O papel das Comissões de Farmácia e Terapêutica

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farmácia hospitalar
Garantia da qualidade, controlo de custos
e monitorização do plano terapêutico
colégios de especialidade
O papel das Comissões de
Farmácia e Terapêutica – I
No âmbito das actuaispolíticasde
3.Emitirparecereserelatóriosacerca
saúde,comparticulardestaqueparaos
detodososmedicamentosaincluir
gastoscommedicamentos,asComis-
ouaexcluirnoFHNM.Estesrelató-
sões de Farmácia e Terapêutica (CFT)
rios serão enviados trimestralmente
têmumimportantepapelnagarantia
aoINFARMED.
dequalidade,controlodecustosemonitorizaçãodoplanoterapêutico.
Dadaaactualidadedotemaeasua
4.VelarpelocumprimentodoFHNMe
dassuasadendas.
5. Pronunciar-se sobre a correcção da
influência na actividade farmacêutica
terapêutica prescrita aos doentes,
e no funcionamento dos serviços far-
quandosolicitadopeloseupresiden-
macêuticos hospitalares, procurou-se
te e sem quebra das normas deonto-
efectuar uma abordagem sucinta mas
lógicas.
a todas as comissões de farmácia e
terapêuticadoshospitais.
Estratégias
para o controlo de custos
Adespesacommedicamentostem
aumentado consideravelmente nos últimos anos como consequência de vários factores, nomeadamente:
Aumentodaprocuradecuidadosde
saúde, por envelhecimento da po-
coerente, dando particular ênfase ao
6. Apreciar com cada serviço hospitalar
pulação, cronicidade de diversas pa-
enquadramento legal das CFT, às es-
oscustosdaterapêuticaqueperio-
tologias, disponibilização de novas
tratégias para o controlo de custos
dicamente lhe são submetidas, após
terapêuticas para suprir “lacunas
com medicamentos, à substituição te-
emissão de parecer obrigatório pelo
terapêuticas”,etc.
rapêutica e definição de equivalentes
director dos serviços farmacêuticos
Comercialização de novas alternati-
terapêuticoseaindaànecessidadede
dohospital.
vas terapêuticas de elevado custo.
serem implementados formulários e
protocolosterapêuticos.
7. Elaborar, analisando o parecer de
custosaemitirpelodirectordosser-
Utilização de tratamentos cada vez
maiscomplexos.
Do exposto torna-se perceptível a
viços farmacêuticos, a lista de me-
necessidade de subdividir o trabalho
dicamentos de urgência que devem
Todos estes factores podem repre-
em dois capítulos a serem publicados
existir nos serviços de acção médica.
sentar um avanço no tratamento dos
subsequencialmente.
8. Propor o que tiver por conveniente
dentrodasmatériasdasuacompe-
Enquadramento legal
tência.
ODespachon.o1083/2004,de1de
nossosdoentes.
O estabelecimento de protocolos de
utilizaçãodestasterapêuticasdeacordo com a evidência científica dispo-
Dezembro de 2003, regulamenta as CFT
Ainda relacionado com as compe-
nível, definindo de forma clara os do-
dos hospitais do sector público adminis-
tências da CFT, de salientar o Despa-
entes que podem beneficiar com elas,
trativo integrados na rede de prestação
chon.o 5542/2004, de 26 de Fevereiro,
será a principal ferramenta para garan-
decuidadosdesaúde.Esteregulamento
que determina:
tiraodoentecuidadoscomqualidadee
visa enquadrar a composição, competências e modo de funcionamento das CFT.
eficácia de custos.
1.Os pareceres e relatórios das CFT
Outracausaimportanteparaocres-
No âmbito deste trabalho, é funda-
dos hospitais do Serviço Nacional de
cimentodogastocommedicamentosé
mental referir as competências mencio-
Saúde deverão ser enviados trimes-
a incessante comercialização de novos
nadas no ponto 2 do referido despacho:
tralmenteaoINFARMED,emsuporte
fármacos, sem vantagens terapêuticas
informático ou em papel.
relativamente aos disponíveis, mas
2.O INFARMED compilará esses pare-
sensivelmente mais caros. A selecção
os serviços de acção médica e os
ceres, sendo estes objecto de análi-
dosmedicamentosautilizarnohospi-
serviços farmacêuticos.
se pelo Observatório do Medicamen-
tal, baseada em critérios de eficácia,
to, visando assegurar a adequada
segurança, custo e necessidade, servi-
harmonização a nível nacional.
rá para evitar aumentos de gastos que
1.Actuarcomoórgãodeligaçãoentre
2. Elaborar adendas privativas de aditamentoouexclusãoaoFormulário
HospitalarNacionaldeMedicamentos(FHNM).
36 ROF84
3. A análise dos pareceres será divulgadaregularmenteparaconhecimento
não proporcionem valor acrescentado
aosnossosdoentes.
avaliação e selecção de
medicamentos
sõessistemáticaseestudosprimários
relevantes que dão suporte aos pon-
Actualmente, a quantidade deme-
tos descritos anteriormente. Os pro-
dicamentos novos introduzidos no mer-
tocolos terapêuticos implementados
cado é demasiado elevada, sobretudo
na instituição são outro ponto básico
se efectuarmos uma análise das vanta-
de referência a ter em consideração.
gens que os mesmos trazem relativamenteàsterapêuticasexistentes.
b) Definir a possibilidade de incluir o
Umadasconsequênciasdaintrodu-
medicamento num programa de
ção no mercado de novos fármacos que
substituição terapêutica.
pouco acrescentam às alternativas te-
A implementação de um formulário
rapêuticas pré-existentes é que o número de doentes que devem ser tratados com os mesmos para obter uma
ouadendasaoFHNMnohospitalimcondiçõesdeusoadequadas.
