Apresentação do PowerPoint - Instituto Brasileiro de Florestas

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Aspectos Ecológicos dos Mognos Africanos
Mognos Americanos
Mogno caribenho - Swietenia mahogani
Mogno brasileiro Swietenia macrophylla
Mogno brasileiro
Swietenia macrophylla
1.Reduziu-se as cotas de exportação desde
1990;
2.Proibiu-se a autorização de novos planos
de manejo florestal para o mogno desde
1995;
3.Proibiu-se o transporte, processamento e
comercialização desta espécie, após
detectar práticas ilegais de exploração no
sul do Pará, em outubro de 2001.
Mognos Africanos
Khaya ivorensis
Khaya senegalensis
Khaya antotheca
Khaya grandifoliola
Khaya madagascariensis
Khaya spp
O cultivo dos mognos africanos do gênero
Khaya apresenta muitas vantagens, das
quais podemos enumerar:
1.São espécies de rápido crescimento e
crescem muito mais que o mogno nativo do
gênero Swietenia.
2.São resistentes (não-preferência) à broca de
ponteiro (Hypsipyla grandella Zeller),
causadora de danos aos mognos do gênero
Swietenia no continente Americano,
inviabilizando, consequentemente, o seu
cultivo e a sua exploração econômica.
Khaya ivorensis
a) Sinônimos: Esta espécie não possui sinônimos.
b) Área de ocorrência natural: De acordo com LAMPRECHT (1990)
e LEMMENS (2008), a área de ocorrência natural desta espécie
limita-se às regiões tropicais úmidas, de baixa altitude, da áfrica
Ocidental, abrangendo os países como Costa do Marfim, Gana,
Togo, Benin, Nigéria, o sul dos Camarões e a província de Cabinda
(Angola). Possivelmente, ela também ocorra na Guiné, Libéria, na
República Central da África e no Congo (Figura 2). Essa espécie é
bastante plantada dentro de sua área natural de distribuição, mas
também na Ásia tropical e América tropical. LAMPRECHT (1990)
informa que esta espécie ocorre, de forma dispersa, em florestas
higrófilas subcaducifólias de baixas altitudes, ocorrendo entre 0 e
450 m, acima do nível do mar.
Mapa do continente africano mostrando as áreas de ocorrência
natural de Khaya ivorensis A. Chev.
Fonte: LEMMENS (2008)
Nomes vulgares
País
Acajou D’Afrique
França e Bélgica
African Mahogany
Inglaterra e Estados Unidos
Khaya Mahogani
Alemanha
Afrikaans Mahoganie
Holanda
Mogno-africano
Portugal
Dukuma, Acajou de Bassam,
Kra-lah, Krala Ira e Acajou blanc
Dubine, Duku makokre,
Duku mafufu, Ahafo mahogany
Oganwo, Ogwango nofwa
Costa do Marfim
Gana
Nigéria
N’Gollo, Acajou N’Gollon,
Zamenguila e Mangona
Camarões
Samanguilla
Guiné Espanhola
Zaminguilla, Ombega
Gabão
N’Dola e Ewé
Congo
Deké
África Central
Udianuno e Quibala
Angola
Fonte: Acajou D’Afrique, 1979
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
a) Geral: Sempreverde ou decídua, monoica.
b) Porte da árvore: Em seu habitat natural é uma árvore de
grande porte, podendo atingir de 40 a 60 m de altura e
diâmetro de 2,10 m (DAP) (figura 10-A).
c) Tronco: Retilíneo, algumas vezes um pouco sinuoso,
apresentando fuste comercial livre de ramificações até 30 m
de altura; base com grandes sapopemas que se elevam
cerca de 4,0 m (figuras 9-2 e 10-B), sobretudo nas árvores
mais velhas, algumas vezes estendem-se raízes de
superfície proeminente.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
d) Casca: De escura a marrom, ligeiramente áspera ou
salpicada, de depressões superficiais causadas pela queda
de placas quase circulares (figura 10-C); espessa e de
coloração marrom-avermelhada ou marrom-alaranjada;
sabor amargo. Casca interna cuja coloração vai de rosa a
avermelhada (figura 10-D). Fora de seu habitat natural tem
apresentado grande rugosidade, causada, provavelmente,
por agentes abióticos ainda desconhecidos (figura 10-E).
