Dhlakama ameaça voltar à guerra

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Dhlakama ameaça voltar à guerra
Escrito por {ga=o-autarca}
Quinta, 18 Outubro 2012 14:47
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaça voltar à guerra. Desde esta Terça-feira (16),
aquartelado na sua antiga base central, no distrito de Gorongosa, província de Sofala, centro
do país, Afonso Dhlakama afirma estar cansado de ser tratado como escravo pelo governo da
Frelimo.
E anunciou que só abandonará a base quando o governo da Frelimo enviar emissários ao local
para renegociar o Acordo Geral de Paz (AGP) e a revisão do pacote eleitoral.
No local, Afonso Dhlakama já juntou mais de oitocentos antigos guerrilheiros da Resistência
Nacional Moçambicana – Renamo, provenientes das províncias de Sofala e Manica.
Desde que se encontram na base, os guerrilheiros têm estado a treinar, numa clara
demonstração de disponibilidade de retorno ao combate. Em Gorongosa, Afonso Dhlakama
anunciou que dentro dos próximos dias vão se juntar ao grupo oficiais da Renamo que haviam
sido integrados no exército do governo mas que acabaram sendo desmobilizados.
No local, a reportagem do O Autarca constatou volumes consideráveis de equipamento de
guerra. Quarta-feira, 17 de Outubro, Afonso Dhlakama orientou em Gorongosa a celebração do
trigésimo aniversário da morte de André Matade Matsangaissa, primeiro presidente e fundador
da Renamo, que promoveu uma insurreição armada contra o regime marxista da Frelimo, entre
1976 e 1992.
Matsangaissa morreu em combate com o exército do governo da Frelimo a 17 de Outubro de
1979, no distrito de Gorongosa, onde a Renamo mantinha o seu primeiro quartel general, na
zona conhecida por Casa Banana.
Foi uma cerimónia bastante concorrida, que serviu de oportunidade para a Renamo mostrar
que ainda goza de forte influência popular. No seu discurso de improviso, Afonso Dhlakama
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Dhlakama ameaça voltar à guerra
Escrito por {ga=o-autarca}
Quinta, 18 Outubro 2012 14:47
deixou passar a sua mensagem de homem de paz, reiterando que o seu desejo nunca foi
retornar a guerra.
No entanto, afirmou repetidas vezes que está cansado de ser tratado como escravo pela
Frelimo, daí ter decidido passar a viver na sua antiga base, juntamente com o seu exército.
Dhlakama avisou que só poderá voltar à guerra caso o exército do governo da Frelimo vá
atacá-lo.
Também disse que só poderá voltar à guerra se não conseguir resistir à pressão dos seus
antigos guerrilheiros que alega que o têm consistentemente instado para retornar às matas,
devido a dificuldades de reinserção social que ainda enfrentam, volvidos vinte anos após o fim
da guerra no país.
Alguns colaboradores seus, entretanto, afirmaram, segundo o O Autarca, em Gorongosa, que a
intenção do líder, ao decidir aquartelar-se na sua antiga base, visa essencialmente pressionar
o governo a satisfazer as suas preocupações, o que passa por aceitar novas negociações.
As fontes revelaram ao “O Autarca” que Afonso Dhlakama continua preocupado com milhares
dos seus antigos guerrilheiros que não conseguiram ainda reinserir-se na sociedade, depois
que o governo ignorou a sua integração no exército, tal como havia sido acordado em Roma.
Ainda segundo as mesmas fontes, Afonso Dhlakama quer que a lei eleitoral seja revista, por
forma a permitir que os pleitos eleitorais no país decorram num ambiente de concórdia,
harmonia, paz, justiça, liberdade e transparência.
Recentemente, durante a sua passagem pela cidade de Quelimane, no início do mês em curso,
Afonso Dhlakama declarou à imprensa que caso o governo não aceitasse negociar com ele
estava disposto a mudar a história do país.
Considerou que os vinte anos de paz que o país comemorou, no passado dia 04 de Outubro,
representavam exemplo de sacrifício e de paciência. Havia prometido mudar o rumo do país
até o passado dia 05 de Outubro.
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