Farmacologia Farmacologia • Estuda os aspectos bioquímicos e fisiológicos dos efeitos dos fármacos • É dividida em duas áreas principais: Prof. Carlos Cezar I. S. Ovalle • Farmacocinética • Farmacodinâmica 1 Farmacocinética Refere-se ao processamento do fármaco no organismo, incluindo sua: • Absorção • Distribuição • Excreção Absorção • Consiste na passagem das suas Absorção moléculas do meio externo (local de administração) para o interior da corrente circulatória. Refere-se ao movimento da droga de seu local de administração à circulação. Locais: mucosa oral intestino Dependentes da via de administração: Ingestão oral Adminstração sublingual (ex. nitroglicerina) • A absorção implica na passagem das membrana músculos Adminstração parenteral (i.v., intramuscular, subcut) biológicas. pele Administração transdérmica (adesivos estrogênicos, de nitroglicerina, insulina) 2 Vias de administração dos fármacos Administração Enteral a) Oral b) Sublingual c) Retal 1) Via ENTERAL 2) Via PARENTERAL Administração Enteral - Oral DESVANTAGENS VANTAGENS z z z z z Auto-administração, econômica, fácil Confortável, Indolor Possibilidade de remover o medicamento Efeitos locais e sistêmicos Formas farmacêuticas: cápsulas, comprimidos, etc... z z z z z z z z absorção variável (ineficiente) período de latência médio a longo ação dos sucos digestivos Interação com alimentos pacientes não colaboradores (inconscientes) sabor Fenômeno de primeira passagem pH do trato gastrintestinal Administração Enteral – sublingual • Passa diretamente para a circulação sistêmica evitando o efeito de primeira passagem pelo intestino e fígado. VANTAGENS • Fácil acesso e aplicação • Circulação sistêmica • Latência curta • Emergência • Formas farmacêuticas: comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois, etc... DESVANTAGENS • Pacientes inconscientes • Irritação da mucosa • Dificuldade em pediatria 3 Administração Enteral – Retal • Também limita o efeito da primeira passagem hepática. Não sofre ação das enzimas digestivas. Indicação em casos de intolerância gástrica. Administração Enteral – Inalatória Boa absorção alveolar: - membranas biológicas de fácil travessia - grande superfície de absorção VANTAGENS Circulação sistêmica Pacientes não colaboradores (semiconscientes, vômitos) • Impossibilidade da via oral • Impossibilidade da via parenteral Formas farmacêuticas: supositórios e enemas DESVANTAGENS - rica vascularização sanguínea Lesão da mucosa Incômodo • Expulsão • Absorção irregular e incompleta • • • • Administração Enteral – via nasal Instilações (medicamentos líquidos) Transdérmica Indicações: - Absorção lenta e contínua - Aborção na pele (efeito sistêmico) - Tipos: hormônios, analgésicos opióides, drogas neoplásicas; cardiovasculares, etc. 4 Via tópica Administração Parenteral Indicações: -Efeito local • Usada para administração de fármacos que sofrem Cuidados: alterações importantes no trato gastrintestinal ou de difícil -Limpeza da pele/secagem -Técnica asséptica -Evitar regiões com solução de continuidade /injúria absorção. Administração Parenteral • Possibilita melhor controle das dosagens administradas Material utilizado Intramuscular • Endovenosa • Subcutânea • Intradérmica • 5 Intramuscular • Intramuscular- Recomendações Liberação mais lenta que a administração intravascular. Aplicação em “veículos” aquosos ou oleosos DESVANTAGENS VANTAGENS Efeito rápido com segurança • Via de depósito ou efeitos sustentados • Fácil aplicação • Dolorosa • Substâncias irritantes ou com pH diferente • Não suporta grandes volumes • Absorção relacionada com tipo de substância: • – sol. aquosa - absorção rápida – sol. oleosa - absorção lenta Formas farmacêuticas: injeções Músculos: deltóide, glúteo Intramuscular- Riscos • Trauma ou compressão acidental de nervos • Injeção acidental em veia ou artéria • Injeção em músculo contraído • Lesão do músculo por soluções irritantes • Abcessos • Auxílio na absorção: calor/ massagens • Retardamento na absorção: gelo • Locais de aplicação:deltóide e glúteo • Posição da agulha: perpendicular ao músculo • Aspirar antes da aplicação • Escolha do bizel • Pessoal treinado • Assepsia local Endovenosa • Via parenteral mais comum.Sem efeito de primeira passagem pelo fígado.Pronto efeito e grau alto de controle de níveis circulantes DESVANTAGENS VANTAGENS • • • • Efeito farmacológico imediato Controle da dose • Admite grandes volumes • Permite substâncias com pH diferente da neutralidade • • • • Efeito farmacológico imediato Material esterilizado Pessoal competente Irritação no local da aplicação Facilidade de intoxicação Acidente tromboembólico 6 Endovenosa Endovenosa- Complicações z z z z z z Flebites (inflamação da paredes das veias), acidentes embólicos Infecções Extravasamento Necrose Sobrecarga circulatória Reações alérgicas Subcutânea • Intradérmica Similaridade com a administração intramuscular,com diminuição dos riscos da administração intravascular. • Efeito local • Testes alérgicos (teste tuberculinico) VANTAGENS • • • Imunoterapia para câncer Absorção constante e lenta Implante de Pellets (sobre a pele) DESVANTAGENS • • Sensibilidade do paciente Dor e necrose por substâncias iritantes 7 Biodisponibilidade Farmacocinética - Distribuição • É definida como a fração de um dado fármaco que atinge a circulação sem ser alterada e se torna disponível para a sua distribuição sistémica. • Quanto maior a eliminação pré-sistémica, menor é a biodisponibilidade de um farmaco administrado oralmente. • Proporção de distribuição da droga pelo organismo, após haver alcançado a circulação sistêmica Fatores dependentes: Droga Fatores dependentes: • Sist. porta hepático • velocidade e magnitude de absorção da droga • fração de droga absorvida após metabolização Lipossolubilidade • Tamanho da molécula ou complexo droga-proteína • pH local • vascularização do tecido • Afinidade a proteína plasmática 1a passagem Circulação sistêmica I.V. = 5mg Ex: Propanolol Oral = 40mg a 80mg Fração dependente da metabolizacao hepática Ligação protéica • Somente a droga livre é capaz de cruzar as membranas celulares ou ligar-se aos sítios receptores e, conseqüentemente, promover efeitos farmacológicos. • Depois de entrar no sangue os fármacos podem-se ligar às proteínas aí Excreção • A eliminação das drogas do organismo pode ocorrer tanto por modificação metabólica quanto por excreção (predominantemente renal). • O Fígado é o órgão responsável pelo metabolismo dos fármacos. presentes, formando-se complexos farmaco-proteína. • As proteínas ligantes são a albumina, b-globulinas, glicoproteinas acídicas. Formas de excreção: • Estas ligações são de grande importância pois delas dependem a concentração • Excreção renal de fármaco livre o qual determina a intensidade do seu efeito terapêutico. • Excreção biliar • O aumento da ligação do fármaco com a proteína provoca um aumento da • Excreção pulmonar • Excreção por outros líquidos corporais (suor, saliva, leite materno) duração do efeito. 8 Excreção de primeira passagem • Após a absorção através da parede intestinal , o sangue leva a droga até o fígado antes da sua passagem à circulação sistêmica. • A droga pode ser metabolizada na parede intestinal ou até mesmo no sangue porta, porém o fígado é normalmente o responsável pelo metabolismo, além de poder excretar a droga na bile. • Esse processo total é conhecido como perda ou eliminação de primeira passagem. Excreção • Drogas hidrossolúveis, de baixo peso molecular e que não estejam ligadas a proteína plasmática podem ser excretadas pelos rins ou reabsorvidas dependendo das características químicas (polar e apolar). • Se o fármaco for polar então será rapidamente excretado pelos rins. • Se for apolar não será excretado e o objetivo do metabolismo é convertê-lo em compostos mais polares para serem excretados. • O fígado sintetiza a partir do colesterol formando o ac. Biliar sendo armazenado na vesícula biliar. I.V. = 5mg Ex: Propanolol • A maioria das drogas secretada pelo fígado para a bile e em seguida para o Oral = 40mg a 80mg intestino delgado não é eliminada através das fezes, ocorre a absorção intestinal. Fígado Circulação Porta Circulação sistêmica Cl hepática Dose Oral Trato digestivo Dose Endovenosa Restante do corpo Cl outros Cl renal Cl- taxa de eliminação 9 10