Análise das semelhanças culturais entre a civilização Asteca e Egípcia Analysis of the cultural similarities between the Egyptian and Aztec civilizations Gabriela Cardoso Conrado Leite* Nathan Martins Camelo** Resumo Este projeto procura apresentar as principais semelhanças culturais entre as civilizações Asteca e Egípcia, pois são inúmeros os pontos característicos que unem uma á outra, e gerar certa indagação sobre a origem dos povos da Mesoamérica. Num simples filme, se assistido de maneira crítica, podem ser observadas diversas características culturais entre os povos, por mais longínquos que estejam no planeta. Apocalypto, de Steven Spielberg¹, é um bom exemplo deles, pois podemos questionar sobre vários pontos do sistema Asteca em relação a o Egito, ou até mesmo a outras civilizações. O porquê de essas culturas terem brincos e enfeites corporais. Há casamento tanto no novo mundo como no velho, então formação da família é algo natural do ser humano? E a dança? Música, festas, grandes construções, propriedade privada, comércio, sistema monetário, pinturas, impostos, revoltas? Há muito o que se questionar quando falarmos que tudo que lembram outros povos são “meras coincidências”. Palavras-chave: Astecas, Egípcios, Semelhanças, Culturas. Abstract This project seeks to present the main cultural similarities between these two civilizations, because there are many specific points that attach to each other, and generate some question about the origin of the peoples of Mesoamerica. If a simple movie is watched seriously, we can see cultural similarities between the civilizations, they even being distant. Apocalypto, directed by Steven Spielberg, is a good example of them, because we can ask about the Aztec and Egyptian systems, or even other systems of similar civilizations. Why these cultures use earrings and body ornaments. There marriage both in the new world as in the old, then the formation of the family is the natural human being? And the dance? Music, parties, poverty, large buildings, private property, trade, monetary system, paintings, taxes. There is much to discover about cultures like when they say they are mere coincidences. Keyboards: Aztecs, Egyptians, Similarities, Cultures. ___________ *Gabriela Conrado e **Nathan Martins são Alunos do 1º semestre do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará. Este artigo foi construído como trabalho extra da cadeira de História das Américas e do Brasil I no ano de 2009.1 sob orientação da Profº Mª Diocleciana Paula. Introdução A curiosidade de saber o porquê Um exemplo para tais regras, de existir tantas semelhanças entre o porém não comprovado, pode ser a velho e o novo mundo atrai cada vez proibição do incesto e, um exemplo mais os Antropólogos. Nesta análise, bastante curioso, é o uso da escrita. utilizaremos do pressuposto que elas Existia escrita no Egito, mas também não tinham contato nenhum antes da existia na América. Sendo civilizações invasão de Cortéz², e teremos como supostamente separadas, então quem base a teoria da Unidade Psíquica da inventou a escrita? Seria a escrita um Humanidade de Lévi-Strauss³, onde diz elemento inato da cultura? Ou uma que característica o pensamento humano está que toda grande inconscientes civilização deva ter para desenvolver- (APUD Laraia, 1997), o que gera a se? A escrita foi levada ás Américas semelhança entre culturas. muito antes das invasões européias por submetido á regras A primeira dessas regras, de civilizações que prezavam as antemão, é o principio da Filosofia navegações (Os fenícios, por exemplo)? Política Iluminista de John Locke4, Ou só uma mera coincidência o sistema onde ele acreditava que todo homem de escrita? tem direito á liberdade, propriedade e Para alguns historiadores, as vida e, para que esses direitos sejam semelhanças mantidos, é natural a escolha de um Astecas e Egípcias não passam de meras líder (O que ocorre em todas as coincidências. Eles tentam explicar este sociedades) que agisse de acordo com fato pelo paralelismo, um fenômeno as necessidades dos liderados, e caso bastante comum na evolução cultural de esse líder usurpa-se do poder, este diferentes poderia ser disposto pelos liderados jamais mantiveram contato