UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS LER (LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS): PREVENÇÃO NAS EMPRESAS Por: Ellis Regina Monteiro Neves Orientadora: Profª. Emília Maria Mendonça Parentoni Niterói, janeiro de 2006. 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS LER (LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS): PREVENÇÃO NAS EMPRESAS Esta monografia será apresentada a Universidade Cândido Mendes, como condição prévia para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão de Recursos Humanos. Por: Ellis Regina Monteiro Neves Orientadora: Profª. Emília Maria Mendonça Parentoni 3 AGRADECIMENTOS Agradeço, igualmente e em primeiro lugar, a Deus, e aos meus pais, Ary e Nilza pela minha vida. Agradeço ao meu marido, Sidmar, pelo apoio, pela compreensão, pela ajuda, na minha busca de novos conhecimentos. Agradeço ao meu filho, Lucas, que com a sua existência, reforçou em mim a necessidade de construir um futuro melhor. E finalmente agradeço a Emília Parentoni, por sua orientação neste trabalho. 4 SUMÁRIO Introdução.................................................................................................... ..............5 Capítulo I – LER (Lesões por Esforços Repetitivos) 1.1- Conceitos................................................................................................ ..............7 1.2 – Tipos.......................................................................................................... 8 1.3 - Outras Nomenclaturas e Epidemiologia........................................... ............10 1.4 - Causas e Sintomas.............................................................................. ............13 1.5 - Diagnóstico e Tratamento.........................................................................17 Capítulo II – Questões Previdenciárias. 2.1- Normas.................................................................................................... ............25 2.2 - Procedimentos..........................................................................................28 2.3 - Aspecto Social ...................................................................................... ............32 Capítulo III – Prevenção da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) nas Empresas 3.1- Empresas e a LER (Lesões por Esforços Repetitivos)..............................37 3.1.1 - Grupos de Risco e Prevenção...............................................................38 3.2 - A importância da Ergonomia.....................................................................44 3.3 - Custo, Produtividade e Qualidade de Vida...............................................46 Conclusão.................................................................................................... ............52 Bibliografia................................................................................................... ............54 Anexos .......................................................................................................... ............56 5 INTRODUÇÃO Este trabalho vem propiciar a oportunidade de viabilizar uma estrutura de conhecimento, que a princípio é necessário para se promover programas de prevenção da doença ocupacional LER (Lesões por Esforços Repetitivos) nas empresas. Portanto, no primeiro momento abordaremos para uma compreensão fidedigna, os aspectos clínicos da doença, desde sua origem conceitual que se apresenta de forma variada, mais unânime no acometimento do músculo esquelético, até as causas, sintomas e modalidades diversas na busca do seu tratamento, com a finalidade de não só amenizar o sofrimento do trabalhador, como de reabilitá-lo para o trabalho. Nessa intenção é necessário enfatizar uma vez que a LER (Lesões por Esforços Repetitivos), é um problema de saúde que envolve questões sociais trabalhistas, a situação previdenciária, enfocando suas normas e procedimentos, as quais o sistema pode vir a beneficiar ou não o individuo trabalhador acometido por LER. Ainda, sobre essa questão, procuramos analisar quais são os reflexos sociais da doença sobre os afetados por ele, pois sabemos que vivemos em uma sociedade capitalista com características opressoras, principalmente na relação empregado/empregador, influenciando em fatores que comprometem desde a situação emocional até a condição financeira, onde o trabalhador é prejudicado, especialmente aquele considerado inativo por motivo de saúde, seja temporário ou permanente, tornando-se excluído socialmente. É uma conseqüência, advinda do próprio desgaste do trabalho ocorrido com as mudanças em curso na organização do mesmo, e secundariamente com as inovações tecnológicas, peculiares a reestruturação produtiva que contribuem na formação da LER (Lesões por Esforços Repetitivos). 6 Em um último momento, depois de construído um referencial da doença LER (Lesões por Esforços Repetitivos), em cima da prerrogativa de que a organização dos processos de trabalho é determinante nas manifestações da doença, conduzimos o nosso discurso no contexto das empresas, suas questões quanto à sobrecarga dos serviços, pontuando as suas estruturas ergonômicas como peça fundamental na prevenção da LER (Lesões por Esforços Repetitivos), entre outras sugeridas. Tendo as empresas o objetivo de rendimento, lucratividade, não poderíamos deixar de situar a questão dos custos para as empresas, na atenção a LER (Lesões por Esforços Repetitivos), e suas implicações na produtividade, avaliando os passos na obtenção de uma melhor e eficiente qualidade de vida no trabalho. Onde concluímos que é pertinente as empresas, o investimento fundamental e potencializador, para a conquista de benefícios mútuos entre empregado e empregador. 7 CAPÍTULO I LER (Lesões por Esforços Repetitivos) Por conceitos se faz o esclarecimento, um breve entendimento do assunto a que se refere. No caso das doenças, são caracterizadas por sintomas e localização de suas manifestações em nosso corpo; no caso específico da LER, considerada doença ocupacional ou doença do trabalho, se apresenta sobre várias formas de conceito, apesar de um único sentido. É um grupo de doenças, são afecções, e inflamações que se estabelecem nos músculos, nas articulações e tendões, ou ainda, nos membros superiores; causadas por um desgaste do aparelho osteoarticular que podem ser específicos de algumas atividades profissionais ou de alguma forma relacionados com estas, podendo com seu agravamento chegar a limitação da atividade profissional até a incapacidade. Essas doenças estão relacionadas ao processo de produção que exige o uso de movimentos com seqüências permanentes iguais e sem interrupção. 1.1 - Conceitos São doenças relacionadas ao trabalho em que o processo produtivo leva a movimentos constantes, repetitivos e intensos, de músculos, nervos, articulações e tendões, na maioria dos casos localizados em membros superiores e coluna cervical, dorsal e lomba. (rafe.com.br). Incapacidade laboral temporária ou permanente é resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. (Ministério da Saúde). 8 Afecção que pode atingir tendões e músculos sinoviais, ligamentos, nervos, fasciais, isolada ou associadamente, com ou sem degeneração dos tecidos, afetando principalmente os membros superiores, região escapular e pescoço de origem ocupacional. ( www.fecesc.floripa.com.br). Inflamações dos músculos, tendões, ligamentos e nervos, oriundas da ocupação, que acometem membros superiores, geralmente curáveis, que provocam dor, perda de força muscular, fadiga, inchaço, queda da performance no trabalho e incapacidade temporária. (Universidade Federal do Paraná). Síndrome que se caracteriza por dor nos membros superiores, gerando incapacidade funcional, proveniente do uso das extremidades superiores em atividades que envolvem movimentos repetitivos ou postura forçada. ( www.neuro.med.br). Através desses conceitos, podemos perceber que é peculiar na questão da definição, ou ainda, caracterização da LER, o fato de ser uma ocupação por estar ligada as tarefas ou atividades contínuas, ou seja, do trabalho para produzir. 1.2 - Tipos de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) Algumas patologias mais freqüentes associadas ao trabalho: Tendinite – Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Manifesta-se com mais freqüência nos músculos reflexores dos dedos, e geralmente são provocados dois fatores; movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região 9 que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Tenossinovite – Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim como a tendinite, os dois principais fatores causadores da lesão são: movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se da mesma maneira da tendinite. Síndrome de Dequervain – Constrição dolorosa da bainha comum dos tendões do longo adutor do polegar e do extensor curto do polegar. Estes dois tendões têm características anatômicas interessante; correm dentro da mesma bainha; quando friccionados, costuma se inflamar. O principal sintoma é a dor muito forte, no dorso do polegar. Um dos principais fatores causadores deste tipo de lesão está no ato de fazer força torcendo o punho. Síndrome do Túnel do Carpo – Compressão do nervo mediano no túnel do carpo. As causas mais comuns deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a tenossinovite a nível do tendão dos flexores, neste caso, os tendões inflamados levam a uma compressão crônica e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo: o nervo mediano (informação da Central dos Trabalhadores). Outros tipos de LER são ainda diagnosticados em trabalhadores as quais compressões entidades neuro-ortopédicas classificam como: sinovites, de nervos periféricos, síndrome miofaciais, que podem ser identificadas ou não como doença do trabalho. Além dessas citadas até o momento, existem outras que a maioria dos trabalhadores desconhece, e também os donos de empresas. 