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AMINOÁCIDOS, CONSTRUÇÃO E
REGENERAÇÃO DE MASSA MUSCULAR
Um fator importante na nutrição proteica dos cães é a composição dos
aminoácidos na proteína da dieta, principalmente os limitantes. A maioria
dos aminoácidos dietéticos é absorvida no intestino delgado. Assim, a
proteína ingerida deve ser de alta qualidade e conter um nível mínimo de
lisina e dos demais aminoácidos essenciais (CUNHA, 1991).
A utilização de proteínas de qualidade inferior ou com aminoácidos em
desequilíbrio gera perdas proteicas após a sua digestão e absorção em
quantidade e proporções diferentes daquela que o organismo necessita,
gerando utilização ineficiente dos aminoácidos absorvidos para a síntese
de proteína orgânica. Os aminoácidos absorvidos e não utilizados são
excedentes e não se acumulam no organismo. De modo geral são
utilizados como energia após reações de desaminação com retirada do
radical nitrogenado (amina). Desta forma, a ineficiência na utilização dos
aminoácidos dietéticos é definida como perda inevitável do catabolismo
de aminoácidos (ALMEIDA, 1997).
Os papéis e a degradação de aminoácidos no organismo animal são
diversos, variando desde um papel primário na síntese proteica para
finalmente sofrer a degradação de catabolismo à energia e produtos
nitrogenados da quebra.
Os tecidos envolvidos com aminoácidos e metabolismo de nitrogênio
são: FÍGADO, RINS, INTESTINO e MÚSCULO-ESQUELÉTICO.
Tipos de músculo
Músculo esquelético
Atividade
Contração forte,
rápida,
descontínua e
voluntária
Núcleos
Músculo cardíaco
Músculo liso
Discos intercalares
Contração forte,
rápida,
contínua e
involuntária
Contração fraca,
lenta e
involuntária
Assegura a manutenção e melhora a formação muscular.
AMINOÁCIDOS E PROTEÍNA IDEAL
No século XIX, acreditava-se que a contração muscular destruía uma
parte do conteúdo proteico dos músculos, para proporcionar energia.
Recomendava-se uma dieta rica em proteínas para preservar a estrutura
muscular e suprir os gastos energéticos. Atualmente, é sabido que o
tecido muscular não aumenta, simplesmente, graças ao consumo de
alimentos ricos em proteínas. Na verdade, a proteína extra, ingerida pode
ser convertida em componentes de outras moléculas (assim, proteína em
excesso pode aumentar o percentual de gordura), bem como, induzir
efeitos colaterais, particularmente uma sobrecarga para as funções
hepática e renal, em virtude da eliminação da uréia e de outros
compostos (McARDLE et al., 2003).
A principal contribuição das proteínas da dieta consiste em fornecer
aminoácidos para os vários processos realizados no organismo animal.
O organismo animal necessita de alguns aminoácidos diferentes, sendo
alguns “não-essenciais” (produzidos pelo próprio organismo) e os
restantes, “essenciais” (como não são sintetizados pelo organismo, têm de
advir da alimentação). São aminoácidos essenciais: valina, leucina,
isoleucina, fenilalanina, metionina, treonina, lisina, triptofano e histidina
(McARDLE et al., 2003). Os aminoácidos são elementos estruturais e podem ser
consumidos como energia, participando da conversão da energia do
piruvato que ocorre no fígado. Com o esforço moderado, os aminoácidos
como, por exemplo, os de cadeia ramificada atingem a mitocôndria,
participando da síntese de glutamina, a qual segue para os tecidos para a
formação de glutamato. Enfim, observa-se que o consumo de
aminoácidos de cadeia ramificada visa a manutenção da funcionalidade
do Ciclo de Krebs, e tanto a síntese de alanina quanto a de glutamina
costituem a forma encontrada para remover da musculatura os grupos
amínicos tóxicos, resultantes da degradação celular (LANCHA JUNIOR, 2004).
Os aminoácidos de cadeia ramificada, podem substituir a glicose nas vias
de energia (SIZER e WHITNEY, 2003). No fim da década 70, os aminoácidos
foram sugeridos como o terceiro combustível para a musculatura
esquelética, principalmente em indivíduos caquéticos sendo utilizados já
após os carboidratos e as gorduras (GLEESON, 2005).