Ilustração das características morfológicas de Khaya ivorensis. 1) Tronco 2)
Folha e Inflorescência 3) Fruto 4) Semente
(Fonte: LEMMENS, 2008)
Características morfológicas de Khaya ivorensis. A) Evidência do porte de uma
árvore adulta. B) Sapopemas bem desenvolvidas. C) Depressões superficiais na
casca. D) Casca interna rosa à avermelhada. E) Rugosidade no tronco causada por
Lasiodiplodia theobromae.
(Fotos: Daniel T. Pinheiro)
Características morfológicas das folhas de Khaya ivorensis. A) Folha composta adulta.
B) Agrupamento de folhas no término do galho. C) Folíolo de uma folha adulta. Barra:
1cm.
(Fotos: Daniel T. Pinheiro)
Características morfológicas da copa de Khaya ivorensis.
(Fotos: Daniel T. Pinheiro)
Manejo e tratos culturais
PRAGAS E DOENÇAS
Hypsipyla robusta. A) Fase larval B) Fase adulta
Fonte: JOKER e GAMENE (2003)
CONSIDERAÇÕES TECNOLÓGICAS
Características gerais
Madeira de Khaya ivorensis.
(Foto: Daniel T. Pinheiro)
Características anatômicas da madeira
Características anatômicas da madeira de Khaya ivorensis A)
Corte radial B) Corte tangencial C) Corte transversal.
(Fotos: J. Ilic)
Utilizações da espécie
Madeira: É altamente valorizada para indústria
moveleira, trabalhos de marcenaria, caixas e estojos
decorativos, compensados, laminados, e também
comumente utilizada para molduras de janelas,
painéis, portas e escadas. É adequada para
construções leves, assoalhos leves, construção de
navios e embarcações, canoas escavadas, corpos de
veículos, cabos, instrumentos esportivos e musicais,
brinquedos, inovações, instrumentos de precisão,
entalhes, torneados, escadas e polpa de celulose.
Pode também ser usada como lenha e para produção
de carvão.
Utilizações da espécie
Casca: É amarga e largamente empregada na medicina
tradicional. A decocção da casca é tomada para tratar
tosses, febres e anemias e é aplicada externamente
em feridas, lesões, arranhões, úlceras e tumores.
Como analgésico, pode ser utilizada para tratar dores
reumáticas e lumbago.
Raiz: A polpa das raízes é aplicada como enema, para
tratar problemas de disenteria. Brotos novos
esmagados e folhas são aplicados externamente,
como analgésico.
Utilizações da espécie
Sementes: Podem ser usadas na produção de sabão.
Na Nigéria, as árvores de Khaya ivorensis são localmente
mantidas em plantios de cacau (Theobroma cacao), em
sistemas agroflorestais para sombreamento e,
finalmente, para produção de madeira.
CRESCIMENTO E ROTAÇÃO
Plantio comercial de Khaya ivorensis em Pirapora-MG. (Foto: Antônio L. Pinheiro)
MELHORAMENTO GENÉTICO
PB: Populações base
S: Seleção
SM: Seleção massal
APS: Área produtora de sementes
TCPP: Teste combinado de
procedência e progênie
D: Desbaste
PSM: Pomar de semente por muda
TC: Teste clonal
SC: Seleção clonal
BC: Banco clonal
TPIG: Teste de progênie de
irmãos-germanos
CEC: Capacidade específica de
combinação
CGC: Capacidade geral de
combinação
SFIG: Seleção familiar de irmãosgermanos
E: Enxertia.
Sugestão para um programa de melhoramento genético para Khaya ivorensis.
Khaya senegalensis
Sinônimos: Esta espécie já foi classificada como Swietenia senegalensis
Desr.
Khaya senegalensis
b) Área de ocorrência Natural: De acordo com BARROSO (1987),
LAMPRECHT (1990) e NIKIEMA & PASTERNAK (2008), esta espécie ocorre
naturalmente na África entre 15° e 18°N, desde o Oceano Atlântico até o
Índico, abrangendo, entre outros países, a Mauritânia, Mali e Senegal
leste, norte dos Camarões e de Uganda, bem como as regiões sul do
Sudão, a leste. Também tem se reportado a sua presença em Gâmbia,
Guiné, Togo, Gana, norte da Nigéria. Ela é comumente plantada dentro
de sua área natural de distribuição, principalmente como árvore
ornamental e ao longo de estradas, e também fora dessas áreas, como
por exemplo, em Cabo Verde, Tanzânia, Malawi, Madagascar, Ilhas de
Reunião, Egito África do Sul, Índia, Indonésia, Java,Vietnam, Austrália e
América Tropical. A dispersão vertical de Khaya senegalensis abrange de
0 a 400m de altitude.
