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Entretanto, pelos resultados deste trabalho, conclui-se que a adoção dessa prática é bastante viável e poderá ser utilizada como técnica de rotina com a mesma facilidade que se encontra quando se utilizam os anti-soros isoladamente. Como o ELISA ainda é considerado muito dispendioso em países como o Brasil, que tem que importar as microplacas e a maioria dos reagentes empregados, o seu uso ainda é bastante restrito e tem dificultado a implantação desses testes para a indexação de vírus em batata-semente, nas diversas regiões produtoras do país, tornando pouco eficientes os sistemas de certificação. A utilização de uma mistura de anti-soros significa uma economia substancial, tanto de material como de mão-de-obra, o que diminui o custo final dessa técnica e a torna mais acessível para uso rotineiro. General Virology, London, v. 34, n.3, p. 475-483, 1977. COSTA. A. S. Doenças de virus do fumo, batata e tomateiro. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1948. 82p. (Boletim). 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Os resultados obtidos estão representados na tabela 2 e confirmam a eficiência da técnica para detecção dos vírus em plantas de batata com infecções mistas, pois o menor valor de absorbância das amostras foi igual a 10 vezes a absorbância média dos respectivos controles. Quando o DAS-ELISA foi desenvolvido, era utilizado um volume de 200 µl/orifício (Voller et al. 1976; Clark e Adams, 1977) para cada reagente. Entretanto, além de se empregar um volume muito grande dos antígenos, anti-corpos e reagentes envolvidos, ainda facilitava o aparecimento de reações positivas falsas, devido ao fato de o orifício ficar muito cheio e haver a probabilidade de contaminar o orifício adjacente no decorrer da manipulação da microplaca, durante a realização da técnica. Por isso, alguns pesquisadores investigaram a possibilidade de se diminuir o volume empregado no DAS e TAS-ELISA, para a detecção de estirpes do vírus do nanismo amarelo da cevada (Barley Yellow dwarf virus - BYDV), sem diminuir a sua sensibilidade e eficiência, e descobriram que o volume de 50 µl/orifício foi capaz de proporcionar resultados repetitivos, com a mesma sensibilidade e confiabilidade que se obtinha quando se empregavam 200 µl (D'Arcy , Hewings e Eastman, 1992; Figueira, Domier e Darcy, 1995). Os resultados aqui obtidos, na detecção dos três principais vírus que infectam a batateira no Brasil, também demonstraram que a utilização de 50 µl na técnica DAS-ELISA não comprometeu a sua eficiência e sensibilidade. A única limitação é que quando se utiliza uma mistura de anti-soros, e se obtêm resultados positivos, não é possível saber com qual dos vírus a planta está infectada ou se ela está infectada com um ou mais vírus. Entretanto, se existir a necessidade de se conhecer a identidade dos vírus, pode-se repetir os testes somente para as amostras que mostrarem reação positiva, o que, ainda assim, significará uma economia substancial. TABELA 2 - Detecção simultânea de vírus, por DAS-ELISA, em extratos de plantas de batata cv. Achat infectadas com um ou mais vírus, utilizando-se diferentes combinações de antígenos e de anti-soros. Anti-Soros Média da absorbância das amostras dividida pela média da absorbância dos controle nas diferentes combinações testadas ---------------------------------------------------------------------------------- Antígenos PVX + PVY PVY + PLRV Média da Absorbância dos controles PVX + PLRV PVX+ PVY + PLRV PVX 6,58 -* 5,02 2,21 0,22 PVY 17,07 9,64 - 11,14 0,18 PLRV - 6,44 2,66 3,90 0,17 PVX+PVY 12,39 5,32 2,33 4,01 0,22 PVY+PLRV 2,30 11,07 2,61 7,53 0,17 PVX+PLRV 4,99 2,60 5,00 7,71 0,16 PVX+PVY+PLRV 3,91 5,33 7,72 11,06 0,14 Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.3, p.597-604, jul./set., 2000 Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.3, p.597-604, jul./set., 2000 23,69 22,34 23,66 21,74 22,50 20,56 11,63 PLRV PVX+PVY(50**) PVX+ PVY(100) PVX+PLRV(50) PVX+PLRV(100) PVY+PLRV(50) PVY+PLRV(100) PVX+PVY+PLRV(50) PVX+PVY+PLRV(100) PVX+PVY+PLRV(150) - - - 3,72 19,14 12,78 - - a PLRV 3,90 8,31 6,67 2,17 5,90 5,14 23,14 19,07 22,24 18,98 15,24 9,14 - - - - 1,76 - - b 7,00 13,37 4,08 8,54 6,58 18,10 23,84 23,19 23,92 23,35 11,22 28,50 21,09 25,37 19,96 - - 12,34 - 11,21 - 14,99 21,39 22,92 - 12,41 22,32 13,66 - - - -* b 17,12 27,61 33,55 - - - - 21,99 33,04 - 20,42 28,61 a 9,35 27,14 27,16 - - - - 22,87 21,46 - 14,59 11,71 b PVX+PVY 13,69 26,20 30,39 - - 21,91 29,16 - - 3,39 - 26,83 a 8,82 25,79 23,36 - - 15,05 13,82 - - 2,55 - 9,62 b PVX+PLRV 15,49 26,64 31,18 23,62 15,19 - - - - 3,52 18,62 - a 7,92 25,98 25,87 18,05 10,60 - - - - 2,62 13,88 - b PVY+PLRV 15,44 24,85 30,18 23,58 16,77 22,23 27,20 21,91 31,24 4,79 20,94 25,20 13,06 24,8 3,50 15,87 5,04 21,66 12,09 22,82 12,79 2,64 14,72 8,72 b PVX+PVY+PLRV a 0,193 0,120 0,098 0,128 0,166 0,137 0,085 0,140 0,083 0,130 0,138 0,096 Média da Absorbância dos Controles * combinações não testadas; ** µl/orifício da placa; a: diluição do antígeno 1:80; b: Maior diluição do antígeno que mostrou ELISA positivo em testes. - PVY 11,4 a 23,5 PVY b a Antígenos Valores médios da absorbância das amostras divididos pela média da absorbância dos controles nas diferentes combinações testadas PVX PVX Anti-Soros a) TABELA 1 - Detecção simultânea de vírus por DAS ELISA, em extratos de folhas de plantas indicadoras, utilizando-se diferentes volumes e diferentes combinações de antígenos e de anti-soros. 602 601 a diminuição do volume para 50 µl, o DAS-ELISA pode ser empregado com uma alta eficiência para detecção simultânea do PVX, PVY e do PLRV. Após a triagem inicial, que revelou ser possível a detecção simultânea de dois ou três vírus, com um volume de 50 µl/orifício, foi então testada essa técnica Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.3, p.597-604, jul./set., 2000 600 dicadoras e de batata sadias, obedecendo à mesma metodologia, com a mesma combinação e quantidade de folhas utilizada para as plantas infectadas. Após a adição dos antígenos, as placas foram incubadas a 4oC por uma noite e, em seguida, foram lavadas como descrito anteriormente. Em seguida, fezse a adição do anticorpo conjugado, utilizando-se os mesmos volumes e concentrações da cobertura das respectivas placas, e incubando-se por duas horas a 37oC, com posterior lavagens e adição do substrato pnitofenilfosfato. Após nova incubação por duas horas, à temperatura ambiente, fez-se a leitura em leitor de placa fabricado pela Dynatech Laboratories, modelo MRX, com filtro de 405 nm. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos testes realizados para verificar a possibilidade de detecção simultânea dos vírus em plantas indicadoras, numa mesma amostra, encontramse na Tabela 1. Pode-se observar que foi possível a detecção de vírus em todas as combinações de antisoros utilizadas, juntos ou separadamente, bem como em todos os volumes testados. Quando foi utilizado um único anti-soro (PVY, PVX ou PLRV) para detectar o vírus específico em misturas de dois ou três vírus, o valor da absorbância a 405 nm foi semelhante ao valor obtido quando este foi utilizado para detectar o vírus isoladamente. Quando se utilizou um único anti-soro, para detecção de cada vírus isoladamente, as maiores concentrações dos antígenos sempre resultaram em uma maior absorbância. No emprego de diferentes volumes e diferentes combinações de antígeno/anti-soro, para a detecção de vírus em plantas indicadoras, nem sempre a maior concentração dos antígenos resultaram numa maior absorbância. Essas variações podem ser consideradas compreensíveis, pois a reação antígeno/anticorpo é de natureza bioquímica e depende da concentração do antígeno e do anticorpo, além de estar sujeita a uma série de influências do meio e do ambiente onde ocorre. Desse modo, seria normal que numa mistura de anti-soros e de antígenos, em extratos de diferentes plantas, pudesse haver alguma interferência na reação afetando o seu resultado final (Bradish e Crawford, 