10 A Epicondilite, inflamação das estruturas do cotovelo. A Bursite, que apesar de ser conhecida, as pessoas não têm a informação de que são inflamações das bursas (pequenas bolsas que situam entre os ossos e tendões da articulação do ombro), e que podem ter origem em funções relacionadas ao trabalho. Assim com a Síndrome Cervicobraquial, que é a compressão dos nervos da coluna cervical, o que comumente chamamos de dor na coluna. Há ainda sobre a coluna, a Síndrome do desfiladeiro torácico, que é a compressão do plexo (nervos e vasos) na região da primeira costela. A Síndrome do ombro doloroso é mais uma compressão de nervos e vasos na região do ombro, como as outras que se manifestam nas articulações e se caracterizam pelo uso dos membros superiores em esforços permanentes; o cisto sinovial, por exemplo, chega a causar locomoção esférica no tecido ao redor da articulação, trazendo aos trabalhadores, um quadro de dores e comprometimento de seus movimentos. 1.3 - Outras Nomenclaturas e Epidemiologia . Outras Nomenclaturas Ao longo dos tempos as doenças podem passar por novas avaliações através de estudos e pesquisas médicas, o que levam muitas vezes a modificarem a denominação dessas doenças. A LER (Lesões por Esforços Repetitivos) é identificada à partir de um estudo feito pelo pai da medicina do trabalho em 1700, chamado “Ramazzini”, ele descreveu na época com sendo a “doença dos escribas e notórios”, entendendo que atingia pessoas que escrevia relatos que se tornavam públicos; tempos depois se reconhece como “doença das tecelãs” (1920), ou “doenças das lavadeiras” (1965). 11 Atualmente a terminologia DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) tem sido a mais usada, ou segundo alguns autores a mais adequada em relação a outras, tais como: Lesões por traumas cumulativos (LTC); Lesões por Esforços Repetitivos (LER); Doença Cervicobraquial Ocupacional (DCO) e Síndrome de Sobrecarga Ocupacional (SSO), devido ao fato de evitar que na própria denominação, se apontem causas definitivas (como por exemplo: “cumulativo” nas LTC e “repetitivo” nas LER), e os efeitos (como exemplo: “Lesões” nas LTC e LER). Acreditam também os autores, que a denominação DORT (Doença Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho), está mais vinculada ao trabalho, portanto, mais especificamente ocupacional, o que conduz a uma idéia discutível, pois se ambas detectam os mesmos tipos de doença proveniente da mesma origem, ou seja, movimentos de compressão sobre músculos e articulações que causam doenças, movimentos esses, que caracterizam esforço físico e que no entanto podem ser ligados ao trabalho de produção ou não; apesar de estar diretamente ligados ao movimento constante laborativo, o que define o trabalho com fins de produção. O importante na denominação, é que seja clara e objetiva, e faça com que as pessoas se situam em seus parâmetros comportamentais. No Brasil a terminologia mais usada é a LER, é também a mais conhecida, pois permaneceu durante mais tempo no meio cientifico e por ser a de mais fácil entendimento. . Epidemiologia A epidemiologia da LER (Lesões por Esforços Repetitivos), é considerada a partir do advento da Resolução Industrial, quando os trabalhadores foram acometidos com doenças do sistema osteomuscular. Mais foi a partir do século XX que os quadros de LER, se apresentam em grandes números, para sociedade, decorrente da racionalização e inovação técnica na 12 indústria. As altas taxas de LER têm sido explicadas por transformações do trabalho e das empresas e se caracteriza pelo estabelecimento de metas e de produtividade visando à qualidade dos produtos e serviços, a competitividade do mercado e não levando a sério o desgaste físico do trabalhador. Existem alguns relatos de casos de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), desde a antiguidade; inúmeros países enfrentaram e alguns ainda enfrentam epidemias de difícil controle. Nos Estados Unidos a LER, chegou a ser classificada entre os dez mais significativos problemas de saúde ocupacional, e os ramos de atividades com maiores índices foram: produtos de alimentação, serviços de reparos de automóveis, transportes e construção civil. No Brasil as estatísticas epidemiológicas existentes, são aquelas da Previdência Social que faz referência apenas aos trabalhadores do mercado formal e com contrato trabalhista regido pela CLT, o que foi concluído como sendo menos de 50% da população economicamente ativa (Fundação IBGE, 1991). Esses dados são coletados com finalidade pecuniária e não Epidemiológica, pois o sistema nacional de informação do SUS (Sistema Único de Saúde), não inclui os acidentes de trabalho em geral e nem LER em particular, o que não permite a obtenção de dados epidemiológicos atualmente. Em muitos países, a LER é considerada doença de notificação compulsória por reconhecerem que atinge a faixa etária de maior produtividade, ou seja, os jovens, e promove incapacidade parcial e mesmo invalidez, trazendo problemas para a pessoa e para os sistemas de seguridade social. 13 1.4 – Causas e Sintomas . Causas As lesões por Esforços Repetitivos (LER), podem ser adquiridas no trabalho, em casa, praticando esporte, ou hobby, ou ainda, na combinação dessas práticas. Problemas físicos e fraturas podem causar os mesmos efeitos da LER/DORT, podem ocorrer por pinçamento de nervos, músculos e tendões. Podemos dizer então que as causas da LER (Lesões por Esforços Repetitivos), dependem de fatores relacionados ao meio ambiente da organização das empresas, do nosso comportamento no local de trabalho, nos afazeres domésticos, por ausência de desenvolvimento muscular e/ou desnutrição, ou mesmo nas situações de estresse vividas no nosso ambiente social ou familiar. Com os nossos músculos sob tensão durante a maior parte do tempo, acabam por provocar a fadiga muscular, devido ao excesso de sobrecarga, com movimentos que permanecem com repetições por horas seguidas, formando lesões na estrutura dos músculos, tendões e ligamentos. Manutenção de postura inadequada por tempo prolongado, repetitividade de movimentos, tarefas permanentes, esforço físico, pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo, em particular membros superiores, choques e impactos e vibração, frio e fatores organizacionais. Esses fatores para serem considerados de risco para ocorrência de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), é importante observar a sua intensidade duração e freqüência. Nas empresas, a organização do trabalho é marcado por um ritmo intenso de trabalho, existência de pressão, autoritarismo das chefias, onde a avaliação de desempenho é medida pela produtividade. 14 Os fatores de risco que resultam na LER (Lesões por Esforços Repetitivos) em uma empresa, implicam diretamente no que se refere as causas e foram estabelecidos na maior parte dos casos, por meio de observações empíricas e depois confirmadas com estudos epidemiológicos. Fatores de Risco - Trabalho automatizado em que o trabalhador não tem o controle sobre suas atividades (Caixa, Digitador, Operador de Telemarketing, e outros); - Obrigatoriedade de manter o ritmo acelerado para garantir a produção; - Trabalho fragmentado, em que cada um exerce uma única tarefa de forma repetitiva; - Trabalho rigidamente hierarquizado, sob pressão permanente das chefias; - Número insuficiente de funcionários; - Jornadas prolongadas de trabalho, com freqüente realização de horas extras; - Ausência de pausa durante a jornada de trabalho; - Trabalhos realizados em ambientes frios, ruidosos e mal ventilados; - Mobiliário inadequado (cadeiras, mesas etc.), que obriga a adoção de posturas incorretas do corpo durante a jornada de trabalho. . Sintomas Vários são os sintomas que acometem o trabalhador com LER (Lesões por Esforços Repetitivos), e classificam-se em físicos e psicológicos. 15 Os sintomas físicos são aqueles que comprometem os seus movimentos, pois afetam o sistema de músculos e tendões e articulações do nosso corpo, causando reações que impedem desde nossas funções básicas, como as realizações mais laborativas. Os sintomas psicológicos estão relacionados com o nosso pensamento, as nossas reações que envolvem as nossas atitudes, ou seja, o nosso emocional que contribui diretamente na estabilidade para as realizações, o fazer. São conhecidos como sintoma físico; sensação de peso e fadiga, dor, alodínea (sensação de dor com resposta a estímulos que, em principio, não deveriam gerá-la), sensação de edema, sensação de enrijecimento muscular, choque, dormência, formigamento, câimbras, falta de firmeza nas mãos, sensação de fraqueza muscular, sensação de frio e calor, limitação de movimentos, dificuldade para dormir, diminuição da agilidade dos dedos, dificuldade para pegar ou segurar pequenos objetos, dificuldade para manter os membros superiores elevados ou suspensos, para estender roupas, para escrever, para segurar o telefone, para carregar pequenos pesos, falta de firmeza para segurar objetos, limitações para atividades de higiene pessoal, dificuldade para cuidar de crianças, e dificuldade para atividades domésticas em geral. Como sintoma psicológico, frustração, medo, ansiedade, irritação, raiva de seu estado de incapacidade, sentimento de culpa por estar doente, dificuldade em permanecer sentado por muito tempo. Os estágios evolutivos das Lesões por Esforços Repetitivos (LER), acarretam uma sensação de desconforto no membro afetado, dolorimento agudo durante a execução de atividades ligadas ao trabalho, podendo chegar até quadros de invalidez e incapacidade laborativa completa, tendo com fases intermediárias: dores progressivas; aparecimentos de edema; 16 hipertrofia muscular; distúrbios de sensibilidade; neuropatias por fenômenos fibro-estenosantes. As classificações mais comuns conforme a evolução e prognostico, situando