RELATO DE CASO DE PACIENTE COM HEPATITE MEDICAMENTOSA POR USO DE ANABOLIZANTES ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS E AINES. Ana Carolina Radin¹, Beatriz Cavalheiro Bonatelli¹, Claudia Theis¹, Maria Regina², Renan Carlos Coradi¹. ¹Universidade do Vale do Itajaí (Curso de Medicina); ²Docente do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO Temos como objetivo relatar o caso de um paciente com hepatite medicamentosa por uso de anabolizantes, associados a antibióticos e AINEs, com sintoma principal de icterícia. A hepatite medicamentosa é um problema relevante na prática clínica atual, já que corresponde a cerca de 0,2% de todas as internações hospitalares e a 2 a 3% de internações por efeitos adversos de fármacos. MÉTODOS E RESULTADOS Relato de caso descritivo de paciente masculino, 25 anos, que há três meses iniciou o quadro de icterícia (++++/4+) após a utilização de anabolizantes, antibióticos e antiinflamatórios não hormonais. Refere acolia, colúria, náuseas e prurido generalizado associado. Ao exame físico (após 40 dias internado) encontrava-se em bom estado geral, lúcido, orientado, atento, coerente, hidratado e ainda ictérico (++++/4+). Apresentava frequência cardíaca de 68 bpm e pressão arterial: 130X70 mmHg. Ausculta cardiopulmonar sem anormalidades e exame abdominal com ruídos hidroaéreos presentes, normotenso e indolor à palpação superficial e profunda, ausência de massas palpáveis e visceromegalias (notáveis ao exame físico). Ao primeiro exame laboratorial a bilirrubina direta apresentava -se em 43 mg/ dL, seu último exame indicou bilirrubina total de 18,07. Paciente foi internado para melhora do quadro clínico, com uso de Dexclorfeneramina, Ursacol, Colestiramina, como tratamento medicamentoso e Nausedron, Dipirona e Omeprazol sintomático; necessitou acompanhamento ambulatorial, sem precisar de transplante hepático. O uso de anabolizantes sem acompanhamento médico deve ser entendido como uma causa importante de hepatite medicamentosa, pois os mesmo tem grande hepatotoxicidade, tornando doses DISCUSSÃO menores de outras medicações, também metabolizadas no fígado, mais tóxicas. O tratamento medicamentoso, bem como a retirada do agente agressor devem ser feitos o mais A hepatite caracteriza-se por lesão hepática ocorrendo tanto por rápido possível paramedicamentosa bloquear mecanismos imunológicos subjacentes, evitando assim danos hepáticos irreversíveis, os quais pelo curso da doença acarretariam em necessidade de transplante. toxicidade direto, quanto por idiossincrasia, podendo ser causada por inalação, ingestão ou administração parentérica de agentes farmacológicos ou químicos. Deve-se levar em consideração o uso de tóxicos pelo paciente, a automedicação indiscriminada e a iatrogenia tanto com medicações de uso continuo, quanto medicamentos de uso esporádico. CONCLUSÃO O uso de anabolizantes sem acompanhamento médico deve ser entendido como uma causa importante de hepatite medicamentosa, pois os mesmo tem grande hepatotoxicidade, tornando doses menores de outras medicações, também metabolizadas no fígado, mais tóxicas. O tratamento medicamentoso, bem como a retirada do agente agressor devem ser feitos o mais rápido possível para bloquear mecanismos imunológicos subjacentes, evitando assim danos hepáticos irreversíveis, os quais pelo curso da doença acarretariam em necessidade de transplante. REFERÊNCIAS 1. DELGADO, C.; COELHO, M.; et. al. Hepatite tóxica medicamentosa. Medicina interna, Lisboa, v.6, n. 2, 1999. 2. FAUCI; BRAUNWALD; et. al.. Manual de Medicina de Harrison. 17ª edição. Porto Alegre: Editora Artmed, 2011. 3. MATOS, L.C; MARTINS, B. Hepatites tóxicas: revisão da literatura. Medicina interna, Viseu, v. 12, n. 4, out/dez 2005. 4. TANIGUCHI, C.M; ARMSTRONG, S.R; et. al. Toxicidade dos fármacos. 2006