O registo de um novo medicamento
plica a necessidade de estabelecer
critériosdeactuaçãoperanteapres-
unidade de resultado adicional é fre-
garante a sua qualidade, segurança e
criçãodemedicamentosnãoincluí-
quentemente elevado. Como o preço
eficácia; no entanto, isto não implica que
dosnosmesmos.
dos novos medicamentos tende a ser
o novo fármaco proporcione benefícios
Os programas de substituição tera-
superior, o custo incremental derivado
clínicos relevantes, nem que seja cus-
pêutica são programas de apoio à
dasuaaplicaçãopodechegaraserex-
to-efectivo ou que o seu perfil de segu-
prescrição de fármacos não incluídos
traordinariamentepesado.
rança a longo prazo esteja estabelecido.
no formulário e/ou adendas, em que
Assim, o profissional de saúde movi-
Assim, os hospitais, através das CFT,
é aconselhada a atitude terapêu-
menta-se num ambiente condicionado
desenvolvem processos de selecção de
tica a ter de acordo com a política
por uma abundância de fármacos re-
medicamentos, estando a sua activida-
de medicamentos do hospital: con-
dundantes, uma informação limitada so-
decentradanagestãodoconhecimen-
tinuar com o tratamento, suspen-
bre o seu valor terapêutico e, ao mesmo
to focado nas áreas de procura de infor-
der o fármaco ou substitui-lo por um
tempo, um confronto de interesses eco-
mação, avaliação crítica da literatura,
equivalente terapêutico. Assim, as-
nómicos que motivam uma forte pres-
análise comparativa das alternativas
segura-seousodamelhoralternati-
sãopromocionaldestesmedicamentos
terapêuticas, avaliação de segurança
va terapêutica face aos fármacos in-
que se pretendem ser inovadores.
e farmacoeconómica.
cluídos no formulário e/ou adendas.
Por tudo o exposto, a avaliação e se-
A selecção de medicamentos não
lecçãodemedicamentosconstituiuma
deve limitar-se a decidir de modo qua-
das principais ferramentas da política de
litativo sobre a inclusão do novo medi-
medicamentos nos diferentes níveis as-
camento no formulário, mas também
sistenciais. O seu objectivo é conhecer
o seguinte:
o valor terapêutico real do medicamen-
c) Definir grupos de medicamentos homólogos.
Aconsideraçãodedistintosprincípios
activos como medicamentos homólogos (equivalentes terapêuticos que
to, baseando-se nos ensaios clínicos dis-
a) Definir o seu posicionamento tera-
seutilizam,nohospital,independen-
poníveis, e informar os profissionais, de
pêuticoegarantiroseuusoemin-
temente de a sua escolha ser em fun-
forma imparcial e independente, sobre
dicaçõesclínicasecondiçõesdeuso
ção do custo ou da disponibilidade)
as vantagens e inconvenientes destas
adequadas.
tem uma implicação económica fun-
novidades em comparação com os tra-
Deve determinar-se em que circuns-
damental, que se relaciona directa-
tamentos já existentes.
tâncias o medicamento apresenta
mente com a gestão de compras e
A Organização Mundial de Saúde
vantagens substanciais sobre as al-
com o uso eficiente de recursos, es-
(OMS) define a selecção de medicamen-
ternativas existentes. Devem ter-se
tabelecendo-se como uma estratégia
toscomoum“processocontínuo,multi-
em atenção os seguintes pontos:
importante para a racionalização do
disciplinar e participativo, que pretende
gastocommedicamentos,aopermi-
assegurar o acesso aos fármacos neces-
Lugar do fármaco na terapêutica.
tir a competitividade no mercado de
sários num determinado nível assistencial
Oqueacrescentaaoarsenaltera-
diferentes princípios activos para uma
tendo em atenção critérios de eficácia,
pêutico disponível.
segurança, qualidade e custo, promoven-
A quem proporciona vantagens
doassimousoracionaldosmesmos.”
Nos últimos anos, além de um au-
(subgrupos de doentes).
Oscustosdasuainclusão.
mesmaindicaçãoterapêutica.
Para o estudo e avaliação de um novo
fármaco devemos ter em atenção dois
mento no rigor científico e metodológi-
Ao rever o esquema terapêutico prévio
aspectos primordiais: a relação benefício
co, também aumentou a complexidade
à introdução do fármaco e as evidên-
/risco e a relação custo/efectividade.
da avaliação de novos medicamentos,
cias que a sustentam, devem tomar-se
Énecessárioaplicarconceitoseme-
dadoqueaselecçãodestesnãoselimi-
como referência guidelines relativas
todologia da Medicina Baseada na Evi-
ta a decidir sobre a sua introdução no
ao problema de saúde para o qual está
dência (MBEv), que é a base para quan-
formulário, mas também determinar o
indicado o novo fármaco. Quando es-
tificar a eficácia do fármaco e a sua
seuposicionamentoterapêuticoega-
tas não existem, ou são de baixa qua-
relação benefício/risco, mas também
rantiroseuusonaindicaçãoclínicae
lidade, deve tomar-se por base revi-
temos de avaliar os recursos que será
ROF79
ROF84
37
colégios de especialidade
farmácia hospitalar
necessário utilizar, e para tal deve recorrer-se a métodos de economia da
saúde, de modo que a MBEv deve complementar-se com o que se denomina
Medicina Baseada na Eficiência (MBEf).
Ambos os pontos de vista devem
Basesparaaselecçãode
medicamentos
1.o passo:
aplicar mbEv
a) Avaliar eficácia
b) Avaliar efectividade
c) Avaliar segurança
2.o passo:
aplicar mbEf
a) Avaliar custo –
eficácia incremental
b) Estimar o impacto
económicoeos
benefícios sobre asaúde.
c) Definir possíveis
condiçõesdeuso
considerar-se com rigor metodológico
para que sejam úteis no momento da
tomadadedecisõesapropriadas.
Oprincipalpontoparadecidirquetipo
deestudoeconómicoéomaisadequado
para avaliar um medicamento deve basear-se na eficácia demonstrada do mesmo. Trata-se de avaliar se as evidências
3.o passo:
a decisão
—Sim
—Não
—Simcomcondições
deuso
— Equivalente
terapêutico
De um ponto de vista prático, para
realizar a avaliação de forma ordenada
e sistemática, propõe-se seguir o seguinte esquema:
Fase 1. Pesquisa e classificação da informação
Fase 2. Avaliação técnica. Avaliação
da eficácia, efectividade, segurança e
estudoseconómicos.Apresentarosdados básicos de forma compreensível e
melhorias mais relevantes proporcionadas pelo fármaco.
disponíveis nos permitem decidir se o
medicamento é mais eficaz ou não do
recursos adicionais se devem fornecer
Fase 3. Conclusões: posicionamento
que a alternativa com que se compara.
por cada unidade adicional de eficácia.
terapêuticoecondiçõesdeuso.
