Depressão pode ser a causa de afastamento do trabalho O estudo

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Depressão pode ser a causa de afastamento do trabalho
O estudo revelou que 64% das pessoas deprimidas relataram ausência no trabalho (uma média de 19
dias perdidos por ano) e 80% disseram ter a produtividade reduzida em cerca de 26%. De acordo
com o psiquiatra professor da Unifesp, Dr. Acioly Lacerda, em longo prazo, sem dúvidas, quadros de
depressão não tratados podem resultar no afastamento das atividades, elevando o absenteísmo nas
empresas, ou até mesmo em demissão, já que a baixa produtividade e o desinteresse pela rotina
podem afetar a avaliação da empresa sobre o funcionário. “Por isso é muito importante reconhecer
os sintomas, buscar ajuda médica e seguir corretamente o tratamento indicado pelo especialista. A
falta de tratamento compromete a vida social e profissional do paciente”, completa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que até 2020 a depressão passará da 4ª para a 2ª
colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. No mundo, estima-se
que 121 milhões de pessoas sofram com a depressão – 17 milhões delas somente no Brasil e,
segundo dados da OMS, 75% dessas pessoas nunca receberam um tratamento adequado.
Ambiente do trabalho pode contribuir
Competitividade, situações de estresse, jornadas de trabalho muito longas e a busca inconstante por
melhores resultados e desempenho. Todas essas situações configuram um cenário oportuno para o
desencadeamento de um quadro depressivo, pois o indivíduo fica exposto a situações estressantes,
se cobra mais por metas não atingidas, além da perda na qualidade de vida.
As atribuições do cargo também devem ser consideradas um fato de risco para doença,
principalmente para as pessoas com predisposição genética. “Um executivo, por exemplo, que
não gosta de falar em público, porque se sente desconfortável e ansioso, mas precisa fazer
apresentações à grupos ou dar palestras pode ser forte candidato a torna-se depressivo.
Isso porque o indivíduo fica exposto à situações repetitivas de estresse psicológico”, afirma
Lacerda.
Principais sintomas da depressão:
• emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa,
ideação suicida.
• físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica
definida), dor de cabeça, dor no estomago, alterações no apetite, alterações gastrintestinais,
alterações psicomotoras, entre outras.
“Para o indivíduo ser diagnosticado como deprimido, deve reunir pelo menos cinco dos
sintomas acima, sendo que um deles tem que ser tristeza ou perda do interesse em
atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas”, comenta.
Tratamento
O objetivo central do tratamento da depressão é a remissão (melhora completa da sintomatologia
depressiva). Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente,
o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio
depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é, na maioria
das vezes, uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente,
o paciente leva uma vida absolutamente normal.
“A pratica clínica mostra que a depressão, muitas vezes (cerca 2/3 pacientes), se manifesta
emocionalmente e fisicamente no paciente, causando diversas dores e incômodos”, explica o
psiquiatra. Hoje, já existem tratamentos que combatem ao mesmo tempo essas duas classes de
sintomas, com perfil de tolerabilidade, aspecto importante para uma medicação que geralmente
necessita ser utilizada por períodos longos. É o caso da duloxetina, uma moderna opção
medicamentosa que age nos sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo) e físicos
(fadiga, dores vagas e difusas no corpo) da depressão.
Sobre a depressão
A causa da doença ainda é desconhecida, mas uma das teorias mais aceitas é que a depressão é
conseqüência de uma disfunção no sistema nervoso central, que diminui e desequilibra as
concentrações de dois neurotransmissores (a serotonina e a noradrenalina). Estes
neurotransmissores são responsáveis pelo aparecimento dos sintomas físicos e emocionais da
depressão.
Apesar do difícil diagnóstico e da gravidade da doença, existem tratamentos eficazes atualmente. Os
mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos e, para que haja o desaparecimento completo
dos sintomas, é preciso que seja aplicado um tratamento completo. Um dos mais recentes
antidepressivos, a duloxetina, tem dupla ação, aumentando e balanceando os níveis de serotonina e
noradrenalina no cérebro.
Por isso, atua sobre os sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo, perda do
interesse, ideação suicida) e físicos (fadiga, perda de energia, alteração de peso e sono, dores de
cabeça, nas costas, no pescoço, entre outras) da doença, proporcionando significativa melhora na
qualidade de vida do paciente. A duloxetina, um medicamento dos laboratórios Boehringer
Ingelheim e Eli Lilly, foi estudada até o momento em mais de 6.000 adultos com depressão e é
comercializada em mais de 40 países, entre os quais Estados Unidos, México, Reino Unido,
Alemanha e África do Sul.
É importante ressaltar, porém, que não se deve usar nenhum medicamento sem prescrição e
rigoroso acompanhamento médico. Os pacientes com depressão devem também ser encorajados a
modificar seus hábitos diários: realizar atividades físicas regulares, manter um período satisfatório
de sono diário, ter uma boa alimentação e evitar o uso de substâncias como anorexígenos, álcool e
tabaco.
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