a “LER”, com base em sinais e sintomas. Entende-se como sendo fases ou graus nos quais na primeira fase: Há apenas queixas mal definidas e subjetivas melhorando com repouso, não interfere na produtividade; na segunda fase: a dor é mais persistente e localizada, é regredida com repouso da atividade profissional, já com redução da produtividade; na terceira fase: apresenta vários sinais objetivos, a dor é mais persistente e forte e não desaparece com o repouso, é comum a perda da força muscular, o retorno a atividade produtiva é problemático; a quarta fase: manifesta-se por dores intensas, forte e continua, acentuando com os movimentos, provocando a incapacidade profissional (podendo ser permanente ou não). No primeiro grau e/ou momento, as atividades causadoras da síndrome, que apresentam apenas desconforto no membro afetado, as pontadas de dores são ocasionais durante a jornada de trabalho, nesse instante não há conscientização dos sintomas nem por parte do empregado dentro de uma empresa, e nem do empregador. Durante o segundo grau, pode ser cogitado por parte do empregado mais esclarecido a possibilidade de identificar a síndrome, ou a necessidade de averiguar, devido a uma maior persistência da dor que é mais localizada e pode ser acompanhada de formigamento e calor, e a recuperação é mais demorada. No terceiro e quarto momento, já é caracterizado dentro da necessidade de afastamento do trabalho e por apresentar alterações de dores dentro e fora do trabalho, especialmente à noite, edema freqüente e recente, a hipermetropia muscular e constante, a palpação do grupo muscular acometido com comprometimento neurológico, provocando dores fortes, as atrofias 17 principalmente nos dedos são comuns; anula a capacidade de trabalho, e até os atos da vida diária. 1.5 – Diagnóstico e Tratamento . Diagnóstico A investigação diagnóstica de doença do trabalho, é semelhante a investigação de qualquer doença e deve obedecer a uma seqüência que abrange: - História clinica detalhada (história da moléstia atual); - Investigação dos diversos aparelhos; - Comportamentos e hábitos relevantes; - Antecedentes pessoais; - Antecedentes familiares; - História ocupacional; - Exame físico detalhado; - Exames complementares necessários. Para orientar a investigação diagnóstica das doenças ocupacionais em geral, e das LER/DORT, em especial, é imprescindível o uso da anamnese ocupacional. Como primeiro passo, portanto, temos a verificação da existência da exposição que possa ser considerada propiciadora da ocorrência de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), pelo fato de que só com os quadros clínicos apresentados, não especifica e/ou determina a origem ocupacional. 18 Exames complementares, por serem complementares ao que já foi anteriormente atualizado do caso, sé devem ser solicitados depois de ter sido concluída a primeira formulação de suspeita diagnóstica, compatibilizando cada solicitação com a formulação. Antes de ser solicitados os exames complementares pelo médico, devem ser levados em conta: - qual é a minha hipótese diagnóstica inicial? - há elementos da história do paciente ou do exame físico ou de exames anteriores que justifiquem a solicitação dos exames? - qual é o objetivo dos exames que estão sendo solicitados? - os exames serão realizados por profissional ou serviço qualificado? - os equipamentos a serem utilizados para realização dos exames estão dentro das especificações preconizadas? Depois de serem feitos os exames, o médico deve avaliar: se o conteúdo relatado nos exames, são compatíveis com os relatados na história clínica e no exame físico, se as alterações encontradas, explicam todo o quadro clínico do cliente; se não forem detectados alterações nos exames; se o exame normal descarta a minha hipótese diagnóstica inicial. Conforme já foi mencionado, os exames complementares são eficientes no auxilio ao diagnóstico clínico, porém não estabelece nexo causal entre quadro clinico e o trabalho. Para que a investigação do diagnóstico da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) seja eficiente, é preciso haver um levantamento das condições do ambiente de trabalho. As informações prestadas pelo paciente devem ter associação com as referências dadas da inspeção no ambiente de trabalho. 19 Essa investigação das condições de trabalho pode ser feita por um especialista em ergonomia na equipe técnica ou não, porém, deve ser realizada por profissional ou equipe técnica responsável pelo diagnostico clínico-ocupacional. É importante atentar para o fato de que o empregador deve disponibilizar as informações sobre as condições de trabalho, para os casos mais comuns de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e ocupação, através da história cuidadosa, simulação de gestos e movimentos por parte do paciente, pode ser revelado mais de um problema ao mesmo tempo. Ainda sobre a questão da investigação diagnóstica, quando a história clínica deve ser detalhada, a dor deve ser referida ou generalizada, enfocando o comprometimento nos diferentes graus de severidade. As conseqüências na esfera psíquica são relevantes e interferem na evolução e recuperação. O interrogatório sobre organismo, evidencia a relação com trauma, doenças reumáticas, diabetes mellitus, distúrbios da tiróide e outros distúrbios hormonais, gravidez, menopausa, doenças que podem determinar e/ou agravar o caso. Juntamente com a análise dos comportamentos e hábitos, que podem agravar sintomas do sistema músculo-esquelético, não só com relação a tarefa doméstica, mas como as desencadeantes de quadros relacionados a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) que se refere a história ocupacional, a qual necessita de uma completa descrição de sua rotina laboral, como exemplo: forças exercidas, duração da jornada de trabalho, execução e freqüência de movimentos repetitivos, existência de sobrecarga estática, formas de pressão de chefia, existência de premio de produção. Esses aspectos relacionados a produção e ao trabalho dentro das empresas, que contribuem para desenvolvimento de doenças como LER (Lesões por Esforços Repetitivos), quanto mais cedo o diagnostico por evidenciado, mais favorável serão as conseqüências para o empregador e o empregado. Eis alguns exemplos de diagnóstico de lesões, cujas causas são ocupacionais: 20 Lesões - Causas ocupacionais. Bursite do Cotovelo - Apoiar o cotovelo em mesas. Dedo em gatilho - Apertar alicates e tesouras. Epicodilite do cotovelo - Apertar parafusos, desencapar fios, tricotar, operar motoserra. Síndrome do canal de Guyon - Carimbar. Síndrome do túnel de carpo - Digitar, fazer montagens industriais, empacotar. Tenossinovite de Querwain - Apertar botão com o polegar. Tenossinovite dos extensores dos dedos - Digitar, operar mouse. Tendinite do supra-espinhoso - Carregar pesos sobre o ombro. .Tratamento Considerando que cada indivíduo por responder diferentemente ao mesmo tratamento, no caso da LER (Lesões por Esforços Repetitivos), o tratamento deve ser intenso composto por equipe multidisciplinar para que o caso não se torne crônico. Para que essa equipe de tratamento atue, é fundamental entender a fisiopatologia da dor nos pacientes com LER (Lesões por Esforços Repetitivos), podendo auxiliá-los em várias questões, como: conhecer a dor, explicar a resistência a vários tratamentos, a causa que faz com que mesmo com o afastamento do trabalho, as crises de dor permanecem, porque de poucos resultados com técnicas convencionais em tratamento de processos inflamatórios. Em geral, quanto mais cedo o diagnóstico e o começo do tratamento eficiente e adequado, mais provável a satisfação; para isso fatores como, nível de informação do paciente com relação a doença, da existência e eficácia de programa de prevenção de controle médico da empresa, da 21 abertura que é dada ao empregado para queixas de problemas de saúde sem que sofra conseqüências no trabalho por essa razão, chagando a represálias. O tempo pode determinar a evolução do quadro clínico, porém se encontram casos que apesar de estar no inicio evoluem rapidamente para quadros graves. Para o tratamento e reabilitação é importante estabelecer os objetivos gerais e específicos para cada caso, e devem ser de conhecimento do paciente; cada conquista deve ser valorizada, não há separação entre a parte física e a parte psicológica, uma vez que uma influencia na outra, deve haver um consenso nos objetivos gerais entre os profissionais, apesar de cada profissional desenvolver atividades terapêuticas específicas, a dinâmica interdisciplinar se faz com trocas de opiniões sobre a evolução de cada paciente. Todos os profissionais têm responsabilidades gerais e especificas; entre as gerais, está a de ouvir o paciente. - Tratamento Clínico A maior parte dos casos de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) tem indicação de tratamento clínico e os recursos terapêuticos podem ser utilizados, além de medicamentos (antiflamatórios e analgésicos), tratamento de homeopatia, fisioterapia, acupuntura, terapias corporais. Os anestésicos impedem a dor, o que colabora para o trabalho de fisioterapia. Havendo necessidade de imobilização, não deve ocorrer por períodos longos, podendo trazer outros problemas no membro afetado; são usados neste caso ortóses de posicionamento (talas, munhequeiras) que podem ser de plásticos ou tecidos de lona e com condições de serem retirados sempre que necessário. 