Se concluímos que ambas as alter-
A análise farmacoeconómica baseia-
nativas são equivalentes terapêuticos
-se, por um lado, em realizar uma ava-
Trata-se de avançar no seguinte pro-
em eficácia e segurança, em princípio
liação do CEI a nível hospitalar e, por
cesso:
deve fazer-se um estudo de minimiza-
outro lado, em analisar os estudos far-
çãodecustos.
macoeconómicos publicados sobre o
Seconcluímosqueumadasalterna-
novo medicamento.
tivas é mais vantajosa, o estudo econó-
Igualmente, deve estimar-se o im-
mico sobre o novo fármaco deverá ser
pacto económico e os resultados sobre
orientado para estimar qual o Custo – Efi-
a saúde no âmbito específico do hos-
cácia Incremental (CEI) relativamente às
pital, e realizar análises de subgrupos
alternativas existentes, ou seja, quantos
para definir condições de uso.
Nota: A segunda parte deste trabalho será publicada na próxima edição da revista.
38 ROF84
1. Inclusão no formulário e/ou adenda
(sim, não, ou equivalente terapêutico).
2. Definir as condições de uso.
3.Incluirnumprotocoloterapêuticoespecífico.
4.Incluir numa guideline (norma) de
práticaclínica.
4 a 8 de Novembro 2008
Centro de Congressos do Estoril
“Farmácia Hospitalar: Mudança de Paradigma?”
Programa
Dia 4 – Terça-feira
Workshop 1: Gestão de um serviço por
objectivos
Coordenadores: Dra. Ana Leandro
Dr. Armando Alcobia
09h30
A Diferença entre uma Equipa e um Grupo
10h15
O Trabalho de Equipa versus o Espírito de Equipa
11h00
Intervalo para café
11h30
As Etapas de Desenvolvimento de uma Equipa
12h00
As Características de um Serviço Eficiente
12h30
Almoço
14h00
O Estabelecimento de Objectivos
15h00
OImpactodaLiderançanoClimaenos
Resultados
16h00
Intervalo para café
16h30
O Papel Individual na Facilitação do Rendimento
de um Serviço
17h30
Fim dos trabalhos Palestrantes: Dr. Pedro Costa
Malheiro e Dra. Edite Saraiva
Workshop 2: Etapas para a Certificação de
um serviço Farmacêutico
Coordenadores: Dra. Vera Pires
Dr. António Melo Gouveia
Provisório
Dia 5 – Quarta-feira
09h00
Abertura Secretariado
09h30
Sessão de Comunicações Livres
10h30
sessão Plenária i
informação e Conhecimento
Novos Doentes, Novos Medicamentos, Novas Doenças
Dr. Pedro Silvério Marques (GAT)
moderador: Dra. Maria Augusta Soares
(Faculdade de Farmácia da Universidade de
Lisboa)
11h30
Intervalo para café
12h00
SimpósioSatélite
13h00
Almoço de Trabalho
14h30
SimpósioSatéliteBMS
15h30
Intervalo para café
16h30
11h30
Pausa Para café
INFARMED – A confirmar
12h00
Motivações para a certificação de uma Farmácia
Hospitalar
Palestrante: Dr. António Melo Gouveia (IPO,
Lisboa)
Dra. Ana Paula Caliço Raposo - Sub-Directora da
Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos
especiais sobre o Consumo (DGAIEC)
12h30
Almoço de trabalho
14h00
Aplicação prática do processo de Certificação
–Armazémdemedicamentos
Palestrante: Dra. Vera Pires (IPO, Lisboa)
14h30
Aplicação prática do processo de Certificação
–Citostáticos
Palestrante: Dr. Humberto Gonçalves (IPO,
Lisboa)
15h00
Organizaçãodeumsectordeensaios...sem
certificação.
Palestrante: Dr. José Feio (Hospitais da
Universidade de Coimbra)
Certificados, e depois?
Palestrante: Dra. Paula Campos (Hospital do
Barlavento Algarvio)
16h30
Discussão expectativas e aplicabilidade no
própriohospital
17h00
Avaliação
Workshop 3: Farmacocinética
Coordenadores: Doutora Marília João Rocha
Prof. Doutora Anabela Almeida
09h30
10h15
Farmacocinética: da investigação à clínica
– novos desenvolvimentos.
Palestrante: Prof. Doutor Amílcar Falcão
AnáliseFarmacocinéticaeCálculos
Palestrante: Prof. Doutor Gilberto Alves
11h00
Intervalo para café
11h30
Exercíciospráticos.
12h30
Almoço
14h00
Factores que modificam a biodisponibilidade dos
medicamentos.
Palestrante: Doutora Marília João
15h00
moderador: Dr. Rui dos Santos Ivo (APIFARMA)
17h30
Sessão de Abertura
18h00
CocktaildeBoasVindas
10h30
Sessão de Comunicações Livres
sessão Plenária iii
Novas abordagens terapêuticas
ExperiênciaPortuguesa
HospitaldeSantaMaria
Centro Hospitalar da Cova da Beira
Dra.OlímpiaFonseca
moderador: Dra. Helena Farinha (CHLO)
11h30
Intervalo para café
12h00
SimpósioSatéliteAmgen
13h00
Almoço
14h30
Simpósio Satélite Novartis
15h30
Pausa para café
16h30
sessão Plenária Vi
investigação em Farmácia Hospitalar
Procedimentos operativos normalizados para a
resposta a questões clínicas.
Aplicabilidade à área da segurança
emteratologia
Dra.AnaCristinaRama
(Hospitais da Universidade de Coimbra)
Polimorfismos dos receptores Fcγ e resposta a
rituximab em linfomas não hodgkin
Mestre Márcia Germana Silva (Hospital de S.
