A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO DE ALIMENTOS PROBIÓTICOS À SAÚDE HUMANA Flávia Rodrigues Bezerra de Lima1, Rita Cristina de Oliveira da Silva2, Karla Monique Cordeiro da Silva3 e Celiane Gomes Maia da Silva4 Introdução Desde os tempos remotos, o alimento é considerado essencial e indispensável à vida humana. Ele provê todos os elementos necessários para homem, não só para o desenvolvimento físico, mas também para todas as atividades intelectuais e sociais. Vários estudos mostram que qualidade de vida é intimamente associada com o tipo de dieta diária e o estilo de vida de cada indivíduo. Alimentos funcionais são alimentos que além de suas funções nutricionais como fonte de energia e de substrato para a formação de células e tecidos, possuem em sua composição uma ou mais substâncias que atuam modulando e ativando os processos metabólicos, melhorando as condições de saúde pelo aumento da efetividade do sistema imune, promovendo o bem-estar das pessoas e prevenindo o aparecimento precoce de alterações patológicas e de doenças degenerativas, que levam a uma diminuição da longevidade [1]. Dentre estes alimentos que possuem propriedades funcionais estão incluídos os probióticos, que por definição são alimentos que contém microrganismos vivos, afetando de forma benéfica o desenvolvimento da flora microbiana no intestino. São também conhecidos como bioterapêuticos, bioprotetores e bioprofiláticos e são utilizados para prevenir as infecções entéricas e gastrointestinais [2]. Os principais microrganismos utilizados como probióticos pertencem ao grupo das bactérias ácido lácticas, destacando-se, entre elas os gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium, que são usados há séculos na produção de leites fermentados. Dentro de cada gênero existem várias espécies importantes, como os Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium bifidum. Existem outros microrganismos, que não são bactérias e que também são usados como probióticos, como é o caso de algumas leveduras, em particular a espécie Saccharomyces boulardii. Apenas iogurtes e leites fermentados contendo culturas probióticas devem ser considerados funcionais. Os benefícios à saúde do hospedeiro atribuídos à ingestão de culturas probióticas são: controle da microbiota intestinal, estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos, promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos, diminuição da concentração dos ácidos acético e lático, de bacteriocinas e outros compostos antimicrobianos, promoção da digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose, estimulação do sistema imune, alívio da constipação e aumento da absorção de minerais e vitaminas [2]. Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho realizar um levantamento bibliográfico sobre a importância do consumo de alimentos probióticos, cujas propriedades funcionais são bastante relevantes em benefício da saúde. Material e métodos Para a elaboração desse trabalho, foi realizada uma pesquisa estruturada, através de um levantamento bibliográfico relacionado ao referencial teórico utilizado na análise, onde se procurou fazer uma seleção de bibliografia e leitura analítica das fontes impressas e digitais, com o intuito de analisar os benefícios que os alimentos probióticos podem proporcionar à saúde humana. Resultados e Discussão Os lactobacilos têm sido utilizados em produtos derivados do leite, produtos cárneos e vegetais. As culturas láticas funcionam dando proteção aos alimentos, como agentes de conservação, inibindo a ação de bactérias que causam a putrefação. Os efeitos profiláticos e terapêuticos dessas bactérias são enumerados por vários pesquisadores. Dentre esses destacam-se o balanceamento da flora intestinal, o aumento da tolerância e da digestão da lactose, a atividade anticarcinogênica, a redução dos níveis de colesterol, a modulação da absorção de cálcio, a síntese de vitaminas do complexo B e a modulação do sistema imunológico [3]. Os probióticos auxiliam a recompor a microbiota intestinal, através da adesão e colonização da mucosa intestinal, ação esta que impede a adesão e subseqüente produção de toxinas ou invasão das células epiteliais (dependendo do mecanismo de patogenicidade) por bactérias patogênicas. Adicionalmente, os probióticos competem com as bactérias indesejáveis pelos nutrientes ________________ 1. Aluna do Curso de Bacharelado em Economia Doméstica , Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife – PE, CEP: 52171-900. 2. Aluna do Curso de Bacharelado em Economia Doméstica , Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife – PE, CEP: 52171-900. 3. Aluna do Curso de Bacharelado em Economia Doméstica , Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife – PE, CEP: 52171-900. 4. Professora Adjunta do Departamento de Ciências Domésticas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife – PE, CEP: 52171-900. disponíveis no nicho ecológico. O hospedeiro fornece as quantidades de nutrientes que as bactérias intestinais necessitam e estas indicam ativamente as suas necessidades. Essa relação simbiótica impede uma produção excessiva de nutrientes, a qual favoreceria o estabelecimento de competidores microbianos com potencial patogênico ao hospedeiro. Além disso, os probióticos podem impedir a multiplicação de seus competidores, através de compostos antimicrobianos, principalmente as bacteriocina [4]. Dentre os diversos gêneros que integram este grupo, destacam-se o Bifidobacterium e o Lactobacillus e, em particular, a espécie Lactobacillus acidophilus. Além dos benefícios em termos de nutrição e de saúde que proporcionam, as culturas probióticas podem também contribuir para melhorar o sabor do produto final, possuindo a vantagem de promover acidificação reduzida durante a armazenagem pós-processamento [1]. Até recentemente, o consumo de leites fermentados esteve baseado no iogurte tradicionalmente produzido com fermentos compostos de Lactobacillus delbrueckii ssp. bulgaricus e Streptococcus salivarius ssp. thermophillus. O futuro aponta para o uso de probióticos, associados ou não a esses tradicionais, quer como agentes biotecnológicos, ou seja, que melhoram as características do produto tradicional, por reduzir a pósacidificação do iogurte e leites fermentados, fato evidenciado pela ação de Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium sp, quer como agentes terapêuticos, ou seja, microrganismos que promovem efeitos benéficos nos indivíduos que os ingerem [5]. Referências [1] MORAES E COLLA, MORAES, F. P., COLLA, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, Legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, Vol. 3(2), 109-122, Passo Fundo: Rios Grandes do Sul, 2006. [2] THAMER E PENNA, Caracterização de bebidas lácteas funcionais fermentadas por probióticos e acrescidas de prebióticos. Ciências e Tecnologia dos Alimentos. Campinas, Vol. 26(3),58-595, 2006. [3] SILVA E STAMFORD, Alimentos probióticos: Uma revisão. Higiene Alimentar, 14 (68,69) 2000. [4] SAAD,S.M.I, Probióticos e Prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006. [5] THAMER E PENNA, Efeito do teor de soro, açúcar e de frutooligossacarídeos sobre a população de bactérias probióticas em bebidas fermentadas. Revista Brasileira de Ciêncis Farmacêuticas. v.41 n.3 São Paulo jul./set. 2005.