UM OLHAR PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING E A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA DE MERCADO O planejamento estratégico se caracteriza pela tomada de decisões a longo prazo que envolve toda organização. E este é de vital importância por identificar a amplitude do domínio competitivo da empresa. É imprescindível sua maleabilidade, sendo modificadas as estratégias ao longo do tempo, caso seja necessário para eliminar o hiato do desempenho organizacional. Dentro do planejamento, dá-se atenção especial para as estratégias de marketing, sendo elas as responsáveis por ajustar produtos e serviços às necessidades dos consumidores e, por conseguinte, todas as estratégias de venda, contemplando: onde vender, como, para quem vender e por quanto vender (TAVARES, 1991). A pesquisa é o único método capaz de gerar informações precisas sobre o mercado. O objetivo da investigação é conhecer profundamente o consumidor a fim de criar novas estratégias para sensibilizá-lo. E neste contexto, acredito ser importante remontar aos critérios gêmeos de eficácia e eficiência de Peter Drucker (2002) como: a capacidade de fazer as coisas certas “certas”, sendo a eficácia, para o autor, o mais importante. E este é o principal objetivo de uma pesquisa de mercado: descobrir os objetivos certos. Portanto, “ouvir os consumidores é a essência para criar estratégias certas””. Jonh Howard (Altair de Oliveira-Material ESAB), tem uma definição bastante interessante e já diferenciada de marketing, como um processo que engloba 5 aspectos: identificar as necessidades do cliente, conceituar essas necessidades em termos da capacidade da organização para produzir, comunicar essa conceituação aos diferentes níveis de poder da organização, conceituar o produto adequado às necessidades do cliente, previamente identificadas e comunicar todos esses conceitos aos clientes. Portanto, uma evolução do conceito de “troca”, que mencionava antes, para algo que valoriza muito mais a percepção e satisfação do cliente. E este conceito, agora sim mais completo, entra no conceito de planejamento estratégico de marketing. Ou ainda como coloca RIES (1993) sobre planejamento, sugerindo gerir a empresa orientada para o concorrente como forma de atuar, diretamente,em cima dos pontos fracos do mesmo, e por conseguinte, obter maior êxito. E a pesquisa de mercado, mais uma vez, é implacável para obter dados do mercado e da concorrência a fim de posicioná-la certeiramente. Rapp (1988) há quase 2 décadas atrás, já era genial, quando sugeria que para os anos vindouros, portanto agora 2007, o que importará serão as inovações tecnológicas, pela desmassificação do mercado e os esforços de marketing que serão quase que individualizados para atender as necessidades do mercado. E isto chama atenção para duas coisas: primeiro, para a segmentação de mercado que se faz quase que imprescindível para sucesso nas vendas. E a segunda, a questão que justifica a escolha pelo meu método que é a pesquisa qualitativa como forma de obter dados quase que individualizados, por uma segmentação, ou definição da amostra criteriosa em grupos homogêneos, a real possibilidade de ouvir o que os clientes de determinado segmento necessita. Desta forma, além de uma preferência pessoal pela pesquisa qualitativa, também parece ser a tendência do mercado que nos guia para a personificação e não para as atividades comerciais agressivas de massa. O famoso “bastantão”. E portanto, a pesquisa de mercado é a ponte para a empresa chegar ao consumidor. Ela é fundamental para o desenvolvimento de novos produtos, análise de informações e tomada de decisões. Por isso pesquisar é a melhor maneira de se manter atualizado, de se confirmar o próprio feeling, que antes era a fórmula quase que exclusiva de se posicionar diante do consumidor. Assim, o sucesso de uma pesquisa mercadológica é a sua orientação para a decisão. Isto significa que a pesquisa deve ser empreendida somente quando os seus resultados podem contribuir para diminuir a incerteza ou influenciar decisões, ou seja, extrair conhecimento. Remontando aos filósofos, a experiência é, para Kant (1959), o ponto de início e de validação do conhecimento. Assim, não é possível conhecer nada que não se ache dentro da experiência e o conhecimento será sempre o conhecimento do mundo da aparência. A noção de experiência não pode ser reduzida à experiência interior subjetiva, nem à experiência exterior objetiva. Trata-se de uma experiência absoluta, na qual o interior e o exterior apresentam-se imbricados um no outro. Contudo, cabe ressaltar aos fenomenologistas, Kanteanos, aos que acreditam apenas no que está posto, que se tudo fosse consciência, os seres humanos seriam mais facilmente previsíveis, as relações seriam mais fáceis, a comunicação de massa, por exemplo, seria absolutamente certeira e as próprias estratégias de comunicação de Marketing de consumo obteriam maior êxito. Sabe-se da existência de um aparato mental que não responde diretamente às coisas cotidianas, se não, através de representações e simbolizações que não são conscientemente perceptíveis. São os significados subjetivos que as pessoas atribuem às situações e que não fazem menção apenas às experiências já vividas, mas sim, referem-se a um significado distante do explícito e que torna um ser humano diferente do outro e, portanto, um ser tão imprevisível. Fala-se então do inconsciente, inconsciente este que está ligado a todas as vivências humanas, e de uma forma tão imensamente entranhada na experiência, que se faz despercebido. Desta forma, não se pode dizer que a experiência é essencialmente consciente, ou que a consciência se fundamenta nas experiências reais. Estas afirmativas sim, são verdadeiras, mas incompletas, pois carecem de uma parte fundamental que seria a influência de aspectos que falam do mais profundo do ser... Seus desejos, suas expectativas, suas demandas, suas necessidades, suas carências... E este conceito se relaciona diretamente com a comunicação, pois quando se fala em comunicação, se fala em processo relacional entre emissor e receptor, pois a informação que chega do emissor, muitas vezes não é recebida pelo receptor com o intuito que saiu...São os ruídos da comunicação, que se dão em todas as relações, por haver um "aparato mental", ou "subjetividade", que também dá a sua "contribuição" na interpretação dos significados das informações, distinguindo os seres humanos (HOHLFELDT, 2002). E por isso, a comunicação, seja ela de consumo, ou qualquer outro tipo, não obedece a lógica matemática e não se pode prever, exatamente, o que tal informação despertará nas pessoas. Se não, se aproximando ao máximo do modo de ver e de viver a vida desses "grupos". E é aí que entra mais uma vez nossa conhecida pesquisa de mercado. Desta forma, comunicação, definida como: relação entre consciências, deve ser compreendida como uma relação entre pessoas viventes, pensantes e que interagem. Consciência no sentido de ser capaz de construir e desconstruir, capaz de inventar e reinventar, capaz de realizar trocas. E isto tudo é composto de aspectos conscientes e inconscientes. Assim sendo, para Martino (2005), “no que concerne ao domínio propriamente humano, a comunicação assume sua forma simbólica”, ou seja, não representa, nem expressa somente o que está posto, mas se constitui de uma relação com milhares de variáveis externas e internas das partes que se relacionam e trocam. DANIELA PASIN DA LUZ