Aspectos Clínicos Exame físico do sistema músculoesquelético, manobras clínicas e exames complementares Exame físico Inspeção geral e específica Palpação superficial e profunda Realização de manobras clínicas Exame físico Inspeção geral e específica - Modo de andar, falar, se apresentar ... - Identificação de posição antálgica, assimetrias, sudorese excessiva, deformidades, coloração, tumorações, edema, ausência de pelos, aspectos das unhas ... Exame físico Palpação superficial e profunda - Identificação de alteração de temperatura, cistos, nódulos, tumorações, contrações musculares, manifestação de dor/ incômodo, alodínea ... Exame físico Manobras clínicas Tenossinovite estenosante (dedo em gatilho): ocorre nos tendões flexores superficiais dos quirodáctilos, geralmente na região da cabeça do metacarpo, onde existe uma polia contensora. Um espessamento no tendão faz com que ele fique encarcerado em flexão. Manobra: o destravamento ocorre através de um esforço ativo ou passivo produz um movimento súbito e um estalido acompanhado de dor. Tenossinovite De Quervain: ocorre nos tendões abdutor longo e extensor curto do polegar. Manobra: Finkelstein - a mão deve ser fechada com os dedos envolvendo o polegar. A flexão radial do carpo provoca dor intensa na base do polegar, na altura do processo estilóide radial. Epicondilite lateral (cotovelo de tenista): Decorre do envolvimento da origem dos tendões extensores do carpo. Manobra: Cozen – cotovelo fletido em 90º com a mão posicionada em pronação. A extensão do punho contra resistência provoca dor no epicôndilo lateral. Epicondilite medial (cotovelo de golfista): Decorre do envolvimento da origem dos tendões flexores do carpo. Manobra: cotovelo fletido em 90º com a mão posicionada em supinação. A flexão do punho contra resistência provoca dor no epicôndilo medial. Síndrome do pronador redondo: É a compressão do nervo mediano no antebraço pelo músculo pronador. Manobras: Dor à palpação do músculo pronador. A percussão da região (Tinel) provoca parestesia no território do nervo mediano, isto é do 1º à face radial do 4º quirodáctilos. Tendinopatia do supraespinhoso: Teste de Jobe abdução dos braços em rotação interna com os antebraços estirados contra resistência provocando dor no ombro no caso de lesão do tendão supraespinhoso. O examinador deve também observar a redução da força. Síndrome do impacto: é a compressão do tendão supraespinhoso entre a cabeça do úmero e o arco acromial quando o braço é abduzido acima de 60º. Manobra: teste do impacto ou teste de Neer: a abdução passiva rápida do braço, estabilizando-se a escápula produz dor no ombro. Tendinopatia biciptal: Manifesta-se como dor na região anterior do ombro. Manobra: Yergason cotovelos em flexão de 90º. A supinação contra resistência provoca dor na região anterior do ombro. Tendinopatia biciptal: Manobra de Speed – a flexão do braço contra resistência, com o antebraço totalmente estendido e a mão posicionada supinada provoca dor na região anterior do ombro. Tendinopatia do subescapular: Teste de Gerber – cotovelo posicionado em flexão e o ombro em rotação interna, com o dorso da mão atrás da região lombar. O paciente refere dor e dificuldade para afastar a mão posteriormente. Tendinopatia do infraespinhal: Ombro abduzido 90º e rodado externamente com a palma da mão voltada anteriormente, cotovelo fletido 90º. A rotação externa contra resistência provoca dor no ombro. Síndrome do desfiladeiro torácico: decorre de compressão do plexo braquial e artéria e veia subclávia quando da passagem pela fenda entre a clavícula e o gradeado costal (costela cervical) e entre as porções anterior e média do músculo escaleno. Teste de Adson: abduzir o braço com o cotovelo em extensão, promovendo leve rotação externa do ombro. A cabeça deve voltar-se para o lado examinado. No caso de compressão vascular ocorre uma redução na impulsão do pulso radial. Síndrome do túnel do carpo: na face ventral do punho, o nervo mediano bem como os tendões flexores dos dedos atravessam um túnel formado posteriormente pelos ossos do carpo e anteriormente pelo ligamento volar do carpo. Na tendinopatia dos tendões flexores, ocorre compressão do nervo mediano. Manobra Tinel – a percussão do ligamento volar provoca dor e parestesias no território do nervo mediano, isto é do 1º à face radial do 4º quirodáctilos. Síndrome do túnel do carpo: Teste de Phalen – com os punhos posicionados em flexão e os dedos extendidos, coloca-se as mãos opondo-se na face dorsal. Ocorre dor e parestesias no território inervado pelo mediano. . Síndrome do túnel de Guyon: é a manifestação da compressão do nervo ulnar na passagem pelo carpo, entre os ossos pisiforme e o hámulo do hamato. A compressão e/ou percussão (Tinel) da região provoca dor e parestesias no território inervado pelo ulnar, ou seja, o 5º e a face ulnar