ÉTICA NA HISTÓRIA: ALGUMAS CONCEPÇÕES DA FILOSOFIA MORAL (2ª SÉRIE) ANTIGUIDADE: A ÉTICA GREGA A ÉTICA SOCRÁTICA A ética começou a ser discutida na época de Sócrates (469 – 399 a.C.), considerado “pai da moral”. Sócrates: saber universalmente válido, que decorre do conhecimento da essência humana, a partir da qual se pode conceber a fundamentação de uma moral universal. Essência do Homem: Alma (Psyché), Razão, Inteligência, Consciência (personalidade intelectual e moral). Razão: é nela que se devem fundamentar as normas e costumes morais. A ética socrática é racionalista: o homem que age conforme a razão age corretamente. Causa do mal: ignorância. O homem só faz o mal por desconhecer o bem. PLATÃO (427-348 A.C.) E A ÉTICA Platão: desenvolveu o racionalismo ético iniciado por Sócrates, aprofundando a diferença entre corpo e alma (psyqué). Corpo: sede dos desejos e paixões, desvia o homem de seu caminho para o bem. Assim, defendeu a necessidade de purificação do mundo material, para se alcançar a Ideia de Bem. Segundo Platão, o homem não consegue caminhar em busca da perfeição agindo sozinho: necessita da sociedade, da pólis. No plano ético, o homem bom é também o bom cidadão. ARISTÓTELES (384 – 322 a.C.): ÉTICA ARISTOTÉLICA Ética aristotélica: estudo da conduta ou do fim do homem como membro da pólis (cidade-estado grega): como o homem deve viver a sua vida? Homem é um ser social: todo ser humano necessita da vida em comunidade; Ética integra esta vida social: ações e atitudes do indivíduo intervêm diretamente na convivência da sociedade ÉTICA ARISTOTÉLICA: CARACTERÍSTICAS ESTRUTURANTES Naturalismo (elementos que compõem a natureza humana): o homem é visto como um composto de alma e corpo (ou razão e paixões). Teleologismo (télos = fim, finalidade): àquilo que uma determinada coisa se destina; tudo tem uma finalidade específica. Eudaimonismo (felicidade): há um fim último o qual o homem deve perseguir: o bem, a felicidade. ÉTICA ARISTOTÉLICA: CONCEITOS PRINCIPAIS Pathos: paixões; Areté: virtude; Eudaimonia: felicidade. Como se dá a relação entre eles? PATHOS: PAIXÕES Homem: Dotado de Razão (capaz de dirigir sua vontade e agir) e Paixões (impulsos que o arrastam passivamente); Paixões: sentimentos, emoções, impulsos capazes de afetar, abalar, influenciar as escolhas e ações do homem (ira, medo, amor); Paixões próprias da natureza humana; Não podemos nos deixar levar somente pelos desejos, pelos impulsos. Devemos aprender a educar essas paixões. VIRTUDE O domínio das paixões e sua redução aos ditames da razão é a “VIRTUDE”; Há três tipos de disposição, graus das paixões: excesso, a falta e o meio-termo. A virtude encontra e escolhe o meio-termo das paixões. Ética aristotélica: ética do equilíbrio. VIRTUDE Homem virtuoso: moderação das paixões (meio termo entre o excesso e a falta); Ex. Coragem = meio termo equidistante entre a valentia ou a bravura desmedida e a covardia ou o medo; Prudência: mediania é medida pela razão; cada ação deve ser realizada com certa prudência: é preciso refletir, medir suas consequências. A virtude deriva da prática da ação propriamente dita: Um sujeito só se torna bom praticando atos bons, só se torna justo praticando atos justos. A virtude é adquirida, e não um dom divino: ela é adquirida pela repetição de uma série de atos sucessivos, ou seja, pelo hábito. ÉTICA ARISTOTÉLICA A ética visa preparar o homem para a vida comunitária guiado pelas virtudes; É somente dentro da pólis que o indivíduo alcança a felicidade; Critérios para a determinação das ações éticas: os costumes, os modos de comportamento, o modo de viver; O costume que o indivíduo deve cultivar tem que estar de acordo com as normas da sociedade; Normas éticas não têm validade universal: podem mudar de região para região ou de época para época.