Importância da Alimentação para a criança na fase escolar A fase escolar é compreendida entre 7 anos até a puberdade. Considerando que a OMS define adolescência como o período entre 10 e 19 anos, a vida escolar está entre 7 e 9 anos de idade. Neste momento, a criança assume mais independência nas suas escolhas alimentares, comparado à fase pré-escolar. Assim, alguns fatores podem interferir sua alimentação, como influências do ambiente escolar e dos hábitos alimentares dos colegas, propagandas de alimentos industrializados com apelativos de jogos interativos para meninos, kits de beleza para meninas, entre outros brindes para as crianças. Em muitos casos, estas práticas e comportamentos trazem como consequências alimentos ricos em gorduras, açúcar e sódio como parte de um hábito no dia-a-dia da criança. Observa-se também que, nessa fase, os pais tendem a dar mais liberdade para os filhos. Em resposta a esta “independência”, as próprias crianças escolhem seus lanches, já que, aparentemente, não precisam de maiores cuidados comparado com as fases anteriores. Por fim, muitos escolares optam pelos seus alimentos e acabam convencendo os pais de que estes são as melhores opções, mesmo que os pais os julguem pouco saudáveis. Essas atitudes contribuem para práticas alimentares insatisfatórias, do ponto de vista nutricional. Em relação a algumas características fisiológicas do escolar, destaca-se que o volume gástrico é próximo ao de um adulto, há um desenvolvimento das funções motoras, o que repercute em uma maior mobilidade e atividades físicas. De tal, entende-se o motivo dessas crianças brincarem bastante com bicicletas, patins, skates, corda, elástico, entre outros brinquedos. De um lado extremo, os pais têm sustentado o sedentarismo a partir do incentivo de jogos no computador, em vídeos games, o que gera maior tendência de acúmulo de gordura, se associado com uma alimentação inadequada. Algumas mães ficam bastante preocupadas com alguns comportamentos alimentares das crianças na fase pré-escolar, tais como: - O escolar não come vegetais e legumes, principalmente os folhosos verdes escuros: é comum a criança não sentir atração visual e de paladar a estes tipos de vegetais. A atitude correta dos pais é optar em misturar estes alimentos em outras preparações como arroz colorido, carnes cozidas com vegetais, vegetais na forma de chips assado (como abóbora e cenoura). No entanto, evite “esconder” determinado alimento na comida. Lembre-se que há várias preparações atrativas, no sabor e na aparência, que ajudarão a criança a aceitar os vegetais; - O escolar enjoa de alimentos básicos da dieta do brasileiro, como arroz e feijão. É importante que os pais estejam variando os tipos de preparo de arroz (misturando verduras da preferência da criança, arroz de forno), mexido de arroz e feijão; e mudando os tipos de feijões. Caso isso persista, estimule o consumo de milho refogado, macarrão com molho de tomate, ervilha fresca cozida, entre outras opções dos grupos dos cereais e leguminosas; - O escolar tende a diminuir a quantidade de leite. Os pais devem estar atentos a isto, pois o cálcio é de extrema importância ao desenvolvimento ósseo da criança. Por isso, incentiva-se o uso de iogurtes e vitaminas de frutas, já que as crianças toleram melhor do que o leite isoladamente. O uso de suplementos é indicado, se a alimentação foi avaliada previamente pelo profissional nutricionista e observado a real necessidade para tal; - O uso de alimentos industrializados passam a compor os lanches da escola, como biscoitos doces, salgados de pacote, bolinhos recheados e até mesmo os sucos de caixinha. Os responsáveis optam por este tipo de lanche em função de sua praticidade. No entanto, é fundamental a sua moderação e o incentivo ao consumo de frutas no lanche, pois, atualmente, o excesso de sucos industrializados está associado ao maior ganho de peso na criança. Pensando em acertar na escolha dos lanches, observa-se também muitas crianças levando para a escola caixinhas de sucos no lugar do refrigerante, porém, a família precisa prestar atenção na lista de ingredientes do produto, que na maioria das marcas, apresenta a água e açúcar como principais ingredientes e, assim, uma quantidade mínima de vitaminas e minerais presentes nas frutas. Baseado nestas informações, veja algumas recomendações da equipe bem estar para esta fase da vida: - Manter o intervalo entre as refeições de 2 a 3 horas. O escolar que passa longos períodos em jejum tende a compensar com alto consumo energético e de volume nas refeições posteriores ao jejum; - Limitar a compra de alimentos como salgadinhos de pacote, refrigerantes, bolos recheados, biscoitos doces, sorvetes, entre outros nos lanches do colégio. Esses alimentos enviados à escola ou consumidos em casa pelas crianças todas as semanas, irão cooperar para o ganho de peso e para o desenvolvimento de doenças associadas à alta ingestão de gorduras e sódio; - Evitar a prática de sair para comer somente pizzas, sanduíches com batata frita todos os finais de semana com a criança. Muitos pais passam a semana fora de casa e perdem noção do que é consumido no cotidiano dos seus filhos. Logo, o evento que parecia tão esporádico (comer pizza nos finais de semana), na realidade faz parte do dia a dia não só da criança, mas também de sua família. Nos finais de semana procure escolher lanches mais leves, sem muitos molhos, com frutas, saladas que a criança gosta, omelete com vegetais e carnes magras. Há várias opções de restaurantes na cidade que oferecem esse tipo de alimentação prazerosa e mais saudável - Proporcionar momentos de culinária experimental com a criança e sua família. Essa prática, além de resgatar momentos de união familiar, irá estimular o preparo e consumo de alimentos naturais, caseiros, criando um vínculo positivo entre afetividade e alimentos saudáveis; - Procurar o diálogo de metas alimentares a serem alcançadas pela família de modo a possibilitar o acesso aos alimentos mais saudáveis. A criança, nesta fase, adora jogar com a família, por isso, dinâmicas familiares podem ser criadas pela família em torno da alimentação saudável; - Conversar com professores, coordenadores pedagógicos e/ou diretores sobre a necessidade de estimular, entre os escolares, hábitos alimentares saudáveis, de modo a concretizá-los na infância e evitar um período da adolescência baseado única e exclusivamente em alimentos tipo fast foods. A partir destas dicas e orientações, a família obterá boas fontes de alimentos para a todos, em especial a criança, que brevemente estará entrando no estirão de crescimento e maturação das funções psíquicas e hormonais. Caso queira recomendações mais específicas, procure um nutricionista. Material elaborado pelas Nutricionistas Patrícia Martins e Gabriela AvilaAvila- Equipe bem estar.