1960; Van Regenmortel, 1982). No caso específico deste trabalho, notaram-se variações que podem ter sido provenientes da concentração antígeno/anticorpo e de outras interferências de natureza desconhecida ocorridas durante a reação. Por exemplo, na detecção do PVY, isoladamente e de combinações dos antígenos: PVX+PVY, PVX+ PVY+PLRV, pela mistura de anti-soros PVX+PVY (100 µl), bem como na detecção de quase todas as combinações de antígenos pela mistura dos três anti-soros (100 µl), provavelmente a concentração de moléculas de anticorpos presentes no anti-soro possa ter sido menor do que o número de partículas virais presentes no extrato concentrado. Isso porque pode-se notar que as absorbâncias obtidas com os extratos concentrados foram praticamente as mesmas dos extratos diluídos, mostrando que mesmo no extrato diluído poderia haver um número de partículas suficiente para reagir com todas as moléculas de anticorpos presentes na mistura. Na maioria dos casos em que se empregaram os três anti-soros juntos, a absorbância nos testes com 50 µl/orifício foi igual ou maior que nos testes com 100 µl/orifício para a detecção da maioria dos antígenos, em extratos foliares concentrados, sozinhos ou combinados. Nesses casos, parece ter havido uma interferência de componentes do extrato concentrado no resultado final da reação, pois em quase todos os casos, a absorbância dos testes com o extrato diluído aumentou com o maior volume dos anti-soros. Quando se testou essa combinação dos três anti-soros, contra os três antígenos juntos, essa diferença de comportamento entre os extratos concentrados e diluídos foi muito mais evidente. Este foi o motivo de se fazer esse trabalho, ou seja, investigar se essa possível interferência seria capaz de comprometer a eficiência do DAS-ELISA na diagnose simultânea desses vírus. A menor absorbância obtida com o volume de 150 µl/orifício, dos três anti-soros juntos, provavelmente foi causada pelo fato de esses anti-soros estarem muito mais diluídos. De qualquer modo, independentemente das variabilidades observadas, os resultados mostraram que a menor absorbância obtida quando se empregaram 50 µl de uma mistura de anti-soros para detectar um ou mais vírus foi de 13 (2,17) a 35 (3,50) vezes a absorbância dos respectivos controles. Baseando-se no fato de que é considerada positiva a amostra que apresentar um valor de absorbância igual a duas vezes a média de absorbância do controle, os resultados obtidos foram altamente satisfatórios, demonstrando que, mesmo com Ciênc. agrotec., Lavras, v.24, n.3, p.597-604, jul./set., 2000 599 de P. floridana Rydb infectadas com o PLRV, por 48 horas. Após esse período, foram transferidos para as plantas a serem inoculadas, onde permaneceram por mais 48 horas, antes de serem eliminados com inseticida. Foram utilizados 50 pulgões por planta. O PVX e o PVY foram inoculados em plantas de G. Globosa e de Nicotiana tabaccum L., respectivamente, pelo método de fricção com carborundum: 1 g de folhas de plantas infectadas foram maceradas em 5 ml de tampão fosfato 0,01 M pH 7,0, contendo sulfito de sódio 0,01 M. Após a inoculação, as plantas foram lavadas e mantidas em casa-de-vegetação até o final dos experimentos. Nas plantas de batata com infecções mistas, os dois vírus foram inoculados simultaneamente. Quando as plantas foram infectadas também com o PLRV, este foi inoculado primeiro e os outros dois vírus, sozinhos ou misturados, foram inoculados cerca 3 a 4 dias depois da eliminação do inseto- vetor. Para realização da técnica sorológica DASELISA, foram utilizados anti-soros provenientes da firma comercial Boehringer Mannheim. As soluções para cobertura (tampão carbonato/bicarbonato pH 9,5 ), extração das amostras (tampão fosfato salino (PBS) pH 7,4 + polivinilpirolidona (PVP) 20g/l), diluição do conjugado (PBS + 0,1 % de leite desnatado + 0,01 % de Tween 20), lavagens (PBS + Tween 20 a 0,1 %), solução de bloqueio ( PBS + 0,5 % de leite desnatado) e para a diluição do substrato (tampão dietanolamina