ó – então estabelecer o corpus das obras mais características e relevantes dessa corrente para termos os materiais da pesquisa; enquanto isso, para autores individuais, a quantidade de materiais a serem buscados é infinitamente inferior ao estabelecimento de um movimento coletivo, o que permite que o pesquisador se devote a essa busca ―em profundidade‖. Mas essas duas estratégias carregam sempre o peso do próximo fator: a questão da representatividade. O Problema da Representatividade Problema comum na sociologia e na história social, a representatividade permanece uma questão aberta para a história da historiografia. O foco extremamente individualizante dos estudos existentes permite escapar parcialmente do problema, uma vez que a questão da representatividade nesses casos está mais ligada à pergunta ―em que medida tal texto é representativo da obra deste autor?‖ – uma pergunta que, de uma só vez, coloca em ação unidades pressupostas muito problemáticas, as de texto, obra e autor. Para os estudos que se dedicam ao estudo de correntes e tradições historiográficas, o terreno é mais delicado: trata-se de argumentar adequadamente pelos critérios adotados para a seleção de determinados autores e a exclusão de outros. Por exemplo: de quem falar quando estudamos o historismo alemão? Ranke? Droysen? E do movimento dos Annales? Bloch e Febvre, Braudel...? O problema da representatividade está diretamente ligado ao tipo de abordagem estabelecida. Na medida em que nos interessamos por estabelecer a unidade autor, surge o problema do critério para a seleção de suas obras e do estabelecimento das relações entre elas; se a unidade é mais ampla, de corrente historiográfica, o problema também se amplia, na medida em que não apenas temos de selecionar as características relevantes de cada autor, mas também quais autores fazem parte dessa corrente e os critérios para tal inclusão. De qualquer maneira, as pesquisas realizadas atualmente definem a representatividade e a relevância de suas fontes a partir dos problemas de pesquisa. Assim se pode triar o grande número de escritos legados por um autor ou por um grupo a partir de uma questão precisa, tornando as fontes tratáveis para a realidade da pesquisa individual. Quando grupos de pesquisa se devotam a esse tipo de problema, a questão é diferente. Tais grupos têm uma capacidade de tratamento de fontes muito maior, possibilitando que vários pesquisadores se dediquem a particularidades e, ao final, 431