22 - Tratamento Cirúrgico No caso da cirurgia quando for indicada só deve ser feita por especialista habituado a tratar com LER (Lesões por Esforços Repetitivos). Quando a cirurgia for inadequadamente indicada poderá prejudicar muito a evolução da doença, piorando o prognóstico e a reabilitação para o retorno ao trabalho. É dever dos cirurgiões, esclarecerem ao trabalhador sobre os resultados positivos e negativos do procedimento cirúrgico antes e depois de realizá-lo. - Recursos Terapêuticos Quanto aos medicamentos, é comum o uso de analgésicos e antiinflamatórios para combater a dor aguda e a inflamação, porém, devem ser usados concomitantemente, pois isoladamente não são efetivos no combate a dor crônica, podendo chegar a necessidade de associar a medicamentos psicotrópicos (antidepressivos tricíclicos e fenotiazinicos) que promovem alterações na simbologia da dor. Contudo, esses medicamentos devem ser prescritos de forma cautelosa, e os pacientes tem que ser bem orientados sobre a maneira ideal de utilizá-los, bem como suas reações. Ainda com relação aos anestésicos, costuma ser utilizado no caso de dor crônica, com o objetivo de diminuir o desconforto e propiciar o tratamento através de medidas fisioterapêuticas como a cinesioterapia. O trabalho de grupo, onde é realizado atividades coletivas com pacientes acometidos por LER, é desenvolvido nos serviços públicos de 23 saúde, favorecendo a socialização da experiência vivenciada do adoecimento e da incapacidade, propiciando trocas sobre os medos, interrogações e incertezas dos pacientes. Com a fisioterapia, o tratamento tem como objetivo: o alívio da dor, o relaxamento muscular e prevenção de deformidades, possibilitando uma melhora da capacidade funcional dos pacientes portadores da LER. O fisioterapeuta costuma acompanhar o tratamento com avaliação contínua, se utilizando de recursos eletrotermofototerapia, massoterapia e cinesioterapia. Em abordagens grupais são aplicadas técnicas de alongamento, relaxamentos e automassagem. O medo e a insegurança que afetam os portadores de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), faz com que o apoio psicológico seja essencial para também auxiliar nas conseqüências do adoecimento, e às perspectivas no emprego. É um importante auxilio no processo de recuperação e reabilitação. Na perspectiva dos trabalhadores adoecidos por LER, recuperarem sua autonomia, suas capacitações no trabalho, tendo em vista as alterações ocorridas com as manifestações da doença. A terapia ocupacional vem favorecendo essa função, com atividades em grupo onde são discutidos assuntos relacionados às atividades da vida cotidiana. Ainda com terapia individual, estão lançando mão de confecção de órtoses e de terapias complementares, tipo: acupuntura, do-in, shiatsu, etc. 24 CAPÍTULO II QUESTÕES PREVIDENCIÁRIAS As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), vem se estabelecendo como um grande problema de saúde pública em muitos paises industrializados. Foi em 1991, que o então unificado Ministério do Trabalho e da Previdência Social, em sua série Normas Técnicas para Avaliação de Incapacidade, publicou as normas referentes a LER. Em 1992, foi a vez do Sistema Único de Saúde, através da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e das Secretarias de Estado do Trabalho e Ação Social e da Saúde de Minas Gerais publicarem resoluções sobre o assunto. Já no ano de 1993 foi publicada pelo INSS (Instituto Nacional de Previdência Social) uma revisão de suas normas sobre LER (Lesões por Esforços Repetitivos). No ano de 1998, o INSS publicou a ordem de serviço nº. 606/98, em substituição às normas de 1993, o que vigorou no Decreto nº. 3048, de 06 de maio de 1999. Portanto, fica constituída as seguintes normas como direito dos trabalhadores: 25 2.1 - Normas . Norma Regulamentadora 17 (condições de trabalho) A NR17 é aplicável sobre a situação ergonômica do trabalhador, que o favorece através de parâmetros que influencia nas condições de trabalho. É proibido qualquer incentivo à produtividade que não leve em conta seus reflexos sobre a saúde. O tempo efetivo de entrada de dados não deve exceder a 05 horas diárias. Pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, garantindo-se que não haja aumento do ritmo ou volume de trabalho em razão de intervalo. Quando o trabalhador retorna ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento, a exigência de produção deve começar em nível inferior aos 8 mil toques, e ser ampliado gradativamente. A tela do computador deve ser móvel, possibilitando ângulos corretos de visibilidade e protegendo a visão dos reflexos. As empresas devem realizar análise ergonômica do trabalho, detectando e corrigindo as situações inadequadas. As mesas e cadeiras devem ser ajustáveis. 26 . Norma Regulamentadora 09 (Mapas de Risco) A NR 09 cria a necessidade de mapas de risco, o que favorece as correções necessárias no ambiente de trabalho, e realizado pelas Cipas com a participação de todos os trabalhadores. A NR 09, compreende cinco grupos de risco ambientais dos quais se destacam: Grupo IV Trata de agentes ergonômicos: Trabalho físico pesado, trabalho em turnos ou noturnos, monotonia, ritmo excessivo de trabalho, etc. Grupo V Trata de agentes mecânicos: arranjo físico, máquinas e equipamentos, sinalização, transporte de materiais, estado das ferramentas, etc... . Norma Regulamentadora 07 (exames médicos) A NR 07, visa prevenir o surgimento de doenças e promover a saúde conjunta dos trabalhadores, institui o Programa de Controle Médico de Saúde. A empresa é obrigada a realizar os exames médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. 27 Periódico Exame que deve ser feito anualmente entre os trabalhadores que desenvolvem tarefas consideradas de risco ao aparecimento e agravamento de doença ocupacional. Nas outras atividades, o exame deve ser anual para os menores de 18 anos e maiores de 45 e a cada dois anos para os demais empregados. Retorno ao trabalho Os trabalhadores que ficarem afastados por período igual ou superior a 30 dias por motivo de doença, acidente (ocupacional ou não) ou parto, devem ser submetidos obrigatoriamente a exame médico no primeiro dia do retorno ao trabalho. Mudança de função Deve ser realizado obrigatoriamente antes da mudança de função. Demissional Deve ser realizado 15 dias antes do desligamento definitivo do trabalhador, desde de que transcorrido 135 dias da realização do último exame. Caso não haja constatação ou suspeita de doença profissional, ou do trabalho, caberá ao médico, coordenador ou encarregado, solicitar para a empresa a emissão da comunicação de acidente de trabalho (CAT), indicar o afastamento do trabalho ou a exposição ao risco, encaminhar o trabalhador para a Previdência Social e orientar o empregador sobre a necessidade de medidas de controle de riscos no ambiente de trabalho. 28 . Norma Regulamentadora 05 (Cipas) A NR 05 regulamenta a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), é composta por representantes do empregador e dos empregados e tem como objetivo relatar as condições de risco existentes no ambiente de trabalho, e solicitar medidas para reduzir, eliminar ou neutralizálos. Os representantes dos trabalhadores são eleitos em votação secreta e têm mandato de um ano. Tanto os suplentes quanto os titulares têm direito a estabilidade no emprego, que vai desde o dia da inscrição até um ano após o término do mandato. 2.2 - Procedimentos No caso de ser detectado, ou avaliado o diagnóstico de caso de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), é obrigação de toda empresa emitir o CAT (comunicação de acidente do trabalho), com o documento próprio preenchido do atestado médico, ou relatório médico equivalente pelo médico do trabalho da empresa, ou médico do serviço de Saúde Público ou Privado ou ainda, médico responsável pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional-PCMSO. É importante relacionar a atividade e posto de trabalho, para fundamentar o nexo causal. A CAT é emitida em seis vias, sendo que uma delas deve ser entregue ao próprio trabalhador e outra encaminhada ao sindicato. Deverá ser feito o encaminhamento pela empresa da CAT ao INSS, quando a incapacidade de ultrapassar a 15 dias. Deve ser emitida a 29 CAT, no 1º dia útil após o diagnóstico médico, ou seja, após concluir que o trabalhador é portador de doença profissional ou do trabalho. Depois de expedida a CAT o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) anota na carteira de trabalho e encaminha o trabalhador a perícia médica para a caracterização do nexo causal (relação entre a doença e o trabalho) e avaliação da incapacidade. Para tanto, é fundamental que o trabalhador descreva com detalhes as tarefas por ele desenvolvidas na empresa desde a sua admissão, até as atuais. No encontro do nexo causal, o médico faz a avaliação se a incapacidade para o trabalho é temporária ou permanente, baseia-se também no diagnóstico clínico e em exames complementares. É importante ressaltar que a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), é um documento oficial do INSS para comunicação de acidentes de trabalho, é que apesar de ser condição fundamental para que o trabalhador adoecido por ocorrência de acidente de trabalho receba os benefícios que a ele é proporcionado pelo INSS, a maioria dos trabalhadores não tem o conhecimento do documento, e os empresários não têm a preocupação em divulgá-lo. Essa notificação tem a finalidade do registro e a vigilância dos casos de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) garantindo ao segurado os direitos previstos na legislação acidentária, contudo, é válido acrescentar que não é responsabilidade do INSS a prestação de assistência médica, e nem a caracterização do nexo técnico para fins de exame pré-admissional ou demissional da empresa. Quanto aos procedimentos dos médicos da empresa e demais profissionais de saúde, é correto: 30 1 – Determinar a emissão da CAT, mesmo nos casos iniciais; 2 – Fornecer para perícia de Acidentes de Trabalho do INSS, ou aos órgãos do SUS, os elementos necessários para caracterização da LER (Lesões por Esforços Repetitivos); 3 – Informar aos portadores de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) a natureza da doença e suas causas ocupacionais; 4 – Entregar os resultados dos exames, originais ou cópias, ao portador da doença; 5 – Garantir um período de afastamento prolongado para reverter completamente o quadro, evitando alta precoce; 6 – Em caminhar o portador de LER, para tratamento especializado; 7 – Empenhar-se para que o portador de LER não retorne ao trabalho nas mesmas condições que deram origens à doença. Recolocá-lo em atividade compatível com seu estado físico. . Benefícios e Direitos Previdenciários Comunicado o acidente ou doença do trabalho, o segurado ou dependente deverá comparecer ao INSS, para habilitação ao beneficio, munido dos documentos necessários. Auxilio Acidente Se for constatado a redução da capacidade funcional após as lesões decorrentes de acidentes de trabalho, o trabalhador receberá como indenização o auxílio-acidente, pago pelo INSS. O beneficio é mensal e corresponde a 50% do salário de beneficio do segurado, sendo pago a partir da data da alta médica. 