do 4º quirodáctilos. Após história, exame físico ... Qual é a hipótese diagnóstica? Há necessidade de exames complementares? Há necessidade de avaliação especializada? Qual é o objetivo dos exames complementares? Qual é o objetivo de avaliação especializada? Após aquilo tudo e mais ... Aspectos clínicos, epidemiológicos e anamnese ocupacional são SOBERANOS. Exames complementares Se necessários Radiografia Ultrassonografia Ressonância magnética Tomografia computadorizada Eletroneuromiografia Provas de atividade inflamatória CLÍNICA CONTINUA SENDO SOBERANA Exames complementares A prática tem mostrado que: Há excesso de solicitação de exames complementares e muitos deles são solicitados sem motivos. Os resultados dos exames não devem ser analisados isolados da clínica. Exames complementares Deve-se considerar que alterações de exames complementares sem correspondência clínica devem ser ignoradas. A ausência de alterações de exames complementares não descarta a existência de doenças e incapacidade. Exames complementares Após a sua realização ... Os achados dos exames são compatíveis com os achados clínicos? As alterações dos exames explicam o quadro clínico? O exame normal descarta a hipótese diagnóstica inicial? “O resultado foi positivo”: positivo para que? “O paciente não está bem, mas o exame ... Está ótimo!” Hipótese diagnóstica Definição da(s) entidade(s) nosológica(s) Etiologia Rede de atenção secundária Ação do especialista o que se espera de uma avaliação reumatológica diagnóstico diferencial com artropatias Provas de atividade inflamatória Provas de atividade inflamatória não devem ser solicitadas na ausência de quadro clínico e exame físico compatíveis com doença reumática. 30% da população assintomática e não adoecida têm determinados indicadores de atividade reumática presentes. Provas de atividade inflamatória Pesquisa de auto-anticorpos contra antígenos celulares ou fator antinúcleo (FAN) De 13.641 pesquisas positivas feitas no Laboratório Fleury: a grande maioria apresentava padrões em geral não associados a doenças auto-imunes sistêmicas, especialmente o pontilhado fino simples em títulos baixos (até 1/160) e o pontilhado fino denso em qualquer título. Títulos moderados ou altos, com padrão homogêneo, pontilhado grosso, nucleolar ou cetrométrico: maior possibilidade de doença auto-imune. Fonte: Boletim Científico Fleury – Dr. Luiz Eduardo Andrade [email protected] Considerando O quadro clínico e exames complementares A história ocupacional Critérios epidemiológicos Posto de trabalho e atividade laboral Diagnóstico de LER/Dort Portanto, o diagnóstico de doença ocupacional inclui Etapa de investigação clínica Etapa de investigação etiológica (critérios clínicos, ocupacionais e epidemiológicos) Entidades nosológicas Bursite da mão Sindrome cervicobraquial Dorsalgia Cervicalgia Sinovites e tenossinovites Dedo em gatilho Tenossinovite do estilóide radial (De Quervain) Outras sinovites e tenossinovites Sinovites e tenossinovites não especificadas Bursite do olécrano Capsulite adesiva do ombro Lesões do ombro Síndrome do manguito rotador Tendinite biciptal Bursite do ombro Tendinite calcificante do ombro Epicondilite medial Epicondilite lateral ETC Entidades nosológicas Sindrome do desfiladeiro torácico Síndrome do supinador Síndrome do túnel do carpo Síndrome do túnel ulnar Fibromialgia Síndrome complexa de dor regional Síndrome miofascial ETC Síndrome do impacto Entidades nosológicas Fibromialgia Critérios para classificação de fibromialgia (1990) Colégio Americano de Reumatologia História de dor disseminada A dor é considerada disseminada quando: Atinge os lados esquerdo e direito do corpo Atinge o segmento acima e abaixo da cintura Dor axial (coluna cervical ou tórax anterior ou coluna torácica ou coluna lombar) 1. Entidades nosológicas Fibromialgia Critérios para classificação de fibromialgia (1990) Colégio Americano de Reumatologia 2. Dor em pelo menos 11 dos 18 tender points à palpação digital com força de aproximadamente 4 Kg: occiptais, cervicais, trapézios, supraespinhais, segundas costelas, epicôndilos laterais, glúteos, grandes trocanteres, joelhos Entidades nosológicas Fibromialgia A dor de padrão fibromiáligco sem o achado de dor nos 11 dos 18 tender points é comum nos casos de LER/Dort. Estudo mostra que 20,2% de pacientes com LER/Dort do HC tinham dor generalizada e 32,7% tinham tender points e trigger points de padrão fibromiálgico (Lin e col 1997). Entidades nosológicas Síndrome complexa de dor regional Resultado de processos neuropáticos, centrais, periféricos e psicogênicos. Papel da disfunção do sistema nervoso neurovegetativo simpático na gênese da dor é questionável. Dor, alodínea, hiperestesia, hiperalgesia, alterações vasomotoras e sudomotoras, comprometimento da função muscular, amiotrofia, atrofia de pelo, anexos, ossos