Apresentação: A Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) é formada por profissionais médicos, nutricionistas, enfermeiras e farmacêuticos. Localiza-se no 3° andar (próximo a capela) com ramal 87669. A proposta de trabalho visa esclarecimentos, avaliação e seguimento das necessidades nuticionais dos pacientes do HC-UNICAMP. Importância: A EMTN atua na prevenção e tratamento dos distúrbios nutricionais (agudos e crônicos) associados a maior morbi-mortalidade, tempo de internação e ocorrência de complicações. Necessidade calórica: 25 a 35 Kcal / Kg / dia obs: usar o peso real do paciente quando este for desnutrido ou de compleição física proporcional e, nos obesos, usar o peso ideal (calculado a partir do IMC(*) * IMC= peso (Kg) / altura2 (m) (IMC ideal: 20 - 25) ** limite: 2000 Kcal/dia Necessidade hídrica: 30 a 40 ml / Kg / dia Nutrição enteral: Definição: uso de nutrição por meio de dispositivo para administração gástrica (preferencial), duodenal, ileal ou jejunal. Indicações de nutrição enteral: adequação das necessidades nutricionais e demandas metabólicas impossibilidade de ingestão VO (contra-indicado) distúrbios de deglutição incapacidade de ganho de peso adequadamente por VO doenças que impeçam o uso habitual de alimentação (neurológicas, psiquiátricas, neoplásicas, traumas, inflamatórias, pré e pósoperatórias e suas complicações, etc) Contra indicações de nutrição enteral: absolutas: o o o o obstrução intestinal completa fístula digestiva de alto débito (> 500ml) instabilidade hemodinâmica incapacidade completa de absorção relativas: o o o o dor pós-prandial intensa vômitos incoercíveis diarréia grave (perdas > 1500ml/dia) síndrome do intestino curto Contra-indicações de SNG/SNE: agitação psicomotora coagulopatia grave trauma facial com fraturas obstrução nasal e/ou esofágica grave câncer esôfago recusa do paciente Indicações de via de acesso enteral: preferencialmente gástrico: o o motilidade gástrica adequada risco de aspiração mínimo Indicações de acesso pós-pilórico: contra indicação de via gástrica devido a: o o risco de aspiração o o gastroparesia doença do TGI alto idade refuxo gastro gástrico ou redução do esvaziamento gástrico fístula do TGI pancreatite aguda Tipo de acesso pós-pilórico: • Curta duração (< 6-8 semanas): • Longa duração: nasoentérica (nasoduodenal e nasojejunal) jejunostomia/gastrostomia (percutânea endoscópica e cirúrgica) Jejunostomia: esofagectomia esofagogastrectomia deiscência anastomose ou fístula digestiva alta Indicações de gastrostomia/jejunostomia: dificuldade de acesso por via oral, nasal ou esofágica casos de obstrução mecânica, trauma ou inflamação uso prolongado de NE outras: ascite, coagulopatia, impossibilidade de transluminação, obstrução intestinal, grande hepatomegalia, diálise, obesidade mórbida Progressão da dieta enteral: 25% das calorias desejadas no 1° dia 50% das calorias desejadas no 2° dia 100% das calorias desejadas após 3° dia obs: as dietas hipercalóricas devem ser limitadas a pacientes com necessidade de restrição hídrica e administrar, a parte, a diferença entre o aporte hídrico desejado e o oferecido pela dieta * para obter a quantidade de água oferecida pela dieta, multiplique a quantidade em “ml” por 0,85 quando a concentração da dieta for 1,0 Kcal/ml, 0,8 se 1,5 Kcal/ml e 0,75 se 2,0 Kcal/ml Complicações da dieta enteral: diarréia: o secretora (DO < 50) o osmótica (DO > 150) o inflamatória vômito/náusea mecânicas: otite, sinusite, necrose de asa de nariz, etc outras: pneumonia, cólica, flatulência, dor abdominal, constipação *(DO) diferença osmótica= osmolalidade (290) – 2([Na+] + [K+]) Avaliar: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. decúbito suspender administração da próxima dieta velocidade de infusão da dieta (diminuir para metade) e uso de bomba de infusão mudança de fórmula: sem sacarose e/ou lactose, hidrolisada, uso de TCM uso de medicamentos, possibilidade de infecção, hipoalbuminemia dieta “estéril” uso de fibras • • 20 a 35g/dia ou 10 a 13g/1000kcal/dia (idosos: 10 a 13g/1000kcal/dia) sempre com a aumento do aporte de água 8. tratamento medicamentoso 9. contra-indicação da dieta enteral Modos de administração: • • • • • intermitente contínua • • absoluta com pausa “bolus” bomba de infusão sistema: aberto ou fechado Princípios de uso de SNG/SNE/estomia: • • • • • • • • • • checagem continuada do local da sonda (fixação, RX) somente iniciar infusão após certeza de localização adequada decúbito elevado 30-45° nunca adicione substâncias às fórmulas administrar medicamentos em “bolus” e VO sempre que possível respeitar o intervalo entre alimentação/medicação (vide bula) diluir os medicamentos separadamente lavar a sonda antes e após cada medicamento comprimidos devem ser triturados em pó fino e diluídos em água conferir estabilidade da medicação Monitorização nutricional geral (enteral e parenteral): • sugestão geral que deve ser adaptada conforme a necessidade