Dia 8 de Agosto: Combata o colesterol ruim! Encontrado exclusivamente nos produtos de origem animal, o colesterol é agrupado à família das gorduras. Além de estar presente nos alimentos que ingerimos, a maior parte, cerca de 70%, é produzido no nosso corpo, principalmente pelo fígado. Geralmente considerado ruim, o colesterol paga por quase todos os males do coração, no entanto, poucos sabem o quanto ele é importante para o bom funcionamento do organismo. “O colesterol é indispensável na produção dos hormônios masculinos e femininos, na síntese de vitamina D, na construção e restauração contínua das membranas que envolvem as células, na composição do ácido biliar que regula a digestão dos alimentos, entre outras funções” explica doutora Andrea Dario Frias, PhD em nutrição e coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita. “Por isso, ninguém vive sem colesterol. O importante é tê-lo na medida certa, e para isso devemos monitorar os 30% que ingerimos através da alimentação”, comenta. Em excesso, o colesterol costuma depositar-se sob a forma de placas nas paredes das artérias. Esses depósitos de gordura ricos em colesterol atraem compostos de cálcio que engrossam e enrijecem ainda mais as artérias, levando a arteriosclerose. Com isso, a passagem do sangue é obstruída, o que cololoca em risco o funcionamento do coração, podendo levar ao infarto agudo do miocárdio. No sangue, o colesterol pode estar livre ou fazendo parte das chamadas lipoproteínas. “O colesterol contido nas lipoproteínas HDL, chamado de bom colesterol, não participa do processo de obstrução das artérias e tem ainda um efeito protetor, porque retira o colesterol dos tecidos e o leva para o fígado onde é eliminado ou reaproveitado”. A especialista explica também que por defeito genético ou enzimático, existem pessoas que produzem muito colesterol no fígado; nesse caso, é extremamente importante que haja o acompanhamento de um cardiologista, com o objetivo de monitorar as taxas do colesterol endógeno. Nos últimos anos, vários estudos demonstraram os efeitos benéficos do consumo de certos alimentos para a redução dos níveis de colesterol. Conhecidos como alimentos funcionais, eles apresentam em sua composição fibras, substâncias antioxidantes ou ainda gorduras específicas (tais como os ômegas 3 e 9) capazes de controlar o colesterol ruim além de elevar, em alguns casos, as taxas do bom colesterol. “A linhaça, soja, aveia, os chás derivados da Camellia sinensis (verde, branco, etc), os peixes marinhos (atum, sardinha, salmão, cavala, anchova etc), o azeite de oliva e sementes como a castanha do pará, nozes e amêndoas, são exemplos de alimentos que comprovadamente trazem benefícios para o coração”, afirma Andrea. A linhaça, por exemplo, é rica em fibras e ácidos graxos ômega 3 e 9. Estudos mostram que essa combinação auxilia no controle dos níveis de triglicérides e colesterol, além de favorecer a diminuição da inflamação e reduzir a agregação plaquetária. Já em relação aos chás à base de Camellia sinensis, os benefícios são atribuídos ao alto conteúdo de catequinas (polifenóis), substâncias com ação antioxidante presentes na bebida. Andrea comenta também que a indústria de alimentos tem intensificado as pesquisas nessa área, promovendo o desenvolvimento de alimentos especialmente desenhados para ajudar no controle dos níveis de colesterol. Ela cita como exemplo produtos enriquecidos com ômega 3, fitosteróis, fibras de frutas e/ou cereais, proteínas de soja, entre outros, cada vez mais presentes nas prateleiras dos supermercados, e finaliza com um modelo de produto desenvolvido nesses moldes. “Participamos do desenvolvimento de um alimento que contém em sua composição os ômegas 3 e 9 e fibras da farinha de linhaça dourada, substâncias com ação comprovada sobre os níveis de lipídios no sangue. O alimento, batizado com o nome de Linomax, foi enriquecido com um mix de vitaminas do complexo B (B6, B12 e ácido fólico) que ajuda a diminuir as concentrações de homocisteína”, explica. A homocisteína é um aminoácido que em excesso no sangue, provoca aumento do risco de coágulos e o entupimento das artérias, além de contribuir para a formação de depósitos de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, aumentando sua rigidez e dando origem à chamada aterosclerose.