Boletim Síndrome Respiratória Aguda Grave

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Boletim Mensal da Síndrome Respiratória Aguda Grave – Goiás 2015
Ano 3, nº 3 – Março de 2015.
Até semana epidemiológica nº10 de 2015
Após a pandemia de 2009, o Ministério da Saúde preconizou a notificação compulsória
somente dos casos graves de influenza. A partir de 2012, a ficha de notificação foi modificada e a
vigilância epidemiológica direcionou o monitoramento para a Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG).
A SRAG é um quadro clínico caracterizado pela presença da síndrome gripal 1 (SG),
associada a pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: dispnéia, saturação de SpO2 < 95% em ar
ambiente, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória, piora nas condições clínicas
das doenças de base e hipotensão. Em crianças, além do quadro clínico acima descrito podem ser
observados batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.
Situação epidemiológica em Goiás
No Estado de Goiás em 2015, da 1° (04/01/2015) semana epidemiológica (SE) até a 10
(14/03/2015) foram notificados 51 casos de SRAG, com 04 óbitos. Esses dados representam um
aumento de 24,4 % nos casos da doença, e uma redução de 75% dos óbitos por SRAG em relação ao
ano anterior. (Quadro 1)
Quadro 1. SRAG no Estado de Goiás, entre 2013 a 2015*.
Ano
Total de
Casos
Notificados
Comparativo de
Casos
Total
de
óbitos
Comparativo de
óbitos
Casos de
Influenza A/
H1N1 até a SE
10
Óbitos de
Influenza A/
H1N1 até a SE
10
2013
405
37 casos até a
SE 10
104
09 óbitos até a
SE 10
0
0
2014
348
41 casos até SE 10 aumento de 10,81%
105
16 óbitos até a
SE 10 -aumento
de 78%
1
0
2015*
51
51 casos até SE 10 aumento de 24,4%
04
04 até a SE 10
redução de 75%
0
0
Fonte: SINAN/Web/SUVISA/SES.
* Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015).
Dados sujeitos a alteração conforme investigação.
(1) Síndrome Gripal é o caso do indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor
de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaléia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnóstico
específico.
Figura 1
Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES.
* Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015).
Dados sujeitos a alteração conforme investigação.
Os 51 casos de SRAG residentes em Goiás até a SE 10 foram encerrados como: SRAG
não especificada (28 casos), SRAG por outros vírus respiratórios (02 casos: um parainfluenza 1 e outro
parainfluenza 2), SRAG por influenza B (02 casos) e ainda estão sob investigação 19 notificações.
Figura 2
Figura 2
Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES.
* Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015).
Dados sujeitos a alteração conforme investigação.
Não há caso notificado de SRAG por Influenza A/ H1N1. Os dois casos encerrados como
SRAG por Influenza foram causados pelo vírus tipo B, um dos pacientes evolui para cura e o outro foi
a óbito.
Em Goiás os municípios com maior número de notificações por SRAG foram Jataí (24
notificações com 3 óbitos) e Goiânia (11 notificações sem óbitos ) Quadro 2
Quadro 2. Distribuição dos Casos e Óbitos de SRAG por Município de Residência no Estado de
Goiás em 2015*.
Municípios
Aparecida de Goiânia
Bela Vista de Goiás
Catalão
Doverlândia
Goiânia
Goiatuba
Jataí
Leopoldo de Bulhões
Luziania
Mineiros
Nova Veneza
Perolândia
Trindade
Total
Casos
2
1
3
2
11
1
24
1
2
1
1
1
1
51
Óbitos
0
0
0
0
0
0
3
0
0
1
0
0
0
4
Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES.
* Dados preliminares até a SE 10 (04/01/2015 a 14/03/2015).
Dados sujeitos a alteração conforme investigação.
Dos 04 óbitos por SRAG ocorridos até a SE 10 no estado 3 eram do sexo feminino e 1 de sexo
masculino. Os 04 casos estão na faixa etária acima de 60 anos e possuem comorbidades: obesidade,
diabetes, doença renal e pneumopatia. Um caso apresenta mais de uma comorbidade.
Um dos fatores fundamentais para a redução dos óbitos é o início precoce do tratamento.
Existem vários estudos que comprovam a importância do uso precoce do Fosfato de Oseltamivir
(Tamiflu), na redução de complicações que podem levar o paciente ao óbito. Portanto, é fundamental
que este medicamento esteja acessível ao paciente de acordo com o preconizado pelo Ministério da
Saúde,
conforme
descrito
no
protocolo
de
tratamento
da
influenza:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Mai/16/protocolo_manejo_influenza_miolo_final3.pdf
Segundo o protocolo, o tratamento oportuno é aquele que deve ser iniciado dentro das 48 horas
após o início dos sintomas. Ele deve ser instituído para todos os pacientes que pertencerem ao grupo
de risco (idosos, gestantes, puérperas, crianças menores de dois anos, portadores doenças crônicas e
população indígena) e apresentarem um quadro de SG. Para os pacientes com SG e que não são do
grupo de risco, caberá ao médico fazer o julgamento clínico a respeito da necessidade de utilização do
medicamento. Já nos casos de SRAG, o medicamento deve ser utilizado em todos os pacientes,
independente de pertencerem ou não ao grupo de risco. Sendo a dose ajustada de acordo com as
orientações preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Visando o aperfeiçoamento no manejo clínico da SG e SRAG, o Ministério da Saúde em
parceria com o UNASUS, lançou em maio de 2013 um curso a distância, voltado preferencialmente
para os médicos. Os demais profissionais que se interessarem poderão acessar todo o material didático
somente para consulta. Na plataforma do curso está disponível a versão atualizada do protocolo de
tratamento da influenza, as medidas de prevenção preconizadas, fluxogramas de atendimento, casos
clínicos e links de interesse para os profissionais envolvidos no atendimento dos casos de SG e SRAG.
http://unasus.gov.br/influenza
Goiânia, 20 de março de 2015.
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