balanço hídrico e peso diário exame físico nutricional diário checar aporte oferecido X recebido efetivamente checar via acesso nutricional (sonda, punção venosa) monitorização laboratorial enteral: período da NE primeiros 4 dias Após 5° dia Na+/K+ inicial e após 48 horas semanal Ca++/Mg++/fósforo inicial se desnutrido semanal perfil lipídico inicial (dislipidemia) semanal perfil hepático inicial semanal albumina e pré-albumina inicial semanal uréia e creatinina inicial semanal fita glicêmica 1x/dia semanal Indicações de nutrição parenteral: contra-indicações da nutricão enteral Aspectos iniciais: avaliação metabólica: correção prévia se necessário se possível: peso, IMC via de acesso (exclusiva para NP): o central o periférico: infusão na via distal osmolaridade < 700mOsm/l duração < 10 dias apenas para sustentação troca de local a cada 72h necessidades calóricas: o o o o na fase aguda do insulto, calcular 25Kcal/Kg/dia no 1° dia, infundir 50% do valor calculado acima após estabilização, progredir o aporte calórico distribuição de calorias: proteínas: 15 a 20% (17%) lipídios: 25 a 30% (29%) carbioidratos: 53% necessidades protéicas: conforme condição clínica (1g proteína = 4 Kcal) o o o o 0,8-1 g/Kg/dia de peso atual (exceto obesos) proporção calorias não nitrogenadas por grama de N = 120 a 140/1 cada g de proteína tem aproximadamente 16% de nitrogênio (100/16=6,25) condicões especiais: estresse grave (1,3 a 1,8 g/Kg/dia): pancreatite necro-hemorrágica, sepse grave, grande politraumatizado, grande queimado e pacientes submetidos a procedimento cirúrgico extenso estresse moderado (1,2 a 1,8 g/Kg/dia):sepse, moderadamente queimado, politrauma, trauma craniano, cirurgia de médio porte estresse leve (0,9 a 1,1 g/Kg/dia): internações para tratamento clínico sem processo inflamatório sistêmico ou pequenas cirurgias necessidades de carboidratos (1 g de CHO EV = 3,4 Kcal) (VO com 4 Kcal/g) o o necessidades de gorduras (1 g de Lip a 20% = 10 Kcal) o o quantidade máxima: 7 g/Kg/dia ou 5 mg/Kg/min quantidade mínima: 5 g/Kg/dia ou 3 mg/kg/min (~ 125 a 150 g/dia) velocidade de infusão máxima: 0,1 g/kg/hora máximo 30% das calorias ou até 1 g/Kg/dia necessidades de eletrólitos, minerais, vitaminas e oligoelementos o o o o o o sódio: 80 – 136 mEq potássio: 70 – 110 mEq cloro: 80 – 119 mEq cálcio: 10 - 15 mEq magnésio: 12 – 24 mEq fósforo: 7 - 10 mMol/1000 kcal * estes valores sugeridos eventualmente podem ser alterados devido às variações pertinentes ao quadro clínico do paciente [(p.ex.: hepatopata diminuir Na+; nefropata diminuir K+ e fósforo; desnutrido em recuperação aumentar K+, Mg++ e fósforo e diminuir Na+; se >2sem. avaliar necessidade de outros oligoelementos (p.ex. Zn++)] * compatibilidade de Ca++ com Pi observando a curva de compatibilidade, usando quantidades basais de magnésio & , não ultrapassando o número 150 após a multiplicação de Pi (mMol) por Ca ++ (mEq) em 1 litro de solução * a concentração das vitaminas e dos oligoelementos varia de acordo com o fornecedor da NP e, potanto, verificar a tabela e comparar com a formulação do fornecedor soluções usadas o NaCl 20%: 1 ml = 3,4 mEq o o o NaCl 10%: 1 ml = 1,7 mEq KCl 19,1%: 1 ml = 2,5 mEq Fosfato de K+ (2mEq/ml): 1 ml = 2 mEq de K+ e 1,1 mMol de fósforo o Fosfato Monoác. de K+ 10%: 1 ml = 0,76 mMol Pi e 1,25 mEq de K+ o Fósforo Orgânico 1ml = 0,33 mMol de fósforo e ~0,66 mEq de Na+ * não esquecer de computar o aporte de Na+ e K+ das soluções acima para cálculo total o Gluconato de Cálcio 10%: 1 ml = 100 mg = 0,5 mEq de Ca++ o Sulfato de Magnésio 10%: 1 ml = 0,8 mEq de Mg++ necessidade hídrica: o completar com água bidestilada para o volume final estimado situações especiais (discutir com EMTN): o o o insuficiência renal: somente nos casos crônicos com intuito de evitar diálise diminuir a proporção de proteínas para 6% a 8% insuficiência hepática: diminuir o aporte de lipídios e aumentar o aporte de carboidratos e, somente usar aminoácidos de cadeia ramificada para paciente com encefalopatia grau III/IV pneumopatia crônica: mudança de nutrição apenas se paciente com aporte calórico elevado e/ou com retenção de CO2 cuidados com NP prolongadas exclusivas: o o indicações de suspensão de dieta parenteral (avisar EMTN): o o o o após 2 semanas: vitamina K1 (Kanakion® 1ml = 10mg IM): 5mg (0,5ml) a cada 15 dias após 1 mês: vit B12 (Rubranova® 1ml = 100mcg IM): 100mcg (1ml) a cada 15 dias mudar de oligoelemento para solução de Oligoelemento Plus® instabilidade hemodinâmica bacteremia associada à NP hipofosfatemia grave (<1,0mg/dL) elevação de eletrólitos/oligoelemntos (Na+/K+Ca++/Mg++/fósforo) monitorização laboratorial parenteral: período da NP primeiros 4 dias Após 5° dia Na+/K+ dário diário ou 2-3x/sem Ca++/Mg++/fósforo diário 2-3x/sem perfil lipídico inicial 1x/semana perfil hepático inicial 1x/sem pré-albumina inicial 1x/semana albumina inicial a cada 28 dias uréia e creatinina diário 2x/semana fita glicêmica 4x/dia 2x/dia