RESUMO A presente pesquisa parte da seguinte problemática: Os conhecimentos da Neurociência Cognitiva estão incorporados no campo educacional? Professores possuem estes conhecimentos? Estudos similares a este mostram a carência e a necessidade de aprofundamento destas pesquisas, porém, todos indicam que a Neurociência Cognitiva pode contribuir de forma ímpar na esfera educacional. O objetivo do presente estudo é identificar se os professores que atuam na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental possuem conhecimentos oriundos da Neurociência Cognitiva e os utilizam em sua prática cotidiana. Busca-se também, compreender como estes saberes podem auxiliar os professores a desenvolverem suas aulas, no sentido de levar o aluno a atingir um estado de maior conhecimento de maneira eficiente e proveitosa. Para concretizar os objetivos propostos realizou-se uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, com enfoque hermenêutico. Foram selecionadas três escolas de uma cidade do noroeste do Rio Grande do Sul, duas públicas e uma privada. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista com seis professores da Educação Infantil e nove professores dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, totalizando 15 professores, sendo dez de escolas públicas e cinco de escola privada. O cérebro humano por muito tempo configurou-se apenas como um mistério, objeto de estudos para desvendá-lo. Tal interesse avança por séculos, sendo motivo de inquietações, que ganham maior ênfase pelo progresso que a tecnologia possibilita nesta área. A Neurociência, enquanto um novo campo de estudo, começa a auxiliar várias áreas do conhecimento. Dentre elas, a educacional começa a beneficiar-se das descobertas sobre o funcionamento cerebral. Compreender como o cérebro aprende, habilita o professor a trabalhar de forma mais compatível com o processo de desenvolvimento humano. A neurociência apresenta-se como aliada no cotidiano escolar, já que pode contribuir significativamente na elaboração das atividades a serem desenvolvidas em aula. Logo, é preciso que o professor possua conhecimentos sobre esta temática para que de fato a utilize em sua prática pedagógica. Para dar sustentação teórica à pesquisa, percorre-se a história da Neurociência para compreender o que se denomina hoje de Neurociência Cognitiva. Também se retomam as Teorias da Aprendizagem que mais estão presentes na formação dos professores entrelaçando-as a saberes hoje comprovados pela área neurocientífica. Destaca-se alguns processos superiores da mente que se tornam indispensáveis no momento da aprendizagem: neuroplasticidade, memória, atenção, percepção, sono, emoção, motivação e inteligência emocional. Os resultados da investigação de campo mostram que os professores participantes têm apenas o senso comum sobre o que é Neurociência, mas estão interessados em compreender como esta pode ser usada em sala de aula. Portanto, deve-se criar condições, por meio de processos de formação inicial e continuada, para que os educadores tenham acesso aos conhecimentos relacionados ao cérebro humano, de como ocorre a aprendizagem, para melhorarem suas práticas pedagógicas e auxiliarem os estudantes em suas aprendizagens. Palavras-chave: Neurociência Cognitiva. Saberes Docentes. Educação.