entre si, (APUD Vicentino, 2002). Para tanto, podem ligamos ao fato de que, tanto o tlatoani semelhantes, desenvolvendo soluções (Imperador Asteca), quanto o Faraó parecidas para problemas semelhantes. (Imperador Egípcio), usam da religião e Por da força para manterem-se no poder. civilizações antigas dependiam muito da entre as civilizações; desenvolver exemplo: As civilizações povos que características maiorias das ás Porém, o paralelismo por ser mudanças climáticas, períodos de seca, uma teoria determinista geográfica, já chuva, etc. Por isso, encontrávamos foi negada pelo Antropólogo Felix nessas civilizações divindades ligadas Kessing5 em seus estudos sobre os ao Sol, como é o caso de Rá, no Egito, e lapões e os esquimós, alegando que Huitizilopchtli, para os mexicas; e a ambos vivem em ambientes muito Chuva, com Tenut no Egito, e Tlaloc no parecidos, e, portanto espera-se que Império Asteca. apresentem agricultura, que estava sujeita as mesmas respostas culturais, mas não é o que acontece. 1. Pirâmides com muitas informações do Egito No Egito Antigo, as pirâmides Antigo. Elas possuem inscrições e hieroglíficas, contando a vida do Faraó proteger o corpo do faraó mumificado e ou trazendo orações para que os deuses seus pertences (jóias, objetos pessoais e soubessem dos feitos realizados pelo outros bens materiais) dos saqueadores governante. O que não foi muito de túmulos. Logo, estas construções diferente dos estudos dos astecas, pois tinham tinham foram construídas de ser para bem abrigar resistentes, desenhos rituais contanto e seus protegidas e de difícil acesso. Tudo era sacrifícios, feitos dos pensado para que o corpo mumificado Imperadores nas paredes dos templos. do Faraó e seus pertences não fossem Porém, no Império Asteca, as acessados. “A matemática foi muito pirâmides tinham uma função diferente: empregada tanto nas construções das eram templos com altares onde eram pirâmides Egípcias como nas pirâmides realizadas Astecas. Conhecedores desta ciência, os sacrifícios humanos especialmente. Daí arquitetos planejavam as construções uma das características que diferenciam de forma a obter o máximo de perfeição as pirâmides astecas das egípcias: a possível 6 “. As pedras eram cortadas e presença de grandes escadarias. As encaixadas Ao pirâmides egípcias eram moradias, e encontrarem as pirâmides, muitas delas entravam nelas por dentro, já as intactas, os arqueólogos se depararam pirâmides de forma perfeita. cerimônias Astecas religiosas, tinham como principal objetivo chegarem ao altar para cultuar os deuses. 2. Tempo e Espaço Egípcios e Astecas estavam muito história da humanidade e imagina-se separados no tempo e no espaço: que a razão dos egípcios em criar esse Enquanto a civilização egípcia surgiu calendário deva-se à necessidade de se no norte da África milênios antes de preparar à época de plantio no Nilo. Cristo, o Império Asteca localizava-se Os conhecimentos Astronômicos na América no Norte e existiu do século dos Astecas estavam muito mais ligados XIV ao XVI da nossa Era. á Astrologia (A crença que os astros Os Astecas um influenciam no destino das pessoas) do calendário que Astronomia ( Estudo cientifico dos possuía 365 dias e era tão preciso que os Astros). Isso se deve ao fato de que a historiadores, textos religião Asteca era Astral. Vale ressaltar Astecas, escritos antes da chegada dos que os Astecas entravam em contato espanhóis, podem saber em que ano com aconteceu absorveram muitos elementos culturais calendário solar, ao elaboraram esse lerem determinado os fato. Por outros povos vizinhos e exemplo, a capital do Império Asteca, desses Tenochtitlan, foi funda no ano do acreditam, que os Maias, que surgiram calendário Asteca que corresponde ao muito antes do surgimento do Império nosso ano de 1325. Asteca, O Calendário egípcio é baseado no povos. Alguns históriadores acreditam que eles influenciaram os povos da região da calendário lunar, também constituido Mesoamérica, de 365 dias e é considerado um dos conhecimentos Astrais aos Astecas. deixando primeiros calendários conhecidos da Calendário Lunar Egípcio7 Calendário Solar Asteca8 seus 3. Religião quais nada há em comum (…) uma vez No Minidicionário Sacconi da que a