artigo de revisão EFEITOS DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES CRÍTICOS INTERNADOS EM UTI Isnanda Tarciara Silva* Alinne Alves Oliveira** RESUMO O repouso prolongado no leito deixou de ser há algumas décadas uma estratégia adotada pelos fisioterapeutas na Unidade de Terapia Intensiva. Os avanços tecnológicos e o progresso do conhecimento científico na área possibilitou a compreensão de que a mobilização precoce deve ser adotada por esses profissionais. Sendo assim, este estudo tem o intuito de investigar os efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI, identificando quais as técnicas de mobilização precoce mais utilizadas pelos fisioterapeutas neste setor. Consiste em uma revisão de estudos publicados em bases de dados nos idiomas português e inglês entre os anos de 2011 e 2015. Foram encontrados 39 artigos inicialmente, sendo que somente 4 ensaios clínicos contemplaram os critérios exigidos por este estudo. Conclui-se que as técnicas executadas pelos fisioterapeutas trouxeram muitos benefícios aos participantes dos ensaios, como aumento de força muscular periférica, menor número de dias de internação e melhor funcionalidade pós-alta.Entretanto, por ser uma área relativamente nova, são escassos os estudos e ensaios clínicos que busquem legitimar a eficácia dessas técnicas. Palavras-chave: Mobilização Precoce. Fisioterapia. Unidade de Terapia Intensiva. *Fisioterapeuta. Discente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Email: isnanda.fisio@ yahoo.com.br. Endereço para correpondências: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde (PPGES). Rua José Moreira Sobrinho, s/n. CEP: 45.206-190, Jequié – BA. Email:[email protected] **Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto. Professora Auxiliar da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Email: [email protected]. Endereço para correspondências: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Programa de PósGraduação em Enfermagem e Saúde (PPGES). Rua José Moreira Sobrinho, s/n. CEP: 45.206-190, Jequié – BA. E-mail: alinnealvesoliv [email protected] 1 INTRODUÇÃO Durante muito tempo preconizou-se conhecimento científico acerca do tema o repouso absoluto no leito como sendo permitiram a constatação de que a imprescindível no tratamento de pacientes imobilidade no leito é um fator colaborador internados. para o retardo na recuperação desses décadas, Entretanto, os avanços nas últimas tecnológicos, pacientes (MUSSALEM et al., 2014). avanço das pesquisas e o incremento do C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 41 Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira Diversas submetem condições o paciente clínicas ao decúbito mobilização precoce, com o intuito de prevenir ou amenizar a esse individualidade quadro, prolongado no leito. Mas, independente respeitando e as de qual seja essa condição, sabe-se que condições clínicas apresentadas por cada o tempo imóvel no leito é diretamente paciente. proporcional às graves complicações que O termo “precoce” se refere às o paciente pode apresentar nos mais atividades de mobilização que têm seu diversos início sistemas do organismo (FRANÇA et al., 2012). logo após a estabilização do paciente. Um dos principais objetivos Os efeitos adversos causados pelo dessa intervenção é atuar diretamente no repouso prolongado no leito vêm sendo tempo de imobilização no leito, que, bem pelas quando prolongada e associada a outros úlceras de pressão, perda de força fatores, pode acarretar em polineuropatia muscular e consequentes disfunções do do paciente crítico (PNPC) e síndrome do aparelho locomotor e da funcionalidade imobilismo, do mecânica relativamente comuns nas Unidades de respiratória, aparecimento de pneumonias Terapia Intensiva (UTI) e configuram e atelectasias, atraso na recuperação de grandes desafios para essas unidades doenças (GLAESER et al., 2012; COSTA et al., delimitados paciente, e perpassam déficit críticas, hemodinâmicas, neurológicas, na complicações cardíacas aumento do são patologias 2014). de A mobilização precoce é uma área internação e redução da qualidade de relativamente nova e necessita de mais vida do paciente após a alta hospitalar. evidências que possam subsidiar estudos Essas acerca da sua aplicabilidade, e assim complicações tempo e que associadas à restrição podem ainda ser agravadas pelo contribuir uso e conhecimento científico sobre o tema, pela respaldando as ações fisioterapêuticas utilização de contenções mecânicas do nas UTIs. Sendo assim, traçou-se como paciente ao leito (SILVA, MAYNARD, objetivo para este artigo investigar os CRUZ, 2010; ARAÚJO, BORGES, 2010). efeitos constante medicamentos, de assim sedativos como Partindo da descoberta dos efeitos deletérios da imobilização no leito, surge a 42 da para o incremento mobilização precoce do em pacientes críticos internados em UTI, identificando quais as técnicas de C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI mobilização precoce mais utilizadas pelos modelos animais. Os estudos que fisioterapeutas neste setor. testavam