Mapa do continente africano, mostrando as áreas
de ocorrência natural de Khaya senegalensis A.
Juss.
Fonte: Nikiema e Pasternak (2008)
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
a)Geral: Mais ou menos sempreverde, monóica.
b) Porte da árvore: Árvore mediana, de até 30 a 35m de
altura com cerca de 100 a 250 cm de diâmetro (Figura
20-1 e 21-A).
c) Tronco: Freqüentemente muito mais curto e torto, com
sapopemas curtas ou ausentes (figuras 20-1 e 21-B). O
fuste chega a cerca de 10 a 16 m livre de galhos.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
d) Casca: Apresenta coloração cinza a cinza-escuro ou
marrom-acinzentado; inicialmente lisa, mas se
tornando escamosa com escamas finas e arredondadas
(Figura 21-C), casca interna rosa-escura a avermelhada
(Figura 21-D), exsudando uma goma avermelhada.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
e) Folhas: Dispostas espiraladamente com tendência a se
agrupar nas extremidades dos ramos (figura 22-B);
compostas paripenadas com 2 até 6 pares de folíolos
(figuras 20-2 e 22-A), sendo mais comum 3 a 5 pares,
estípulas ausentes; pecíolo e ráquis juntos de até 25 cm de
comprimento; pecíololos de 3 a 4 mm de comprimento;
folíolos opostos a sub-opostos, elípticos a oblongos, de 5 a
12 cm de comprimento por 2,5 a 5 cm de largura, cuneados
e ligeiramente assimétricos na base, obtusos ou muito
curtamente acuminados no ápice, margens inteiras e
ligeiramente coriáceos, glabros, nervuras pinadas com 8 a
10 pares de nervuras laterais.
f) Flores: Dispostas em inflorescências axilares ou aparentemente
terminal, com panículas de até 20 cm de comprimento (figura 23-C). As
flores são unissexuais com flores femininas e masculinas muito
semelhantes na aparência, regulares, geralmente tetrâmeras,
esbranquiçadas, de cheiro adocicado; pedicelo de 1 a 2 mm de
comprimento; cálice lobulado quase até a base, com lobos
arredondados com cerca de 1,5mm de comprimento; pétalas livres,
elípticas, com cerca de 2 a 4mm, algo curvas; estames fundidos em tubo
em forma de urna de 5mm de comprimento, com, geralmente 8 anteras
incluídas próximo ao ápice, alternando com lobos arredondados; disco
com forma de almofada; ovário súpero, globoso a cônico, de 1 a 2mm
em diâmetro, tetra locular, estilete de até 1mm de comprimento,
estigma em forma de disco; as flores masculinas com ovário rudimentar,
flores femininas com anteras menores, não deiscentes.
g)Frutos: Ereto, cápsula lenhosa quase globosa (figuras
20-3 e 23-A), de 4 a 6 cm de diâmetro, cinza- pálido a
marrom-acinzentado, deiscente por quatro valvas (figura
22-3), com um grande número de sementes.
h) Sementes: As sementes são em forma de disco ou
quadrangulares (figuras 20-4 e 23-B), fortemente
achatadas, cerca de 2 a 2,5 cm, estreitamente alada em
todo o seu contorno. Germinação hipógea, com os
cotilédones permanecendo dentro do tegumento da
semente; epicótilo de 5 a 6 cm de comprimento.
i) Galhos: Roliços e grossos com coloração acizentada
(figura 22-B).
j) Copa: Arredondada, densa e com ramos glabros
(figuras 20-1 e 22-C,D).
Ilustração das características morfológicas de Khaya senegalensis. 1) Árvore adulta 2)
Folha e inflorescência 3) Fruto 4) Semente
(Fonte: NIKIEMA & PASTERNAK, 2008)
Características morfológicas de Khaya senegalensis. A) Evidência do porte de uma árvore
adulta. B) Sapopemas pouco desenvolvidas. C) Formação de escamas finas na casca. D) Casca
interna rosa escura à avermelhada. (Fotos: A, B e C: Daniel T. Pinheiro. D: P. Poilecot).