noção de sagrado é no a pensamento dos homens, sempre e por seguinte definição para o termo religião: toda a parte separada da noção do língua portuguesa, encontramos ”Crença num poder sobrenatural profano (…) mas o aspecto considerado o criador e governante do característico do fenómeno religioso é o universo. Expressão dessa crença em facto de que ele pressupõe uma divisão conduta e ritual. Qualquer sistema e bipartida do universo conhecido e específico de crença, culto, conduta conhecível etc., que envolve geralmente um código compreendem tudo o que existe, mas de ética e filosofia. Modo de pensar” que se excluem radicalmente. As coisas em dois géneros que sagradas são aquelas que os interditos (SACCONI, 1996. p. 576). protegem e isolam; as coisas profanas, aquelas às quais esses interditos se Conjunto de praticas e princípios que regem as relações entre o homem e aplicam e que devem permanecer à distancia das primeiras.” a divindade. No decorrer da história da (DURKHEIM, 1990). humanidade a religião sempre esteve presente na estabelecendo vida regras, do homem costumes, restrições e também influenciando na É possível entender que as política economia e cultura. São grupos religiões influenciam diretamente a de cultura de um povo, talvez seja ela a pessoas que compartilham as mesmas práticas, valores, fé e de acordo principal com estes procuram responder as semelhanças entre egípcios e astecas, de as angustias do ser religião politeísta (adoravam diversos indagações, humano. “O sagrado e o profano foram explicação para tantas deuses), guardam mistérios ainda não desvendados por arqueólogos e sempre e por toda a parte concebidos pesquisadores de todos os campos da pelo espírito humano como géneros ciência e do ocultismo. separados, como dois mundos entre os Segundo Waldomiro O. Piazza9, autor do livro Religiões da humanidade, o sistema religioso dos astecas atendia a dois fenômenos humanos bem - Centeotl, o deus do milho. característicos: a procura da identidade - Ometochtli, o deus da embriaguez. para si mesmo e a tendência para - Chauchiuhtilicue, aquela que veste a comunicação. Distingue-se duas classes saia de jade, deusa da água fresca e sua de irmã, Huixtochihualt, a deusa da água deuses entre os astecas, os sanguinários, que explicam a grande salgada e do oceano. quantidade de sacrifícios humanos e os A palavra ennea significa nove e pacíficos, assimilados das populações os principais deuses egípcios eram nove agrícolas e sedentárias que tinham , a enéada, do grego ennea significa subjugado. “nove”. Rá o senhor dos deuses e o O panteão asteca: deus- sol, emergiu do abismo das águas - Onteotl, o deus eterno e supremo, por para criar o mundo, seus filhos são Shu, trás e acima de todos os deuses. o deus do ar, um espírito da vida e - Tlaloc, o deus da chuva, líder dos Tefnut, ou umidade, a deusa da ordem espíritos da chuva, vivem nos topos das mundial. Seus filhos são Geb o deus da montanhas. terra, e sua esposa Nut, a deusa do céu - Ehecatl, deus dos ventos uma forma que por sua vez geraram Osíris e Isís, tomada por quetzalcoatl, “ a serpente que são marido e mulher e também Set espumada”, o deus herói dos astecas. e Néftis, que também são marido e - Xipe totec, deus da primavera. mulher. Osíris é o deus dos mortos, Ìsis - Xochipilli, deus das flores é uma deusa de sabedoria e beleza, Set é - Tlatzoteotl, deusa do desejo sexual e o maligno deus do deserto, enquanto curiosamente a quem a confissão de Néfts é a deusa do crepúsculo. Osíris e pecados é endereçada Ísis são os pais deHórus, o patrono do - Huitzipochtli, o deus do sol e faraó reinante. padroeiro asteca na guerra. O panteão egípcio: Deuses astecas menores: - Teteoinnan, mãe dos - Bast, a deusa gata, padroeira do amor deuses; e das coisas femininas coatlicue, ” aquela que veste a saia da - Hathor, a deusa da vigança, o olho de serpente”; cihuacoalt, “mulher serpente” Rá. e itzpapalotl, borboleta de obsidiana, - Maat, a deusa da justiça são todas deusas da fertilidade e do - Ernutet, padoreira das mulheres em parto. trabalho de parto. - Huehueteotl, o deus do fogo. (BIERLEIN, 1899). com famoso zodíaco Egípcio de Denderah, muitos desenhos e esculturas Existem como continham incríveis