simultaneamente substâncias medicamentosas e mobilização precoce e que 2 METODOLOGIA não descreviam protocolos de mobilização e os resultados da mesma Esta revisão de literatura foi realizada em bases de dados eletrônicas, tendo a busca sido conduzida nas bases foram excluídos. A busca foi realizada no período de 22 de fevereiro a 22 de março de 2015. CHEST, LILACS e MEDLINE. Foram utilizados os seguintes descritores: 3 RESULTADOS “mobilização precoce”; “mobilização UTI”; “deambulação precoce”; “mobilization” e “early mobilization”. Foram encontrados 39 artigos potencialmente relevantes na primeira Foram incluídos artigos de estudo etapa, dos quais, 1 foi excluído por clínico com texto completo disponível, em apresentar duplicidade na base de dados. português ou inglês, publicados entre 38 artigos foram encaminhados para 2011 de análise metodológica, sendo que destes, documentos importantes e clássicos sobre 34 artigos foram excluídos por não o tema, que datam de antes do período atenderem aos critérios deste estudo. determinado. Os artigos cujos títulos e/ou Conforme consta na Figura 1, foram palavras-chave continham tais descritores incluídos foram selecionados para a segunda etapa contemplaram o da pesquisa que consistiu da leitura dos exigido análise resumos. Aqueles que abordavam as proposto. e técnicas 2015, com utilizadas mobilização exceção e/ou precoce os foram 4 para ensaios rigor clínicos que metodológico do desfecho efeitos lidos na íntegra e acrescentados a este trabalho. Foram relatos de excluídos caso, cartas, deste artigo revisão de literatura, estudos de coorte e trabalhos de conclusão estudos de realizados curso, com bem como crianças e C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 43 Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira Figura 1 - Fluxograma de seleção dos artigos AUTOR AMOSTR A (N) CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA G E 14 Carvalho et al., 2013 4 5 Pacientes com adequadas reservas cardiovascular, respiratória. GC: Fisioterapia convencional (FC) 2 ou 3 vezes ao dia por 30 a 45 minutos. FC composta de mudança de decúbito, posicionamento, mobilização passiva, ativoassistidas e resistidas de membros superiores e membros inferiores, segundo método de facilitação neuromuscular proprioceptiva e alongamento estático de peitorais e isquiostibiais. GE: FC + condutas de mobilização precoce, que incluíram transferências, marcha com auxílio evoluindo para marcha sem auxílio de acordo com tolerância do paciente. Grupo estudo apresentou menor perda de funcionalidade pós alta da UTI, assim como maior recuperação dessa funcionalidade após alta hospitalar. O GE também apresentou menor tempo de internação na UTI e no ambiente hospitalar. A funcionalidade foi medida por meio do instrumento Functional Independence Measure (FIM). Almeid a et al., 2014 10 20 Pacientes idosos, em pósoperatório de cirurgia de revascularização do miocárdio; com estabilidade hemodinâmica; sem sequelas neurológicas e com condições osteomioarticular es e cardiopulmonare s. GC: não realizou qualquer atividade motora, e utilizou ventilação não invasiva (VNI). GE: foi dividido em dois grupos: o grupo A realizou atividades no cicloergômetro e o grupo B realizou procedimentos de fisioterapia sem o uso do cicloergômetro. Aumento do pico de fluxo em todos os grupos; No grupo A houve diminuição da Pressão Arterial Sistólica. Não houve alteração significativa na saturação periférica de oxigênio em nenhum dos grupos. GE: protocolo de mobilização precoce sistematizado, duas vezes ao dia, todos os dias da semana, que variava quanto ao nível de consciência do paciente e envolvia alongamento passivo, mobilização passiva, posicionamento articular, exercícios ativoassistido e ativorresistido, transferências, cicloergometria para membros inferiores e postura ortostática. Fonte: Dados da Pesquisa As informações sobre os artigos selecionados na última etapa encontramse no Quadro 1, com suas características descritas. Quadro 1 - Características dos ensaios clínicos sobre fisioterapia motora precoce em pacientes na Unidade de Terapia Intensiva selecionados para este estudo, publicados entre 2011 e 2015. GC: Grupo controle; GE: Grupo estudo. Dantas et al., 2012 AMOSTR A (N) G C 14 G E 14 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA INTERVENÇÃO DESFECHOS SIGNIFICATIVOS Pacientes em VM, com adequadas reservas cardiovascular, respiratória. GC: um atendimento diário, cinco vezes por semana, de mobilização passiva nos quatro membros, sendo otimizado para exercícios ativo-assistidos de acordo com a melhora e a colaboração do paciente. Aumento significativo de PIMáx e de força muscular periférica no GE; Quanto ao tempo total de VM, de internamento na UTI e de internamento hospitalar, não houve diferença significativa. Continua... 