João)
Monitorização de antibióticos em Recém
– Nascidos
Doutora Marília João Rocha (Hospitais da
Universidade de Coimbra)
Avaliação dos custos de um doente com cancro
Dr. António Araújo (IPO, Porto e Hospital S.
Sebastião)
moderador: Prof. Doutora Eugénia Pereira
17h30
SessãodeEncerramento
MedicamentosBiológicoseBiosimilares,
Prof. Doutor João Gonçalves (Faculdade de
Farmácia da Univ. Lisboa)
Dia 8 – Sábado
Terapia Génica, Engenharia de Tecidos,
Nanotecnologia
Prof. Doutor João Nuno Moreira (Faculdade de
Farmácia da Univ. Coimbra)
Workshop 4: Gestão da Farmácia Hospitalar:
Desafios Estratégicos
(Para Directores e Responsáveis dos Serviços Farmacêuticos)
Impacto Novas Terapêuticas na Farmácia
Hospitalar
Dr.ª Angelina Martins (S. Farmacêuticos HUC)
isCtE/aPFH (InstitutoSuperiordeCiênciasdo
Trabalho e Empresa/Associação Portuguesa de
FarmacêuticosHospitalares)
moderador: Dr. Armando Alcobia (Hospital
Garcia de Orta)
11h30
Intervalo para café
12h00
SimpósioSatélitePfizer
13h00
Almoço
14h30
SimpósioSatéliteRoche
15h30
SessãodePosters
16h00
Pausa para café
16h30
sessão Plenária V
tecnologias de informação e automação
na mudança de paradigma na FH
Dia 6 – Quinta-feira
09h30
Sessão de Comunicações Livres
Avaliação de Tecnologias
Dra. Teresa Bermejo Vicedo (Hospital Ramon y
Cajal, Madrid )
sessão Plenária ii
Globalização e Contrafacção de
medicamentos
Novos Doentes, Novos Medicamentos, Novas
Doenças
Dr. David Shore (Pfizer UK)
16h00
10h30
Informação e Conhecimento num Hospital Português
DoutoraAnaCristinaRama(S.FarmacêuticosHUC)
Conceitos básicos de certificação e elementos
básicos da norma ISO 9000-2001 Palestrante: Eng.ª Patrícia Marques (BIQ)
Pausa para café
09h30
Fontes de Informação
Dra. Mónica Galo (INFARMED)
9h30
15h30
Dia 7 – Sexta-feira
sessão Plenária iV
Medicamentos em fim de ciclo: quem os
produz?
Produção Estatal: possibilidade outsourcing?
Dr. Armando Cerezo (Laboratório Militar)
Chairpersons: Prof. Luís Martins, Prof. Batel
Marques
09h00
Abertura – Dr.ª Aida Batista
(Presidente da APFH), Prof. Luís Martins (ISCTE)
09h15
Enquadramento estratégico dos Serviços
FarmacêuticosnoHospital
10h15
Discussão
10h45
Intervalo para café
11h15
Análise estratégica dos Serviços Farmacêuticos:
metodologias de abordagem
12h15
Discussão
12h45
Almoço
14h00
Projecto de desenvolvimento estratégico dos
Serviços Farmacêuticos
15h00
Discussão
15h30
Intervalo para café
16h00
Trabalho em painel: estudo de caso
Métodoseprogramasdecálculosem
Farmacocinética(recolhadedados).
Palestrante: Prof. Doutora Anabela Almeida
16h00
Intervalo para café
ProduçãoNumHospital
Dr.TorstenHoppe-Tichy–Farmácia,Hospital
Universitário de Heidelberg, Alemanha
moderador: Dr. António Melo Gouveia (IPO, Lisboa)
16h30
Exercíciospráticos.
17h30
Encerramento dos Trabalhos
17h00
Apresentação dos trabalhos
18h00
Fim dos trabalhos
20h00
Jantar do Congresso
18h00
Encerramento Palestrantes: a confirmar
indústria farmacêutica
Resumo de trabalho de candidatura ao título de especialista
introdução
tização de um sector de embalagem. Na
lidade do produto final é assegurada, na
verdade, a automatização de um sector
sua maioria, através de mecanismos de
enorme pressão sobre a redução dos
de produção contribui para o aumento
controlo automático, em oposição ao
custos, o que obriga as unidades de pro-
da competitividade de uma empresa, ao
processo de controlo exclusivamente vi-
dução a operarem eficiente e consisten-
permitirumincrementodacapacidade
sual.Umaanálisederiscopelométodo
temente, com elevados padrões de qua-
deproduçãoinstalada,amenorescus-
FMEA permitiu identificar e quantificar o
lidade. Este trabalho aborda a dicotomia
tos.Poroutrolado,comaautomatiza-
riscoassociadoàimplementaçãodestes
benefício/risco introduzida pela automa-
ção de um sector de embalagem, a qua-
novos sistemas.