Características morfológicas de Khaya senegalensis. A) Folha. B) Ramo. C e D)
Características da copa.
(Fotos: A, B e D: Daniel T. Pinheiro C: D. Louppe).
Características morfológicas de Khaya senegalensis. A) Fruto em condições naturais. B)
Fruto aberto com exposição das sementes. C) Inflorescências axilares com panículas
(Fotos: A: H.C.D. de Wit, B: D. Louppe e C: J. Tiquet).
PRAGAS E DOENÇAS
CONSIDERAÇÕES TECNOLÓGICAS
Características Gerais
Madeira de Khaya senegalensis.
(Foto: Alexandre Garcia)
Características anatômicas da madeira
Características anatômicas da madeira de Khaya senegalensis A) Corte radial B)
Corte tangencial C) Corte transversal.
(Fotos: A. Campbell & P.E. Gasson)
Utilizações da espécie
Madeira: É valorizada para carpintaria, marcenaria,
fabricação de móveis, construção de navios e laminados
decorativos. Ela também é adequada para construção,
assoalhos, decoração de interiores, corpos de veículos,
brinquedos, inovações, dormentes de estradas de ferro,
obras torneadas e polpa de celulose. Tradicionalmente, as
toras são usadas para escavar canoas, utensílios
domésticos como pilões, colheres e tambores. Também
pode ser utilizada como lenha e produção de carvão.
Utilizações da espécie
Casca: É amarga e altamente valorizada na medicina tradicional, pois o
cozimento da mesma ou sua maceração é amplamente eficaz contra a
febre causada pela malária, além de problemas de estômago, diarréia,
disenteria e anemia, e como analgésico em casos de reumatismo e
dores de cabeça. Também é utilizada como tônico e antihelmíntico,
além de purgante, antídoto e abortivo. É eficiente também no controle
de doenças como sífilis, lepra, catarata e angina. Pode ser aplicada
externamente como desinfetante em casos de inflamações, e doenças
de pele como erupções, sarnas, ferimentos, úlceras, bolhas hemorróidas
. É comumente utilizada na medicina veterinária como tônico e
antihelmíntico, e para tratar tripanossomíases, vermes de fígado,
diarréias e úlceras. Nos Camarões, é comumente utilizada no processo
da fabricação da cerveja local. Em Gana é comumente utilizada para
tingimento de tecidos.
Utilizações da espécie
Raiz: As raízes são aplicadas contra icterícia, dores de
estômago, edema e amenorréia. São também ingredientes de
venenos complexos utilizados por tribos africanas.
Sementes: O óleo extraído das sementes pode ser
empregado para tratar reumatismo, influenza e sífilis, além de
ser utilizado em cosméticos e no processo de cozimento de
alimentos.
No continente africano, as árvores de Khaya senegalensis
também são comumente plantadas ao longo de estradas
como ornamentais.
CRESCIMENTO E ROTAÇÃO
Plantio comercial de Khaya senegalensis em Jaboticabal-SP. (Fotos: Mogno Online)
Khaya anthoteca
a) Sinônimos: Khaya nyasica Stapf ex Baker f. (1911).
b) Área de ocorrência natural: Esta espécie é amplamente distribuída do leste da Guiné Bissau a Uganda
e Tanzânia e ao sul a Angola, Zâmbia, Zimbábue e Moçambique. Ela é bastante cultivada em plantios
dentro de sua área de distribuição natural, mas também na África do Sul, Ásia tropical e América tropical.
Mapa do continente africano, mostrando as áreas de ocorrência natural de Khaya anthoteca A. Juss.
Fonte: Maroyi (2008)
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
Para a descrição dendrológica e taxonômica desta espécie, foram utilizados os dados de SOUZA (1966),
BARROSO (1987) e MAROYI (2008), bem como descrições feitas pelo próprios autores.
a) Geral: Sempreverde ou decídua, monóica
b) Porte da árvore: Em seu habitat natural é uma árvore de grande porte podendo atingir de 40 a 65 m de
altura e diâmetro de 1,20 m (DAP) (figura 31-A)
c) Tronco: Retilíneo e cilíndrico, apresentando fuste comercial livre de ramificações até 30 m de altura; base
com grandes sapopemas que se elevam cerca de 4,0 a 6,0 m (figuras 30-1 e 31-B), sobretudo nas árvores
mais velhas, algumas vezes se estendendo a raízes de superfície proeminente.