pH 9,8) foram preparados no Laboratório do DFP/UFLA. Para avaliar a possibilidade da detecção simultânea do PVX, PVY e do PLRV em plantas indicadoras, as placas, com 96 orifícios, foram cobertas com diversas combinações dos três anti-soros, como segue: a) PLRV + PVY; b) PLRV + PVX; c) PVY + PVX; d) PLRV + PVY + PVX e também placas para PVY, PVX e PLRV, isoladamente. Para a cobertura das placas com dois anti-soros, foram empregados volumes de 50 e de 100 (µl/orifício). No volume de 50 µl/orifício, a diluição final de cada anti-soros foi de 1:5000 (0,01) (1 µl de cada um dos dois anti-soros concentrados mais 49,98 µl do tampão de diluição). No volume de 100µl/orifício, misturaram-se 50µl de cada um dos dois anti-soros diluídos 1:2500 (0,02 µl do anti-soro mais 49,98 µl do tampão de diluição), o que significa também uma diluição final de 1:5000 no volume total de 100 µl. Quando se empregaram três anti-soros, foram testados os volumes de 50, 100 e 150 µl por orifício da microplaca. Para o volume de 50 e 100 µl, empregou-se a diluição final de 1:5.000, feita conforme descrito an- teriormente. Para o volume de 150µl, foram misturados 50 µl de cada anti-soro diluído 1:5000, o que significa que a diluição final de cada um, nesse volume, foi de 1:15.000. Nos testes realizados com as plantas de batata cv. Achat, infectadas com dois ou mais vírus, utilizaram-se as mesmas combinações de anti-soros acima descritas, porém com o volume de 50 µl/orifício, sendo que em qualquer das combinações, de dois ou três antisoros, estes foram empregados na diluição final de 1:5000. Depois de cobertas, as microplacas foram incubadas por 2 horas em estufa a 37oC, lavadas três vezes em água deionizada, e uma vez em tampão de lavagem. Após as lavagens, adicionaram-se 50-150 µl/orifício da solução de bloqueio, e essas placas foram incubadas por duas horas a 37oC. Então, se descartou a solução de bloqueio e fez-se a adição do extrato foliar das plantas infectadas (antígeno). Os antígenos foram testados também em diversas combinações, utilizando-se ou uma mistura das folhas das plantas indicadoras, infectadas com os respectivos vírus, em proporções que permitissem a diluição final desejada para cada vírus, ou a planta de batata infectada ao mesmo tempo com dois ou três vírus. As combinações de vírus foram: a) PLRV + PVY; b) PLRV + PVX; c) PVY + PVX; d) PLRV + PVY + PVX, e PVX, PVY e PLRV isoladamente, para todas as combinações de anti-soros testadas. Foram testadas duas concentrações dos antígenos, tanto quando foram utilizadas plantas indicadoras infectadas com um único vírus como quando foram utilizadas plantas de batata infectadas com mais de um vírus. Em ambos os casos, o extrato foliar mais concentrado foi constituído por um grama de folhas infectadas/80 ml do tampão de extração. O menos concentrado, no caso de plantas indicadoras, foi constituído pela última diluição capaz de ser detectada pelo DAS-ELISA, determinada durante os testes preliminares realizados neste trabalho, ou seja, 1:640 para PVY, 1:1280 para PVX e 1:160 para PLRV. No caso das plantas de batata com infecções mistas, ou seja, a mesma planta estava infectada com dois ou três vírus, a maior diluição foi de 1:160 para todas as combinações em que o PLRV estava presente, e 1:640 em combinações contendo o PVY. Esses extratos foram distribuídos ao acaso, nas placas, de modo a se obter oito repetições de cada antígeno para cada combinação de anti-soros utilizada. Como controle, empregaram-se extratos das plantas inCiênc. agrotec., Lavras, v.24, n.3, p.597-604, jul./set., 2000 598 3. Professora do Departamento de Fitopatologia/UFLA. contaminados darão origem a plantas infectadas e pouco produtivas, tornando o custo de produção inviável. Os vírus mais freqüentemente relacionados com a degenerescência de batata-semente no Brasil são os do enrolamento-da-folha (Potato leafroll virus- PLRV), vírus Y (Potato virus Y - PVY) e o vírus X (Potato virus X PVX) da batata, que podem causar perdas variáveis, dependendo da época