SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Av. 136 Quadra F 44 Lotes 22/ 24 Edifício César Sebba Setor Sul – Goiânia – GO- CEP: 74093-250 Fone: (62) 3201-7880 FAX: (62) 3201-7878 e-mail: [email protected] Boletim Mensal da Síndrome Respiratória Aguda Grave – Goiás 2015 Ano 3, nº 3 – Março de 2015. Até semana epidemiológica nº10 de 2015 Após a pandemia de 2009, o Ministério da Saúde preconizou a notificação compulsória somente dos casos graves de influenza. A partir de 2012, a ficha de notificação foi modificada e a vigilância epidemiológica direcionou o monitoramento para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A SRAG é um quadro clínico caracterizado pela presença da síndrome gripal 1 (SG), associada a pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: dispnéia, saturação de SpO2 < 95% em ar ambiente, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória, piora nas condições clínicas das doenças de base e hipotensão. Em crianças, além do quadro clínico acima descrito podem ser observados batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência. Situação epidemiológica em Goiás No Estado de Goiás em 2015, da 1° (04/01/2015) semana epidemiológica (SE) até a 10 (14/03/2015) foram notificados 51 casos de SRAG, com 04 óbitos. Esses dados representam um aumento de 24,4 % nos casos da doença, e uma redução de 75% dos óbitos por SRAG em relação ao ano anterior. (Quadro 1) Quadro 1. SRAG no Estado de Goiás, entre 2013 a 2015*. Ano Total de Casos Notificados Comparativo de Casos Total de óbitos Comparativo de óbitos Casos de Influenza A/ H1N1 até a SE 10 Óbitos de Influenza A/ H1N1 até a SE 10 2013 405 37 casos até a SE 10 104 09 óbitos até a SE 10 0 0 2014 348 41 casos até SE 10 aumento de 10,81% 105 16 óbitos até a SE 10 -aumento de 78% 1 0 2015* 51 51 casos até SE 10 aumento de 24,4% 04 04 até a SE 10 redução de 75% 0 0 Fonte: SINAN/Web/SUVISA/SES. * Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015). Dados sujeitos a alteração conforme investigação. (1) Síndrome Gripal é o caso do indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaléia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnóstico específico. Figura 1 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES. * Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015). Dados sujeitos a alteração conforme investigação. Os 51 casos de SRAG residentes em Goiás até a SE 10 foram encerrados como: SRAG não especificada (28 casos), SRAG por outros vírus respiratórios (02 casos: um parainfluenza 1 e outro parainfluenza 2), SRAG por influenza B (02 casos) e ainda estão sob investigação 19 notificações. Figura 2 Figura 2 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES. * Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015). Dados sujeitos a alteração conforme investigação. Não há caso notificado de SRAG por Influenza A/ H1N1. Os dois casos encerrados como SRAG por Influenza foram causados pelo vírus tipo B, um dos pacientes evolui para cura e o outro foi a óbito. Em Goiás os municípios com maior número de notificações por SRAG foram Jataí (24 notificações com 3 óbitos) e Goiânia (11 notificações sem óbitos ) Quadro 2 Quadro 2. Distribuição dos Casos e Óbitos de SRAG por Município de Residência no Estado de Goiás em 2015*. Municípios Aparecida de Goiânia Bela Vista de Goiás Catalão Doverlândia Goiânia Goiatuba Jataí Leopoldo de Bulhões Luziania Mineiros Nova Veneza Perolândia Trindade Total Casos 2 1 3 2 11 1 24 1 2 1 1 1 1 51 Óbitos 0 0 0 0 0 0 3 0 0 1 0 0 0 4 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES. * Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015). Dados sujeitos a alteração conforme investigação. Dos 04 óbitos por SRAG ocorridos até a SE 10 no estado 3 eram do sexo feminino e 1 de sexo masculino. Os 04 casos estão na faixa etária acima de 60 anos e possuem comorbidades: obesidade, diabetes, doença renal e pneumopatia. Um caso apresenta mais de uma comorbidade. Um dos fatores fundamentais para a redução dos óbitos é o início precoce do tratamento. Existem vários estudos que comprovam a importância do uso precoce do Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu), na redução de complicações que podem levar o paciente ao óbito. Portanto, é fundamental que este medicamento esteja acessível ao paciente de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, conforme descrito no protocolo de tratamento da influenza: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Mai/16/protocolo_manejo_influenza_miolo_final3.pdf Segundo o protocolo, o tratamento oportuno é aquele que deve ser iniciado dentro das 48 horas após o início dos sintomas. Ele deve ser instituído para todos os pacientes que pertencerem ao grupo de risco (idosos, gestantes, puérperas, crianças menores de dois anos, portadores doenças crônicas e população indígena) e apresentarem um quadro de SG. Para os pacientes com SG e que não são do grupo de risco, caberá ao médico fazer o julgamento clínico a respeito da necessidade de utilização do medicamento. Já nos casos de SRAG, o medicamento deve ser utilizado em todos os pacientes, independente de pertencerem ou não ao grupo de risco. Sendo a dose ajustada de acordo com as orientações preconizadas pelo Ministério da Saúde. Visando o aperfeiçoamento no manejo clínico da SG e SRAG, o Ministério da Saúde em parceria com o UNASUS, lançou em maio de 2013 um curso a distância, voltado preferencialmente para os médicos. Os demais profissionais que se interessarem poderão acessar todo o material didático somente para consulta. Na plataforma do curso está disponível a versão atualizada do protocolo de tratamento da influenza, as medidas de prevenção preconizadas, fluxogramas de atendimento, casos clínicos e links de interesse para os profissionais envolvidos no atendimento dos casos de SG e SRAG. http://unasus.gov.br/influenza Goiânia, 20 de março de 2015.