VI CONGRESSO BRASILEIRO DE TRIAGEM NEONATAL / XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA MÉDICA SALVADOR – BA, 07 A 10 DE SETEMBRO DE 2010 ABORDAGEM CLÍNICA, CITOGENÉTICA E MOLECULAR DE CINCO PACIENTES COM CROMOSSOMOS MARCADORES DERIVADOS DO CROMOSSOMO 22 Belangero, Sintia Iole Nogueira1; Pacanaro, Ade Nubia Xavier1; Bellucco, Fernanda Teixeira da Silva1; Christofolini, Denise Maria1; Leslie Domenici Kulikowski 1,2, Guilherme, Roberta dos Santos1; Piazzon, Flavia3, Hacker, April M.4; Emanuel, Beverly S4, Melaragno, Maria Isabel1 , Cernach, Mirlene Cecília Soares Pinho 3. (1) Disciplina de Genética, Departamento de Morfologia e Genética, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Brasil; (2) Departamento de Patologia, Universidade de São Paulo (USP), Brasil; (3) Centro de Genética Médica, Departamento de Morfologia e Genética, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Brasil; (4) Division of Human Genetics, Department of Pediatrics, the children’s Hospital of Philadelphia and TYhe University of Pennsylvania School of Medicina, PA, USA. RESUMO Introdução: Cromossomos marcadores supranumerários constituem um achado citogenético em aproximadamente 0,05% da população, sendo que por volta de 8% são derivados do cromossomo 22. Podem resultar em trissomia ou tetrassomia da região cromossômica correspondente a 2 Mb proximais de 22q11.2. Através de estudos moleculares foi revelada a presença de mú ltiplas cópias de uma complexa unidade de repetição região-específica localizadas em 22q11.2, as denominadas Low Copy Repeats (LCRs). Foram descritas nove LCRs (LCR-A a LCR-H e LCR-A’) como estruturas que favorecem o crossing-over desigual, já que promovem as recombinações homólogas não alélicas intra e intercromossômica, ou ainda rearranjos intracromátides, resultando na formação de cromossomos com duplicação ou deleção dessas regiões. Metodologia: Cinco pacientes não relacionados com cromossomo marcador s upranumerário derivado do cromossomo 22 foram estudados quanto às características clínicas e cromossômicas usando técnicas de citogenética clássica, hibridação in situ por fluorescência (FISH) e MLPA. Resultados: Quatro pacientes mostraram um cromossomo dicêntrico e bissatelitado com ponto de quebras em LCR22-A caracterizando o tipo I da Síndrome de Cat -eye (CES). Um paciente apresentou um cromossomo derivado de 22 monocêntrico e monosatelitado gerado por uma translocação entre os cromossomos 11 e 22 de ori gem materna que resultou em Síndrome de Emanuel. Conclusão: Embora exista uma sobreposição de fenótipos entre todos os casos, nossos dados mostraram que coloboma de iris parece ser um sinal cardinal da Síndrome de Cat-Eye e não relatado na síndrome de Emanuel. Por outro lado, a ausência do coloboma de íris não exclui o diagnóstico de CES. Nós confirmamos o envolvimento de LCRs na CES, bem como na Síndrome de Emanuel, principalmente LCR-A e LCR-B respectivamente. Nossos casos e prévios relatos na literatura contribuem para uma melhor correlação genótipo-fenótipo, determinação diagnóstica de pacientes com esses marcadores e, portanto para um aconselhamento genético mais apropriado. Palavras-chave: cromossomo 22, cromossomo marcador, trissomia parcial do 22, te trassomia parcial do 22, Síndrome de Cat-eye, Síndrome de Emanuel.