COLISÕES INELÁSTICAS Introdução Quando estuda-se o movimento dos corpos é usual isolarmos um corpo e estudarmos seu movimento analisando as forças que atuam sobre ele ou então o trabalho exercido sobre o mesmo. Há situações em que o estudo conjunto de outros corpos se faz necessário tanto por simplicidade como para termos uma descrição melhor do que ocorre e o por quê. A famosa segunda lei de Newton é normalmente escrita sob a forma : F = ma. Onde F é a resultante das forças externas que atuam sobre um corpo de massa m e a é aceleração adquirida por este. Quando mais de um corpo está é objeto de nosso estudo, evidentemente a situação se complica, mas fica razoavelmente mais simples ( e talvez até mais claro) quando estudamos apenas as interações entre os corpos em movimento, e mais ainda quando esta interação se faz por meio de colisões ( outras formas poderiam ser por interações gravitacionais e/ou elétricas). A bem da verdade Newton trabalhou com o conceito de momentum (quantidade de movimento ou momento linear) de um corpo, de forma que sua famosa equação se expressaria como: F = Δ(mv)/Δt ou F = Δp/Δt, onde p = mv. Em português mais claro podemos falar: Força externas atuando em um corpo por um intervalo de tempo provoca uma variação em seu momento linear (FΔt = Δp). Este conceito será utilizado para tratarmos das situações que estudaremos a seguir. Em tempo, ao estudarmos colisões, o tempo de interação entre os corpos é bastante pequeno. Tomemos então, para sermos o mais simples possível, dois corpos interagindo por uma colisão. Mais ainda, estaremos nos concentrando nos instantes imediatamente antes e após a colisão. Teremos assim: m1,v1i m2,v2i m1,v1f m2,v2f Lembrando que velocidade é grandeza vetorial teríamos para antes e depois da colisão: pi = m1v1i + m2v2i pf = m1v1f + m2v2f Se supormos que na colisão não atuam forças externas ao sistema das duas partículas (F = 0) fica evidente que Δmv ou Δp = 0; ou seja o momento linear se conserva pi = pf m1v1i + m2v2i = m1v1f + m2v2f O equipamento que utilizaremos nos experimentos tem como objetivo eliminar ao máximo o atrito existente entre as superfícies de contato entre o trilho e as massas, daí seu nome: “trilho sem atrito Material Trilho sem atrito; Cronômetros; Sensores fotoelétricos “Carros” Massa auxiliar Procedimento Pese a massa dos carros e da massa e a distância entre os pares de sensores e anote (trabalharemos no Sistema internacional de unidades: massa em kilogramas, deslocamento ou distância em metros e tempo em segundos). m1 = m2 = Δxi = Δxf = m= Para se determinar a velocidade dos carros, meça o tempo que os carros levam para percorrer a separação entre os sensores. Um dos carros (2) deverá ficar em repouso antes da colisão e entre os pares de sensores. Dê um pequeno impulso em um dos carros e complete a tabela (Repare que os subscritos 1 2 foram eliminados, justifique). O procedimento deve ser repetido com a massa auxiliar presa a m1 e posteriormente com ela presa a m2 (Atenção ao preencher a tabela, identifique antes o que vem a ser mi e mf). mi (.10-2 kg) mf (.10-2 Δxi (.10-2 Δxf (.10-2 kg) m) m) Δti Δtf vi (.10-2 m/s) vf (.10-2 m/s) m1 > m2 (m1+m)> m2 m1 (m2+m) > De posse dos valores da tabela podemos construir outra tabela : pi (.10-2 kg.m/s) pf (.10-2 kg.m/s) Δp % Eci (.10-2 J) Ecf (.10-2 J) ΔEc % m1 > m2 (m1+m) > m2 m1 > (m2+m) Δp % será definido como [(pf – pi)/pi].100 e ΔEc % como [(Ecf – Eci)/Eci].100 A grandeza Ec será explicada agora. Todo corpo em movimento possui o que denominamos Energia Cinética (matematicamente Ec = p2/2m ou Ec = 1/2mv2), o que implica em que nosso sistema de corpos possui energia cinética antes e após a colisão. Só que se por um lado não haja forças externas atuando, há forças internas e elas de alguma maneira interferem no movimento. Preencha o restante da tabela e procure chegar a alguma conclusão. Discuta com o professor que tipo de colisão foi estudada. Atente para o fato que a) o equipamento não elimina completamente o atrito; b) nossa medidas carregam erros decorrentes de nossa metodologia e sistema de medição.