44 DESFECHOS SIGNIFICATIVOS G C 14 Dantas et al., 2012 AUTOR INTERVENÇÃO Continua... C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI AUTOR Engel et al., 2013 AMOSTR A (N) G C 17 9 G E 29 4 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA INTERVENÇÃO DESFECHOS SIGNIFICATIVOS Pacientes com 48h de admissão na UTI, hemodinamicam ente estáveis, em estado de alerta suficiente para participar, com quadro álgico controlado. GC: pacientes submetidos à passiva e ativa de acordo com sedação. GE: pacientes submetidos à um protocolo específico de mobilização passiva, ativa e ativo-resistida, transferências, ortostase, atividades à beira do leito, de acordo com critérios de exclusão, sedação e condições físicas do paciente. Os pacientes do grupo estudo apresentaram menor número de dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva e no ambiente hospitalar e deambularam maior distância na unidade durante a internação. Apresentaram também maior funcionalidade pós alta. A funcionalidade foi medida por meio do instrumento International Classification of Functioning, Disability and Health. Essas e outras técnicas executadas pelos fisioterapeutas serão abordadas a seguir Fonte: Dados da Pesquisa de acordo com documentos importantes elaborados com o intuito de oferecer recomendações aos fisioterapeutas no tratamento de pacientes em situação de internação em 4.1 Cinesioterapia Gosselink et al. (2008) afirmam que suficiente ventilação intensiva e nos últimos anos tem sido explorado e abordado em discussões que explanam os efeitos do prolongado no leito. Sendo assim, este estudo objetivou investigar os mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI e, de acordo com anteriormente, resposta os resultados descritos pode-se observar benéfica procedente uma desta abordagem. efeitos e perfusão, metabolismo O efeito mais perceptível da cinesioterapia na Unidade de Terapia Intensiva é prevenir complicações como a fraqueza muscular, hipotrofia e a síndrome do imobilismo, que consiste em um conjunto de alterações que acometem o indivíduo que se encontra acamado por um longo período de tempo, comprometendo o sistema osteomuscular e, consequentemente, levando a alterações funcionais. Esta síndrome pode evoluir para outros problemas, como os Nos estudos selecionados foram utilizadas produzir muscular, estado de alerta, entre outros. de bastante relevância na área da terapia da para fisiológicos no paciente, como melhora da A mobilização precoce é um tema efeitos Terapia Intensiva. seja repouso de mobilização é uma atividade física que 4 DISCUSSÃO bastante Unidades técnicas de cinesioterapia motora e exercícios com cicloergômetro. circulatórios, dermatológicos e respiratórios. De acordo com o estado geral do paciente como estabilidade C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 45 Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira hemodinâmica, grau de consciência e Segundo França et al. (2012), pode força muscular, o fisioterapeuta abordará ser a cinesioterapia de forma passiva ou progressão da mobilização do paciente ativa, a crítico, tendo início com a mobilização implantação e gerenciamento do plano passiva, avançando de acordo com a terapêutico de mobilização (CINTRA et evolução do paciente para mobilização al., 2013; GOSSELINK et al., 2008). ativa, em seguida para transferências e, cabendo ao fisioterapeuta Embora não existam evidências científicas suficientes um protocolo de então, deambulação. que atestem a eficácia da cinesioterapia passiva em pacientes estabelecido internados, esta deve 4.2 Exercícios com cicloergômetro ser iniciada de forma precoce no tratamento O ciclo ergômetro é um instrumento desses indivíduos, com o objetivo de estacionário, que permite rotações cíclicas manter a amplitude de movimento das e pode ser utilizado na execução de articulações, exercícios prevenir encurtamento passivos, ativos e ativo muscular e úlceras de decúbito (FRANÇA assistidos tanto em membros superiores et al., 2012). quanto em membros inferiores. A Por sua vez, a eleição para a estratégia de exercício utilizando este utilização de técnicas de cinesioterapia aparelho tem sido bastante recomendada ativa parte do estado hemodinâmico do nos documentos que abordam o tema de paciente e do grau de força muscular mobilização precoce de pacientes críticos periférica que ele apresenta. Esta, em (PIRES-NETO, 2013). muitos estudos, é averiguada por meio do Medical Research Council (MRC). Esta é uma técnica que proporciona ao paciente a execução de Segundo o III Consenso Brasileiro de movimentos Ventilação a resistência com o intuito de promover um cinesioterapia ativa tem por objetivos treinamento muscular, podendo assim diminuir sensação de dispneia, aumentar aumentar a tolerância ao exercício, com alguns melhorando a eficiência do músculo. Além indícios de diminuição do tempo de disso, melhora potencialmente o estado internação hospitalar e desmame. funcional do paciente (GOSSELINK et al., Mecânica (2007) repetitivos massa e força de baixa muscular, 2008; DANTAS et al., 2012). 