d) Casca: Cinza e lisa mas esfoliando em escamas pequenas e circulares deixando uma superfície marcada
com cavidades salpicada de cinza e marrom-amarelado (figura 31-C). Casca interna rosa a avermelhada.
e) Folhas: Em arranjo espiralado, mas agrupadas próximo a extremidade dos ramos, alternas, compostas,
paripenadas, com pecíolos de 3,5 a 7 cm de comprimento, sem estípulas, com 2 a 5 pares (raramente 7 ) de
folíolos glabros, brilhantes, opostos, ovado-oblongos a elípticos, de 5 a 20 cm de comprimento por 2 a 10 cm
de largura , cuneados a obtusos e ligeiramente assimétricos na base, obtusos a curto-acuminados no ápice,
margens inteiras, coriáceos, nervuras pinadas com 6 a 10 pares de nervuras laterais; com pecíololos de 0,5 a
1,0 cm de comprimento, ráquis de 6 a 20 cm de comprimento;. As árvores mais novas possuem muito mais
pares de folíolos (cerca de 20 pares). Pecíolo e nervura central de 10 a 30 cm. Limbo oblongo-elíptico,
abruptamente longo-acuminados no ápice que são de 0,5 a 1,0 cm de comprimento; 5 a 9 pares de nervuras
secundárias com 5 a 14 cm de comprimento por 2 a 6 cm de largura. (figuras 30-2 e 32...)
f) Flores: Reunidas em inflorescência tipo panícula axilares de até 30 a 40 cm de comprimento (figura 30-2). Flores
unissexuais, sendo que as masculinas e femininas muito semelhantes na aparência, esbranquiçadas, de odor adocicado;
pedicelo de 1,5 a 3 mm de comprimento, cálice lobado até quase a base, com lobos arredondados com cerca de 1,0 a 1,5
mm de comprimento, pétalas livres, elípticas, com cerca de 4,0 a 6,0 mm de comprimento por 2,0 a 4,0 mm de largura, algo
encurvados; estames fundidos em um tubo em forma de urna com cerca de 3,0 a 5,0 mm de comprimento, com 8 a 10
anteras incluídas próximo ao ápice, alternando com lobos arredondados; disco em forma de almofada; ovário súpero,
globoso a cônico, com 1 a 2 mm de diâmetro, tetra a pentalocular, estilete de até 1,0 mm de comprimento, estigma em
forma de disco; flores masculinas com ovário rudimentar e as femininas com anteras menores e indeiscentes. (FIGURA...).
g) Frutos: São constituídos por cápsulas eretas, lenhosas, quase globosas com cerca de 4 a 8 (10) cm de
diâmetro e de coloração marrom acinzentado (figura 32-B); no final do período de maturação ele separa o
alto em valvas delgadas (figura 30-3) de menos de 5,0 mm de espessura e ficam soldadas à base. Produzem
muitas sementes.
h) Sementes: São em forma de disco ou quadrangulares, fortemente achatadas, estreitamente aladas por
toda a margem, marrons, de 1 a 2,5 cm de comprimento por 1,5 a 3,5 cm de largura (figura 32-C).
Germinação hipógea, os cotilédones permanecem presos ao tegumento da semente; epicótilo de 5 a 8 cm
de comprimento, as primeiras duas folhas opostas são simples. Perdem rapidamente seu poder germinativo.
i) Galhos: Roliços, grossos e glabros. De coloração acinzentada.
j) Copa: A copa é arredondada, de grande envergadura. Densifoliada, com folhagem de cor verde-escura e
dividida em pequenos tufos espessos. (figura 31-D)
k) Dados fenológicos: No Brasil ainda, precisa-se de mais observações para melhores informações.
Ilustração das características morfológicas de Khaya anthoteca. 1) Sapopemas 2) Folha e inflorescência 3)
Fruto.
Fonte: Maroyi (2008)
Características morfológicas de Khaya anthoteca. A) Evidência do porte de uma árvore adulta. B)
Sapopemas bem desenvolvidas. C) Casca. D) Características da copa.
(Fotos: A, B e C: Simon Colmer. D: Andrew Massyn).
Características morfológicas de Khaya anthoteca. A) Folha. B) Fruto em condições naturais. C) Sementes.
(Fotos: A: James B. Friday, B: Alec Naidoo e C: Daniel T. Pinheiro).
CONSIDERAÇÕES TECNOLÓGICAS
Características gerais
Madeira de Khaya anthoteca.
