placebo - Brasil 247

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Ed
iç
ão
Oásis
ABELHAS
URBANAS
Colmeias voltam
às cidades
GENIUS
APPLE
Desvelados os
segredos do manual
ADEUS,
VESTA
EFEITO
PLACEBO
O poder
do nada
Próxima parada:
Ceres, o planeta-anão
por
Luis
Pellegrini
Editor
P
lacebo (do latim placere, significando “agradarei”)
é como se denomina um fármaco ou procedimento
inerte, que apresenta no entanto efeitos terapêuticos
reais.
Há poucos anos, uma experiência fascinante relatada nos
Archives of general Psychiatry revelava o poder da relação corpo/mente nos processos da saúde e da doença, e
o efeito placebo ligado a ela. Nessa experiência, pacientes
sofredores de Mal de Parkinson passaram por um procedimento cirúrgico que transplantou neurônios humanos
em seus cérebros. A metade desse pacientes, no entanto,
não teve nenhum neurônio transplantado em seus cérebros. Mas receberam a informação de que o transplante
realmente tinha sido efetuado. O resultado? Inclusive estes
últimos pacientes apresentaram significativa melhora em
suas funções cerebrais e corporais no decorrer do ano seguinte ao experimento. Em outras palavras, eles não tinham
passado por nenhuma cirurgia, porém acreditavam que ela
tinha acontecido. Por causa dessa convicção, seus corpos
reagiram e um processo de autocura teve início, com bons
resultados.
Agora, como conta nossa matéria de capa, uma outra experiência demonstra que o efeito placebo pode realmente
oásis
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Editorial
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O efeito placebo pode realmente curar –
a partir da ativação dos próprios recursos
imunológicos do nosso organismo
por
Luis
Pellegrini
Editor
oásis
.
Editorial
curar – a partir da ativação dos próprios recursos imunológicos do nosso organismo.
Um passo adiante nas investigações do ainda misterioso
porem fascinante e promissor mundo das relações entre o
corpo e a mente. Confira.
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SAÚDE
EFEITO
PLACEBO
O poder
do nada
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SAÚDE
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1/4
Saber que podemos contar com
a ajuda de um remédio (mesmo
que ele seja inócuo) ativa o nosso
sistema imunológico e, com
frequência, promove a cura
A
té mesmo um simples copo
d’água pode desencadear um
efeito placebo. Mas como e por
que isso funciona? Do ponto
de vista lógico, não faz nenhum sentido.
Como é possível que uma pílula de açúcar
colorida possa não apenas nos dar a sensação de estar melhor mas, inclusive – em
alguns casos – levar à cura? O efeito placebo
– a série de reações postas em movimento
em resposta a uma terapia, até mesmo quan-
oásis
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SAÚDE
do essa terapia não possui nenhum princípio
ativo – há muito provoca muitas perguntas
e interesse no seio da comunidade científica.
Recente estudo publicado na revista Evolution and Human Behaviour pode ajudar a
compreender melhor porque muitas vezes o
placebo é realmente eficaz.
Com base numa simulação computadorizada elaborada por Peter Trimmer, biólogo
da Universidade de Bristol, para ativar o
sistema imunológico e combater as pequenas
infecções que atacam o organismo, homens
e animais devem por em ação recursos vitais
importantes para a sobrevivência. Em alguns
casos, no entanto, pode ser menos dispendioso, do ponto de vista evolutivo, esperar que a
infecção se torne mais séria antes de ativar
as nossas defesas, a menos que intervenha
um “sinal” que nos garanta que podemos
enfrentar aquele problema com boas probabilidades de sucesso, deixando que um fator
externo (o falso fármaco) trabalhe em lugar
de nós. Coisa muito semelhante acontece
também para alguns animais.
No verão fico
mais ativo
Algumas observações feitas no passado com camundongos siberianos criados
2/4
em laboratório mostraram como esses roedores
faziam muito pouco para combater pequenas infecções se as luzes de sua gaiola fossem mantidas
baixas, numa condição parecida à da iluminação
invernal. Mudando os padrões luminosos para
simular a iluminação de verão, observou-se um
imediato incremento da resposta imunológica.
De modo análogo, quem toma um placebo convencido de que se trate de um medicamento real,
pode ter uma resposta imunológica duas vezes
maior do que quem não toma nenhuma pílula.