Actualmente,tem-seassistidoauma
Fase
Tabela 1 – Apresentação dos dados resultantes da análise de risco para o processo de blisteragem
MododeFalha
Falha gravação
Efeito
Blister com falha no alumínio
Gravação
Alumínio
colégios de especialidade
Optimização do processo de
embalagem – I
Textoincorrecto
Blisterssemcomprimidos
%
Causa
Provável
Deficiente enrolamento do alumínio
20%
Quantidade tinta insuficiente
10%
Sujidade cilindro
20%
Dessincronizaçãodamáquina
40%
Cilindro danificado
10%
Troca cilindro (falha humana)
100%
Espessura comp. fora especificação
20%
Formato/calhainadequados
10%
Forma do comprimido fora especificação
10%
Ausênciadecomprimidos
10%
O
D
S
RPN
9
4
7
252
3
5
10
150
4
4
6
96
2
5
3
30
3
5
6
54
4
5
8
160
3
2
3
18
2
6
4
48
4
5
10
200
2
3
9
54
1
6
10
60
Ausênciadesincronizaçãodopassodamáquina 50%
comaalimentaçãomanualdooperador
Comprimidosemexcesso
no alvéolo
Blisterscomcomprimidosem
excesso
Formatoinadequado
20%
Espessura comp. fora especificação
30%
Selagem
Ausênciadesincronizaçãodopassodamáquina 50%
comaalimentaçãomanualdooperador
Inspecção de blisters
Marcaçãolotee
validade
Corte
Acondicionamentoprimário
Alimentação
Faltadecomprimidosnos
alvéolos
Identificação incorrecta do produto
Causas
40 ROF84
Comprimidospartidos
Produto com defeito
Dureza/Friabilidade fora de especificações
100%
Faltadeestanquecidade
doblister
Exposiçãodoscomprimidos
Temperatura de selagem fora de especificação
50%
Pressão de selagem fora de especificação
45%
Formatodesgastado
5%
Cortedescentrado
Blisterdescentrado
Acertoincorrectodopassodamáquina
60%
Gravação incorrrecta do alumínio
40%
Falhadocorte
Blistermalcortado
Estaçãodecortedesgastada
100%
Lote/validade errados
Identificação incorrecta do produto
Troca de caracteres (falha humano)
70%
Caracteres invertidos
20%
Informação incorrecta
10%
Falhaouausênciade
marcação de lote/validade
Ausência de identificação ou
identificação insuficiente do
produto
Nãodetecçãode
comprimidosdeoutracor
Possibilidade de incorporação de
comprimidos diferentes
Não detecção de falta de
comprimidos
Pressão insuficiente
50%
Posiçãoincorrectadaplacae/oucaracteres
30%
Caracteresdesgastados
20%
Limpeza insuficiente da máquina
95%
Contaminaçãonobulk
5%
Blisters com falta de comprimidos
Falhahumana
100%
5
4
6
120
Nãodetecçãode
comprimidospartidos
Produto com defeito
Falhahumana
100%
5
5
6
150
Nãodetecçãodetexto
incorrecto ou falha do texto
Identificação incorrecta ou
ausência de identificação
Falhahumana
100%
5
5
10
250
1. avaliação do sector de
embalagem
de60comprimidos,eramnecessárias
conhecidososriscosinerentesaopro-
77 horas, obtendo-se um rendimento
cesso de embalagem existente até en-
de 216 unidades/h. Relativamente à
tão, efectuou-se uma análise de risco
1.1. Produtividade
embalagem dos frascos, a produtivi-
relativa ao processo de embalagem de
O estudo do sector passou inicial-
dade era muito aproximada (222 uni-
comprimidos,emparticular.Pretendeu-
mente por uma fase de definição dos
dades/h). Estes dados revelaram uma
-se, assim, identificar e analisar os ris-
indicadores que permitissem medir e
claraincapacidadederespostadosec-
cos associados à operação, de forma a
avaliar o processo de embalagem (os
tor face a um mercado competitivo e
detectar os pontos críticos susceptíveis
indicadores estabelecidos podem ser
exigente. De facto, o processo de em-
de melhoria, justificando desta forma
consultados na tabela 5). Procedeu-se
balagem apresentava-se bastante seg-
os investimentos a realizar.
igualmente ao levantamento do núme-
mentado, envolvendo um número ele-
rodeoperações,deoperadoresneces-
vado de operadores em tarefas pouco
Mode, Effects Analysis), por se tratar
sáriosedotempodispendidoemdois
produtivas.
de uma técnica indutiva, útil para lidar
tipos de embalamento-padrão (um lote
Utilizou-se o método FMEA (Failure
com o erro humano e para identificar
de comprimidos e um lote de frascos).
1.2. Qualidade
perigos. Esta permite avaliar as poten-
Constatou-se que para embalar um mi-
No que se refere aos aspectos rela-
ciais falhas e as suas consequências
lhãodecomprimidosemapresentações
cionadoscomaqualidade,nãosendo
para o produto final ou performance,
Fase
Tabela 2 – Apresentação dos dados resultantes da análise de risco para o processo de carimbagem e
verificação de cartonagens, dobragem de literaturas e embalagem
MododeFalha
Inspecçãode
cartonagens
Dobragem de
literaturas
Acondicionamentosecundário
Carimbagem das cartonagens
Textoincorrecto
Falhaouausênciade
marcação
Cartonagensdeproduto
diferente
Identificação incorrecta do produto
Ausência ou falha da identificação
doproduto
Utilizaçãodemateriaisincorrectos
Causas
%
Causa
Provável
Trocadecaracteres
80%
Informação incorrecta
10%
Caracteres invertidos
10%
Posiçãoinadequadadoscaracteres
50%
Quantidade tinta insuficiente
10%
Pressão insuficiente
20%
Carimbo desgastado
20%
Troca no fornecedor
60%
Limpezaincorrectadoequipamento
20%
Troca com outro produto (falha humana)
20%
Não detecção de falha ou
ausênciademarcação
Ausência ou falha da identificação
doproduto
Falhahumana
100%
Nãodetecçãocartonagens
deoutroproduto
Utilizaçãodemateriaisincorrectos
Falhahumana
100%
Literaturadeoutroproduto
Utilizaçãodemateriaisincorrectos
Literaturas dobradas
incorrectamente
Cartonagensouliteraturas
deoutroproduto
Embalagem
Efeito
Blisters deoutroproduto
Defeito do produto
Utilizaçãodemateriaisincorrectos
Utilizaçãodeprodutosincorrectos
Troca no fornecedor
50%
Limpezaincorrectadoequipamento
20%
Trocacomoutroproduto(errohumano)
30%
Alteraçãodagramagem
10%
Falhadoequipamento
80%
Dimensão da literatura fora de especificação
10%
Troca no fornecedor
60%
Limpezaincorrectadoequipamento
10%
Trocacomoutroproduto(Falhahumana)
20%
Contaminação do bulk de blisters
20%
Identificação incorrecta do bulk
