Sintomas provocados pelo Potato Virus S (PVS) em plantas de

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Sintomas provocados pelo Potato Virus S (PVS) em plantas de batata
em infecções simples e mistas.
Silvia Regina Rodrigues de Paula Ribeiro
(1)
; Antonia dos Reis Figueira(2)*; Priscilla
de Souza Geraldino(1)**; Suellen Bárbara Ferreira Galvino(1)**; Thaís Oliveira
Ramalho(1).Bolsistas:*CNPq, **Capes.(¹) Universidade Federal de Lavras- Departamento de Fitopatologia.
C.P.3037, 37200-000, Lavras-MG.
ABSTRACT: Symptoms induced by Potato virus S (PVS) in potato plants with single
and mixed infections.
Even being one of the most common viruses on potato field, the Potato virus S (PVS) has
not been studied so far, due to the almost imperceptible symptoms in potato plants and
also because the yield losses induced by this virus are not very high. However, when the
PVS associated with other viruses in the potato plants, those presented more intense
symptoms than induced by each virus separately. In this work, potato plants cv. Agata,
either infected only with PVS or in mixed infections, were planted to investigate the
symptoms induced for single and mixed infections in greenhouse. The infected tubers, with
different virus combinations, were produced in greenhouse, through inoculation with the
vector Myzus persicae for PLRV and mechanic inoculation for the other viruses.
The
treatments were the following: PVS, PVX AND PVY; PVS + PVX, PVS + PVY, PVX + PVY
and PVS + PVX + PVY; PLRV, PVS + PLRV, PVS + PLRV + PVX, PVS + PLRV + PVY;
PVS + PLRV + PVX + PVY. In most of the cases in which PVS was associated with one or
more viruses in potato plants, those presented more intense symptoms than induced by
each virus separately, showing that it can become important when associated with the
other viruses which are frequent in the Brazilian potato production fields.
Keywords: Solanum tuberosum; viruses; interactions.
INTRODUÇÃO
O Potato virus S (PVS) é classificado como uma espécie pertencente ao gênero
Carlavirus que, apesar de ser um dos gêneros com maior número de espécies, até
recentemente tem sido o menos estudado. Isso porque a maioria dos Carlavirus causa
sintomas latentes e, quando são visíveis, podem ser observados apenas nos estágios
iniciais da infecção, dependendo do hospedeiro. Assim sendo, esse gênero de vírus tem
sido esquecido e, na maioria dos casos, as espécies só mereceram atenção devido às
alterações nos sintomas, quando foram associados a infecções complexas com outros
vírus (Foster, 1992). A presença do PVS associado a outros vírus como o PVY, PVX e
PLRV, que são comumente encontrados em lavouras de batata brasileiras, pode
intensificar os sintomas causados pelos outros vírus o que consequentemente pode
acarretar considerável diminuição na produção. Segundo Figueira et al. (1985) e
Geraldino et al. (2005), plantas infectadas com PVY conjuntamente com PVS apresentam
sintomas de mosaico necrótico mais severo. Devido à escassez de trabalhos a esse
respeito no Brasil, foi realizado esse trabalho com o intuito de verificar os sintomas
induzidos pelo PVS associado aos vírus PVY, PVX e PLRV em infecções simples e
mistas.
MATERIAL E MÉTODOS
Tubérculos de batata cv. Ágata, comprovadamente sadios, foram submetidos ao
tratamento com bissulfureto de carbono (25ml/m3), por 72 horas, para forçar a brotação, e
plantados em vasos com capacidade de 5kg, contendo substrato apropriado. Após a
emergência, as plantas foram inoculadas com um ou mais vírus: a) infecções simples:
PVS, PVX, PVY e PLRV; b) infecções duplas: PVS+PVX, PVS+ PVY, PVX+PVY e
PVS+PLRV; c) infecções triplas: PVS+PVX+PVY, PVS+PLRV+PVX, PVS+PLRV+PVY; d)
infecção quádrupla: PVS+PLRV+PVX+PVY. Os sintomas primários foram observados até
o final do ciclo da planta. Os tubérculos produzidos foram colhidos, replantados e os
sintomas secundários foram então observados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelos sintomas nas plantas de batata cv. Ágata infecções simples (Figura 1),
notou-se que as plantas infectadas apenas com o PVX (1-C) e o PVS (1-E) praticamente
não mostraram sintomas, apresentando apenas um mosaico bem leve.