46 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI não fazem contração da musculatura 4.3 Posicionamento funcional esquelética voluntariamente e em alto As recomendações do risco da musculoesqueléticas. É uma estimulação Intensiva de baixa voltagem que possibilita a ser o contração muscular de forma passiva posicionamento funcional uma “técnica de (FRANÇA et al., 2012; GOSSELINK et al., primeira escolha”, devendo esta se fazer 2008). Departamento Associação Brasileira de de Fisioterapia Medicina (2012) afirma de apresentarem difunções presente durante todo o período de Tendo em vista que é um método tratamento do paciente, estando ele no de treinamento físico mais suave, de nível passivo ou ativo de mobilização. execução Esta técnica é também rápida e segura e que apresenta bons resultados, esta deveria recomendada pelas European Respiratory ser Society and European Society of Intensive utilizada pelos profissionais. Dos ensaios Care Medicine (2008), que afirmam que o selecionados para este estudo, nenhum posicionamento pode ser utilizado para empregou a técnica da EENM. Tal fato aumentar pode ser devido à ausência da descrição o favorecendo alveolares, estresse a gravitacional, dinâmica estimulando das a trocas atividade de uma técnica parâmetros mais para que amplamente haja uma aplicabilidade com rigor científico. autonômica, entre outras vantagens. Apesar de ser recomendada por 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS instituições nacionais e internacionais, nenhum dos estudos selecionados como Com base nos ensaios resultados da busca para este artigo selecionados para este estudo, conclui-se utilizaram esta técnica no tratamento. que as técnicas fisioterapeutas 4.4 Estimulação elétrica neuromuscular (EENM) A EENM tem sido bastante recomendada na prevenção de atrofia muscular por desuso em pacientes que executadas estão pelos respaldadas por recomendações de instituições nacionais e internacionais, sendo estas de fácil aplicabilidade, baixo custo e baixo risco ao paciente resultados e obtidos ao profissional. mostraram que Os a mobilização precoce de pacientes críticos C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 47 Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira internados em Unidades de Terapia mobilização precoce no ambiente da Intensiva trouxeram inúmeros benefícios Unidade de Terapia aos participantes dos ensaios, como capacitação aumento de força muscular periférica e da fisioterapeutas para executá-las. Pressão Inspiratória Máxima, menor e Intensiva e empenho da dos Entretanto, apesar de ser notória a número de dias de internação tanto na relevância UTI quanto na unidade hospitalar, além relativamente nova, sendo escassos os de terem proporcionado uma melhor estudos e ensaios clínicos que busquem funcionalidade pós-alta. comprovar a eficácia dessas técnicas e Tendo conhecimento de todos os que do tema, descrevam é uma área minunciosamente os provenientes do protocolos executados, afim de aumentar no leito e dos o nível de evidência sobre o impacto da benefícios provenientes de tais técnicas, mobilização precoce em pacientes críticos percebe-se a imensa importância da internados em UTI. efeitos deletérios decúbito prolongado EFFECTS OF EARLY MOBILIZATION IN CRITICAL PATIENTS HOSPITALIZED IN ICU ABSTRACT Prolonged bed rest ceased to be a few decades ago a strategy adopted by physiotherapists in the Intensive Care Unit. Technological advances and the progress of scientific knowledge in the area allowed us to understand that early mobilization should be adopted by these professionals. Thus, this study aims to investigate the effects of early mobilization in critically ill patients in the ICU, identifying the early mobilization techniques commonly used by physiotherapists in this sector. It consists of a review of studies published in databases in Portuguese and English between 2011 and 2015. Was found 39 articles initially, and only 4 clinical trials contemplated the criteria for this study. We conclude that the techniques performed by physiotherapists brought many benefits to the participants of the tests, such as increased peripheral muscle strength, fewer days of hospitalization and better post-discharge functionality. However, being a relatively new area, there are few studies and clinical trials that seek to legitimize the effectiveness of these techniques. Keywords: 48 Early mobilization. Physiotherapy. Intensive Care Unit. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI Artigo recebido em 28/08/2015 e aceito para publicação em 08/09/2015 REFERÊNCIAS ALMEIDA, K. S. et al. Análise das Variáveis Hemodinâmicas em Idosos Revascularizados após Mobilização Precoce no Leito. Revista Brasileira de Cardiologia, v. 27, n. 3, p. 165-171, 2014. ENGEL, H. K. et al. Physical Therapist– Established Intensive Care Unit Early Mobilization Program: Quality Improvement Project for Critical Care at theUniversity of California San Francisco Medical Center. Journal of the American ARAÚJO, A. E. T.; BORGES, F. S. Physical Therapy Association, v. 93, n. Atuação da fisioterapia motora no 7, p. 975-985, 2013. sistema musculoesquelético e na independência funcional dos pacientes FRANÇA, E. E. T. et al. Fisioterapia em em UTI. 2010. 87 f. 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