Resumo Nódulo e Bócio de Tireoide TSRS

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Nódulo de Tireoide
São lesões comuns à palpação da tireoide em 5% das mulheres e 1% dos homens. Essa
prevalência sobe para 19 a 67% quando utilizamos a ecografia. A principal preocupação é a
possibilidade de neoplasia maligna de tireoide, cuja frequência é baixa (5% do total de nódulos) e a
evolução costuma ser indolente.
Diagnóstico:
O diagnóstico é clínico, com a palpação da região cervical. Quando o paciente apresentar
nódulo à palpação, está indicada a solicitação de ecografia para caracterização do nódulo e
estruturas adjacentes. Não se deve solicitar ecografia de tireoide de rotina em pacientes sem
nódulos e sem história de carcinoma de tireoide.
A maioria dos pacientes é assintomática, mas os nódulos podem causar sintomas
compressivos como disfagia, rouquidão, tosse e dispneia. Entretanto, nos casos de nódulos esses
sintomas não são comuns e a primeira medida é investigar outras causas mais prováveis.
São fatores de risco para malignidade: história de radiação da região cervical, história familiar
de câncer de tireoide em parente de primeiro grau, crescimento rápido do nódulo, presença de
adenomegalias cervicais e rouquidão. No exame físico, pesquisar outros nódulos na região da
tireoide e avaliar as cadeias de linfonodos cervicais (principalmente a ipsilateral).
As características do nódulo, na ecografia, que aumentam a chance de malignidade são:
tamanho, hipoecogenicidade, ausência de halo, margens irregulares e infiltrativas, presença de
microcalcificações e vascularização central ao doppler. Nenhum achado isolado é diagnóstico de
malignidade, porém sua associação aumenta a probabilidade de neoplasia.
A análise citológica após punção por agulha fina dos nódulos deve incluir preferencialmente
a classificação de Bethesda para definição de conduta.
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Os seguintes nódulos têm indicação de PAAF:
1. Nódulo sólido ≥ 1cm.
2. Nódulo sólido ≥ 0,5cm em paciente com alto risco de malignidade.
Pacientes com alto risco de malignidade são aqueles com: radioterapia de linha média ou
exposição à radiação ionizante na infância ou adolescência, mutação de genes associados a câncer
medular familiar, captação à glicose em PET- TC, história pessoal ou em familiares de primeiro grau
de câncer de tireoide.
3. Nódulo sólido-cístico ≥ 1,5cm.
4. Nódulo espongiforme ≥ 2cm.
5. Nódulo ≥ 0,5cm com características ecográficas suspeitas e com linfonodo cervical
aumentado.
São características ecográficas de maior risco de malignidade: nódulo hipoecoico,
microcalcificações, vascularização aumentada (central principalmente), margens infiltrativas, nódulo
mais alto do que largo na visão transversal.
Considerações:

Nódulos puramente císticos não necessitam de punção, pois muito raramente serão malignos.

A medida do volume do nódulo é calculada da seguinte forma: altura x largura x profundidade
x 0,52.

A dosagem do TSH deve ser sempre solicitada para descartar presença de hipertireoidismo.
Pacientes com nódulos e TSH supresso (não usuários de levotiroxina) devem ser avaliados
com cintilografia de tireoide e devem ser encaminhados para avaliação com endocrinologista.
Tratamento
A maioria dos nódulos não necessita de tratamento e a indicação cirúrgica será conforme o
resultado de malignidade da PAAF.
Pacientes com nódulos sem indicação de PAAF devem ser submetidos ao exame físico com
palpação de tireoide a cada consulta e nova ecografia em 6-18 meses para avaliar mudanças no
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tamanho ou características do nódulo. A PAAF deve ser realizada em caso de crescimento do nódulo
em 50% no volume ou 20% em duas dimensões. Se o tamanho do nódulo permanecer estável ou
diminuir, espaçar a ecografia para a cada 3-5 anos.
O uso de tiroxina não está indicado para redução de nódulos em pacientes sem
hipotireoidismo
Quando Encaminhar?
Encaminhar ao endocrinologista quando o paciente apresentar: nódulo hiperfuncionante
(vide protocolo hipertireoidismo), nódulo com indicação de PAAF, presença de sintomas
compressivos por lesão nodular ou diagnóstico/suspeita de neoplasia.
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Bócio Multinodular
Introdução:
O bócio multinodular é mais frequente em mulheres e se correlaciona de modo inverso com
o aporte de iodo da população, com prevalência acima de 30% em regiões com insuficiência de iodo.
Hipertireoidismo clínico ou subclínico ocorrem em cerca de 25% desses casos.
Diagnóstico:
A maioria das pessoas é assintomática ou tem desconforto estético. Podem apresentar
compressão intratorácica e sintomas como dispneia, tosse, rouquidão ou disfagia. Situações clínicas
como paralisa de nervo frênico, síndrome de Horner e síndrome de veia cava superior são
extremamente raras. Dor e sintomas compressivos agudos geralmente são devido à degeneração
cística ou hemorragia intranodular.
O risco de malignidade é semelhante ao dos nódulos únicos de tireoide. Deve-se avaliar
também função tireoidiana com TSH e sintomas compressivos (raros em bócios menores de 30-40
ml).
Se o TSH estiver suprimido, deve-se realizar investigação adicional para hipertireoidismo com
T4-livre ou T4 total, T3 e cintilografia de tireoide.
No bócio intratorácico, deve-se solicitar TC sem contraste ou ressonância magnética da
região cervical e torácica para avaliar indicação cirúrgica. Se isso não for possível, pode-se solicitar
raio-x da região ou na presença de sintomas compressivos, encaminhar para o endocrinologista.
Tratamento:
A cirurgia é o tratamento de escolha nos bócios com suspeita de neoplasia, com sintomas
compressivos importantes ou extensão intratorácica. Pode-se utilizar iodo radioativo em pacientes
não candidatos à cirurgia, o qual está associado à redução do volume tireoidiano em 40-60% em 1-2
anos, havendo melhor resultado nos 3 primeiros meses após o procedimento.
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Quando encaminhar?
Deve-se encaminhar ao endocrinologista os pacientes com bócio e nódulo com indicação de PAAF,
sintomas compressivos ou pacientes com indicação de tratamento definitivo.
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Referências:
COOPER, D.S. et al. Revised American Thyroid Association management guidelines for patients with
thyroid nodules and differentiated thyroid cancer. Thyroid, New York, v.19, n.11, p.1167-1213, 2009.
DUNCAN, B. B. et al (Org.). Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em
evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
ROSS, D. S. Cystic thyroid nodules. Waltham (MA): UpToDate, Inc., 2014. Disponível em:
<http://www.uptodate.com/contents/cystic-thyroid-nodules>. Acesso em: 6 out. 2014 .
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2014. Disponível em <http://www.uptodate.com/contents/diagnostic-approach-to-and-treatmentofgoiter-in-adults>. Acesso em: 6 out. 2014. .
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