QUANTIFICAÇÃO DE RISCOS 1.0 QUANTIFICAÇ ÃO DE RIS CO Como o risco é constituído por dois fatores, a Probabilidade de Ocorrência e a Amplitude da Conseqüência, para que se avalie o Nível do Risco é necessário que se efetue uma estimativa desses dois fatores. 1.1 Estimativa da Probabilidade da Ocorrência por ano (PO) Para a estimativa da Probabilidade de Ocorrência, pode-se adotar um critério com base na experiência prática ou, em caso de falta, pode-se estimar essa probabilidade em função da Taxa de Falha das operações versus a estimativa do número de vezes que essas operações são efetuadas por ano. Para efeito de estabelecimento da Probabilidade de Ocorrência a partir das Taxas de Falhas de operações, pode-se considerar algumas Taxas de Falhas padrão, a saber: Taxa de Falha Humana (Falha Involuntária) para pessoa não qualificada: 10-2 Taxa de Falha Humana (Falha Involuntária) para pessoa qualificada: 2 10-3 Taxa de Falha Humana (Falha Involuntária) para pessoa altamente qualificada: 10-3 Taxa de Falha Humana com uma redundância independente: 10-2 x 10-2 = 10-4 Taxa de Falha Humana com duas redundâncias independentes: 10-2 x 10-2 x 10-2 = 10-6 = < 10-5 Taxa de Falha de Equipamentos mecânicos (Bombas, motores, etc.): 10-3 Taxa de Falha de Equipamentos de segurança (Válvulas de alívio, alarmes, etc.): 10-4 Taxa de Falha de Equipamentos eletrônicos: > 10-4 Classificação das Probabilidades de Ocorrências CLAS SE DENOMINAÇÃO PROBABILIDADE D E OCORRÊNCIA / ANO DES CRIÇÃO PO < 10-4 Teoricamente possível, mas de ocorrência improvável ao longo da vida útil da instalação A Extremamente Remota B Remota 10-3 < PO < 10-4 Ocorrência não esperada ao longo da vida útil da instalação C Improvável 10-2 < PO < 10-3 Baixa probabilidade de ocorrência ao longo da vida útil da instalação D Provável 10-1 < PO < 10-2 Ocorrência provável de ocorrer uma ou outra vez ao longo da vida útil da instalação E Freqüente 100 < PO < 10-1 Ocorrência esperada de ocorrer uma ou outra vez a cada 10 anos F Muito Freqüente PO < < 100 Ocorrência esperada de ocorrer uma ou outra vez em cada ano. G Rotineira PO < < < 100 Ocorrência esperada de ocorrer uma ou outra vez em cada mês. 1/5 QUANTIFICAÇÃO DE RISCOS 1.2 Estimativa da Amplitude da Conseqüência (AC) Deve-se avaliar, em seguida, a Amplitude da Conseqüência, que é o segundo parâmetro para a determinação do Nível de Risco. Existem métodos quantitativos de avaliação da Amplitude dessas Conseqüências, principalmente, técnicas de modelagem matemáticas conhecidas como Análises de Vulnerabilidade. Esses critérios não serão abordados aqui. Para a estimativa qualitativa da Amplitude das Conseqüências (AC) pode-se fazer uso de fatores como: Experiência Registros históricos Localização do empreendimento Grau de periculosidade do processo e dos produtos envolvidos Quantidades envolvidas, etc. No momento de se estimar a Amplitude da Conseqüência, é preciso que se defina o escopo dos riscos que estão sendo considerados, por exemplo: Lesões ao ser humano, incluindo da comunidade e usuários quando usando os produtos; Poluição ambiental (M eio físico, biótico e antrópico); Prejuízos materiais (M áquinas, equipamentos, instalações, materiais); Prejuízos operacionais (Paradas ou atrasos da produção, etc.); Perda da qualidade do produto; Prejuízo a imagem da empresa e / ou ao cliente Classificação da Amplitude das Conseqüências CLAS S E CARACTERÍS TICAS I DES PREZÍVEL II MARGINAL Não provoca lesões e nem danos à saúde em funcionários e terceiros (não funcionários e público externo) Não provoca nenhum impacto ambiental ao meio ambiente Não provoca danos ou provoca danos de pequena monta aos equipamentos, materiais e instalações. Não provoca parada de produção ou provoca atrasos insignificantes. Não provoca nenhuma alteração na qualidade do produto Pode provocar insignificante repercussão entre os funcionários e terceiros dentro da propriedade e nenhuma na comunidade. Provoca lesões leves ou perturbações leves à saúde de funcionários ou terceiros quando dentro da propriedade. Nenhum dano à comunidade é notado. Provoca impacto leve e reversível ao meio ambiente, internamente à propriedade. 