20%
Limpezaincorrectadoequipamento
20%
Trocacomoutroproduto(Falhahumana)
40%
O
D
S
RPN
4
3
10
120
5
5
7
175
3
6
10
180
5
5
8
200
5
5
10
250
3
7
10
210
4
4
2
32
3
7
10
210
2
6
10
120
N.ºincorrectodeblisters/cx
Defeito do produto
Falhahumana(contagemincorrecta)
100%
5
6
8
240
Ausênciadeliteratura
Identificação insuficiente do produto Falhahumana(contagemincorrecta)
100%
5
6
9
270
MododeFalha
Agrupamento instável
Cintagem
Grupagem
Fase
Tabela 3 – Apresentação dos dados resultantes da análise de risco para o processo de grupagem
Produtos diferentes no
mesmoagrupamento
Efeito
Desmonoramentodagrupagem
Misturadeprodutonumapalete
Causas
%
Causa
Provável
Tira de papel com folga (erro humano)
70%
Papelkraftpoucoresistente
20%
Fitacolapoucoresistente
10%
Trocadeprodutos(errohumano)
50%
Limpeza insuficiente do equipamento
40%
O
D
S
RPN
2
2
4
16
1
6
7
42
ROF79
ROF84
41
indústria farmacêutica
Tabela 4 – Apresentação dos modos de falha com RPN>200 e respectivos planos de acção,
ordenados por fase sequencial de embalagem
Fase
MododeFalha
RPN
Falha gravação
252
Impressãodoalumínioemlinha
Marcação lote e validade
Lote/validade errados
200
Impressãodoalumínioemlinha
inspecção de blisters
Não detecção de texto incorrecto ou falha do texto
250
Impressãodoalumínioemlinha
200
Impressãodascartonagensemlinha
Nãodetecçãodecartonagensdeoutroproduto
250
Colocação de códigos de barras nas cartonagens (pharmacode)e
leitores de códigos de barras no equipamento
Utilizaçãodeliteraturadeoutroproduto
210
Dobragem em linha das literaturas
Cartonagensouliteraturasdeoutroproduto
210
Colocação de códigos de barras nas cartonagens e leitores de
códigos de barras no equipamento
N.º incorrecto de bl/cx
240
Colocaçãodesensoresdecontrolodepresençadeprodutoe
balança em linha
Ausênciadeliteratura
270
Colocaçãodesensoresdecontrolodepresençadeliteraturae
balança em linha
InspecçãodeCartonagens Não detecção de falha ou da ausência de marcação
Dobragem de literaturas
Embalagem
colégios de especialidade
Planodeacção
Gravação Alumínio
Tabela 5 – Variação dos indicadores de medição do processo devido
ao processo de automatização do sector de embalagem
Indicadoresdemediçãodoprocesso
Variação(%)
N.º médio de embalagens produzidas por dia
+100
N.º médio de embalagens produzidas por mês
+100
N.ºmédiodeblistersproduzidospormês
+47
N.º médio de embalagens produzidas para mercado nacional
+80
N.º médio de embalagens produzidas para mercado internacional
+110
N.º médio de encomendas satisfeitas por mês
+17
N.º de embalagens/pessoa/hora
+203
N.ºmédiodehorasextraordináriaspormês
-
N.º médio de não-conformidades devido a problemas ocorridos na secção de embalagem num mês
-87
N.º médio de débitos de PA por mês (mercado nacional)
-37
N.º médio de débitos de PA por mês (mercado internacional)
-8
N.º médio de vezes em que ocorreu mudança de produto num posto de trabalho, num dia
-87
N.º médio de ordens de embalagem com produção incompleta (<90%)
-97
N.º médio de ordens de embalagem para preparar num mês
-38
Tempomédionecessárioparaprepararumaencomenda(dias)
-33
Tempo médio de armazenagem de PAG a aguardar blisteragem (dias)
-67
N.º de operadores necessários x tempo necessário para embalar um lote de 1 milhão1 milhão comprimidos (h)
-94
N.º de operadores necessários x tempo necessário para embalar um lote de 20.000 frascos de xarope (h)
-75
Tempomédioparaset-up de um posto de trabalho (dias)
-50
N.º médio de dias de falta/ano x n.º médio de artigos em falta (dias)
-100
N.ºmédiodeunidadestotaisemrupturadePApordia
-100
identificar riscos associados a soluções
e definir acções correctivas.
O primeiro passo consistiu na definiçãodoprocesso,demodoaconhecê-lo
em profundidade. De seguida, identifi-
Gráfico 1
COMPARAçãODOSVALORESDERPNPARAOSMESMOS
MODOSDEFALHA,ANTESEAPóSAAUTOMATIzAçãO
300
250
caram-se as actividades que poderiam
representarummaiorriscoparaoaparecimento de uma não-conformidade
e atribuiu-se um peso, de acordo com
uma dada classificação.(3) O proces-
200
modos dE FalHa
1 – Falha da gravação do alumínio
2– Impressãoerradadelotee
validade no bl
150
3– Impressãodetextoincorrecto
100
4– Utilizaçãodecartonagem
incorrecta
so de embalagem de comprimidos foi
decomposto em blisteragem, carimbagem e verificação de cartonagens,
dobragem de literaturas, embalagem
5 – Falha do número de bl por
cartonagem
50
6– Ausênciadeliteratura
0
1
2
3
4
5
6
e grupagem. Deste modo, tornou-se
possível a identificação, análise e ava-
OÍndicedePrioridadedeRisco(RPN)
dade de ocorrência (O) e capacidade
liação do risco inerente a cada passo
foi determinado pelo produto dos pesos
de detecção (D), conforme a equação
doprocesso.
dos factores: severidade (S), probabili-
RPN=SxOxD.
42 ROF84
Este parâmetro permitiu quantificar
risco para o processo de embalagem de
humano representava um sistema de
o risco associado a uma determinada
comprimidos e definiram-se os planos de
controlo falível pelo que, do ponto de
actividade crítica. Quanto maior o valor
acção com o objectivo de reduzir o risco.
vista das boas práticas de fabrico, no
Observando os resultados obtidos,
quediziarespeito,porexemplo,àpre-
verificou-se que os valores de RPN mais
venção da contaminação cruzada, jus-
elevados diziam respeito às fases do
tificava-se o investimento em sistemas
de de Risco e assumindo como limite
processo cuja percentagem de causa
de controlo que contribuíssem para a
de alerta valores de RPN superiores ou
provável está relacionada com a falha
gestãodorisco,comosensoresdecon-
iguais a 200, identificaram-se as acti-
humana, ou seja, cujo controlo é exclu-
trolodepresençadeproduto,leitores
vidades que representavam um maior
sivamente visual. Na verdade, o olho
de códigos de barras, balanças, etc.
doparâmetro,maiororiscoassociado
aomesmo.