31 Reabilitação Com o término do tratamento, quando a perícia do INSS entender que o trabalhador não reúne mais condições para o exercício das atividades habituais, porém pode executar outras atividades, poderá ser encaminhada ao Centro de Reabilitação Profissional. As empresas com 100 ou mais empregados são obrigadas a preencher de 2% a 5% de seus cargos com benefícios reabilitados ou portadores de deficiência habilitados. Após a reabilitação, e encontrada nova função que o trabalhador possa exercer, é data alta médica como o retorno ao trabalho. Aposentadoria por Invalidez Caso depois que o tratamento do INSS se conclusa, e que o trabalhador se encontre prejudicado, sem condições de ser recuperado, ou seja, incapacitado total e permanente para todas as profissões, sem poder exercer nenhum tipo de trabalho, constituído por casos graves e irreversíveis, refletindo em seu movimento anatômico e funcional, se apresentando com atrofias musculares e neuropatia periférica, regredindo sua força muscular. Esse trabalhador tem direito ao benefício da aposentadoria por invalidez acidentária. Estabilidade no Emprego O trabalhador que por motivo de acidente ou doença do trabalho ou profissional, ficar afastado do trabalho por mais de 15 dias, recebendo portando o auxílio-doença acidentário (B-91), tem estabilidade no emprego pelo período mínimo de 12 meses contados a partir do encerramento do auxílio–doença acidentário. 32 Auxilio Cesta-Alimentação (Acordo Coletivo) O trabalhador afastado a partir de 01.09.1998 por acidente de trabalho ou doença tem direito ao auxílio-cesta alimentação por um prazo de cento e oitenta dias, contados do primeiro dia de afastamento do trabalho. É importante salientar que essas questões previdenciárias, não só facilitam o enfrentamento da doença do trabalhador pelo lado clínico, como pelo lado financeiro, embora ainda com certeza não se tenha chegado a excelência. O comprometimento trazido pelos portadores de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), reflete em sua vida profissional, pessoal e consequentemente social, portanto, devia haver mais investimento em pesquisas sobre o tema por parte do Governo. E ainda, poderiam encurtar o caminho de chegada até os benefícios, diminuir a burocracia que sabemos que é peculiar do Sistema Previdenciário no Brasil, recrutando pessoas realmente capacitadas e formando um treinamento para o atendimento, mais coerente a clientela de trabalhadores acometidos por LER, o que na prática se apresenta como queixas dos trabalhadores. 2.3 – Aspecto Social Buscando a compreensão das determinações da LER, no contexto da relação saúde-doença, como processo social resultante do desgaste do trabalho, tomamos como cenário do nosso objeto de estudo as mudanças macros ocorridas no mercado de trabalho, pois diante da complexidade do tema “Reestruturação Produtiva”, no caso, englobando novo padrão tecnológico, mudanças organizacionais, novos valores e práticas de gestão, vale dizer que a análise da evolução e das características sociais e demográficas das LER (Lesões por Esforços Repetitivos), assim como das relações de exclusão social e segregação ocupacional que lhe são 33 subjacentes, será diretamente remetida às novas condições de organização do trabalho. Nesse sentido, a investigação da LER direciona-se consoante a quatro aspecto:primeiro, o contesto da evolução das ocorrências de acidentes e doenças do trabalho; segundo, a dinâmica do mercado de trabalho em geral, enfatizando-se os influxos do emprego e desemprego e o setor de serviços, terceiro, o quadro das mudanças sócio demográficas em curso; quarto, a incorporação da categoria, gênero identificando situações de conseqüências diferenciadas à saúde de homens e mulheres. A partir dos anos 80, acontece a implantação no mercado de trabalho do setor eletrônico, a intensa aplicação da tecnologia digital de base microeletrônica na estrutura industrial e os avanços nos setores da química fina, novos materiais da biotecnologia e da engenharia genética beneficiados com o processo da informática, essas mudanças no trabalho, caracterizam-se pela justa posição de formas tradicionais e inovadoras, o que se poderia chamar de “modernização conservadora” com fosse resquícios da segunda revolução industrial e tecnológica. Daí a manutenção e/ou revitalização dos princípios tayloristas-fordidistas, pela desqualificação e controle autoritário da força de trabalho (Braverman, 1977). Devido a terceirização provocado pela verticalização das empresas, há uma ampliação no setor serviço, porém sem ampliar suficientemente os postos de trabalho a fim de absorver o desemprego gerado em outros setores, havendo com isso uma redução do emprego direto e maior subcontratação de trabalhadores, gerando “a construção teórica da relação entre processo de valorização, processo de trabalho, cargas de trabalho e processo de desgaste, o que confere certa capacidade de predição com relação ao que caracteriza o padrão de desgaste de um determinado grupo de trabalhadores”. )Laurdell e Noriega, 1989: 110). 34 Esses grupos de trabalhadores referidos no parágrafo anterior, são forçados ao desgaste da sobrecarga de trabalho com horários intensos com ausência de possibilidades de pausas espontâneas, seja através da adoção de novas tecnologias, seja em nome da competitividade, por meio da racionalização da produção, sobretudo por mudanças organizacionais voltadas à redução de custos, sendo essa principal responsável pela elevação da taxa de desemprego e a precarização das condições de trabalho em geral e exclusão dos direitos do trabalho. Como vítimas desse contesto social, os trabalhadores enfrentam um forte crescimento das doenças do trabalho dentre elas, a LER (Lesões por Esforços Repetitivos), essa ascensão de casos nos anos 90, refletiu em mecanismos de exclusão social que se dá por diferenciações marcantes em suas características sócio-demográficas, sexo, idade, escolaridade e renda e na segregação ocupacional. Perfil Sóciodemográfico Analisando a estrutura etária dos trabalhadores portadores de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) indica uma predominância de casos na faixa etária de 30 a 39 anos em 1998, quanto à distribuição dos casos por sexo, por ora destacamos que, nos anos 90, as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) atingiram sobremaneira e de forma ascendente a mulher trabalhadora. Em 1998 caiu incidência de trabalhadores lesionados de nível superior, aumentou o registro daqueles cuja escolaridade não ultrapassava o primeiro grau, de forma similar à escolaridade, a medição da variável salário por faixas de salários mínimos para caracterização dos lesionados, aponta ao longo do tempo, para a tendência de maior incidência da doença entre os situados na base da pirâmide social, fato que reforça o seu caráter socialmente excludente. Segundo ramos de atividades a caracterização da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) foi compreendido de 1992 a 1998, as instituições financeiras reiteradamente continuaram campeãs na produção da LER, à partir de 1996 houve aumento na participação do comercio varejista, supermercado e 35 lojas, aproximando do índice das instituições financeiras; ainda os serviços de saúde e prestação de serviços. Por fim, o que fica mais marcado na complexidade das determinações sociais da LER (Lesões por Esforços Repetitivos), além das intrínsecas questões relacionadas ao diagnóstico aos clínicos e a luta na busca por direitos dos lesionados que e contraponta a ameaça maior do processo de exclusão social que reflete em maior índice em trabalhadores jovens, em sua maioria do sexo feminino, situados nos níveis mais baixos de escolaridade e renda. Essa exclusão é evidenciada, e se explica, pela qualidade de vida negada para os incapacitados por essa doença, situando-se nas faixas etárias mais produtivas do ciclo de vida se tornando inválido com aposentadoria precoce, sem a sociabilidade que o trabalho representa com referencial de vida. Eis algumas situações enfrentadas por portadores de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), que se configuram na vida social e psicológica dos mesmos. . Resistência em aceitar a doença; . Situação de marginalização pela empresa, colegas e amigos; . Dificuldade de ter a comunicação de Acidente de Trabalho emitida; . Dificuldade de conseguir mudanças de função/atividade, mesmo com indicação médica; . Dificuldade de reconhecimento do nexo causal pela Previdência Social; . Afastamento do trabalho por tempo prolongado; . Dificuldade em encontrar tratamento adequado; . Dificuldades financeiras; . Mudança de papel social no trabalho na família e circulo social com perda de identidade construída ao longo da vida; 36 . Poucas possibilidades de reabilitação profissional; . Retorno as funções sem estar curado; . Enfrentamento da inexistência de uma política de mudanças na empresa; . Medo da possibilidade de demissão; . Dificuldade de reinserção no mercado de trabalho. CAPÍTULO III PREVENÇÃO DA LER (Lesões por Esforços Repetitivos) NAS EMPRESAS. Apesar da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) atualmente ser identificada como doença do trabalho, a maioria das empresas ainda tentam negar a sua existência, descaracterizam as lesões, vinculam a problemas psicológicas, não apropriam as condições de trabalho e não cumprem as leis. Como reforço a essa situação, o Estado tem a sua parcela de culpa a medida que não fiscaliza os ambientes de trabalho e nem cobra o cumprimento da lei. Por razão de não uma melhor compreensão do assunto por parte dos empresários, a doença ocupacional e a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) mais especificamente não dispõem da atenção das empresas que deveria, pois um trabalho adequado poderia trazer benefícios para o empregador e o empregado. 