(Foto: Wood Database)
Características anatômicas da madeira
MAROYI (2008) descreve a madeira bastante similar às características descritas por LEMMENS (2008) para
Khaya ivorensis. As características anatômicas podem ser visualizadas na figura abaixo.
Características anatômicas da madeira de Khaya anthoteca A) Corte radial B) Corte tangencial C) Corte
transversal.
(Fotos: J. Ilic)
Utilizações da espécie
Madeira: Além de valorizada para indústria moveleira, trabalhos de marcenaria, compensados, laminados
etc., é adequada para construções leves, assoalhos leves, construção de navios e embarcações, corpos de
veículos, cabos, artigos de esportes e instrumentos musicais, brinquedos, inovações, instrumentos de
precisão, entalhes, torneados, escadas e polpa de celulose. A madeira está em demanda para feitura da
parte de trás ou dos lados de guitarras uma vez que é considerada como tendo excelentes características
acústicas. Tradicionalmente, a madeira é usada para canoas escavadas. É também usada como lenha e
produção de carvão.
Casca: É amarga e empregada na medicina tradicional. A decocção da casca é tomada para tratar tosses,
febres, pneumonia, dor abdominal, vômitos e gonorréia. Pode ser aplicada em ferimentos, lesões e úlceras.
Pulverizada é tomada como afrodisíaco e para tratar impotência masculina.
Raiz: Na Tanzânia a decocção das raízes é bebida para tratar a anemia, disenteria e o prolapso retal.
Também tem sido usada pelo povo Shambaa como corante marrom-avermelhado.
Folhas: No Congo, diz-se que são usadas para fazer um veneno para as flechas. Em vários países africanos,
esta espécie é plantada de forma bastante comum como árvore ornamental de sombra e ao longo das
estradas. Ocasionalmente ela é plantada como árvore de sombra em sistemas agroflorestais.
CRESCIMENTO E ROTAÇÃO
Plantio comercial de Khaya anthoteca
(Foto: D. Louppe)
Khaya grandifoliola C.DC.
INFORMAÇÕES GERAIS
Bull. Soc. Bot. France 54, Mém. 8:. 10 (1907)
a) Sinônimos: Esta espécie não tem sinônimos
b) Área de ocorrência natural: Esta espécie ocorre do leste da Guiné ao Sudão e a Uganda. Ocasionalmente
ela é cultivada em plantios dentro da sua área natural de distribuição, por exemplo, na Costa do Marfim e
Gana, e plantios de testes tem sido estabelecidos na Indonésia.
Mapa do continente africano, mostrando as áreas de ocorrência natural de Khaya
grandifoliola
Fonte: Opuni-Frimpong, E., 2008
Khaya grandifoliola
a) Sinônimos: Esta espécie não tem sinônimos
b) Área de ocorrência natural: Esta espécie ocorre do leste da Guiné ao Sudão e a Uganda. Ocasionalmente
ela é cultivada em plantios dentro da sua área natural de distribuição, por exemplo, na Costa do Marfim e
Gana, e plantios de testes tem sido estabelecidos na Indonésia.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
a) Geral: Normalmente decídua, monóica.
b) Porte da árvore: árvore de porte médio a grande com até 40 m de altura; com tronco sem ramificações
até 23 m, freqüentemente torcido ou inclinado perto do topo.
c) Tronco: Roliços chegando até 120 a 200 cm de diâmetro. Geralmente com sapopemas de até 3 m de
altura.
d) Casca: A superfície da casca é marron-acinzentado, áspera, esfoliando em escamas pequenas circulares
e formando pequenas depressões, a casca interna é rosa- escuro a avermelhada, com listras brancas,
exsudando uma goma incolor.
e) Folhas: Dispostas espiraladamente, mas agrupadas próxima às extremidades dos ramos, compostas
paripenadas com 3 a 5 pares de folíolos; estípulas ausentes; pecíolo e ráquis medindo até 50 cm de
comprimento; peciólulos de 0,5 a 1,0 cm de comprimento; folíolos opostos a sub-opostos, elípticos a ovadoelípticos ou oblongo-elípticos, de 10 a 30 cm de comprimento por 5 a 10 cm de largura; cuneados a obtusos
ou arredondados e ligeiramente assimétricos na base, curto mas distintamente acuminados no ápice,
freqüentemente com a ponta torcida; margens inteiras ou onduladas, espessamente papiráceos ou
delgadamente coriáceos, glabros, nervuras penadas com 9 a 15 pares de nervuras laterais.