da introdução e disseminação das viroses no campo (Costa, 1948; Hooker, 1981; Barker, 1993). Para que haja um controle da incidência de vírus na batata-semente produzida, existe a necessidade de um controle rígido do sistema de produção, o que é feito através dos programas de certificação. Eles envolvem uma fiscalização que se inicia logo após o plantio, quando se faz uma inspeção visual do campo, seguida por uma eliminação das plantas com sintomas suspeitos de viroses, até a fase pré-colheita, quando, então, se faz uma amostragem das batatas-semente produzidas para submetê-las a testes de indexação de vírus em laboratório (Siqueira, 1978; De Bokx e Mooi, 1974; Shepard e Claflin, 1975; Cupertino, 1984). Esses testes de indexação podem ser usados para determinar a incidência do PLRV, PVY e PVX, ou qualquer outro vírus que se queira detectar, e os resultados obtidos são decisivos para a classificação da batatas-semente, pois as inspeções visuais, se realizadas isoladamente, são insuficientes para uma diagnose segura, pois diversas outras causas podem ser responsáveis por sintomas semelhantes àqueles induzidos por vírus, tais como deficiências nutricionais e fitotoxidade. Apesar de os programas de indexação de sementes já serem bastante antigos, só recentemente os resultados de inspeções de campo vêm sendo complementados por testes em laboratório, obtendo-se, assim, resultados mais confiáveis. Nas últimas décadas, o DAS-ELISA (Double antibody sandwich - Enzyme linked immunosorbent assay) tem sido a técnica sorológica preferida para detectar vírus de plantas, pela sua simplicidade, adaptabilidade, rapidez e sensibilidade, podendo ser utilizado em grande escala para diagnose de um grande número de amostras ao mesmo tempo, como acontece nos testes de indexação de vírus para certificação da batata-semente (Tamada e Harrison, 1980; Gugerli e Gehriger, 1980; Maat e Huttinga, 1987; Braun e Opgenort, 1987). No Brasil, ele tem sido utilizado para a detecção de diversos tipos de vírus de plantas, e tem aumentado a eficiência dos programas de certificação de batata-semente (Berian, 1985; Dusi, Carvalho e Zambolin, 1987; Daniels, 1994; Daniels et al., 1994; Martins, Lima e Kitajima, 1994; FiCiênc. agrotec., Lavras, v.24, n.3, p.597-6-4, jul./set., 2000 gueira, Domier e Darcy, 1995; De Bokx, Piron e Maat, 1980). Apesar das inúmeras vantagens dessa técnica, a sua aplicação é relativamente recente, havendo ainda alguns aspectos a serem investigados para otimização e racionalização do seu uso. Neste trabalho foram feitos experimentos com a finalidade de investigar a possibilidade de se fazer a diagnose simultânea do PVX, PVY e PLRV, do DAS-ELISA, utilizando uma combinação de anti-soros para esses vírus. Isso poderia economizar reagentes, materiais e a mão-de-obra envolvida na execução dos testes, barateando o seu custo e tornando-a acessível a um público mais numeroso, o que influenciaria diretamente na qualidade e no preço final da semente produzida. Os resultados obtidos são apresentados e discutidos a seguir. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no período de setembro de 1996 a abril de 1997, utilizando como fontes de vírus plantas infectadas provenientes da coleção mantida nas casas-de-vegetação do Departamento de Fitopatologia da UFLA (DFP/UFLA), sob condições controladas. A detecção simultânea de vírus foi obtida utilizando as seguintes plantas indicadoras infectadas com os respectivos vírus: Gomphrena globosa L. (PVX), Nicotiana tabacum L. cv. TNN (PVY), e Physalis floridana Rydb. (PLRV). Foram também testadas plantas de batata cv. Achat infectadas com as seguintes combinações de vírus: a) PVY + PVX; b) PVY + PLRV; c) PVX + PLRV e d) PVX + PVY + PLRV. As plantas indicadoras utilizadas foram obtidas por semeadura em bandejas plásticas, transplantadas para vasos com capacidade de 2 kg, tendo sido inoculadas cerca de 10 a 15 dias após transplantio. As plantas de batata cv. Achat foram obtidas pelo plantio de tubérculos, previamente submetidos a