar a higiene perineal, após as micções e evacuações, usando papel higiênico da vagina para o ânus e não ao contrário; Lavar a região perineal após evacuações, sempre que possível; Usar preservativos em caso de relações sexuais anais; Ingerir quantidades adequadas de líquidos. Administrar medicações conforme prescrição médica. Incentivar o aumente da ingestão de líquidos, evitando os que podem irritar a bexiga, como café, chás e colas. Facilitar o uso do banheiro, colocando o paciente em um leito próximo, mantendo um luz acesa à noite e evitando empecilhos pelo caminho. Orientar regularmente em caso de recidivas. Manter a higiene adequada no períneo caso o paciente esteja usando sonda vesical. Estimular a micção frequente e com total esvaziamento da bexiga. PIELONEFRITE É uma infecção da pelve renal, dos túbulos e dos tecidos de um ou de ambos os rins. Essa infecção pode ocorrer devido a uma migração de bactérias da bexiga até o rim ou via corrente sanguínea. A pielonefrite pode ser aguda ou crônica. A pielonefrite aguda é uma infecção ativa, na qual os processos inflamatórios podem produzir destruição tubular e formar abscessos. A inflamação intersticial pode resultar em destruição tubular e dos glomérulos. Por fim, a pielonefrite torna-se crônica, com os rins fibrosados, atrofiados e sem função. Manifestações clínicas No caso de pielonefrite aguda, o paciente apresenta calafrios, febre, dor no flanco e frequentemente disúria e polaciúria. A pielonefrite aguda pode tornar-se crônica. No caso da pielonefrite crônica, em geral, o paciente apresenta-se assintomático. Entretanto, pode ter fadiga, anorexia, emagrecimento, poliúria e polidipsia. Cuidados de enfermagem Orientar o paciente quanto à importância do tratamento adequado da pielonefrite aguda a fim de evitar a cronificação. Ensinar o paciente a reconhecer os sinais e sintomas e principalmente não negar a doença devido a falta dos mesmos, pois a doença pode ser assintomática. Orientar quanto à necessidade de perguntar ao médico sobre o uso de qualquer medicamento, pois a maioria das drogas é excretada por meio dos rins. GLOMERULONEFRITE AGUDA Glomerulonefrites ou glomerulopatias são afecções que acometem o glomérulo, estrutura microscópica do rim formada por um emaranhado de capilares e que é a principal estrutura renal responsável pela filtração do sangue. As doenças glomerulares são consequência de uma ampla variedade de fatores: distúrbios imunológicos, doenças vasculares, doenças metabólicas e algumas entidades hereditárias. Manifestações clínicas Podem ser tão leves que a doença somente seja descoberta por meio de exames de urina de rotina. Nas formas mais grave da doença, o paciente pode ter cefaléia, urina escura ou turva, mal-estar geral, edema facial, dor nos flancos e hipertensão leve. Cuidados de enfermagem Educar o paciente para o reconhecimento dos sinais de insuficiência renal. Manter o controle da pressão arterial e comunicar caso se mantenha elevada. Manter os cuidados de acordo com a evolução do quadro. UROLITÍASE Refere-se à presença de cálculos (pedras) no trato urinário. Esses cálculos são formados, em sua maioria por oxalato de cálcio (composto químico que forma cristais) e podem causar obstrução, inflamação ou infecção no trato urinário. Fatores de risco Estase urinária (diminuição do fluxo urinário), infecções urinárias, ingesta excessiva de cálcio e vitamina D, imobilidade prolongada e desidratação. Algumas vezes, os cálculos são secundários a doenças como hipertireoidismo, doença intestinal inflamatória ou gota. Quadro severo pode levar à pielonefrite ou insuficiência renal. Manifestações clínicas A dor pode ser forte apenas no momento de urinar ou tornar-se constante, não aliviando com mudança de posição; náuseas e vômitos podem acompanhar a dor. O quadro será de acordo com o local onde se encontra o cálculo. Cuidados de enfermagem Medicar para dor conforme prescrição médica. Calafrios; Febre; Dor costovertebral constante; Piúria; Disúria; Polaciúria. Monitorar, registrar e comunicar sinais precoces de insuficiência renal: Pressão arterial elevada; Oligúria. Estimula a ingesta hídrica. Orientar para que o paciente evite períodos prolongados de imobilidade. Realizar CD e BH conforme prescrição médica. Orientar ações que diminuem náuseas e vômitos: Ingerir alimentos frios; Comer em ambiente arejado; Comer pouca quantidade em mais vezes. Proporcionar cuidados adequados nos momentos de vômitos: Manter cuba próxima ao paciente; Desprezar conteúdo logo após os episódios de vômitos; Oferecer líquido para enxaguar a boca após o vômito.