O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E

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O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE, COM FOCO
NOS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DESCRITOS PELO DSM-V.
Beatriz Afonso Xavier Pinto
RESUMO
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma patologia que atinge
cerca de 3% a 5% das crianças e adolescentes, e em sua maioria do sexo masculino,
recentemente foi elaborado um estudo para uma interpretação neurobiológico do
TDAH, e esta apresenta ser o córtex pré-frontal a parte do cérebro afetada que é
responsável pela atenção seletiva, inibição, memória, pensamentos criativos e
abstratos. Esse transtorno é descrito pelo sistema classificatório do CID 10 e pelo
DSM-V. O TDAH tem três tipos de classificações, o primeiro é a combinada onde se
encontra critérios tanto de desatenção quanto de hiperatividade, no segundo
predomina a desatenção, e no terceiro o que predomina é a hiperatividade.
Atualmente pode se dizer que uma das preocupações dos psicólogos, especialmente
os profissionais clínicos é o diagnostico do TDAH, é necessário que se faça um
diagnostico diferencial, pois cerca de 60% da população sofre por não ser
diagnosticada precocemente. Desse modo, o intuito desse artigo é determinar quais
são os fatores que influenciam para um falso diagnostico do TDAH.
PALAVRAS-CHAVES
Disfunção Encefálica Mínima; Hiperatividade; Desatenção; Impulsividade e
Diagnóstico.
INTRODUÇÃO
Atualmente
psicólogos
debatem
questões
que
tem
influência
no
desenvolvimento do individuo, levando em conta duas questões fundamentais, as
tendências inatas e os fatores ambientais. (BOYD, Denise & BEE, Helen. 2011).
Desse modo, um aspecto importante que vem ganhando espaço na pesquisa desses
psicólogos é o estudo do Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade como uma
patologia.
Recentemente realizaram estudos, que deram origem a uma interpretação
neurobiológico do TDAH, este apresenta o córtex pré-frontal como a parte do cérebro
afetada, este se localiza na região anterior do encéfalo, nomeada lobo frontal,
responsável pela atenção seletiva, memória, pensamentos criativos e abstratos, e
inibição. (Vasconcelos, 2009). Pode se afirmar que com essa parte do cérebro não
funcionando corretamente o individuo tem essas características “prejudicadas”,
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trazendo problemas tanto sociais como emocionais na vida dessas pessoas. (Vidal
Vaz, 2012).
Os sistemas classificatórios de doenças mentais mundiais, como o CID-10 e o
DSM-V reconhecem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade como uma
de suas patologias, apresentando seus sintomas, características e critérios de
avaliação dos diagnósticos e os possíveis tipos de tratamento.
De acordo com o DSM-V, o TDAH tem três tipos de classificações em seu
diagnostico, a primeira é a combinada onde se encontra critérios tanto de desatenção
quanto de hiperatividade-impulsividade, o segundo é o predominantemente
desatenta, sendo o terceiro predominantemente hiperativo-impulsiva. Para distinguir
essas classificações, os profissionais clínicos tendem a observar quais são os seis
sintomas que ainda persistem nos seis últimos meses em um nível inconsistente do
desenvolvimento, trazendo prejuízos nas atividades sociais desses indivíduos.
Hoje com o avanço da ciência, criou se métodos de observação nas avaliações
psicológicas clinicas que tem o objetivo de detectar o TDAH precocemente. Segundo
o DSM-V é indicado fazer as primeiras analise na infância, pois é onde começa a
aparecer os primeiros sinais da patologia do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade. Nos dias atuais o problema das pessoas portadoras ou não do TDAH
é o diagnostico.
O diagnostico do TDAH é clinico, porém, é importante que seja feito o diagnostico
diferencial, pois, cerca de 60% da população é diagnosticada de forma errada, ou não
tem o diagnostico. (ABDA, 1999).
O TDAH é uma patologia que tem origem na hereditariedade genética, passada
de pai para filho, afetando 3% a 5% das crianças, a maior parte em meninos, do que
em meninas. (Costa, Mais Filho e Gomes. 2009). Dessa forma, esta pesquisa, tem o
intuito de determinar quais são os fatores que influenciam para um falso diagnostico
do TDAH, dando foco aos diagnósticos diferenciais, almejando que com esses
resultados proporcionem uma melhor qualidade de vida às pessoas portadoras que
não obtiveram o diagnóstico correto.
OBJETIVOS
O problema enfrentado nos dias de hoje relacionado ao TDAH é o diagnostico,
mas de 60% da população é diagnosticada de forma errada, o diagnostico dessa
patologia é clinico, e vem afetando de 3% a 5% das crianças. Desse modo, o objetivo
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desse artigo é de determinar quais são os fatores que influenciam para um falso
diagnostico do TDAH, dando foco aos diagnósticos diferenciais.
METODOLOGIA
O método para realização desse artigo foi o bibliográfico, embasado em livros,
artigos e revistas científicas.
DESENVOLVIMENTO
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma patologia que desde
o século XX esta sendo estudada, e trabalhos estão sendo desenvolvidos, porém
desde as primeiras análises do transtorno, resaltam duas características de alta
prevalência, a desatenção e a hiperatividade. A maioria dos trabalhos sobre TDAH
encontra evidencias de que se trata de um distúrbio neurobiológico. Os trabalhos
podem ser reunidos em dois grandes grupos, um que aponta para o déficit funcional
de certos neurotransmissores, e o outro que enfatiza o déficit funcional do lobo frontal,
mais precisamente do Córtex pré-frontal. Acredita-se que os lobos frontais possuam
uma função executiva, compreendendo por isso a capacidade de iniciar, manter, inibir
e desviar a atenção. (Vasconcelos, 2004). Como também pode ser definido como
transtorno multifatorial associado a fatores ambientais genéticos. (Vidal Vaz, 2012).
