II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 SEGUIMENTO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DA ARTERIOSCLEROSE 1 1 1 2 PAULINO, Beatriz ; PALERMO, Jéssica ; SANTANA, Larissa O. ; SILVA, Alexsandro M. 1 Discente do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. [email protected] 2 Docente do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. Palavras-chave: ARTERIOSCLEROSE. ALLIUM SATIVUM. DOENÇAS CARDIOVASCULARES. INTRODUÇÃO As doenças do sistema cardiovascular atingem milhões de pessoas e são causadoras de elevado índice de mortalidade e morbidade mundial. Dentre as principais complicações observadas estão a arteriosclerose (aterosclerose), o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral. A arteriosclerose uma doença multifatorial e complexa, que determina eventos clínicos causadores de morbi-mortalidade significativa, representada pela ocorrência de infarto agudo do miocárdio, angina e morte súbita. Trata-se de um processo lento no qual as artérias se vão estreitando até acabarem por ficar completamente obstruídas devido à formação de coágulos sanguíneos (trombose), acúmulo de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias. O tecido adjacente não recebe a irrigação sanguínea suficiente e, consequentemente, o oxigênio e os nutriente que necessita. Algumas consequências que derivam deste transtorno são dores nas pernas, envelhecimento psíquico-mental prematuro, impotência e uma doença coronária que pode resultar num enfarte ou num ataque apoplético (GRUNWALD, 2009). O tratamento não farmacológico, ou seja, sem a intervenção de medicamentos pode ser feito através do controle dos fatores de risco, entre eles a hiperlipidemia, o tabagismo, a hipertensão e o sedentarismo, sendo necessária a mudança dos hábitos e estilo de vida do indivíduo. Deve-se incluir a prática de exercícios físicos, limitar ou abdicar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, manter a pressão arterial e o colesterol sob controle através da reeducação alimentar. A fitoterapia é uma das mais antigas práticas terapêuticas da humanidade. As plantas contém em sua composição, substancias biologicamente ativas, denominadas princípio ativo, capazes de modular processos metabólicos ou fisiológicos, resultando na redução do risco de doenças e promovendo a cura e a manutenção da saúde. Uma das plantas usadas no tratamento da arteriosclerose é a Allium sativum L., ou alho como é conhecida popularmente. Esta planta que é comumente usada na alimentação, é frequentemente vista em estudos farmacológicos e fitoquímicos, pois apresenta considerável efeito benéfico sobre doenças que atingem o sistema cardiovascular. OBJETIVO Escolher uma planta medicinal eficaz no tratamento da arteriosclerose para implantar em uma horta de uma UBS. METODOLOGIA Realizou-se um levantamento de quatro plantas medicinais que apresentam princípios ativos eficazes no tratamento de doenças cardiovasculares como a arteriosclerose. Para isso é necessário reduzir os níveis plasmáticos de colesterol, ser anticoagulante, vasodilatadora entre outros. Como o objetivo é implantar a planta medicinal escolhida em uma horta de uma UBS, é preciso que a mesma seja de fácil cultivo . Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 RESULTADOS E DISCUSSÃO Das quatro plantas listadas, foram analisados dados importantes como seu cultivo e suas características botânicas, informações importantes que determinaram a escolha da planta. A Ispághula, também conhecida como Plantago ovata, ajuda a controlar o colesterol, promover a sensação de saciedade, prevenir o diabetes tipo 2 diminuindo o risco de desenvolver doenças do coração, porém não é de fácil acesso para a população, e sua implantação em uma horta não é viável devido a dificuldade de adaptação de seu cultivo no Brasil, isso fez com que se descartasse seu uso para o tratamento da arteriosclerose. O Alecrim, Rosmarinus officinalis L., estimula a irrigação sanguínea e ativa a circulação. Possui compostos antioxidantes, mas sua ação de fato no tratamento da arteriosclerose é menos eficaz, outras plantas listadas possuem ações farmacológicas mais precisas. A cebola e