Abelhas Ocupadas

Propaganda
Abelhas Ocupadas
Polinizadoras de orquídeas são tão promíscuas quanto suas
plantas preferidas.
Há muito biólogos acreditam que abelhas e orquídeas são igualmente
interdependentes. Os insetos polinizam orquídeas em troca do aromas das flores que
os machos usam para atrair fêmeas. Acreditava-se que os dois organismos evoluíram
juntamente, mas um estudo conduzido por Santiago Ramírez, biólogo evolucionista da
University of California em Berkeley, publicado na Science no final de 2011, revelou
que as abelhas surgiram antes, propondo que as duas são mais independentes do que
se pensava anteriormente.
©Rafal Olkis/ Shutterstock
O texto de Ramírez mostra que, embora as orquídeas pareçam bem adaptadas às
abelhas – tendo desenvolvido odores que as abelhas apreciam e mecanismos para
depositar pólen no corpo dos insetos –, as abelhas são muito menos especializadas.
Elas coletam aromas de mais de 700 espécies de plantas e polinizam várias delas. “As
abelhas e plantas interagem, mas sabemos pouco sobre como essas redes de interação
evoluem”, segundo Ramírez.
Maior conhecimento sobre as abelhas poderia ajudar cientistas a entender seu papel na
polinização de orquídeas tropicais, muitas delas em perigo de extinção. As abelhas
correm perigo, ameaçadas pelo desmatamento e degradação da terra nativa nas
Américas do Sul e Central, e são pressionadas também por processos que dizimam o
hábitat e fontes de alimento. André Nemésio, pesquisador da Universidade Federal de
Uberlândia, que estuda essas criaturas esquivas, preocupa-se que esse aprendizado
sobre as abelhas não será rápido o suficiente para salvá-las. “Abelhas de orquídeas são
solitárias e tímidas; quase não são vistas na floresta”, observa ele. Além disso, como
ninguém sabe exatamente a importância das abelhas para as plantas polinizadas por
elas ou para seus predadores, as consequências de perdê-las são outro mistério.
Publicada na Revista Scientifc American Brasil
Na edição 122-Julho de 2012
Por Rose Eveleth
Download