Um delicado
custo-benefício
Tanto nos camundongos quanto no ser humano trata-se portanto de uma intervenção externa
que irá desencadear uma série de reações que
permitirão o retorno a um estado de boa saúde. A
“De modo análogo,
quem toma um placebo
convencido de que se trate
de um medicamento real,
pode ter uma resposta
imunológica duas vezes
maior do que quem não
toma nenhuma pílula”
oásis
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SAÚDE
explicação, segundo Trimmer, é simples: ativar o
conjunto de engrenagens do sistema imunológico
requer um custo energético notável que corre o
risco de exaurir perigosamente os recursos do animal. Por isso, enquanto a infecção não for letal,
espera-se um sinal que garanta que é possível
combater a doença sem correr o risco de consequências irremediáveis. Também Nicholas Humphrey, psicólogo agora aposentado da London
School of Economics, tinha proposta essa mesma
teoria há cerca de dez anos, mas apenas agora a
hipótese foi confirmada pelo modelo de Trimmer.
3/4
Acender e apagar
Durante o verão, as reservas alimentares – e, portanto, as fontes energéticas existem em abundância.
Eis porque os camundongos siberianos, quando acreditam ter chegado a boa estação, permitem-se o luxo
de combater infecções. O modelo de Trimmer avaliza
essa teoria revelando que, enquanto para os animais
que vivem em ambientes mais favoráveis é mais
conveniente desencadear uma resposta imunitária e
voltar ao estado saudável no menor tempo possível,
nos ambientes mais hostis os animais viveriam mais
tempo e teriam mais filhos se forem capazes de suportar as infecções sem ativar o sistema imunológico.
Em resumo, acender ou apagar as próprias defesas
segundo as condições ambientais parece implicar
em notáveis benefícios em termos evolutivos.
Um mosaico
de possibilidades
Embora no decurso da história tenhamos criado
e ativado uma cadeia alimentar que nos possibilita
dispor de recursos alimentares durante todo o ano,
tudo acontece como se nosso subconsciente ainda não
tivesse percebido isso e vivêssemos procurando economizar energias. Até o momento em que tomar um
placebo comunica a nossa mente que esse é o momento justo para mover as coisas e buscar a cura. Novos
estudos estão sendo desenvolvidos para confirmar
essa teoria, até porque existem diversos placebos que
agem a partir de diferentes mecanismos.
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SAÚDE
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ANIMAL
ANIMAL
ABELHAS
URBANAS
Colmeias voltam
às cidades
1/16
Amplas, feitas com design, imersas
no verde, dotadas de sistemas antiintrusão e de limpeza automática:
estas são as novas colmeias da Bee
Collective’s Sky Hive, de Maastricht,
Holanda, in Olanda, a nova casa
novinha em folha das abelhas
holandesas. A volta das abelhas ao
meio urbano acontece agora nas
maiores cidades do mundo
U
Por: Equipe Oásis
ma preocupante mortandade
em massa de abelhas ocorreu
nos últimos anos, sobretudo
nos Estados Unidos, Portugal,
Espanha, França e Alemanha, mas também
em vários outros, inclusive no Brasil.
As causas do fenômeno ainda não foram
bem esclarecidas, mas um estudo recente
comparou o genoma de abelhas provenientes de colmeias doentes com o de abelhas
saudáveis e seus resultados sugerem que essa
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Editoria
morte em massa pode estar relacionada com
uma infecção por determinado tipo de vírus
que interfere na expressão dos genes.
Em 2006 foram relatados os primeiros
incidentes de colapso de colmeias de abelhas
sem uma razão aparente nos Estados Unidos.
O problema intensificou-se de tal modo que
um terço das colmeias do país foi afetado.
Vários fatores foram sugeridos como
responsáveis pelo misterioso colapso das
colônias que em inglês foi chamado de
colony collapse disorder, vulgarmente
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referido como CCD. Entre os referidos fatores
contam-se vírus e parasitas mas também pesticidas, culturas geneticamente modificadas e
até a atividade dos telefones celulares, sem que
no entanto se tivesse chegado a uma conclusão
definitiva.