Analisando-se o Índice de Priorida-
Formação
alvéolo
Fase
Tabela 6 – Apresentação dos dados resultantes da análise de risco para a blisteradora da linha de blisters.
MododeFalha
Efeito
Má formação do alvéolo
Exposiçãodoscomprimidos
Bl.semcomprimidos
Alimentação
Selagem
Comprimidospartidos
Corte
Acondicionamentoprimário
Comprimidosemexcesso
no alvéolo
Produto com defeito
Faltadeestanquecidade
doblister
85%
Faltadearcomprimido
10%
Exposiçãodocomprimido
O
D
S
RPN
2
3
5
30
3
2
6
36
1
7
3
21
3
3
6
54
4
5
8
160
12
5%
Espessura comp fora especificação
30%
Formato/calhainadequados
40%
Forma do comprimido fora especificação
10%
Ausênciadecomprimidos
10%
Ausênciadesincronizaçãodopassoda
máquinacomaalimentação
10%
Formatoinadequado
50%
Espessura comp. fora especificação
40%
Ausênciadesincronizaçãodopassoda
máquinacomaalimentação
10%
Dureza/friabilidade fora de especificações
80%
Alimentação deficiente
20%
Temperatura de selagem fora de especificação
50%
Pressão de selagem fora de especificação
45%
Formatodesgastado
5%
Cortedescentrado
Blisterdescentrado
Acertodopassodamáquinaincorrecto
100%
2
2
3
Falhanocorte
Blistermalcortado
Estaçãodecortedesgastada
100%
2
6
4
48
Produto com informação incorrecta
Troca de números (falha humana)
100%
3
8
10
160
2
3
7
42
2
8
2
32
2
8
10
160
1
2
10
20
1
2
7
14
1
2
7
14
Lote/validade errados
Impressãonoalumínio
Bl.comcomprimidosemexcesso
%
Causa
Provável
Temperaturaincorrecta
Defeito do formato
Faltadecomprimidosno
alvéolo
Inspecçãode
com.
Causas
Nãoimpressãodelote/
validade
Ausência de informação
Falhanaimpressão
Informação insuficiente no produto
Textoincorrecto
Produto com informação incorrecta
Falhadaimpressora
50%
Falhahumana
20%
Faltadetinta
70%
Falta de limpeza da cabeça
20%
Falhadalâmpadadesecagem
10%
Versãoerrada–errodeselecção
70%
Textodopadrãoincorrecto
30%
Limpeza insuficiente da máquina
95%
Falhanadetecçãode
comprimidosdeoutracor
Utilizaçãodeprodutoincorrecto
Não detecção de falta de
comprimidos
Blisterssemcomprimidos
Parametrizaçãoincorrecta
100%
Nãodetecçãode
comprimidospartidos
Produto com defeito
Parametrizaçãoincorrecta
100%
Contaminaçãonobulk
5%
Nota: A segunda parte deste trabalho será publicada na próxima edição da revista.
Colégio de indústria Farmacêutica
Candidatura ao título de especialista
Informa-se que o prazo para formalização das candidaturas para obtenção do título de especialista em indústria farmacêutica termina a 30 de Novembro. Todos os interessados deverão apresentar o trabalho técnico-profissional nas áreas previstas nas normas para atribuição do título até 31 de Dezembro. Os exames terão lugar no decurso dos meses de Fevereiro e Março de 2009.
ROF79
ROF84
43
farmácia de oficina
Grupo Profissional organiza acção de formação
grupos profissionais
Caracterização da asma
a asma é uma doença bastante co-
É importante realçar dois aspectos:
mum, que atinge mais de 11% das
crianças e mais de 5% dos adultos,
vo e quantitativo de monitorização da
asma. Deve fazer-se na primeira con-
1. O facto de esta doença ser crónica
sulta e repetir uma vez por ano. Em
estimando-se que em Portugal exis-
pressupõe que o tratamento possa
geral, recorre-se à expirometria [com
tammaisde600000 asmáticos(1-3).
sertãoprolongadoquantoaduração
indicaçãodoVolumeExpiratórioMáxi-
Trata-se de uma doença inflamatória
da vida, o que nem sempre é fácil de
moporSegundo(VEMS)],masexistem
crónica, caracterizada por obstrução
aceitar por parte do doente;
outras provas funcionais possíveis. Nos
reversível das vias aéreas e hiper-rea-
2. O carácter reversível e variável da
doentes mais graves e capazes de co-
ctividade associada ao processo infla-
obstrução das vias aéreas impli-
laborar, recomenda-se a compra de um
matório brônquico (4). A asma provoca,
ca que o doente, ao longo da vida,
peak flow meter, com o qual deve ser
em indivíduos susceptíveis, episódios
possa apresentar-se em diferentes
medido o Débito Expiratório Máximo
recorrentes de pieira, dificuldade res-
graus de gravidade (ou degraus),
Instantâneo(DEMI)demanhãeànoi-
piratória,apertotorácicoetosse,par-
podendo por vezes encontrar-se as-
te,esemprequeodoentesintaquehá
ticularmenteànoitee/ouaoamanhe-
sintomático.
alteração, sendo importante reconhe-
cer. A reversibilidade da asma pode ser
espontâneaouocorrerporacçãoterapêuticaadequada.
cer que variações superiores a 20% enA exploração funcional da função
tre as medições matinais e vespertinas
respiratória é o único recurso objecti-
indicam que a hiper-reactividade brôn-
Tabela 1 – Classificação do degrau da asma de acordo com a sintomatologia e terapêutica recomendada
Funçãorespiratória
Degrau
Sintomas
Exacerbações
%do
previsto
Variabilidade
Medicação
Decontrolo
Sintomática
A1: Asma
Intermitente
Intermitentes.
Menos de 1 vez/
semana.Acordam
doente2ou
menos vezes/mês
> 80%
Breves (algumas horas
adias).Períodosde
tosse,pieiraedispneia
esporádicos,irregulares,
menos de 1 vez/mês,
sem interferir com a
actividade diária e com
osono.