e articulações, retrações músculo-tendíneas e articulares. Entidades nosológicas Síndrome complexa de dor regional Quando não há lesão nervosa: distrofia simpáticoreflexa ou síndrome complexa de dor regional I. Quando há lesão nervosa: síndrome complexa de dor regional II. Muito freqüente em pacientes com LER/Dort. Entidades nosológicas Síndrome complexa de dor regional Paciente com LER/Dort Entidades nosológicas Síndrome dolorosa miofascial (Lin e col. 1999) Afecção álgica que acomete músculos, tendões, fáscias e ligamentos. Dor, aumento da tensão dos músculos afetados. Presença de pontos dolorosos (pontos gatilho) e bandas musculares. Reproduzem o padrão da dor referida quando pressionados ou estimulados. Pontos-gatilho ativos e passivos. Entidades nosológicas Síndrome dolorosa miofascial (Lin e col. 1999) Fadiga e isquemia muscular localizada, devido à contração estática, posturas inadequadas, estresses emocionais. Nos pacientes com LER/Dort: acionamento de músculos acessórios e membro contralateral. Estudo: 94,5% dos pacientes com LER/Dort tinham síndrome dolorosa miofascial (Lin e col. 1997). Entidades nosológicas Síndrome dolorosa miofascial (Lin e col. 1999) Localização freqüente: músculos cervicais, escapulares e do membro superior, trapézio, bíceps braquial, extensores e flexores do punho e dedos da mão e os intrínsecos da mão. Entidades nosológicas Síndrome do impacto Lesão do tendão supraespinhal e da bursa subacromial subdeltóidea quando comprimidas entre a cabeça do úmero e o arco córacoacromial. O pinçamento pode decorrer de osteófitos originados de osteoartrose acrômio-clavicular, alterações morfológicas do acrômio, hipertrofia do ligamento córaco-acromial. Freqüentes em pacientes que realizam movimentos de elevação dos membros superiores acima da cabeça de forma repetitiva. Entidades nosológicas Síndrome do impacto Dor ao elevar o braço, piora com decúbito horizontal, irradiação para a face lateral do braço, redução da força de rotação externa e abdução. Teste de Neer positivo: dificuldade de elevação do braço, dor à elevação súbita do braço. Teste de Jobe: redução da força e dor na rotação externa quando o braço estiver abduzido em 90º. Hipótese diagnóstica Entidades nosológicas Síndrome Cervicobraquial (M53.1) dor difusa + contratura, hipertrofia, diminuição de força, edema dor complexa regional e reações psíquicas osteoartrose protrusões do disco hérnias discais metástase posições por tempo prolongado/ movimentos repetitivos dos MMSS Hipótese diagnóstica Entidades nosológicas Sinovites, tenossinovites (M65. _): diferentes localizações dos MMSS dor localizada + contratura, hipertrofia, diminuição de força dor complexa regional e reações psíquicas digitação, inserção de componentes eletrônicos, uso de mouse, grampeamento, carimbamento, distribuição de documentos em escaninhos, colocação de frascos em embalagens, dobraduras de caixas, folheamento de documentos, alimentação de máquinas Hipótese diagnóstica Entidades nosológicas Síndrome do túnel do carpo (G56.0) Parestesia e dor localizada dor difusa, parestesia e dificuldade de pegar objetos digitação, contabilidade, costura, corte de carne em açougues e abatedouros, colheita de hortaliças, dobras de caixas, fechamento manual de frascos, uso de parafusadeira, uso de ferramentas, chaves de fenda Hipótese diagnóstica Entidades nosológicas Tenossinovite do estilóide radial (M 65.4) Dor localizada no processo estilóide do rádio + irradiação, choque uso de tesouras, uso de pinças, contabilidade de notas, retirada de grampos, posicionamento de documentos para colocação de elásticos Hipótese diagnóstica Entidades nosológicas Epicondilite medial M77.0 Epicondilite lateral M 77.1 Dor localizada na inserção do tendão flexor/ pronação contraesforço Dor localizada na inserção do tendão extensor/ supinação uso de tesouras, uso de pinças, contabilidade de notas, retirada de grampos, uso de chave de fenda e alicates, uso de mouse, distribuição de peças e documentos, digitação Hipótese diagnóstica Entidades nosológicas Afecções de ombro (M 75._) Dor na face anterior do úmero, com piora na flexão e à supinação do antebraço (bíceps) M 75.2 Dor em ombro, com piora á noite ou com esforços, elevação e abdução de braço (supra-espinhoso), síndrome do manguito rotador M 75.1 entrega de documentos (caixa de agência bancária), alimentação de microfilmadoras, alimentação de caixas eletrônicos, montagem de carros, distribuição de documentos em escaninhos, uso de parafusadeiras, carregamento de pacotes e cargas Após o diagnóstico Encaminhamento clínico: tratamento e reabilitação, se necessário. Encaminhamento administrativo - Notificação ao SINAN - Se for CLT e segurado do SAT: emissão de CAT requisição de benefício acidentário do INSS se estiver incapacitado para o trabalho fluxograma fluxograma fluxograma fluxograma