Esse estudo recente realizado por investigadores da Universidade de Illinois liderado por May
Berenbaum e publicado na revista Proceedings of
the National Academy of Sciences obteve resultados
que podem ser determinantes na compreensão do
fenômeno.
Nesse projeto, os cientistas compararam o genoma de abelhas provenientes de colônias afetadas
com o de abelhas saudáveis através da construção
de um microarray – “um dispositivo onde se visuaoásis
.
Editoria
lizam os 10 mil genes das abelhas”, segundo explica
a cientista.
Os investigadores focaram na análise da expressão de genes do trato digestivo, por ser este o
local de desintoxicação em reação aos pesticidas
e a origem das respostas imunitárias, uma vez
que algumas teorias apontavam os pesticidas ou a
infecção por parasitas como causas da CCD.
No entanto, as análises genéticas não revelaram uma expressão acentuada dos genes de
resposta aos pesticidas em abelhas de colônias
doentes, como era de se esperar se estes estivessem na origem do seu padecimento. Por outro
lado, os genes envolvidos na resposta imunitária
não apresentavam nenhum padrão de resposta,
apesar da prevalência de vírus e agentes patogênicos nas colmeias infectadas.
O que sim, ficou evidente, foi a presença em
abundância de fragmentos de ribossomas, estruturas implicadas na produção de proteínas nas
células, o que sugere que essa atividade pode estar
comprometida em colmeias de abelhas com CCD.
Por outro lado, investigações anteriores já ti
“Os investigadores focaram na
análise da expressão de genes
do trato digestivo, por ser este
o local de desintoxicação em
reação aos pesticidas”
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nham revelado que os vírus que as abelhas
transportam atacam os ribossomas. Segundo
Berenbaum, os vírus em questão “invadem o
ribossoma que, em vez de produzir a proteína
da abelha, produz proteínas dos vírus. Por isso,
o que provavelmente está acontecendo é apenas
que o ribossoma colapsa”. O fato de as abelhas de
colônias afetadas possuírem mais desses vírus que
as abelhas de colônias saudáveis corrobora essa
teoria.
A notícia dessa epidemia apiária levou ao desespero milhares de apicultores em todo o mundo.
Tratam-se em geral de pessoas muito apaixonadas
pelo que fazem, e que não raro têm uma visão muito
particular da apicultura, quase como se ela fosse uma
forma de meditação religiosa.
Talvez movido pelo desejo de salvaguardar seus
queridos insetos – e sua produção de mel -, em vários
oásis
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Editoria
países apicultores começaram a instalar colmeias no
meio urbano. Em algumas cidades, como é o caso de
Nova York, a prática é proibida por lei, mas mesmo
assim alguns cuidadores de abelhas encontram o modo
de lá instalar um grande número de colmeias.
A dramática mortandade de abelhas que está
ocorrendo há alguns anos e a consequente crise no
setor da apicultura, acarretando um inevitável declínio da biodiversidade de flores e plantas frutíferas,
com pesada repercussão na agricultura e também nos
ecossistemas terrestres. Os valores econômicos da
ação da abelhas também estão longe de ser irrelevantes. Estima-se, com efeito, que o valor da polinização
em nível mundial se situe entre 30 e 40 bilhões de
euros ao ano.
A galeria de imagens abaixo mostra aspectos desse
movimento para trazer as abelhas de volta ao meio urbano.
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Foto: Bee Collective
1 Amarela e com
design contemporâneo
As abelhas holandesas parecem gostar
da sua nova casa instalada no centro da
cidade de Maastricht. No alto de uma
torre amarela alta cerca de 20 metros foi
instalado o primeiro protótipo de Sky Hive,
a colmeia urbana de design criada para
incrementar e sustentar a apicultura nas
cidades, garantindo ao mesmo tempo a
segurança das abelhas e dos passantes.
No momento, em caráter experimental,
a colmeia hospeda as duas primeiras
colônias de abelhas, mas programas para
a instalação de colmeias análogas estão
sendo desenvolvidos em várias cidades
do mundo, sobretudo na Europa. As
colmeias urbanas, posicionadas em locais
estratégicos e bem visíveis, nascem com o
objetivo de sensibilizar a opinião pública a
respeito da importância desses pequenos
insetos, sobretudo pelo seu papel de
polinizadores.