forçamento de brotação, em vasos com capacidade de 5 kg, realizando-se um desbaste para que houvesse apenas uma haste por planta, no momento da inoculação experimental, que foi feita cerca de 15 dias após a sua emergência. O PLRV foi inoculado em plantas de batata e de P. floridana Rydb., através do afídeo vetor Myzus persicae Sulz., criado em plantas sadias de pimentão (Capsicum annum L.) e de Nicandra physaloides L, estabelecidas em gaiolas apropriadas. Esses afídeos foram submetidos a um período de jejum de 30 minutos e, em seguida, colocados para se alimentarem em plantas DETECÇÃO SIMULTÂNEA DOS VÍRUS DO ENROLAMENTO (PLRV), VÍRUS Y (PVY) E O VÍRUS X (PVX) DA BATATA (Solanum tuberosum L.) POR DAS-ELISA1 ADRIANA A C. TRUTA2 ANTÔNIA DOS R. FIGUEIRA3 RESUMO – Foi investigada a eficiência da técnica sorológica DAS-ELISA para efetuar a detecção simultânea dos vírus do enrolamento (Potato leafroll virus PLRV), vírus X (Potato virus X -PVX) e vírus Y (Potato virus Y -PVY) da batata, utilizando-se uma mistura de anti-soros e plantas infectadas com um ou mais vírus. O DAS-ELISA foi realizado com 50, 100 e 150 (µl/orifício, com diversas combinações de anti-soros, misturados na mesma solução, em diluições finais variáveis). Os antíge- nos foram constituídos por extratos foliares, concentrados e diluídos, de plantas de batata da cultivar Achat, infectadas com PVX+PVY, PVY+PLRV, PVX+PLRV e PVX+PVY+PLRV e também das seguintes plantas indicadoras: Gomphrena globosa L., Nicotiana tabacum L. e Physalis floridana Rydb., infectadas com o PVX, PVY e o PLRV, respectivamente. Foi possível a detecção de todos os vírus em todas as combinações e volumes de anti-soros e antígenos testados. TERMOS PARA INDEXAÇÃO: PLRV, PVY, PVX, Detecção simultânea, DAS-ELISA SIMULTANEOUS DETECTION OF THREE POTATO VIRUSES IN MIXED INFECTIONS BY DAS-ELISA TECHNIQUE ABSTRACT - The efficiency of DAS-ELISA technique was investigated for the simultaneous detection of the potato leafroll virus (PLRV), Potato virus X (PVX) and Potato virus Y (PVY) by using mixed antisera and plants infected with one, two or three viruses. DAS-ELISA was performed with 50, 100 and 150 (µl/well, and with several antisera combinations and dilutions. The antigens consisted of concentrated and diluted foliar extracts of potato plants, cv. Achat, infected with PVX+PVY, PVY+PLRV, PVX+PLRV and PVX+PVY+PLVR and also concentrated and diluted extracts from the following indicator plants: Gomphrena globosa L., Nicotiana tabaccum L. and Physalis floridana Rydb., infected respectively with PVX, PVY and PLRV. The three viruses were detected in every antigen/antiserum combinations and volumes. INDEX TERMS: DAS-ELISA, PLRV, PVY, PVX, Simultaneous detection DAS-ELISA INTRODUÇÃO o A batata (Solanum tuberosum L.) ocupa o 4 lugar entre os principais alimentos produzidos no mundo, desempenhando relevante papel na alimentação humana (FAO, 1994). É cultivada no Brasil em praticamente todos os Estados e em diferentes épocas do ano; porém, a maioria das cultivares exploradas é suscetível a viroses. A qualidade da batata-semente é um fator de suma importância no rendimento da cultura, pois se trata de uma planta propagada vegetativamente por meio dos tubérculos, que, por sua vez, são facilmente afetados por enfermidades fúngicas, bacterianas e principalmente viróticas. As doenças viróticas, transmitidas de geração a geração, tornam-se acumulativas, adquirindo um papel fundamental no processo de degenerescência da batata-semente, o que afeta consideravelmente a produção no campo. As viroses têm ocupado um lugar de destaque na degenerescência da batata, pois são doenças que não possuem controle curativo. Isso significa que tubérculos 1. Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor para obtenção do grau de mestre em Agronomia, área de concentração em Fitopatologia apresentada à UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA). 2. Aluna de mestrado do Departamento de Fitopatologia/UFLA, Caixa Postal 37, 37.200-000 - Lavras-MG.