O DSM-V é um manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais, onde
são descritos os critérios e características em relação ao diagnostico de cada
transtorno, prognósticos, e diagnósticos diferenciais onde são abordados alguns tipos
de transtorno que os sintomas se assemelham ao do TDAH.
Se tratando dos critérios de avaliação do diagnostico, nota se que o primeiro
padrão de alta prevalência no TDAH se trata da desatenção, onde o individuo não tem
uma atenção seletiva, tem dificuldade em manter o foco em apenas uma coisa, como
um brinquedo, uma conversa, não consegue terminar trabalhos, tem dificuldade com
organização, até em organizar suas atividades simples da vida cotidiana. O segundo
critério é o de hiperativo-impulsivo onde o individuo mexe muito as mãos, pés,
levantam e correm em situações inapropriadas, sobe em cima das coisas, tem
dificuldade de esperar, são bastante comunicativos, dessa maneira é uma pessoa
desinquieta e com alto grau de impulsividade. (GRAEFF, Rodrigo; E.VAZ, Cicero.
2009).
De acordo com o DSM-V o TDAH tem três subtipos ou classificações que
auxiliam na avaliação do diagnostico, a primeira é a combinada onde se encontra
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critérios tanto de desatenção quanto de hiperativo-impulsivo, o segundo o que
predomina é a característica de desatenção, já no terceiro predomina hiperativoimpulsivo. Para distinguir essas classificações, os profissionais clínicos tendem a
observar quais são os seis sintomas que ainda persistem nos seis últimos meses em
um nível inconsistente do desenvolvimento, trazendo prejuízos nas atividades sociais
ou profissionais.
Os prognósticos do TDAH, esses são os temperamentais (níveis menores de
inibição comportamental gera forte busca por novidades), os ambientais (crianças que
nascem com baixo peso, forte relação com o tabagismo e ao consumo de álcool na
gestação), genéticos e fisiológicos (hereditariedade) e o ultimo modificadores do curso
(padrões de interação familiar no começa da infância). (Vidal Vaz, 2012).
Em relação ao diagnostico do TDAH, os profissionais clínicos tendem a
analisar o comportamento do individuo por um determinado tempo. Pensando na
veracidade do diagnostico do Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade o
DSM-V trouxe mais um padrão no critério de avaliação que distingui os outros
transtornos do TDAH, dessa forma auxiliando os profissionais clínicos na hora de
obterem o diagnostico. Alguns exemplos são:
Transtorno de oposição desafiante: o individuo portador resiste a tarefas que
exija autodeterminação, pois este não aceita exigência vindas de outras pessoas,
seu comportamento é marcado por negatividade, hostilidade e desafio, esses
sintomas devem ser diferenciados de aversão á tarefas de alta exigência mental
causada por dificuldade em manter um esforço mental prolongado, esquecimento e
impulsividade dos portadores de TDAH podendo desenvolver atitudes de oposição
às tarefas.
Transtorno
explosivo
intermitente:
Compartilha
níveis
elevados
de
comportamento impulsivo, apresentando agressividade dirigida ao outro que não é
característico do portador de TDAH e este transtorno é raro na infância.
Transtorno especifico de aprendizagem: Portadores parecem ser desatentos
devido a frustração, falta de interesse ou capacidade limitada, que não acarreta
prejuízos fora dos trabalhos escolares ou profissionais.
Transtorno do espectro autista: Exibem desatenção, disfunção social e
comportamento de difícil manejo. Crianças autistas podem ter ataque de raiva devido
à incapacidade de tolerar mudanças no curso dos eventos esperados por ela, o
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portador de TDAH comporta se mal e em alguns casos pode exibir um ataque de raiva
durante algumas transições devido à impulsividade e autocontrole insatisfatório.
Transtorno de apego reativo: Apresenta desinibição social, mas não o conjunto
completo de sintomas e a ausência de relações duradouras e esses não são
características do TDAH.
Transtorno de ansiedade: Compartilham sintomas de desatenção, no TDAH a
causa é a atração por estímulos externos, já pela ansiedade é por preocupação e
ruminação, agitação.
Transtornos depressivos: Apresenta dificuldade de se concentrar, entretanto a
dificuldade de concentração nos transtornos do humor fica proeminente apenas
durante um episodio depressivo.
Sintomas de TDAH induzido por medicamentos: Sintomas de desatenção,
hiperativo-impulsivo atribuído ao uso de medicamento (p.ex.: Broncos dilatadores,
isoniazidas, neurolipticos - resultando em acatisia, terapia de reposição para a
tireoide).
RESULTADOS PRELIMIARES
Em virtude do que foi mencionado neste artigo, percebe-se que para se chegar
ao diagnostico do TDAH, é preciso que os profissionais clínicos façam uma analise
cautelosa em cada sintoma apontado pelos pacientes, pois pode se notar a existência
de diagnósticos diferenciais descritos no DSM-V. Logo, conclui-se que um dos fatores
que influenciam para o falso diagnostico do TDAH é pelo fato de se fazer uma analise
razoável dos sintomas, como consequência disso o paciente recebe um diagnostico
errôneo, trazendo prejuízos a vida dessas pessoas, com este artigo espera se que as
pessoas conheçam mais sobre a patologia do TDAH e possam exigir dos profissionais
uma analise cautelosa e com base nos diagnósticos diferenciais.
REFERENCIAS
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WWW.abda.com.br> Acesso 23 de março de 2015.
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ARAÚJO, A. C.; LOTUFO NETO, F. .A nova classificação americana para os
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