Uma vez por semana, apicultores
especializados cuidam das abelhas
ocupando-se da manutenção da colmeia e
da extração do mel produzido, bem como
da saúde e do crescimento da colônia.
Tais visitas constituem também uma
oportunidade para encontrar o público
e informar as pessoas a respeito da
atividade do apicultor, sobre a produção
do mel e a visita desses pequenos insetos,
poucos conhecidos porém fundamentais
para a saúde do nosso planeta.
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Foto: Bee Collective
2 Vou morar na cidade
A moda das colmeias sobre os tetos das
casas e dos edifícios já se difunde em todo o
mundo. Parece, com efeito, que as abelhas
urbanas, que podem dispor de flores muito
variadas e quase durante o ano todo,
sejam bem mais “produtivas”do que suas
congêneres do campo. Em Maastricht, na
Holanda, surgiu a primeira colmeia com
design. A torre, com 20 metros de altura, foi
instalada no meio do parque Sphinxpark,
um lugar público muito frequentado.
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Foto: Bee Collective
3 Do céu à Terra
O acesso à colmeia de
Maastricht para a sua
manutenção e para a extração
do mel é muito simples:
basta acionar a manivela
que possibilita regular a
altura da casinha, trazendo-a
facilmente até o nível do chão.
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Foto: Bee Collective
4 Uma iniciativa
com muitos objetivos
A torre alta sobre a qual foi instalada
a colmeia torna possível trazer a apicultura para as cidades, sem perigo para
os passantes – que não correm o risco de
levarem picadas – nem para as abelhas,
que permanecem longe de indivíduos mal
intencionados.
A cor amarela da casinha e a sua colocação
em áreas públicas muito frequentadas tem
a intenção de atrair novas gerações de
apicultores, providência absolutamente
necessária para compensar o súbito
desaparecimento de milhões de abelhas,
fenômeno aparentemente sob controle,
mas que ainda traz muita preocupação
para os cientistas e os apicultores.
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5 Limpeza semanal
Uma vez por semana um grupo de
apicultores urbanos recolhe o mel
produzido pelas abelhas da Sky Hive e
a efetuar as operações de manutenção
da colmeia para garantir a saúde e o
crescimento das colônias hospedadas.
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6 Doce como o mel
Os apicultores da Sky Hive extraem as gavetas
da colmeia para re4colher o mel. Quantas
flores, porém, as abelhas devem visitar para
produzir esse mel? Segundo alguns apicultores,
para produzir uma única gota desse néctar
cada abelha deve visitar pelo menos 100 flores.
Isso significa que para produzir um quilograma
de mel uma colmeia formada por cerca 30 mil
abelhas deve visitar mais de 2 milhões de flores.
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7 Abelhas
parisienses
Em Paris existem
muitas colmeias
convencionais
fixadas nos tetos.
Elas podem ser
encontradas sobre
o Grand Palais, a
Ópera (na foto) e
até sobre o teto de
uma loja da marca
Louis Vuitton.
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8 Abelhas londrinas
Em Londres – na foto – os
apicultores urbanos são
tão organizados a ponto
de promover cursos para
os que desejam entrar na
produção do mel.
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9 Abelhas novaiorquinas
Na foto, um apicultor cuida
da sua colmeia instalada num
telhado do bairrro de Brooklin.
A atividade é proibida por lei
na área urbana da cidade, mas
quase não existe repressão, e
espera-se que a proibição seja
revogada dentro em breve.
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10 Melbourne bateu
o recorde mundial
Em Melbourne, na
Austrália, existem mais de
500 colmeias instaladas
nos telhados de casas,
restaurantes, hotéis e
bares. É possivelmente a
cidade com mais colmeias
urbanas do mundo.
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Editoria
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11 Abelhas vienenses
Na foto vê-se Felix Munk, líder da
Associação de Apicultores de Viena, sobre
o telhado do palácio do governo austríaco,
onde foram instaladas diversas colmeias.
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Editoria
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12 Abelhas berlinenses
E finalmente, uma foto de
colmeias instaladas sobre
os telhados de Berlim. Tanto
na capital alemã quanto em
várias outras cidades do país
há cada vez mais colônias de
abelhas no meio urbano.