< 20%
Desnecessário.Nãoé
justificado o uso regular
Agonistaβ2
inaladoSOS,
menos de 1 vez/
semana.Agonista
β2/cromoglicato
inaladosantes
doexercício
ouexposiçãoa
alérgeno
A2: Asma
Persistente
Ligeira
Umaoumais
vezes/semana
emenosde1
vez/dia. Doente
acordacom
sintomasmaisde
2 vezes/mês
Queixas
predominantemente
nocturnasmaisde2
vezes por mês. Podem
afectar actividade e
sono.
> 80%
20-30%
Corticóideinalado,200a
500(ou800)µg.
Antileucotrienospodem
serconsideradospara
reduziranecessidadede
corticóide.
Agonistaβ2inalado
SOS,semexceder
3 a 4 vezes/dia
A3: Asma
Persistente
Moderada
Sintomasdiários. Afectam actividade
Queixas nocturnas diária habitual e sono.
mais de 1 vez/
semana
60%80%
>30%
Corticóideinalado800
Agonistaβ2inalado
a2000µgoumais
SOS,semexceder
broncodilatador regular:
3 a 4 vezes/dia
agonistaβ2deacçãolonga
e/ou teofilina de acção
retardadae/ouagonista
β2oral.Antileucotrienos
devem ser considerados,
emespecialseaasma
é sensível ao AAS ou há
broncoespasmo induzido
peloexercício.
A4: Asma
Persistente
Grave
Sintomas
frequentes ou
contínuos.Acorda
frequentemente
comsintomas
< 60%
>30%
Corticóideinalado-800
Agonistaβ2inalado
a2000µgoumais
SOS
broncodilatador regular:
agonistaβ2deacçãolonga
e/ou teofilina de acção
retardadae/ouagonista
β2oral
Corticóideoral
44 ROF84
Actividade diária
limitada.Limitação
importanteda
actividade física.
Agravamento nocturno
Programa Nacional
de Controlo da asma
quica não está a ser controlada pelo
tratamento.
O Programa Nacional de Controlo
(2) European Community Respiratory
Health Survey (ECRHS). Variations in
the prevalence of respiratory symp-
degraus da asma
da Asma, baseado no Global Initiative
toms, self-reported asthma attacks
Os degraus da asma estabelecem-
for Asthma (GINA), foi criado em Portu-
and use of asthma medication in the
-se de acordo com a frequência e inten-
gal com o objectivo de reduzir a preva-
European Community Respiratory
sidade dos sintomas, devendo a tera-
lência, morbilidade e mortalidade por
Health Survey – Eur. Respir. J., 1996
pêuticaainstituirserconcordantecom
asma e melhorar a qualidade de vida e
odegrauemqueodoenteseencontra.
o bem-estar do doente asmático (6, 7).
P, Rosado-Pinto JE. Prevalence of
Existem igualmente valores objectivos
Neste âmbito, o Grupo Profissional
asthmainaPortuguesecountrysi-
de DEMI e de VEMS que fornecem indi-
de Farmácia de Oficina da Ordem dos
de town: repercussions on absen-
caçãoacercadocontrolodaasma.Ver
Farmacêuticos promoveu seminários
teeism and self-concept. Allergol
tabela 1 (adaptada de 5).
em Lisboa, Porto, Coimbra e Évora em
Immunopathol (Madr). 2005 Mar-
28 e 29 de Outubro, com o objectivo
(3) Borrego LM, César M, Leiria-Pinto
Apr;33(2):93-9
terapêutica da asma
de preparar os farmacêuticos para uma
(4)LourençoO,FonsecaAM,Taborda-
Existem várias razões para o mau
melhor intervenção na asma brônqui-
BarataL. Demographic, laboratory
controlodaasma,sendoumadasque
ca—nomeadamentenoquerespeita
and clinical characterisation of adult
tem maior expressão a utilização de
à colaboração interdisciplinar — e na
Portugueseasthmaticpatients.Al-
doses subterapêuticas. Esta pensa-se
sua intervenção para diminuir os resul-
lergolImmunopathol(Madr).2007
resultar de vários factores ou de uma
tados negativos na asma relacionados
Sep-Oct;35(5):177-83
combinação entre eles, nomeadamente
comamáutilizaçãodosinaladores.
do subdiagnóstico da doença (ausên-
(5)ProgramaNacionaldeControloda
Na sequência do trabalho desen-
Asma – Lisboa: Direcção-Geral da
ciatotaldeterapêutica),doreceiodos
volvido anteriormente por este grupo,
Saúde, 2000. Asma – prevenção e
efeitos secundários da medicação por
uma das áreas de trabalho prioritária
controlo/Programas nacionais de
parte dos doentes (e. g. corticofobia
foi a elaboração de uma norma orien-
saúde.ISBN972-9425-86-8
resultante em adesão diferencial por
tadora da intervenção farmacêutica
classe farmacoterapêutica), da má uti-
naasma,emlinhacomasorientações
titute and World Health Organiza-
lização dos dispositivos de inalação
do Programa Nacional de Controlo da
tion. Global Strategy for asthma
(que resulta em que apenas uma re-
Asma.
management and prevention. NHL-
duzida percentagem de fármaco atinja
(6)NationalHeart,LungandBloodIns-
BI/WHOWorkshopReport1995
o órgão-alvo), e do elevado custo da
Referências bibliográficas
medicação,aliadoàreduzidacomparti-
(1) International Study of Asthma and
(7) Despacho Ministerial Nº 6536/99;
D.R.Nº77,IISérie,1/4/99,4821.
cipação.Emqualquerdestesaspectos,
Allergies in Childhood (ISAAC).
mas particularmente na melhoria da
Worldwide variations in the preva-
Filipa alves da Costa
técnica de manuseamento dos dispo-
lence of asthma symptoms: the In-
Membro do Grupo Profissional de Farmácia
sitivos, o papel do farmacêutico comu-
ternational Study of Asthma and Al-
nitário pode ser determinante do su-
lergiesinChildhood(ISAAC)–Eur.
cesso.
Respir. J., 1998
de Oficina da Ordem dos Farmacêuticos
Professora Auxiliar do Instituto Superior de
CiênciasdaSaúdeEgasMoniz(ISCSEM)
ROF79
ROF84
45
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