Nota Técnica nº 01/2013 – GVSI/GEMED/SMSA Assunto: Indicações de uso e disponibilização de oseltamivir para tratamento de pacientes com SRAG e SG, e Vacinação estendida das crianças, gestantes e puérperas Neste ano até a SE 21/2013 foram notificados, em Belo Horizonte, segundo dados da Vigilância Epidemiológica, 744 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e destes, 586 tiveram amostra respiratória coletada para exame. Dentre os 552 casos com resultados liberados, 105 foram positivos para vírus respiratórios: o mais prevalente até agora foi o Vírus Sincicial Respiratório (80 amostras), mas é a partir do fim do mês de maio até meados de setembro que os vírus influenza habitualmente circulam de maneira mais intensa (até agora foram 18 amostras, predominando o influenza A/H1N1 pandêmico com 8 casos) no município. O estado de São Paulo já registrou este ano 1.863 casos de SRAG e 183 óbitos, sendo 55 para A/H1N1 pandêmico (Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/10913/162/ministerio-da-saudeanuncia-acoes-para-enfrentamento-da-gripe.html). Tendo em vista o surgimento de dois novos vírus responsáveis por quadros respiratórios graves – o novo coronavírus oriundo do Oriente Médio desde o segundo semestre de 2012, e a nova gripe aviária influenza A/H7N9 que surgiu em fevereiro do ano corrente na China – é de extrema importância continuar a intensa vigilância das SRAG e SG, além de estabelecer tratamento precoce com oseltamivir, no momento da suspeita clínica, não devendo aguardar pelo resultado da amostra de secreção respiratória. Definição de caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Paciente com febre, ainda que referida, tosse, dificuldade respiratória e indicação de internação. É indicado tratamento com oseltamivir em todos os casos de SRAG, independente da situação vacinal, conforme prescrição médica. A notificação deve ser realizada em impresso específico de SRAG e o antiviral deve ser iniciado o mais precoce possível, mas a qualquer momento, mesmo que se tenham transcorridas mais de 48 horas de início de sintomas. Definição de caso de Síndrome Gripal (SG): Paciente com febre, ainda que referida, tosse OU dor de garganta e mais um dos seguintes sintomas: cefaléia, mialgia ou artralgia. O oseltamivir está formalmente indicado aos pacientes com síndrome gripal que se enquadrem nas seguintes situações: Crianças com idade inferior a 2 anos; Pessoas com idade superior a 60 anos, Grávidas em qualquer idade gestacional, Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal); Nutrizes (mulher que amamenta); Presença de comorbidades, tais como pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (incluindo hipertensão arterial grave); nefropatias; hepatopatias; doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo obesidade grau III e diabetes mellitus insulinodependente ou DM tipo II com maior risco, segundo critério médico); portadores de síndromes genéticas e de transtornos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia ou outras doenças neuromusculares); portadores de imunossupressão, inclusive medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana; pessoas com menos de 18 anos de idade medicadas por longo período com Ácido acetilsalicílico. A síndrome gripal não é de notificação compulsória, portanto não se preenche a ficha de investigação de influenza. Para estes casos de SG com fatores de risco para agravamento, o oseltamivir deve ser iniciado o mais precoce possível, mesmo que se tenham transcorridas mais de 48 horas de início de sintomas, e independente da situação vacinal. A prescrição do antiviral, em casos de SG sem fatores de risco pode ser feita, sob juízo clínico, apenas dentro das primeiras 48 horas de sintomas. Dispensação do oseltamivir Pacientes atendidos em hospitais ou UPAS: o medicamento será disponibilizado pela própria unidade de saúde na qual foi realizado o atendimento. Pacientes atendidos em postos de saúde: o medicamento será disponibilizado em qualquer um dos 147 postos de saúde da atenção primária do município. Pacientes atendidos em consultórios particulares: Dias úteis: dispensação em qualquer um dos 147 postos de saúde da atenção primária do município. Finais de semana e feriados: o medicamento será disponibilizado pelo plantão do CIEVS. O médico que prescreveu o medicamento deve fazer contato com o plantão do CIEVS para discussão do caso e combinar a disponibilização do medicamento. Plantão CIEVS (8835-3120)- telefone disponibilizado somente para os profissionais de saúde. Não deve ser repassado para pacientes ou familiares. Reposição de estoque do oseltamivir Os hospitais, UPAS ou Centros de Saúde devem manter um estoque para atender a demanda de pacientes com SRAG e SG. A reposição dos estoques de todas esssas unidades de saúde, hospitalares ou não, deve ser feita junto às Farmácias Distritais de referência de cada uma daquelas. Documentação necessária para reposição de estoque do oseltamivir: Para os casos internados: Xerox da notificação e cópia da receita Para os casos atendidos com SG: cópia da receita (estes casos não devem ser notificados) Excepcionalmente, nos finais de semana, feriados e período noturno, os hospitais, que por algum motivo, não tiverem estoque do medicamento, poderão entrar em contato com o Plantão do CIEVS. Vacinação ampliada para crianças, gestantes e puérperas A Secretaria Municipal de Saúde informa que a campanha de vacinação contra a gripe será estendida até o dia 31 do mês de julho/2013 para a segunda dose da vacina para crianças, quando indicado, e para as gestantes e as puérperas até 45 dias após o parto. Gerência de Vigilância em Saúde e Informação – GVSI Gerência de Assistência Terapêutica – GEMED Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte Belo Horizonte, 29 de maio de 2013.