semelhanças com que aquelas de origem egípcia, confirmando acreditam que existe um elo entre as conclusão de uma possível ligação entre civilizações asteca e egípcia, suspeita-se esses povos. Paulo pesquisadores Guilherme Almeida10 que os astecas, pela condição cultural A religião explica tal fenômeno inadequada a realidade tecnológica local durante o Dilúvio com a saída de parte onde eles se encontravam tenham sido do povo Atlântis migrando diretamente uma tribo nômade da América do norte para Yucatán ou vindos posteriormente que, rumando para America central, do Egito, através da navegação após encontram a cidade abandonada por aquele cataclismo. seus construtores originais e ali se As semelhanças podem ser instalaram. Deparando-se com o local, explicadas pelo fato dessas civilizações acreditando ter encontrado a cidade dos terem uma origem incomum fazem deuses, eles teriam então adotado as referencia sobre a proximidade das magníficas literaturas astecas e semitas, povo esculturas como suas divindades. Nas ligado à fusão no nascimento dos terras astecas, foram egípcios. encontradas entre outra maravilhas, um (PIAZZA, 1977) calendário em pedra muito parecido 4. As sociedades Na sociedade Asteca, assim Imperador), sacerdotes e líderes como na Egípcia, as roupas indicavam a militares, sendo estes últimos isentos de posição social da pessoa. Bastante impostos. Os comerciantes e artesãos hierarquizada, a sociedade Asteca era que passavam o ofício de pai para filho governada imperador estavam logo abaixo dos nobres. Cada denominado tlátoani. Inicialmente os grupo de artesãos era obrigado a pagar imperadores Astecas eram escolhidos um imposto, que consistia em entregar por uma assembléia de guerreiros, mas parte do que produzia. Apesar disso, como o tempo passou a ser hereditário. eram Abaixo dos imperadores vinham os respeitados. Um dos privilégios dos nobres artesãos é que eles estavam dispensados por (Geralmente um a família do bem remunerados e muito do trabalho obrigatório nas obras proprietários de muitas terras, gozavam públicas. Por ultimo, mas não abaixo de dos egípcios, diferentemente dos Astecas, escravos, tinham os cidadãos prestígio. Os soldados que nunca podiam atingir o posto de constituíam a maioria da população. Os comando, pois eram reservados para os que eram agricultores não trabalhavam nobres. Os artesãos Também exerciam apenas nas terras para sua própria suas atividades nas grandes obras subsistência, mas também nas terras públicas como os templos e túmulos. Os destinadas ao abastecimento dos nobres. camponeses formavam a maioria do Na povo, comuns maceualtin), grande (os base da pirâmide social eles trabalhavam nas encontravam-se a classe dos tlatlacotin, propriedades do Faraó e dos sacerdotes, que eram tipos de escravos, prisioneiros mas tinha o direito de conservar para si de guerra ou endividados. apenas uma pequena parte dos produtos A Na sociedade egípcia era colhidos. Os escravos, estrangeiros dominada pelo faraó (Considerado um capturados em guerra ou endividados, Deus na terra), que concentrava em si os eram encarregados dos trabalhos mais poderes políticos e espirituais. Os pesados, nobres, sacerdotes e militares de alta pirâmides patente contornar o rio Nilo. eram dispensados de como e pagamentos de impostos e também Divisão das classes sociais egípcia e asteca a a construção manutenção de para 5. Arte A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos. política, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, Assim como para os egípcios a Arte Asteca é predominantemente orientando toda a produção artística religiosa em seu politeísmo. É comum a desse povo. representação dos diversos deuses e a Além de crer em deuses que construção de templos para a adoração poderiam interferir na história humana, religiosa. Às vezes erguiam obras os egípcios acreditavam também numa gigantescas vida após a morte e achavam que essa enaltecer e afirmar a grandiosidade vida era mais importante do que a que dessa adoração. viviam no como se desejassem presente. (ENCICLOPÉDIA BARSA, O fundamento ideológico da arte 1967) egípcia é a glorificação dos deuses e do 5.1 Arquitetura As características arquitetura egípcia - e - Solidez