37 Sabendo que toda empresa tem como objetivo principal a lucratividade, acabam por não dar importância ao elemento que leva a atingir tal objetivo, ou seja, o trabalhador que em suas atividades dentro da empresa desenvolvem, doam parte do tempo de suas vidas sem fazer parte desse objetivo final que é a lucratividade, e acarretam na maioria das vezes problemas para sua saúde, com a LER (Lesões por Esforços Repetitivos). Dentro desse contexto, investigamos algumas empresas na perspectiva de obter informações sobre a existência de um trabalho de prevenção de LER (Lesões Por Esforços Repetitivos). 3.1 – Empresas e a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) Começamos com o setor de alimentos onde foi feito contato pela internet com grandes empresas de produção de alimentos, interrogada a questão sem retorno, o mesmo ocorreu com a produção química, metalúrgica, de montagem, construção civil e outras, fato que expressa a falta da divulgação e orientação sobre a questão. Na realidade, diante das novas organizações no processo de trabalho, como inovações tecnológicas, aplicação da tecnologia digital de base microeletrônica, os processos nos setores da química fina, causaram impacto nesse processo, tanto para empresa quanto para o trabalhador, desviando mais uma vez a importância da empresa do empregado para produção e lucro. Com a terceirização as empresas passaram a externalizar várias atividades, possibilitando trocas intersetoriais, diversificando e ampliando o Setor de Serviços onde houve o enxugamento do quadro de pessoal das grandes empresas, o que caminhou na direção de rever custos e reduzir pessoal, gerando uma provável terceirização da terceirização, à chamada quarteirização, que diz respeito a novas empresas para gerenciar atividades 38 que foram terceirizadas, ou seja, “um maior enxugamento dos setores próprios da empresa que gerenciam o trabalho das empresas terceirizadas” (Pires, 1998: 47). No caso das LER (Lesões por Esforços Repetitivos), as conseqüências da terceirização implicam no seu agravamento, pois os trabalhadores ficam sobrecarregados devido a redução de pessoal, com horários de trabalho sem pausa, etc. 3.1.1 – Grupo de Risco e Prevenção . Grupo de Risco Chamamos de grupo de risco, o que pode de alguma maneira propiciar algo desfavorável, no caso do presente enfoque, o qual falamos sobre o acometimento da doença do trabalho designada LER (Lesões por Esforços Repetitivos) na qual os trabalhadores se vêem afetados na sua capacidade laboral, tendo sido verificado sua proveniência sobre vários ramos de atividades consideradas grupo de risco para tal doença, como exemplo temos: As funções consideradas mais atingidas que são a dos digitadores, seguida de caixas (bancos), comércio), trabalhadores de linha de montagem e produção, etc. Outras categorias também se apresentam como de risco. Serviços: Processamento de dados, Serviços de comunicação, Saúde; Comércio varejista, Serviços de limpeza, Hotelaria, entre outros; 39 Indústria: Metalurgia, Mineração, Indústria de material elétrico e de hospitais, Comunicações, Confecções, Químicos e Plásticos, Borracha, Alimentícia, Editorial, Gráfica, Construção civil e outros. Dentre os grupos citados, destacamos o trabalhador do comercio, pois as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) tem se manifestado em grandes números de trabalhadores. O empregado carrega e embala as mercadorias, repõe estoques, opera microcomputador entre outras tarefas. Em função da jornada de trabalho, os comerciários não procuram o médico por ser extenso o horário de trabalho, por medo de se afastar do trabalho o que pode levá-lo a ser demitido. Essa situação agrava o estado de tensão do trabalhador que é sobrecarregado com movimentos repetitivos, má postura e outros fatores que desencadeiam as manifestações das LER (Lesões por Esforços Repetitivos) não só no comércio, como em qualquer outro ramo de atividade. . Prevenção Sendo as LER (Lesões por Esforços Repetitivos), identificada como doença ocupacional, para ser implantado um trabalho de prevenção dentro da empresa, o primeiro passo seria conhecer com intensidade o mecanismo, o funcionamento, o processo do trabalho dentro desta empresa; obter informações como: . Qual é o ritmo do trabalho, ou seja, a jornada, e se tem interrupção (pausa)? . Qual o volume de tarefas, e como ele é desenvolvido, se é fragmentado ou não? 40 . Como é o posto de trabalho, a disposição ergonômica, mobiliários e máquinas que podem causar posturas incorretas? Como veículo de informação dentro das empresas, deve existir a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que é formada por representantes do empregador e dos empregados. Os representantes dos trabalhadores são eleitos por votação secreta e tem mandato de um ano, cabe a esses, adquirir conhecimento sobre a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e suas causas e colaborar na adoção de medidas preventivas. Cabe ainda ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho da Empresa (SEESMT), informar ao empregador e a (CIPA) a ocorrência dos casos de LER. Para iniciar um programa de prevenção das LER (Lesões por Esforços Repetitivos) em uma empresa, é necessário prioritariamente a identificação dos fatores de risco em que se encontra as condições de trabalho, analisar a maneira como as atividades e tarefas são realizadas, principalmente aquelas que precisam de movimentos repetitivos, movimentos bruscos, uso de força, posições forçadas e por longo tempo. Através da integração entre a equipe técnica e os trabalhadores, e das despesas individuais e coletivas, observam-se de ambos os lados os aspectos organizacionais do trabalho e psicossociais que retratam a realidade das condições de risco. Como fatores de risco, temos na maioria das empresas: Repetitividade de movimentos, manutenção de posturas inadequadas por tempo prolongado, esforço físico, inviabilidade de tarefas, pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo, em particular membros superiores, trabalho muscular estatístico, choque e impactos, vibração frio e fatores organizacionais. 41 Ainda como fator de risco, é importante focalizar intensidade, duração e freqüência. Na organização do trabalho enfatizamos a exigência do rítmo intenso do trabalho, o conteúdo pobre das tarefas, existência de pressão, autoritarismo das chefias, mecanismo de avaliação de desempenho baseados em produtividade. Portanto, como medidas preventivas as empresas podem usar: . Limitação do tempo de trabalho; . Introdução de pausas para descanso e relaxamento; . Correção de posturas corporais desfavoráveis; . Adequação as características do trabalhador de máquinas, mobiliários, equipamentos e ferramentas; . Alteração no processo e organização do trabalho. É importante na prevenção que o trabalhador conheça o seu corpo, que precisa de movimento, de mudança de expressão. Para isso, deve prestar atenção quando o corpo necessitar de mudança de posição, que respire profundamente, que relaxe, que estique as pernas, e mexa o pescoço, o indivíduo que se conhece sabe das suas limitações, tende a contribuir para a prevenção de lesões. Podemos usar como sugestão de prevenção: . Respirar profundamente e se espreguiçar uma hora ou outra, se tiver que permanecer na mesma posição; . Procurar o apoio necessário para não sobrecarregar sua musculatura, evitar a postura errada; . Buscar deixar seu ambiente de trabalho confortável; 42 . Parcelar tarefas, ferramentas ou situações que causam dolorimento e converse sobre elas com os profissionais da Comissão de Saúde Ocupacional e com a sua chefia; . Se o tempo determinado para realizar uma tarefa for reduzido, informe a chefia. Como exemplo de Prevenção, encontramos a Universidade Federal do Paraná, que desenvolveu exercícios de prevenção da LER indicados para mãos e punhos. (anexo 1). Também a USP (Universidade de Piracicaba-SP), publicou e distribuiu um livreto sobre a LER. Organizado por um grupo multidisciplinar de médicos, fisioterapeutas e técnicos, são realizadas atividades em oficinas, com secretárias, técnicos e auxiliares de administração, são divididas em cinco partes, canalizando aspectos legais, psicossociais, fisiologia, diagnóstico e tratamento das LER. Os participantes aprendem a manter a postura correta ao sentar, digitar, as pausas necessárias durante o trabalho e noções de ginástica lian gong - técnica chinesa dividida em 18 momentos, similar ao Tai chi chuan, que afirmam ter dado bons resultados na prevenção da LER. (anexo 2). Exemplos como da agência paulista de publicidade conhecida como Rae, MP, que realiza um programa de prevenção de LER onde os funcionários que participam, da faxineira ao diretor, do segurança ao chefe de produção, aderiram participando ativamente das aulas na própria agência. O programa consiste em eliminar o estresse do início do dia de trabalho, o começo do expediente se dá, com 10 minutos de ginástica laboral que permite inclusive a integração da equipe. Além dessa medida, a agência também previne a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) com