2/5 QUANTIFICAÇÃO DE RISCOS CLAS S E III CRÍTICA IV CATÁS TRÓFICA CARACTERÍS TICAS Provoca danos de pequena monta aos equipamentos, materiais e instalações. Provoca parada de produção de curta duração. Provoca pequena alteração na qualidade do produto detectável ainda no processo ou pelo cliente, porém, sem danos maiores. Pode provocar uma repercussão significativa entre funcionários / terceiros dentro da propriedade e repercussão de p equena pouco significativa na comunidade. Provoca lesões e danos à saúde com certa gravidade em funcionários ou terceiros quando dentro da propriedade, e lesões ou danos à saúde de gravidade leve em membros da comunidade. Não ocorrem mortes, porém, lesões incapacitantes podem ocorrer para pessoas dentro da propriedade. Provoca danos severos ao meio ambiente interno à propriedade, às vezes irreversíveis, e danos de gravidade leve fora da propriedade, às vezes irreversíveis. Provoca danos de grande monta aos equipamentos, materiais e instalações da propriedade, e danos de razoável monta na comunidade. Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento catastrófico. Provoca parada de produção de longa duração. Provoca grandes alterações na qualidade do produto, passível de não ser detectada Quando em processo. Pode provocar repercussão de grande monta entre os funcionários e terceiros dentro da propriedade e repercussão significativa na comunidade. Podem provocar mortes, lesões graves, danos irreversíveis à saúde de funcionários, terceiros e membros da comunidade em geral. Podem provocar danos de grande monta e irreversíveis ao meio ambiente interno ou externo à propriedade Podem provocar destruição total de equipamentos, materiais e instalações, internamente ou externamente à propriedade. Pode provocar parada permanente de produção com destruição da planta ou parte significativa dela. Provoca graves alterações na qualidade do produto, com grande repercussão na opinião pública. Ações indenizatórias coletivas podem ocorrer. Pode provocar repercussão de grande monta e duradoura entre os funcionários e terceiros dentro da propriedade e repercussão de grande monta com razoável duração na comunidade. 3/5 QUANTIFICAÇÃO DE RISCOS 1.3 Estimativa do Nível de Risco (NR) A avaliação do Nível de Risco a que estão sujeitas as pessoas, o meio ambiente, clientes, enfim, todas as partes interessadas, é uma conjugação dos resultados da Amplitude das Conseqüências com a Probabilidade de Ocorrência. Trata-se de uma estimativa não muito precisa e sujeita a grande variabilidade já que depende de muitos fatores e parâmetros. O gráfico da figura 2.3.a abaixo é um dos critérios que pode ser utilizado para avaliar o Nível de Risco para operações de processamento químico. Dependendo da amplitude de enfoque do risco, esse gráfico poderá ser alterado. Por exemplo, o critério abaixo considera que repetidas ocorrências (PO = G) com Amplitude de Conseqüências desprezíveis (AC = I), representa um Nível de Risco 3 porque o critério está considerando o risco ao produto. Assim, repetidas pequenas nãoconformidades com o produto, gerando pequenas repercussões junto ao mercado, irá refletir, ao longo do tempo, na imagem da empresa e, por isso, não podem ser consideradas aceitáveis. Em outra situação, a relação G X I poderia ser classificada como Nível de Risco 2. Para outros segmentos, esse gráfico poderá ser radicalmente mudado. Nível de Risco AC IV 2 3 4 4 5 5 5 1 2 3 3 4 4 5 1 1 2 2 3 3 4 1 1 1 2 2 3 III II I 1 PO A 2.0 B C D E F G DECIS ÃO S OBRE A ACEITABILIDAD E DO NÍVEL D E RIS CO Uma vez estimado o Nível de Risco, é preciso classificá-lo para saber se é um risco aceitável ou não-aceitável. Critério de Aceitabilidade do Risco 4/5 QUANTIFICAÇÃO DE RISCOS ID ID DENOMINAÇÃO DES CRIÇÃO 1 DES PREZÍVEL Aceitável 2 MENOR Aceitável, sujeito à melhoria 3 MODERADO Aceitável, esporadicamente 4 S ÉRIO 5 CRÍTICO Não aceitável Absolutamente, não aceitável 5/5