Sentimento de gerais da colocadas na alameda de entrada do são: templo para afastar os maus espíritos. durabilidade; Obelisco: eram colocados à frente dos eternidade; templos para materializar a luz solar. - Aspecto misterioso e impenetrável. Os tipos de colunas dos templos Na arquitetura Asteca, destacase a grandiosidade de seus templos e egípcios são divididas conforme seu outras capitel: admiração pelo tamanho e falta de Palmiforme Papiriforme - flores de palmeira; - flores de papiro; construções que provocam tecnologia. A capital, Tenochtitlán, tinha um projeto arquitetônico e e Lotiforme - flor de lótus. Esfinge: urbanístico detalhado, constituíam seu representa corpo de leão (força) e principal meio de comunicação e de cabeça relato histórico, através das formas é humana (sabedoria). Eram que os astecas expressavam sua arte asteca assume de o evocar principal mentalidade, sua visão de mundo. A significado o sagrado, arte é uma referência da própria vida, expressando-o em termos visuais. seja terrena ou cósmica. Todas as formas possuem seus signos próprios, a (BURDEN,1899) 5.2 Escultura Os monumentos arquitetônicos e posição serena, quase sempre de frente, as esculturas astecas têm como principal sem regra As Pretendiam com isso traduzir, na pedra, esculturas são trabalhadas de todos os uma ilusão de imortalidade. Com esse lados. Para a compreensão de qualquer objetivo imagem é necessário considerar-se o freqüentemente as proporções do corpo plano individual e o coletivo. O humano, dando às figuras representadas individual é o próprio artista, o sujeito uma impressão de força e de majestade. o princípio horizontal. que cria o objeto que será apreciado por demonstrar nenhuma ainda, Os emoção. exageravam Usciabtis eram figuras uma coletividade. Essa compreensão funerárias em miniatura, geralmente está sujeita ainda a alguns fatores como: esmaltadas de azul e verde, destinadas a o suporte utilizado pelo artista, o substituir o faraó morto nos trabalhos material, o objeto ou a "idéia" a ser mais ingratos no além, muitas vezes reproduzida, e para quem (qual o coberto de inscrições. público) aquela imagem foi produzida. Os baixos-relevos egípcios, que O artista pré-hispânico encontra em seu eram quase sempre pintados, foram meio ambiente o barro (argila) para a também cerâmica e a escultura; as pedras para a superior atingida pelos artistas em seu escultura, alguns artefatos e para a trabalho. Recobriam colunas e paredes, arquitetura; e os metais. Porém está dando um encanto todo especial às limitado pelo tema construções. Os próprios hieróglifos expressão da qualidade eram transcritos, muitas vezes, em (VERISSIMO, 1957) baixo-relevo (ENCICLOPÉDIA Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em BARSA,1967). 5.3 Pintura A pintura para os nativos da america destaca-se figurativas, como pelas formas também formas (Gombrich, E.H. Arte e Ilusão). abstratas e geométricas. A cerâmica Essas características são constituiu-se de artefatos como jarras, encontradas também nas pinturas do potes e louças em geral. Muitos desses Egito, utensílios domésticos constituíam-se de complementação das atitudes religiosas. verdadeiros objetos pinturas de arte, com um poderoso - Ausência A imagem asteca assume pois, a - Ignorância de representação visual e de Suas características gerais são: policromadas. função elemento de três da dimensões; profundidade; - Colorido a tinta lisa, sem claro-escuro plástica do sagrado. Imagem que lhe é e atribuída pelo artista, à partir de suas - Lei da Frontalidade que determinava vivências, que das vivências de sua sem o indicação tronco da do relevo; pessoa e fosse sociedade, das técnicas que distingue representado sempre de frente, enquanto sua arte e , fundamentalmente de sua sua cabeça, suas pernas e seus pés eram "mente" criadora, de sua fantasia. O vistos de perfil. artista pode ser o artesão sim, pois ele Quanto a hierarquia na pintura: utiliza a técnica tanto quanto aquele, eram representadas maiores as pessoas porém, esta técnica está a serviço de sua com maior importância no reino, ou fantasia, seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a do imaginário de sua coletividade. mulher do rei, o sacerdote, os soldados