f) Flores: Dispostas em uma inflorescência tipo panícula axilares de até 40 cm de comprimento. As flores são
unissexuais, as masculinas e femininas muito semelhantes na aparência, regular, geralmente 5-meras,
esbranquiçadas, de odor adocicado ou suavemente perfumadas; pedicelo de 1 a 2 mm de comprimento;
cálice . Lobado quase até a base, com lobos arredondados com cerca de 1,5 mm de comprimento; pétalas
livres, elípticas, cmo cerca de 5 mm de comprimento por 2 mm de largura, algo encobertas; estames
fundidos em um tubo de urna em forma de urna de cerca de 5 mm de comprimento, com geralmente 10
anteras inclusas próxima ao ápice, alternando com lobos arredondados; disco em forma de almofada; ovário
súpero, globoso a cônico, de 1 a 2 mm de diâmetro, geralmente 5-locular, estilete de até 1 mm de
comprimento com o estigma em forma de disco; flores masculinas com ovário rudimentar, flores femininas
com anteras menores não deiscentes.
g) Frutos: São cápsulas eretas, praticamente globosas, lenhosas, de 6 a9 cm de diâmetro, marromacinzentadas, deiscentes por 5 valvas, com muitas sementes.
h) Sementes: em forma de disco ou quadrangulares, fortemente achatadas, com cerca de 2,0 a 3,5 cm,
estreitamente alada por toda a margem, castanhas. Germinação hipógea, com os cotilédones
permanecendo dentro da testa da semente; epicótilo de cerca de 6,0 cm de comprimento. As primeiras duas
folhas são opostas, simples.
i) Galhos: Totalmente glabros.
j) Copa: Grande, arredondada, densifoliada.
Ilustração das características morfológicas de Khaya grandifoliola. 1) Folhas 2) Flor 3) Fruto 4) Semente.
Fonte: Opuni-Frimpong, E., 2008
Características anatômicas da madeira de Khaya grandifoliola A) Corte radial B) Corte tangencial C) Corte
transversal.
(Fotos: A. Campbell & P.E. Gasson)
Utilizações da espécie
Madeira: É valorizada para carpintaria , marcenaria, móveis de escritórios e compenados decorativos.
Ela é adequada para construção leve, assoalhos leves, lambris, construção de embarcações, instrumentos
musicais, brinquedos, inovações, entalhes, torneados e polpa para celulose. Tradicionalmente, é usada para
mobílias, utensílios domésticos e canoas escavadas. Ela também pode ser usada como lenha e para
produção de carvão vegetal.
Casca: De gosto amargo, é usada na medicina tradicional. É amplamente utilizado contra a febre
causada pela malária. A decocção da casca é usada para tratar problemas de estômago, incluindo úlceras
gástricas, dores pós-parto, e doenças de pele. No Sudão, a infusão da casca é utilizada para tratar diarréias
causadas por parasitas intestinais. Na Uganda, a casca é usada como veneno de peixe, e na República
Democrática do Congo na lavagem de roupas. Extratos da casca apresentaram atividade antimalárica em
camundongos infectados com Plasmodium berghei. Muitos limonóides isolados das cascas e sementes
apresentaram atividades distintas in vitro contra cepas resistentes a cloroquina de Plasmodium falciparum,
especialmente gedunin, 7-deacetilquivorin, metilangolensato e 6-acetilswietenolido. Em testes com ratos, os
extratos da casca mostraram efeitos hipoglicêmicos, hipoproteinêmicos e hipocolesterolêmicos, e também
mostrou bons resultados para o tratamento de úlceras gástricas. Eles tiveram efeitos positivos sobre a
produção de células vermelhas do sangue.
Raiz: A decocção da casca da raiz é utilizada como bebida para tratar gonorréia e aplicada
externamente em doenças de pele.
A Khaya grandifoliola é plantada como uma árvore na estrada e árvore de sombra ornamental. Em
Uganda, é avaliada para a estabilização das margens dos rios.
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES
MADEIREIRAS DOS MOGNOS
(Swietenia e Khaya)
DENSIDADE E DUREZA
Classificação das madeiras de Swietenia e Khaya segundo suas
densidades (g/cm³).
(Fonte: Adaptado de Normand & Sallenave, 1958).
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