Muitas funções são atribuídas aos aminoácidos, dentre elas, é possível
destacar aumento da síntese de proteínas musculares e redução da sua
degradação, encurtamento do tempo de recuperação, aumento da
resistência muscular, diminuição da fadiga muscular, fonte de energia e
preservação do glicogênio muscular. São encontrados aminoácidos em
todas as fontes de proteína animal.
A Proteína Ideal é um conceito proposto por Mitchell (1964) para otimizar
a utilização da proteína da dieta (relação entre retenção e consumo de
proteína) e minimizar a excreção de nitrogênio. Estabeleceu-se que é uma
mistura de aminoácidos ou proteínas com completa disponibilidade na
digestão e no metabolismo e cuja composição deve ser idêntica às
exigências do animal. Todos os aminoácidos devem estar presentes na
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AMINOÁCIDOS,
CONSTRUÇÃO
E CONSTRUÇÃO E
REGENERAÇAO
REGENERAÇÃOMUSCULAR
DE MASSA MUSCULAR
dieta, exatamente nos níveis exigidos para o máximo ganho em proteína
e mantença, e a relação entre eles deve ser preservada. Os aminoácidos
digestíveis, principalmente os aminoácidos essenciais, são limitantes na
mesma proporção. Isso significa que nenhum aminoácido está em
excesso em comparação com os outros. Como consequência, a retenção
de proteína é máxima e a excreção de nitrogênio é mínima. Isso é possível
através de uma adequada combinação de concentrados proteicos e
aminoácidos sintéticos suplementados na dieta (LECLERCQ, 1998).
Como proposta, para uso na alimentação de monogástricos, todos os
aminoácidos indispensáveis, são expressos como relações ideais ou
porcentagem em função de um aminoácido referência. De modo geral
estabelece-se a lisina como aminoácido de referência por ser um
aminoácido limitante na maioria das dietas, estando diretamente ligado
ao aumento da massa corporal e crescimento. Segundo HACKENHAAR e
LEMME (2005), a lisina é usada como aminoácido de referência devido aos
tres argumentos a seguir:
• É usada quase que exclusivamente para deposição de proteína
corporal e, portanto, as exigências sofrem pouca influência de outras
funções metabólicas (exigência de mantença)
• Não há interações metabólicas entre a lisina e os outros aminoácidos;
• Da perspectiva analítica, é mais fácil analisar lisina do que a metionina
e, especialmente, cistina.
A redução de nitrogênio consumido e consequente redução de
nitrogênio excretado, não só melhora o aproveitamento de aminoácidos,
em geral, como da energia. A menor excreção de nitrogênio também
resulta em uma menor produção de calor para catabolizar aminoácidos,
pois eles estarão na dieta, em menor quantidade e de forma balanceada
(PENZ, 2002).
BCAA’s
Os aminoácidos de cadeia ramificada, conhecidos como BCAA (de
branched chain amino acids) compreendem três aminoácidos essenciais:
leucina, isoleucina e valina. Esses aminoácidos atuam como importante
fonte energética para o músculo esquelético, durante períodos de
estresse metabólico. Nessas situações, os BCAA’s podem promover a
síntese proteica, evitar o catabolismo proteico e servir como substrato
para a gliconeogênese (ALVES, 2005).
Durante a atividade física, a suplementação de BCAA’s pode resultar no
aumento da síntese proteica muscular, diminuição do catabolismo
proteico durante e após o exercício e melhora da performance física
(ALVES, 2005).
Estudos com suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada
demonstram que essa estratégia nutricional pode ser efetiva na
promoção do anabolismo proteico muscular e diminuição da lesão
muscular pós-exercício. No processo de síntese proteica muscular,
destaca-se, entre os aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, que
induz a estimulação da fosforilação de proteínas envolvidas no processo
de iniciação da tradução do RNA mensageiro, o que desse modo,
contribui para a estimulação da síntese proteica (ROGERO & TIRAPEGUI, 2007).
REFERÊNCIAS
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