A MÚSICA E SEUS EFEITOS SOBRE O CÉREBRO: UMA ABORDAGEM DA NEUROCIÊNCIA (1) Franciele Dorneles Casarotto(2), Angelica dos Santos Nunes(3), Bruno Machado Maroneze(4), Liane da Silva Vargas (5), Pâmela Billig Mello-Carpes(6) (1) Trabalho executado com recursos do Edital PROEXT/MEC, Edital Novos Talentos/CAPES e Edital STEM CAPES/British Council. (2) Acadêmica de Fisioterapia. Bolsista PROEXT/MEC. Fundação Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS. ([email protected]). (3) Acadêmica de Enfermagem. Fundação Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS. (4) Acadêmico de Fisioterapia. Fundação Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS. (5) Aluna do PPG Bioquímica. Fundação Universidade Federeal do Pampa, Uruguaiana,RS. (6) Orientadora,Professora adjunta. Fundação Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS. [email protected] RESUMO: Com alto poder de evocar emoções e forte capacidade de despertar sensações a música tem a capacidade de reagir ativando em cada um de nós diferentes partes do encéfalo, estando inteiramente ligado a processos de aprendizagem, percepção e linguagem. Com base nestes embasamentos científicos, o objetivo deste trabalho foi levar informações sobre os efeitos da música no cérebro e divulgar a neurociência à escolares da rede pública. A ação foi realizada em 4 escolas públicas do município de Uruguaiana-RS, sendo dividida em dois momentos: (I) Explanação teórica e (II) Atividade Prática. Observamos que as ações resultaram em aprendizado científico de forma lúdica e dinâmica, fortalecendo assim a ligação das neurociências a educação como forma multiplicadora de conhecimento. A ação cumpriu seu papel produzindo impacto positivo com aproximação do âmbito escolar ao ensino universitário. Palavras-Chave: Divulgação Científica; Neurociência; Educação; Cérebro; Música. INTRODUÇÃO A música, quando ouvida, tem a capacidade de ativar diferentes partes do nosso cérebro, levando cada indivíduo a um despertar de sensações diferentes, das quais se destacam a percepção auditiva, movimento, memória, linguagem, além da acerca de milhares de emoções evocadas (ROCHA; BOGGIO, 2013). Hoje a música também é utilizada como uma ferramenta de intervenção em diferentes alterações neurológicas pela facilitação em conectar áreas cerebrais envolvidas com processos motores, emocionais e de linguagem (MASZKUT, 2015). Vivenciada e presente em nossos dia-a-dia de diversas maneiras e presente em diversas atividades coletivas na sociedade humana, a música se transforma em traço exclusivo dos seres humanos junto à linguagem (MASZKUT, 2000). Estudos relacionados à música e neurociência têm a finalidade de compreender como a mente percebe, interpreta, apreende e comanda a música, como também, desvendar os processos envolvidos na percepção, aprendizagem e cognição musical (JAZEN, 2008). No campo da educação o conhecimento sobre o desenvolvimento do cérebro potencializa a compressão e as práticas de ensino, esse acervo de informações está intimamente ligado ao processo de ensino, possibilitando ao educador conhecer melhor o aluno enquanto sujeito da aprendizagem (CUERVO, 2008). Para Maszkut (2015), a própria música pode ser um instrumento facilitador para reorganizar funções amplas com impacto em funções extramusicais, como a atenção, o planejamento e a memória. Com base nisso, reconhecimento o papel da neurociência em interpretar e entender as reações que a música transmite em cada um de nós, o objetivo desse trabalho é relatar uma ação que buscou abordar os efeitos da música no cérebro junto a escolares da rede publica de ensino do município de Uruguaiana-RS, bem como avaliar o impacto dessas ações como ferramenta contribuinte para a divulgação e popularização da neurociência. METODOLOGIA A ação foi realizada em 4 escolas públicas do município de Uruguaiana-RS, junto a 113 alunos com idades de 9 a 11 anos, sendo 56 meninos e 57 meninas e 4 professores da Educação Básica. A ação foi dividida em dois momentos: (I) Explanação teórica: abrangendo tópicos sobre o assunto como: o que sentimos quando escutamos uma música? Como recebemos os sons captados? Como nosso cérebro traduz essas informações? Qual a maneira que nosso cérebro percebe o ritmo, melodia e harmonia em uma canção?; e, (II) Atividade prática: construída de forma lúdica e dinâmica a atividade nomeada “Ativando memórias”, buscou mostrar nossa capacidade de associação da linguagem musical com