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INFORMÁTICA
INFORMÁTICA
GENIUS
APPLE
Desvelados os
segredos do manual
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“Parece uma apostila do curso de
ciências humanas da Universidade
dos Robôs”, comentam os
redatores do site Gizmodo após
examinar um exemplar do manual
secreto para o treinamento dos
geniozinhos da Apple”
“G
enius”, no jargão interno da
Apple, são os azes da venda
ao consumidor acuradamente treinados por essa mega
empresa de informática. Os métodos de
treinamento dos genius sempre foram
mantidos mais ou menos secretos. Há pouco, a redação do site gizmodo.com – um
dos mais importantes portais mundiais de
divulgação do universo digital – conseguiu
um exemplar do Genius Training Student
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INFORMÁTICA
Workbook, o manual usado para treinar os
futuros geniozinhos da Apple. E se descobre que esses estudantes são guiados
passo a passo em tudo aquilo que fazem,
desde as respostas que devem dar às diferentes perguntas dos clientes até as coisas
sobre as quais devem pensar...
Referindo-se à natureza mítica e icônica do seu conteúdo, a redação do Gizmodo
refere-se ao manual usando a expressão bastante irônica - de “Santo Graal”. Trata-se de uma publicação quase
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secreta, destinada exclusivamente ao treinamento dos jovens selecionados pela Apple para
trabalhar nos projetos da mega empresa. Mas o
exemplar que foi parar nas mãos dos redatores do
Gizmodo parece ser autêntico e seria a última versão em circulação entre os prestadores de serviço
ligados à área de assistência técnica da Apple.
Aqui estão alguns tópicos do manual comentados pelo Gizmodo:
Psicologia humana, curso básico – O
Genius Training Student Workbook, nos planos de
quem o idealizou e escreveu, destina-se substancialmente a fazer com que os clientes se sintam
felizes. No seu conteúdo há de tudo: o que fazer
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INFORMÁTICA
“Os genius não devem
ser apenas técnicos
competentes: devem
conseguir compreender
as exigências técnicas e
psicológicas do cliente”
e o que não fazer, como comportar-se e como não
se comportar, o que dizer e, sobretudo, o que não
dizer no trato com o cliente. Não poderia faltar
uma seção dedicada à psicologia humana. Os
genius não devem ser apenas técnicos competentes: devem conseguir compreender as exigências,
técnicas e psicológicas, dos clientes; devem saber
interpretar os seus estados de humor e as suas
emoções; devem entrar em sintonia com quem
está à sua frente. Para que todos aprendam a
como se comportar, são reproduzidos modelos de
diálogos que os aspirantes a genius devem estudar
e digerir em todas as suas minúcias. Em síntese,
mais que um manual para futuros prestadores
de serviço, a publicação parece um mini tratado
para se compreender a humanidade, escrito por
um robô e destinado a outros robôs.
Empatia – Os aspirantes genius, antes de poder usar a camiseta azul da Apple, devem demonstrar que dominam a arte da empatia. Devem conseguir compreender as emoções e os sentimentos
dos clientes e saber colocar-se em seu lugar. Por
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isso utilizam com frequência a frase “compreendo perfeitamente aquilo que você está sentindo...” Ou, ainda, nunca pedir desculpas ao cliente pelos problemas causados pelo Mac ou pelo
iPhone; bem longe disso, toda a atenção deve ser
voltada para o estado de alma do cliente, derramando sobre ele uma espécie de compaixão
(entendida na sua acepção latina, ou seja, a de
compartilhar o sofrimento). A frase típica neste
caso é: “Sinto muito que você se sinta tão frustrado” (ou triste, ou chateado, ou enraivecido, ou
qualquer outra coisa equivalente).
O que dizer e o que não dizer – O manual
chega a apresentar uma inteira seção dedicada às
respostas possíveis de serem dadas, as que devem ser
evitadas e as que são absolutamente proibidas. As
palavras-chaves que sempre devem ser utilizadas em
tais casos é “temos informações precisas”. Os Macs
não suportam o programa XYZ? “Temos informações
precisas de que as novas versões desse programa são
suportadas pelos Macs”. Devem ser eliminadas, além
disso, todas as possibilidades que implicam negatividade: o programa não caiu, ele parou de responder, ou
ele fechou de repente; o computador não pegou fogo,
no máximo ele esquentou; o problema não foi eliminado, ele foi “reduzido”. E outras coisas do gênero.
O gênio das vendas – Sobretudo, o bom genius é aquele que consegue, sempre e em qualquer
circunstância, vender alguma coisa ao cliente. A tal
ponto que uma ampla seção do manual é dedicada
a conselhos baratos de técnicas de venda. A obrigaoásis
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INFORMÁTICA
ção de um verdadeiro genius é a de se aproximar do
cliente, mostrar interesse pelas suas necessidades
e suas dúvidas, aconselhá-lo nas escolhas e por fim
concluir de modo positivo a venda. Apenas desse
modo o interessado merecerá a tão cobiçada camiseta
azul.
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ASTRO
ADEUS, VESTA
Próxima parada:
Ceres, o planeta-anão
oásis
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ASTRO
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A sonda espacial Dawn, da Nasa,
acaba de cumprir sua missão ao
redor do asteroide Vesta. Ela parte
agora para seu novo desafio, Ceres.
Imagens e vídeo: Nasa
N
o dia 5 de setembro, depois
de passar mais de um ano
em órbita ao redor do asteroide gigante Vesta, a sonda
Dawn, da Nasa, reacendeu os motores
principais e, depois de sair do campo
gravitacional de Vesta, deu início a uma
longa viagem rumo ao planeta anão Ceres.
Se tudo correr bem, ele será alcançado em
fevereiro de 2015.
Na ocasião, cientistas planetários, pes-
oásis
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ASTRO
quisadores e muitos membros da equipe
responsável pela missão realizaram encontros virtuais através das redes sociais
para festejar essa nova fase da missão da
Dawn e os grandes resultados obtidos na
observação de Vesta.
Para alegria dos aficionados, os técnicos da Nasa realizaram o vídeo que mostramos ao final deste artigo, no qual são
apresentados os resultados mais notáveis
(pelo menos, por enquanto, do ponto de
vista do espetáculo) deste ano de estudos
e observações do asteroide.
Estes são alguns dos dados mais importantes
da investigação de Vesta:
1) A sonda Dawn é o primeiro veículo espacial
a orbitar ao redor de um objeto da faixa principal
dos asteroides. A tarefa está longe de ser fácil. O
campo gravitacional de um objeto tão pequeno e
irregular quanto um asteroide implica muitas dificuldades de aproximação e permanência prolongada em órbita.
2) Vesta, com aproximadamente 500 quilômetros de diâmetro, revelou-se muito mais parecida
a um planeta do que a um asteroide. Essa foi a
prova final de quanto é importante estudar esses
objetos, que são restos verdadeiros do processo de
formação do Sistema Solar.
3) Vesta possui uma estrutura interna diferenoásis
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ASTRO
ciada e um núcleo ferroso. O resultado foi obtido
confrontando-se os efeitos do campo gravitacional
do asteroide exercidos sobre a sonda com a forma
irregular que ele possui. Os responsáveis pela missão deduziram que no passado de Vesta devem ter
ocorrido fases durante as quais o seu núcleo interno não era rochoso mas completamente fundido,
para depois se solidificar na forma atual.
4) A superfície de Vesta revelou uma estrutura muito irregular. O asteroide possui uma montanha três vezes mais alta que o Everest e duas
impressionantes crateras no hemisfério sul, Venenia e Rhea Silvia. Com seus quase 500 quilômetros de diâmetro, Rhea Silvia é uma das maiores
crateras de todo o Sistema Solar. Essas estruturas
são coligadas à história evolutiva do asteroide e do
nosso sistema planetário, sendo causadas por dois
impactos catastróficos que aconteceram, respectivamente, há cerca de 2 bilhões e de 1 bilhão de
anos.
5) Vesta apresenta estruturas superficiais em
forma de ondas que correm em torno a seu equador, como um mar agitado que tenha se congelado
de repente, enquanto ondas concêntricas causadas
pelo impacto percorriam a superfície. A causa
dessas estruturas também está ligada à violenta
história evolutiva do asteroide.
Essas observações do asteroide Vesta, obtidas a partir dos instrumentos da sonda Dawn,
podem ser vistas no vídeo da Nasa que apresentamos a seguir.
3/3
Download