outras 43 medidas, entre elas, com a reforma em sua estrutura física, segundo a agência adotaram móveis planejado que garantem o conforto de todos durante a execução de tarefas profissionais. RH.com.br. – (Conteúdo de Qualidade). Encontramos em pesquisa, o exemplo do Banco Nacional do Estado de Sergipe (BANESE) o qual na intenção de prevenir os funcionários, promovendo a III Jornada de LER/DORT no seu Estado, visando alcançar o trabalhador; profissionais da área de saúde, operadores jurídicos, empresários e governo. Entre as ações, implantaram mobiliário com modelos ergonômicos, acessórios adequados, serviço de massoterapia, programas de incentivo a atividade física e palestras. www.banese.com.br. Juntamente com a necessidade de prevenção no caso dos agravos decorrentes do trabalho em uma empresa, ressaltamos como condição fundamental a participação e o compromisso das pessoas envolvidas, em especial a direção da empresa, chegando nos diversos níveis hierárquicos, incluindo trabalhadores e seus sindicatos, supervisores, cipeiros, profissionais da saúde e serviços de segurança do trabalho, gerentes e cargos de chefia. O trabalho de prevenção funciona como mecanismo de defesa contra malefícios, não se prevenir, significa acatar com as conseqüências destes. A prevenção tem papel relevante no aspecto econômico, no aspecto social e psicológico para os indivíduos dentro de uma sociedade. Especificamente no caso das empresas, o desenvolvimento de um trabalho preventivo seja em questões de saúde ocupacional ou não, tende a trazer benefícios ao trabalhador e ao empregador e consequentemente a empresa. 44 3.2 – A Importância da Ergonomia O termo ergonomia vem do grego ergon, trabalho, e nomos, leis naturais, adotado pela Fundação Ergonomia Research Society em 1949, na Inglaterra. É discutível a questão da ergonomia ser uma ciência ou uma práxis. Como ciência, estuda o homem, seu ambiente de trabalho e equipamentos o que contribui na prevenção do surgimento de doenças ocupacionais durante o processo de produção de atividades. A ergonomia atua nos fatores que determinam o trabalho (temperatura, ruído, vibração e iluminação), a máquina (equipamentos, mobiliário, ferramentas e instalações) e o ser humano (características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais), como prática realiza intervenções na ambientação. A ergonomia tem como objetivo a ajuda para conquistar a integridade da saúde dos trabalhadores, bem como para segurança e a produtividade. O diagnóstico da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) se estabelece na investigação do ambiente ou posto de trabalho, são fornecidas informações através dos pacientes que constituem os dados obtidos pela equipe do serviço de saúde, decorrentes da inspeção no ambiente de trabalho. Em avaliação do local/posto de trabalho, deverão ser observados: meio ambiente, aspectos técnicos, aspectos organizacionais, mobiliário, instrumentos de trabalho, condições ambientais, “layout” do posto do trabalho, relações interpessoais de trabalho e percepção dos trabalhadores sobre a organização do trabalho. Para tanto, existem profissionais habilitados para essa investigação juntamente com a participação dos funcionários da empresa, essa participação apresenta a relação direta com a qualidade de vida, pois neste processo existe maior possibilidade de os trabalhadores 45 assumirem a condição de trabalho mais adequada (Serviço Social e Sociedade-69). Em se tratando da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) essa análise ergonômica permite identificar se as condições ambientais estão propiciando o desenvolvimento da doença. Aspectos ligados a biomecânica são observados: qualidade da cadeira, característica de mesa de trabalho com computador, de caixa registradora ou de caixa de banco, uso de ferramentas manuais vibratórios, situações de trabalho que exposta de forma inadequada, pode caracterizar o aparecimento da doença do trabalho denomina LER. Para a empresa, é de grande relevância averiguar as condições desfavoráveis para o ambiente de trabalho, procurando implantar mudanças em setores críticos, que a partir do momento que produzirem resultados positivos se cria situações de referência para toda empresa. O processo de prevenção da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) no trabalho através da ergonomia, visa a redução das disfunções osteomoleculares relacionadas ao trabalho que estão aumentando nas últimas décadas, prejudicando os trabalhadores e as empresas. A implantação da ergonomia que funciona em uma empresa, significa um ambiente seguro e saudável, otimização do trabalho humano, que resulta em qualidade e produtividade. Um programa ergonômico de prevenção de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) é uma estratégia economicamente necessária, devido a ganhos de produtividade e a redução de custos médicos, administrativos e judiciais. 46 3.3 – Custos, Produtividade e Qualidade de Vida . Custos Pensar em custo significa um trabalho de avaliação de quanto se gasta para obter o esperado lucro. Toda empresa tem o objetivo de produzir para gerar lucros, lançam mão de uma estratégia que possuem ferramentas para desenvolver a missão da empresa, para tanto, essas ferramentas devem ser bem estruturadas, pois estabelecem critérios de trabalho para que a missão da empresa possa obter sucesso ao longo do tempo. Esse sucesso depende entre outras coisas, dos objetivos que a empresa deseja calçar a sua estratégia, ou seja, seus valores, tanto para os empresários, quanto para seus empregados, e seus clientes. Se a empresa tem como visão do seu futuro um progresso sólido, deve se aprofundar nos conhecimentos de sua missão com intensidade e clareza, pois é através deste, que poderá identificar as prioridades, os métodos de produção, as necessidades de investimento nos materiais, inclusive e principalmente o humano. Com a globalização da economia mundial, a competição entre as empresas torna-se cada vez mais acirrada, a empresa que não consegue acompanhar com atenção as lacunas que se abrem em torno da circulação do dinheiro, acabam por elevar seus custos e reduzir sua produtividade. É preciso neste contexto perceber onde se situam suas principais fontes de gastos, até as fontes subestimadas, pois esses que assim são tratados, podem causar efeitos que implicam no mecanismo de produção e custo dentro de uma empresa. Reportando-se a questão dos acidentes e doenças no trabalho, em pesquisa foi descoberto pelo professor José Pastore, da 47 Universidade de São Paulo (USP), que as empresas estão gastando R$ 12,5 bilhões de reais por ano, que poderiam ser evitados, e toma como base o montante de R$ 2,5 bilhões de reais, arrecadados das empresas que a Previdência Social gasta por ano nesta área. Portanto, além do seguro pago Previdência, as empresas perdem R$ 10 bilhões de reais por ano com o tempo perdido, primeiros socorros, destruição de equipamentos e materiais, interrupção de produção, substituição de trabalhadores, treinamento, horas extras, recuperação de empregados, salários pagos a trabalhadores afastados, despesas administrativas, gastos com medicina etc. A conseqüência é que o custo para a produção é afetado, acidentes e doenças do trabalho fazem elevar os preços dos produtos que por sua vez inibe a capacidade de competição da empresa ( www.2.vol.com.br/prevler/Artigos/quantocusta). Hoje, no Brasil, as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) constituem a segunda maior causa de afastamento de trabalhadores, segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada 100 trabalhadores do sudeste brasileiro, onde se concentra os grandes centros empresariais, é portador de LER. E somente no primeiro ano de afastamento, cada funcionário vitimado pelas LER (Lesões por Esforços Repetitivos) acarreta para empresa, em média, uma despesa de R$ 80 mil reais, entre encargos sociais e pagamento de substituto temporário. ( www.2.vol.com.br/prevler/Artigos/quantocusta). Com base nestes dados, prevenir é a solução mais indicada no caso das LER (Lesões por Esforços Repetitivos), conforme já referimos, existem exemplos que dão certo, e ainda pode ser desenvolvido em cada empresa de acordo com o seu perfil e novas idéias de prevenção. O fato é que prevenir implica em investir que interfere nos custos, que utilizados com adequação, tendem a propiciar a redução de custos e com isso aumento da produtividade. 