O teste da imagem não é a e o povo. As figuras femininas eram semelhança com o natural, mas a sua pintadas em ocre, enquanto que as eficácia dentro de um contexto de ação. masculinas pintadas de vermelho. Conclusão religiosos eram feitos ao ar livre”6. “A arte é a primeira forma pela Levando em conta que os povos do qual o homem se repara da natureza” Oriente Médio fértil (Mesopotâmia, 11 Egito, . Fenícia, Pérsia, Grécia, a Macedônia) foram os primeiros a necessidade de interiorizar aquilo que povoar o planeta como civilizações de chamamos algo grande porte (E tinham muito contatos influenciado pelo meio, qual também culturais umas civilizações com as somos construtores. Manifestamos o outras por serem próximas), que o espírito através da cultura, deixamos calendário utilizado primeiramente no marcas na natureza mesmo quando não Egito era o solar (Somente depois de estivermos algum tempo eles passaram a utilizar o Os Egípcio, seres de produziram têm pensamento, mais fruto humanos vivos. Astecas e de meios distintos, semelhantes culturas. lunar), que navegantes, os fenícios, tinham ótimos um plano Analisamos as culturas e identificamos econômico marítimo centralizado e inúmeros fatores em que as relacionam levando em consideração que a Igreja principalmente Católica, no estudo sobre a colocava obstáculos aos religião, e identificamos vários fatores viajantes marítimos europeus, impondo- em comum. O que nos leva a questionar lhes uma cultura de medo sobre o mar. mais e mais sobre o tema, e não nos Porém, não podemos afirmar que o sustentarmos com idéias do tipo “As mesmo ocorria com essas civilizações duas civilizações eram agricultoras” ou do mundo antigo. Se eles eram capazes ” Faz parte da Unidade Psíquica da de fazer pirâmides que ainda hoje se Humanidade”. indagam como elas foram feitas de tão “Os fenícios conservavam ritos grande que eram, contornaram rios bem arcaicos, como a prostituição enormes, viadutos, túneis, etc. Então o divina e o sacrifício de crianças (em que particular dos primogênitos) e de embarcação, enchê-la de homens e animais. comida, As maiorias dos rituais os impedia e de cruzar montar o uma atlântico? Notas ¹Steven Spielberg: cineasta e empresário norte-americano ²Hernan Cortéz: conquistador e explorador espanhol. Conquistou o centro do atual território do México a favor da coroa espanhola ³Lévi-Strauss: antropólogo, professor e filósofo francês, considerado o fundador da Antropologia Estruturalista. 4 John Locke: filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, é considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. 5 Felix Kessing: Escritor do livro Antropologia Cultural, 1974. 6 Túlio Vilela: formado em história pela USP, é professor da rede pública do Estado de São Paulo. 7 Foto disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Piedra_del_Sol.jpg 8 Foto disponível em: http://i94.photobucket.com/albums/l86/Gracolina/Imagens/EgiptoCalendrioegipcio.jpg 9 Waldomiro O. Piazza, 1977. Padre, autor do livro religiões da humanidade. 10 Paulo Guilherme Almeida. Autor do livro Evolução A Jornada Do Espírito. 11 Wilhelm Friedrich Hegel: filósofo alemão. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX. 12 Emile durkheim: fundador da escola francesa de sociologia, é considerado um dos pais da sociologia moderna. 13 Ritmos da História. Escala Educacional, p.130. Referências CROSHER, Judith. Os astecas. São Paulo: Melhoramentos, 1990. SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Zahar, 1987. VIVELA, Túlio. Entrevista: UOL Educação Online. São Paulo. S/d. VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S/A, 1997. SACCONI, Luiz Antonio. Minidicionário sacconi da língua portuguesa. São Paulo: Atual, 1996. DURKHEIM, Émile. As formas elementares de vida religiosa. ed. Paulus, 2001. PIAZZA, Waldomuri O. Religiões da humanidade. Ed. Loyola, 1977. BIERLEIN, JF. Mitos paralelos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. BOYLE, Charles. O mundo doméstico. São Paulo: Abril Cultural, 1990. BURDEN, Ernest. Dicionário Ilustrado de Arquitetura, Bookman, 1899. VERISSIMO, Erico. México: história duma viagem. ed. Globo, 1957. ALMEID, Paulo Guilherme. Evolução: a Jornada do Espírito. ed. Ibrasa, 2006.