Os sintomas
induzidos pelo PVY (1-D), sozinho, se caracterizaram por mosaico, aprofundamento das
nervuras e diminuição da área foliar. Os induzidos pelo PLRV (1-B) foram o enrolamento
das margens dos folíolos para cima, a deformação foliar e o leve encarquilhamento.
Nas interações duplas do PVS com o PVY (2-A), com o PVX (2-B) e com o PLRV
(2-C) ficou evidente que o PVS e os outros vírus intensificaram os sintomas, tornando-os
mais evidentes. Na associação do PVY+PVX (2-D), notou-se mosaico mais intenso,
diminuição da área foliar e, ainda, enrugamento dos folíolos. Isso já era esperado,
considerando-se que existe um efeito sinérgico quando esses infectam simultaneamente
uma planta. Uma das características marcantes foi a diminuição do tamanho das plantas,
que ocorreu de forma mais intensa nas associações entre PVS+PVY (2-A), PVS+PLRV
(2-C) e PVX+PVY (2-D) em relação à planta sadia (2-E). Os sintomas induzidos pela
associação entre o PVS e o PVY confirmaram os resultados obtidos por Geraldino et al.
(2005), que observaram em todas as plantas com infecção mista, com o PVS e o PVY,
um mosaico mais intenso e enrugamento, com visível diminuição da área foliar na parte
apical da planta, o que preconiza diminuição também da produção.
Nas interações triplas (Figura 3), no caso do PVS+PVX+PVY (3-A) ocorreu o
enrugamento severo, mosaico intenso, deformação e diminuição da área foliar,
aprofundamento das nervuras e o encarquilhamento das folhas. A associação
PVS+PVY+PLRV (3-C), além de induzir sintomas foliares, como enrolamento acentuado
das margens, mosaico severo, deformação e aprofundamento das nervuras, induziu
também a redução no tamanho das plantas. Nas folhas das plantas infectadas com PVS+
PVX+PLRV (3-B), notou-se mosaico intenso, deformação e, ainda, diminuição da área
foliar. Finalmente, a infecção com os quatro vírus (Figura 4) fez com que o tamanho das
plantas fosse bastante afetado (4-A). Esta apresentou ainda encarquilhamento, mosaico
severo, enrugamento, embolhamento, deformação foliar e aprofundamento das nervuras
(4-B).
FIGURA 1. Infecções simples. A: Sadia; B: PLRV;
C:PV X; D: PVY; E: PVS.
FIGURA 3. Infecções triplas. A e A1:
PVS+PVY+PVX; B e B1: PVS+PVX+PLRV;
C e C1: PVS+PVY+PLRV; D e D1: Sadia.
FIGURA 2. Infecções duplas. A e A1: PVS + PVY; B e B1:
PVS + PVX; C e C1: PVS+PLRV; D e D1: PVX + PVY; E:
Sadia.
FIGURA 4. Infecção quádrupla. A: PVS + PVY + PVX + PLRV; B:
Detalhe dos sintomas na folha.
CONCLUSÃO
A presença do PVS nas interações provocou sintomas mais intensos que a de cada vírus
separadamente, sendo que as interações com PVS+PLRV+PVY, foram as que induziram
sintomas mais severos em casa de vegetação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOSTER, GD. 1992. The structure and expression of the genome of Carlavirus. Minireview. Research in Virology, 143:103-112.
FIGUEIRA, AR; SOUZA, PE; CARDOSO, MRO. 1985. Ocorrência dos vírus que infectam
a batateira na região Sul de Minas Gerais. Fitopatologia Brasileira, 10:S307
GERALDINO, PS; FIGUEIRA, AR; BARROCAS, EN; GALVINO, SBF; FERRO, HM. 2005.
Efeito sinérgico entre o PVS (Potato virus S) e o PVY (Potato virus Y) em diferentes
cultivares de batata. Fitopatologia Brasileira.30:S186.
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