56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 282 Aspectos evolutivos das diacilglicerol aciltransferases (DGAT): enzima chave na rota de síntese de lipídios neutros Turchetto-Zolet, AC1,2; Cagliari, A1; Loss, G2; Maraschin, F1; Margis-Pinheiro, M1; Margis, R1,2 Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Centro de Biotecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. [email protected] 1 2 Palavras-chave: triacilgricerol, DGAT1, DGAT2, história evolutiva, análise filogenética. Os triglicerídios (TAG) representam a maior forma de depósito de energia nos eucariotos e em algumas bactérias. Em plantas, os TAG são componentes importantes das sementes, correspondendo a recursos valiosos para o consumo alimentar e no uso industrial, especialmente para a fabricação de biocombustíveis. Os TAGs são formados primariamente a partir de reações da enzima acil-CoA diacilglicerol aciltransferase (DGAT, EC:2.3.1.20), a qual pode ser um dos passos limitantes na formação de TAG durante o desenvolvimento da semente, sendo considerada uma enzima chave na síntese de TAG. Duas formas enzimáticas de DGAT (DGAT1 e DGAT2) foram identificadas em uma grande variedade de eucariotos. Apesar de sua aparente redundância funcional, essas enzimas não são semelhantes ao nível de sequência de DNA ou sequência protéica, fazendo parte de famílias gênicas distintas. Os genes que codificam DGAT1 apresentam homologia de sequência com a enzima AcilCoA:colesterol aciltransferase (ACAT, EC: 2.3.1.26), enquanto genes que codificam DGAT2 apresentam homologia de sequência com a enzima acil-CoA monoacilglicerol aciltransferase (MGAT, EC:2.3.1.22) e acil-CoA “wax” álcool aciltransferase (AWAT, EC:2.3.1.75). O objetivo deste trabalho foi determinar os eventos evolutivos das enzimas DGAT1 e DGAT2 para entender a sua origem e seu relacionamento com ACAT, MGAT e AWAT. Para isso, sequências nucleotídicas e protéicas dessas enzimas foram adquiridas dos bancos de dados para um grande número de taxa, incluindo levedura, fungos, animais e plantas. As sequências protéicas e nucleotídicas foram alinhadas e utilizadas para a realização de análises filogenéticas, através dos métodos de distância e baiesiana. As enzimas DGAT1 e DGAT2 foram identificadas em todos os níveis taxonômicos, com a exceção da DGAT1 que não está presente em leveduras. As análises filogenéticas revelaram que DGAT1 está mais proximamente relacionada com ACAT1 e ACAT2 do que com DGAT2 e esta última apresentou maior relacionamento com MGAT e AWAT. Esses resultados indicam que DGAT1 e DGAT2 evoluíram independentemente e que podem ter tido diferentes origens. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, MCT, FAPERGS, FINEP.