GETH Newsletter Volume 06 Número 10 20 de abril de 2008 GETH Newsletter é uma publicação semanal Não Há Associação Entre mutyh e msh6 em Pacientes com Síndrome de Lynch distribuída aos sócios do Grupo de Estudos de Tumores Hereditários Sede R José Getúlio, 579 cjs 42/43 Steinke V, Rahner N, Morak M, Keller G, Schackert HK, Görgens H. No association between MUTYH and MSH6 germline mutations in 64 HNPCC patients. Eur J Hum Gen 2008;1-6. Mev Dominguez Centro de Pesquisa, Hospital A.C. Camargo Aclimação São Paulo - SP CEP 01503-001 Mutações germinativas nos genes MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2 são relacionadas E-mail [email protected] Site http://www.geth.org.br à Síndrome de Lynch (SL). As mutações no gene MSH6 são responsáveis por 10% a 15% de todas as mutações na SL. Os produtos do MSH6 e MSH2 foram um complexo, que reconhece erros de pareamento e loops de inserção e deleção e iniciam o reparo através da excisão da base. Assim, mutações no MSH6 reduzem a capacidade do sistema Editores de reparo, o que resulta no acúmulo de mutações somáticas nos genes supressores de Erika Maria Monteiro Santos tumor e oncogenes. Entretanto, a penetrância das mutações em MSH6 é mais baixa Ligia Petrolini de Oliveira Diretoria Presidente Benedito Mauro Rossi Vice-Presidente Erika Maria Monteiro Santos Diretor Científico Gilles Landman Secretário Geral Fábio de Oliveira Ferreira Primeira Secretária quando comparada aos genes MLH1 e MSH2. Portadores de mutação no gene MSH6 têm diagnóstico de câncer em idade mais tardia; uma menor incidência de câncer colorretal (CCR); pertencem a famílias que não preenchem os Critérios de Amsterdam ou seguem um padrão de herança autossômico dominante. Com isto, questiona-se se a mutação em MSH6 é a única responsável pelo aumento da susceptibilidade à tumores, ou se há fatores de susceptibilidade adicionais que contribuam para o fenômeno. Há associações entre variantes em genes modificadores e o fenótipo na SL. Por exemplo, o completo MSH2/MSH6 aumenta a afinidade do MUTYH ao substrato do DNA. Em razão da interação entre a proteína MUTYH com o sistema de reparo, especula-se que mutações monoalélicas no MUTYH afetam o fenótipo na SL, Ligia Petrolini de Oliveira especialmente em portadores de mutação no gene MSH6. Há relatos de aumento de Tesoureiro mutações monoalélicas no MUTYH em portadores de mutação no MSH6, e sugere- Wilson Toshihiko Nakagawa se que a interação entre MSH6 e MUTYH pode aumentar o risco de CCR. Não Há Associação Entre mutyh e msh6 em Pacientes com Síndrome de Lynch Este artigo publicado na European Jornal of Human Genetics tem como objetivo verificar a associação entre os genes MSH6 e MUTYH. perda nuclear da proteína MSH6. Não foi possível investigar outros familiares. O segundo paciente com mutação, apresentava uma mutação silenciosa em MSH6 de relevância funcional Métodos desconhecida, e uma mutação missense em MUTYH. A paciente apresentou um câncer retal MSS aos 51 anos, Os pacientes foram recrutados em seis hospitais na e pertencia a uma família que preenchia os Critérios de Alemanha, e foram incluídos pacientes que preenchiam Amsterdam. O tumor apresentava positividade para todas Critérios de Amsterdam II ou critérios Bethesda (original as proteínas do sistema de reparo. A paciente também e revisado). Foram incluídos 64 pacientes com mutação apresentava uma mutação missense em MLH1, interpretada germinativa em MSH6. Destes 10 preenchiam Critérios como um polimorfismo raro. de Amsterdam, 45 preenchiam Critérios Bethesda original Assim, uma das mutações em MUTYH foi identificada e nove preenchiam Critérios Bethesda revisados. Os em uma paciente pertencente ao grupo de 42 pacientes tumores foram submetidos à análise das proteínas por com mutação patogênica em MSH6, e a outra mutação imunohistoquímica e a instabilidade de microssatélites. Dos foi identificada em um paciente pertencente a um grupo tumores analisados, seis dos que pertenciam a pacientes de três pacientes com mutação silenciosa em MSH6. com Critérios Amsterdam, 35 dos tumores pertencentes a Nenhuma mutação do MUTYH foi observada no grupo pacientes com Critérios Bethesda original e seis dos com de 19 pacientes com mutação missense em MSH6. Critérios Bethesda revisados eram MSI-H. Foi realizado seqüenciamento dos MSH6 e MUTYH. Dados sobre a freqüência da mutação do MUTYH Não foi observada diferença na freqüência de mutação do MUTYH entre os pacientes com mutação em MSH6 quando comparada à frequencia da população geral. na população geral foram extraídos de três estudos casocontrole em populações caucasianas. Em todos os estudos, de 577 controles, nove mutações foram identificadas, o que indica uma freqüência de 1,6% na população. Discussão A hipótese que mutações germinativas em genes de baixa penetrância em dois ou mais genes funcionalmente Resultados relacionados expliquem a variação fenotípica é plausível. Esta hipótese serviu de base para estudos que buscaram Dos 64 portadores de mutação em MSH6, foram verificar a associação entre mutações nos genes de reparo identificadas duas mutações monoalélicas no gene e o gene MUTYH. Estudos anteriores verificaram que MUTYH (3,1%). Nenhum paciente apresentou mutação não há associação entre mutação nos genes MLH1 e bialélica. Um dos pacientes com mutação monoalélica no MSH2 e o gene MUTYH. Um estudo anterior verificou MUTYH apresentou mutação patogênica no MHS6, e uma freqüência aumentada de mutação no MUTYH em foi diagnosticada com um tumor de ovário aos 54 anos portadores de MSH6 (20% dos portadores de mutação no e um tumor colorretal aos 55 anos, preenchendo Critério MSH6 apresentaram mutação no MUTYH). Este resultado de Bethesda. O tumor colorretal era MSI-H e apresentava diferiu do apresentado nesta newsletter. Os autores do GETH Newsletter 2008 Volume 06 Número 10