42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 1 DOENÇAS VESICULARES EM SUÍNOS: UMA ATUALIZAÇÃO MICHELLE RAIMUNDO1, JULIANA SPEROTTO BRUM2 1 Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba/PR; 2Laboratório de Diagnóstico das Doenças de Suínos, UFPR, Curitiba/PR; [email protected] Resumo – Há menos de um ano a doença vesicular idiopática foi introduzida no rebanho suíno brasileiro, sendo assim oportuno revisar seus principais aspectos e diferenciais com outras doenças vesiculares. Como todas as doenças do grupo são semelhantes clinicamente, são descritos alguns aspectos epidemiológicos para realizar a diferenciação. Palavras-chave: febre aftosa, doença vesicular idiopática, doenças de suínos. VESICULAR DISEASES IN PIGS: AN UPDATE Abstract – Less than a year, idiopathic vesicular disease was introduced in the Brazilian swine herd, therefore opportune to review its main aspects and points differential with other vesicular diseases. Like all diseases are similar clinically, they are describe some epidemiological aspects to achieve differentiation. Keywords: foot-and-mouth disease, idiopathic vesicular disease, diseases of swine. 0813 42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 2 Introdução – O grupo das doenças vesiculares é formado por: Febre aftosa (FA), doença vesicular do suíno (DVS), exantema vesicular do suíno (EVS) e estomatite vesicular (EV). São todas de notificação obrigatória e clinicamente indiferenciáveis (Zimmerman et al., 2012). A doença mais importante economicamente é a FA. Ela é o centro do grupo pois busca-se sua erradicação (Flores, 2012). No final do ano passado, a doença vesicular idiopática foi introduzida no Brasil e difundiu-se rapidamente pelas granjas comerciais do país, colocando em risco econômico nossa produção (Redação Bonde, 2015). Como esta doença tende a fazer parte também do grupo de doenças vesiculares de notificação obrigatória, achou-se oportuno revisar seus principais aspectos e os principais pontos diferenciais com as outras doenças vesiculares. Revisão bibliográfica – A doença vesicular idiopática é uma condição esporádica que afeta suínos. Já foi descrita na Austrália, Nova Zelândia, Canadá e em alguns estados dos EUA (Zimmerman et al., 2012). No início do ano a enfermidade foi confirmada no rebanho brasileiro (Redação Bonde, 2015). Assim como as demais doenças vesiculares, é caracterizada por febre e formação de vesículas na coroa do casco, focinho e língua. O agente causador da doença, Seneca Valley vírus, faz parte da família Picornaviridae, assim como o vírus da FA e o vírus da DVS (Zimmerman et al., 2012). Descrições da doença têm sido observadas desde 1983, mas sem confirmação do agente etiológico (Zimmerman et al., 2012). O vírus somente foi isolado em 2008 e até pouco tempo havia dúvida se realmente era um patógeno importante para suínos (Zimmerman et al., 2012). Estudos relacionados com epidemiologia e patogenia da doença são pouco desenvolvidos. Acredita-se que os surtos observados em 0814 42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 3 diversos estados do Brasil serão de grande valia para estudar dados da introdução viral no país, formas de transmissão e disseminação e apresentação clínica da doença nas diferentes faixas etárias (Redação Bonde, 2015). A importância do conhecimento da doença por parte de médicos veterinários e autoridades sanitárias está diretamente relacionada com o sucesso na estratégia de controle e erradicação da FA no país. A FA é uma doença aguda, altamente contagiosa, de ampla distribuição geográfica. Afeta principalmente animais biungulados, incluindo ruminantes e suínos, domésticos e selvagens (Zimmerman et al., 2012). Apresenta alta morbidade e as maiores perdas ocorrem nos adultos, relacionadas a queda de produção, restrição do comércio internacional e impacto social devido às medidas de controle (Flores, 2012). O diferencial com as outras doenças vesiculares é obtido a partir de dados epidemiológicos e moleculares. A DVS e o EVS são considerados exóticos no Brasil. A primeira apresenta um grau de contágio menor que a FA e os suínos são os únicos hospedeiros naturais. Já a segunda doença somente foi descrita nos EUA, em 1932; acredita-se que o reservatório e uma possível fonte de reintrodução do vírus sejam mamíferos marinhos (Zimmerman et al., 2012). EV apresenta aspectos epidemiológicos importantes: equinos e humanos são afetados pelo vírus, diferenciando das outras doenças; e está amplamente distribuída pelas américas, incluindo o Brasil, com surtos em intervalos de menos de um ano (Flores, 2012). Conclusões – Atualmente, no rebanho suíno brasileiro, tem-se que levar em consideração a presença da doença vesicular idiopática para diferencial de outras doenças semelhantes, incluindo a febre aftosa. 0815 42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 4 Referências Redação Bonde, 2015. Pesquisadores da UEL identificam novo vírus que afeta suínos. Acessado em 11/08/15. Disponível em http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-12--42-20150408 Zimmerman, J.J.; Karriker, L.A.; Ramirez, A. et al. (Eds) 2012. Viral Diseases, p.383-648. In:___Diseases of Swine. 10th ed. Blackwell Publishing, Ames. Flores, E. F. (Org). 2012. Parte II – Famílias virais e doenças víricas. P.419-1007. In:___Virologia Veterinária – Virologia Geral e Doenças Víricas, 2ed., Editora UFSM, Santa Maria. 0816