o alho, Allium cepa e Allium sativum respectivamente, são plantas da mesma família, e possuem compostos altamente eficazes no tratamento da arteriosclerose, reduzindo o colesterol e o triglicérides, possuem propriedades anti-hipertensivas, vasodilatadoras, entre outras. No entanto é necessário uma menor quantidade de alho para ter o mesmo efeito que se tem usando a cebola no tratamento da arteriosclerose. A partir desses dados, foi escolhido o alho para o tratamento da arteriosclerose. O alho é uma planta herbácea que pode atingir até 60 centímetros de altura, tem origem na Ásia e na Europa, seus bulbilhos possuem uma coloração que varia de branco ao violeta, eles possuem como princípios ativos compostos sulforados hidrossolúveis derivados da cisteina, bem como lipossolúveis, aliina, alicina, entre outros. Além de ser formado por compostos não sulforados, alcina (fenólico), sais de potássio, óxido de ferro. Seu cultivo deve ser feito a partir do plantio do bulbo nos meses de março e abril em canteiros com bastante húmus e com espaçados que devem ser irrigados diariamente. Sua colheita deve ser feita quando a planta estiver seca com as folhas começando a ficar amareladas. O bulbos secam à sombra e são amarrados em réstias para poder ser conservado em local seco, arejado e com pouca luz. É recomendado consumir de 3 a 4 bulbos de alho por dia para se obter uma dose eficaz no tratamento da arteriosclerose. Deve-se tomar cuidado com pacientes hipersensíveis ao alho por isso um acompanhamento deve ser feito, além de ter todas as informações do paciente é necessário saber se o mesmo faz uso de algum medicamento alopático, pois interações podem ocorrer com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolíticos, antiagregantes plaquetários e antiinflamatórios não-esteroidais, por aumentarem o risco de hemorragia. O alho quando associado a inibidores da protease, pode reduzir as concentrações séricas dessa classe, aumentando o risco de resistência ao antirretroviral e falhas no tratamento. Além disso, pode diminuir a efetividade da cloroxazona por induzir o seu metabolismo. Reações adversas também devem ser observadas, entre elas temos cefaleia, mialgia, fadiga, vertigem, sudorese. Desconforto abdominal, náuseas, vômito e diarreia. Em caso de superdose o odor característico do alho é perceptível no hálito e na pele. Por isso a orientação de um profissional qualificado é necessária, pois dessa forma é possível prevenir reações adversas, e interações medicamentosas, e com o acompanhamento do paciente é perceptível o avanço do caso clinico. CONCLUSÃO Doenças do sistema cardiovascular acomete grande porcentagem da população ocidental devido à hábitos pouco saudáveis. Atualmente, observa-se um crescimento na utilização de fitoterápicos e plantas medicinais, terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primário à saúde, tem sido procurada pela população. O uso de Allium sativum deve ser monitorado e orientado devido as contraindicações e as interações com os medicamentos alopáticos. Porém com um bom acompanhamento seu uso é extremamente indicado para o tratamento da arteriosclerose que juntamente com mudanças do estilo de vida, geram total eficácia da planta no tratamento. Realização II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 24 de maio de 2014 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARY, N.K.; BABU, B, H., PADIKKALA, J. Antiatherogenic effect of Caps HT2, a herbal Ayurverdc medicine formulation. Phytomed v.10, n. 6, p 474-482,2003 GRUNWALD, Jorg. A farmácia verde. Everest, 2009. 416p. Índice Terapêutico Fitoterápico: Ervas Medicinais.1ª edição. EPUB, 2008 ALMEIDA, Ângela; SUYENAGA, Edna S.; Ação farmacológica do alho (Allium sativum L.) e da cebola (Allium cepa L.) sobre o sistema cardiovascular: revisão. [Internet] Rio Grande do Sul: Centro Universitário Feevale - Instituto de Ciências da Saúde [185-197] Dísponível em: < http://goo.gl/Mkdba9> Acessado em: 12 mar. 2014. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, 2011. 126p [Internet] Disponível em: < http://goo.gl/ktjcMH > Acessado em 05 mar. 2014 Brasil. 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