48 . Produtividade A finalidade de toda a empresa é a produção sobre os mais variados ramos de negócios, pois produzir algo depende do mercado em que a empresa se destina. Produzir significa gerar, dar origem a alguma coisa, criar, ter como conseqüência, render, criar pela imaginação, ser fértil. Dentro de uma empresa, a produção está ligada a estratégia de maneira a maximizar os lucros, e nem sempre junto a isso propiciar qualidade na produção e na forma de produzir, contudo, na economia atual a concorrência prima por produtos de excelência, com bons preços de mercado, com isso as empresas estão inovando seus sistemas de produção, desenvolvendo estratégias mais aprimoradas de ação que garantam um melhor desempenho para a qualidade da produção, fazendo com que os funcionários “vistam a camisa da empresa”, ou seja, se comprometam de fato com a missão da mesma. Essa estratégia referida de produção, passa basicamente pela relação de parceria entre o empregador e o empregado, envolvendo comunicação, sinergia, cooperação, equidade e flexibilidade de ambas as partes. Para medir a produtividade de uma empresa, é comum usar de itens que podem ajudar a avaliar seus fatores e números, como: Indicadores variáveis, índice de custos, remuneração de empregados, etc. Uma vez que for identificado os acertos e as falhas na produtividade, o próximo passo são as mudanças que devem ocorrer através de um planejamento, compreendendo todos os setores da empresa, na perspectiva de atingir e favorecer a empresa como um todo. Dentro de uma empresa a questão de produzir, é o fator determinante do acometimento das LER (Lesões por Esforços Repetitivos), o 49 que implica para as empresas na relação de custos, pois procedimentos como: substituição do funcionário afastado, remuneração do afastado durante o tempo necessário da licença, aposentadoria, indenização, tratamento médico, despesas administrativas, etc. Ao afetar o custo de produção, as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) encarecem os preços dos produtos e consequentemente fracassa na potencialidade de competir com outras empresas. Para uma empresa ao investir em programas de prevenção da LER (Lesões por Esforços Repetitivos), caracteriza não só um ganho na produtividade, mas também em sua imagem no mercado. Empresas que promovem a prevenção das LER, acarretam uma série de vantagens: evita futuros problemas judiciais; evita o afastamento do funcionário; fornece ao funcionário conforto e bem estar no trabalho; evita multas, no caso de uma fiscalização; por estar em conformidade com a NR17; otimiza a relação funcionário-empresa. . Qualidade de Vida O conceito de qualidade de vida surge desde os primórdios da existência humana. “Mais bela é a justiça, e melhor a saúde; mais agradável é possuir o que amamos. Todos estes atributos estão presentes nas melhores atividades, e identificamos uma destas (a melhor de todas) como a felicidade” (Aristóteles). A teor das relações humanas (1932), com os trabalhos de Elton Mayo e, mais adiante a teoria comportamental (1957) com os trabalhos 50 de Maslow Herzberg e Mc Gregor, marcam a origem e o desenvolvimento da qualidade de vida no trabalho (Serviço Social e Sociedade p.55). Começa a partir daí a valorizar o comportamento hmano dentro da organização do trabalho, suas motivações, tendo como referência a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow (fisiológicas, segurança, sociais, estima, auto-realização). A idéia é de que as empresas possam aumentar sua produtividade sem esquecer a motivação e a satisfação das pessoas. Considerada qualidade de vida, adequação e recompensa; segurança e saúde de trabalho, desenvolvimento de capacidade humana, crescimento e segurança profissional, integração social, direito dos trabalhadores, espaço total de vida no trabalho e na vida social. Atualmente, a qualidade de vida pode ser observada como filosofia é um método para uma melhor satisfação do indivíduo no trabalho, gerando melhores resultados para os objetivos organizacionais. O termo qualidade por si só tem várias concepções, uniformização e padronização, inspeção, acompanhamento e avaliação, busca de satisfação de cliente, qualidade do produto ou serviço, perfeição, etc. Podemos estabelecer como qualidade uma estratégia e ação preventiva de melhoria contínua no processo de valorização das pessoas, pois produzir com qualidade, diz respeito a qualidade de vida das pessoas envolvidas em processo. Pensando em qualidade de vida no trabalho, temos que enfatizar como valor central “o trabalho”, uma vez que esse, tem um papel de fundamental importância na vida do ser humano, seja como mera condição de sobrevivência, ou componente essencial para realizações. 51 Através do trabalho o homem transforma, produz, apesar de que no mundo contemporâneo a força do trabalho transforma-se em mercadoria e desumaniza o homem. O trabalho é uma experiência social; com a qualidade de vida no trabalho, as pessoas esperam ser compreendidas como sujeitos humanos integrais e integradores com respostas as suas necessidades, expectativas, desejos, etc. Porém, hoje se sabe que a qualidade de vida tem influência não só dentro do trabalho, mas também fora dele; questões ambientais, sóciopolíticas, econômicas e culturais, situacionais, psicossociais e comportamentais, constituem fatores a serem analisados. Portanto, depende da capacidade das empresas humanizarem as relações de trabalho, harmonizando a satisfação das pessoas e a performance da empresa. Para o profissional de recursos humanos, ponto chave da organização neste sentido, com ações interdisciplinares de caráter preventivo, promocional e educativo, visam a qualidade do ambiente do trabalho compreendendo a promoção da saúde, o tratamento das doenças, o atendimento às necessidades sociais e expectativas das pessoas e da organização, vivenciando atitudes e comportamentos, que levam a um avanço na vida individual e coletiva, produzindo quantidade com qualidade. 52 CONCLUSÃO Neste trabalho viabilizamos a abordagem das LER (Lesões por Esforços), caracterizada como doença ocupacional. Intencionando buscar uma solução mais coerente e adequada no que concerne ao favorecimento do universo empresarial de ambos as partes, a do empregador e a do empregado. Diante da globalização da economia, da concorrência entre as empresas e da “reestruturação produtiva” dentro delas, resultam em mudanças no mercado de trabalho, surgem novos processos na organização que interferem no ritmo do trabalho, comprometendo o trabalhador com sobrecarga de atividade originária da redução de postos e número de pessoal e ainda o aviltamento das tarefas. Esse quadro aprofundou as exposições aos riscos em ambiente de trabalho, associadas ao desgaste decorrente do tempo no exercício da função, considerando-se origem dos esforços repetitivos que formam lesões no sistema osteomusculares e que são relacionadas ao trabalho, onde fica evidenciada a questão laboral, a relação com os movimentos contínuos na realização do trabalho. Os tipos de lesões são bastante variáveis, e afetam os membros superiores dos trabalhadores impedindo-os de desempenhar a sua capacidade de produzir, isso reflete em aspectos sociais desde alterações psicológicas até econômicas, em sua vida pessoal e na sociedade. Notamos que, com referência aos procedimentos do governo quanto ao sistema de saúde e da previdência, mais especificadamente no caso das LER, ainda se encontra sem o suporte necessário ou apropriação adequada para a situação, deixando a desejar no que se afirma como eficiência e eficácia de seus programas. Da mesma forma também os empresários priorizam em suas empresas a produção e a lucratividade, 53 colocando em segundo plano as condições de trabalho, panorama que vem se transformando, devido aos mais recentes conceitos de qualidade de vida no trabalho, haja vista, a necessidade de acompanhar os processos do meio empresarial de inovação em todos os sentidos possíveis. Portanto, concluímos que para as empresas, na condição de desencadeadora de doenças pertinentes ao trabalho, como as LER (Lesões por Esforços Repetitivos), é fundamental o conhecimento da realidade do trabalho e suas implicações por parte de seus gestores para com o assunto, implementando em sua estratégia, de acordo com o perfil da empresa, um trabalho de prevenção através de mecanismos que possibilitem uma operação direcionada a qualificação das condições do trabalho, para qualificação do trabalho, ou seja, desenvolver a prevenção das LER nas empresas para reduzir custos e aumentar a produtividade, usando de meios viáveis e prováveis sobre atuações profissionais diversas, como exemplos de: ergonomia e ginástica própria, que se estabelecem junto a orientações e palestras convergindo-se em pontos que culminam na interação dos membros da empresa, propiciando qualidade de vida dentro da empresa. 54 BIBLIOGRAFIA SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE Nº 69 – multifaces do trabalho – março 2002. Editora Cortez. (p.55, p.69). PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO LER/DORT – Ministério da Saúde – julho 2000. CARTILHA LER/DORT, doenças no trabalho Fecesc – www- fecesc.floripa.com.br. www.neuro.med.br. GUIA LER – Lesão por Esforços Repetitivos – Central dos trabalhadores – SP. REVISTA BRASILEIRA DA SAÚDE OCUPACIONAL 1992; 76 p.47-59. FUNDAÇÃO IBGE. Armário Estatístico do Brasil: 1987/1988 Rio de Janeiro; 1992. ASSUNÇÃO, A.A. – Sistema Músculo-esquelético; Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Editora Atheneu. MENDES, R.- Organizador – Patologia do Trabalho – Rio de Janeiro: Editora Atheneu; 1995 p.173-212. LIMA, F.P.A. – Introdução a análise ergonômica do trabalho (notas de aula) Belo Horizonte, 1995. 55 FONSECA, AG. – Lesões por Esforços Repetitivos. Revista Brasileira de Medicina. Junho de 1998. LECH, Osvandre; HOEFEL, Maria da Graça; SEVERO, Antonio, Pitágoras, Tatiana – Aspectos clínicos dos distúrbios Osteo-musculares relacionados ao trabalho (DORT), (Lesões por Esforços Repetitivos) – 1985 – CREMS – Centro Rhodia de Estudos Médicos sociais. (p. 110-122). INTRODUÇÃO NORMATIVA INSS/DC, Nº. 98 de 5 de dezembro de 2003. MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – Manual de instruções para preenchimento da Comunicação de Acidentes de Trabalho – CAT. BRAVERMAN, H. – Trabalho e capital monopolista, a degradação do trabalho no séc. XX. Rio de Janeiro. Editora Zahar 1977. LAURELL. A.C.; NORIEGA, M. – Processo de Produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo. Editora Hucitec, 1989. PIRES, D – Reestruturação produtiva e trabalho, em saúde no Brasil. São Paulo, Editora: Annablume, 1998. RH.COM.BR – Conteúdo de Qualidade sobre Recursos Humanos. www.banese.com.br/sala_impresna/release/2004/maio. www.2vol.com.br/prevel/artigos/quantocusta.htm. 56 ANEXO 1 Internet 57 58 59 60 ANEXO 2 Internet 61 62 63 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Data da entrega: Janeiro/2006 Título da Monografia: LER (Lesões por Esforços Repetitivos): PREVENÇÃO NAS EMPRESAS Autor: Ellis Regina Monteiro Neves Orientador: Profª. Emília Maria Mendonça Parentoni Avaliado por: ___________________________________ Grau: ________ Avaliado por: ___________________________________ Grau: ________ Avaliado por: ___________________________________ Grau: ________ Conceito Final: ________