algo marcante vivenciado no nosso desenvolver, ou seja, momentos em que nossas emoções foram mais intensificadas na nossa vida, em formato de jogo de perguntas e respostas. Os participantes foram expostos a diferentes melodias préAnais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa selecionadas rementes a fatos marcantes de filmes de sua faixa etária, desenhos animados, novelas e séries. A música era ouvida pelos participantes permitindo um tempo de associação ao fato, logo era dada a resposta e discutida com os alunos como e porque relacionamos a música ao fato específico. Para avaliar o impacto da ação foram aplicados dois questionários aos alunos, sendo um pré-atividade e um pós-atividade, em forma de perguntas objetivas, e um questionário aos professores. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados observados na ação demonstraram que as atividades propostas foram efetivas em cumprir seu objetivo. Quando perguntado aos escolares “Você concorda que a música faz bem para o cérebro?” 76% dos escolares afirmavam que sim previamente a intervenção, após, 94,1% dos escolares passaram a concordar com a afirmação. Quando questionados sobre a memória “Você acha que a música pode trazer lembranças do passado?” 76,8% afirmaram que sim, previamente a ação, e, após explanação teórica e prática, o índice de afirmações foi de 95%. Considerando que as atividades realizadas objetivaram popularizar a Neurociência, e, com isso, despertar o gosto cientifico nos escolares, foram criadas atividades de forma interativa objetivando o interesse dos mesmos pelo desconhecido podendo ser visível o gosto nas participações das ações. Para Vargas et.al (2014), ações de divulgação da neurociência tornam-se importante durante a formação do aluno, uma vez que estas atingiram o objetivo principal além da aproximação construtiva do aluno com a universidade. Ainda, a neurociência, quando aplicada à educação visa elucidar os fatores intrínsecos e extrínsecos que interferem o processo educacional, fortalecendo a ligação entre educação e neurociência e agrega conhecimentos importantes tanto para o estudante como para o professor (BARRETA NETA, 2009). Neste sentido, quando questionado aos professores sobre o conhecimento sobre o tema abordado ou se já haviam proporcionada atividades com uso de música aos seus alunos e se áreas de linguagem e cálculos matemáticos são beneficiados pela música, 100% afirmaram que sim em seus questionamentos. Na avaliação da atividade foi possível perceber que os professores aprovaram a ação, visto que atribuíram nota de 9,75 ± 3,12. CONCLUSÕES Percebemos e acreditamos que as atividades de extensão cumpriram seu papel de aproximação do âmbito escolar ao ensino universitário divulgando para a comunidade escolar de forma lúdica e interativa assuntos relacionados à neurociência e a pesquisa, assim sendo efetivas e produzindo impacto positivo, concretizando o aprender cientifico relacionados à percepção auditiva e as diversas reações que música provoca no órgão cérebro. REFERÊNCIAS BARRETO NETA, L. Formação de professor: de aprendente a ensinante. Construção psicopedagógica, São Paulo, v. 17, n. 15, dez. 2009. CUERVO, L. Música para um cérebro em transformação: Reflexões sobre a música na adolescência. In: Simpósio de Cognição e Artes Musicais, IV, 2008, São Paulo. Anais SIMCAM IV. USP: São Paulo, 2008. JANZEN, T. B. Pistas para compreender a mente musical. In: Revista Cognição e Artes Musicais, Vol. 3, n. 1. 2008. MUSZKAT, M.; CORREIA, C.M.F. & CAMPOS, S.M., Música e Neurociências, Rev. Neurociências, 70-75, 2000. ROCHA, V. C.; BOGGIO, P. S. A música por uma óptica neurocientífica, Revista Acadêmica de Música – n.27, 236 p., jan. - jun., 2013 Vargas, L. S. et al. (2014). Conhecendo o Sistema Nervoso: Ações de Divulgação e Popularização da Neurociência Junto a Estudantes da Rede Pública de Educação Básica. Em: Ciências & Cognição 2014; Vol 19(2) 233-24. CUERVO, L. Música para um cérebro em transformação: Reflexões sobre a música na adolescência. In: Simpósio de Cognição e Artes Musicais, IV, 2008, São Paulo. Anais SIMCAM IV. USP: São Paulo, 2008. MUSZKAT.M, Entrevista Transformação pela música, ver. Ciência Hoje pág. 323, vol. 54, disponível em < http://www.researchgate.net/profile/Alicia_Ivanissevich/publication/273760821_Transformao_pela_msic a/links/550ad3d20cf2855640958bf7.pdf>. Acesso em 10 set. 2015 Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa