A Prática Clinica no Tratamento do Transtorno de Ansiedade Social

Propaganda
A Prática Clinica no Tratamento do Transtorno de Ansiedade Social
Resumo do Simpósio
ASPECTOS DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL IMPLICAÇÔES PARA TRATAMENTO
Mariângela Gentil Savoia Programa de ansiedade (AMBAN) HC IPq FMUSP
Conscientia – Núcleo de Estudos de comportamento e Saúde mental
Transtorno de ansiedade social é comumente associado com traços de personalidade, tais
como timidez excessiva. O diagnóstico precoce do transtorno de ansiedade social tem sido
apontado como uma questão relevante para a prevenção deste transtorno. O conceito de
timidez para crianças pequenas não é novo, entretanto, só recentemente, tem sido
reconhecido que ansiedade social na infância é um transtorno severo e prevalente com
implicações imediatas e a longo prazo para o funcionamento acadêmico, social e emocional. As
questões de personalidade e de desenvolvimento principalmente hoje com a questão do
bullying surgem no momento de diferenciar estes dois conceitos. Quando a timidez passa a ser
um problema? que fatores de personalidade estão envolvidos? que tratamentos são eficazes
para que tipo de paciente? como o paciente avalia a sua melhora? como isto impacta nas
questões da adesão? Estas questões serão discutidas a luz da literatura. Como diferenciar o
diagnóstico do transtorno de ansiedade social da timidez. A relevância de se verificar fatores
preditivos que influenciam a adesão ao tratamento, isto é, que paciente pode se beneficiar de
qual tratamento tendo em vista que pacientes com transtorno de ansiedade social respondem
de forma distinta a diferentes tipos de tratamentos e que a ansiedade social é um transtorno
psiquiátrico que apresenta baixos níveis de adesão.
Transtorno de Ansiedade Social, Timidez, Personalidade
DIFERENTES
ESTRUTURAS
DE
TRATAMENTO
NA
ABORDAGEM COGNITIVOCOMPORTAMENTAL E O PROCESSO GRUPAL NO TRATAMENTO DA ANSIEDADE SOCIAL
GENERALIZADA E ESPECÍFICA. Neuciane Gomes da Silva (Departamento de Psicologia, Grupo
de Estudos em Psicologia da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN).
No Transtorno de Ansiedade Social os estímulos ameaçadores são as situações sociais, públicas
e a avaliação central se refere a medo de avaliação negativa dos outros. Diversos programas
de terapia de grupo para ansiosos sociais não contemplam de forma diferenciada os indivíduos
diagnosticados como portadores de ansiedade social generalizada e específica. Observe-se que
no Diagnostical Statistical Mental (DSM-V) há uma nota no final da descrição dos critérios
diagnósticos na qual se solicita especificar se a ansiedade social se relaciona somente ao
desempenho, expressado pelo medo restrito à fala ou ao desempenhar em público. Além
disso, é escassa a literatura que discuta a importância dos fatores terapêuticos descritos
nesses tratamentos, os processos grupais parecem não ter despertado grande interesse por
parte dos pesquisadores. O presente trabalho tem como objetivo geral discutir os dois tipos de
tratamento em grupo para ansiosos sociais generalizados e específicos, na abordagem
cognitivo-comportamental. São nove anos de projetos realizados no Serviço de Psicologia
Aplicada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E analisar através de questionários
aplicados a pacientes a presença ou ausência de fatores terapêuticos inspirados na lista de
Yalom. O tratamento é composto de 12 sessões, de em média duas horas cada, constituídos
predominantemente por mulheres de faixa etária ampla entre 18 – 55 anos. Resultados
quantitativos de 58 participantes (29 do Grupo de Ansiedade Social Generalizada e 29 do
Grupo de Ansiedade Social Específica) mostram, com o uso do teste-t pareado nas condições
antes e depois da terapia em grupo, que há uma diminuição significativa detectada pelos
instrumentos que medem a ansiedade e a ansiedade social (IDATE traço t(26)=5,91; p<0,01,
SPIN t(13)=7,58; P<0,01., BAI t(13)=2,31; p=0,04. e aumento do significativo da extroversão
identificado pelo EFEx (t(23)= -6,33). Em relação aos fatores terapêuticos foram analisados
dados de cinco grupos, totalizando 22 pessoas diagnosticadas como portadoras de fobia social
generalizada e específica, dados coletados entre 2012 e 2014. Independentemente do tipo de
grupo, compartilhamento de informação foi o fator que teve concordância total dos pacientes
quando comparado aos terapeutas e observadores enquanto que instilação de esperança foi o
segundo maior. Os resultados, embora necessitando de mais estudos, apontam para a eficácia
do tratamento em grupo e sugerem a necessidade de estruturas diferentes para os subtipos de
ansiedade social e a presença de fatores terapêuticos o que mostra a importância de se
estudar o processo em grupos focais e de atendimento breve.
Fontes de apoio financeiro: recursos financeiros e bolsas de extensão –PROEX/UFRN
Palavras-chaves: Terapia cognitivo-comportamental; Grupos; Ansiedade social
USO DO TEATRO DO OPRIMIDO NO TRATAMENTO EM GRUPO PARA TRANSTORNO DE
ANSIEDADE SOCIAL Maria Amélia Penido Doutora em psicologia pela UFRJ, Professora do
curso de formação da Psicoclinica Cognitiva do Rio de Janeiro.
O Teatro do Oprimido foi criado por Augusto Boal, na década de 60, com o objetivo de
desenvolver em todos a capacidade de se expressar através do teatro. É um conjunto de
técnicas, exercícios e jogos teatrais, organizados em diferentes modalidades, que tem como
principal objetivo colocar o teatro a serviço da transformação social. É uma metodologia
transformadora que propõe o diálogo como meio de refletir e buscar alternativas para
conflitos interpessoais e sociais. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para o TAS
é a terapia cognitivo-comportamental. As estratégias terapêuticas mais indicadas no
tratamento são a exposição ao vivo combinada à reestruturação cognitiva, tanto no
tratamento individual quanto em grupo. Para o modelo cognitivo-comportamental a forma
como interpretamos uma situação, ou seja, nossos pensamentos a respeito de uma situação
influenciam nossos sentimentos e comportamentos. A nossa forma de pensar é influenciada
por nossas experiências de vida, como aprendemos a ver o mundo, os outros e nós mesmos. O
foco da terapia é no aqui-e-agora, isto é no presente. O passado e o futuro são vistos como
sendo constantemente filtrados através do momento presente. No teatro, podemos trazer
eventos passados para o presente, tendo o foco também no aqui e agora. No teatro do
oprimido exploram-se alternativas para uma situação problema, questionado e propondo
diferentes formas de solução, questionando constantemente e refletindo sobre as alternativas
apresentadas. Dessa forma, um problema é dramatizado (possibilitando algum grau de
exposição) e todos podem participar buscando uma solução (solução de problemas e
reestruturação cognitiva). Esse método possibilita um trabalho mais dinâmico, uma vez que
teatro é ação. É objetivo desse trabalho apresentar uma proposta de Tratamento Cognitivo
Comportamental em grupo para TAS que adaptou técnicas de teatro do oprimido. Os jogos e
exercícios do teatro do oprimido foram utilizados para trabalhar a reestruturação cognitiva,
exposição, processos grupais (coesão, altruísmo, esperança, universalidade) e treinamento em
habilidades sociais.
Área temática: Transtornos de Ansiedade
Transtorno de ansiedade social, Tratamento em grupo, teatro do oprimido
Download