preço bens menor

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Resumo
A formação de preços dos bens minerais, assim como qualquer outro produto
industrializado, é uma etapa importante no processo de posicionamento estratégico
das empresas no mercado. No entanto, por se tratar de commodities, o preço dos
minérios, muitas vezes, não é formado da mesma forma que os demais produtos
industrializados como os bens duráveis ou de consumo, mas podem ser afetados
pelas oscilações do mercado consumidor.
Introdução
O objetivo deste artigo é mostrar alguns dos mecanismos que podem ser
adotados pelas empresas de mineração para a formulação dos preços de seus
produtos.
Preço é informação que deve ser considerada em função dos objetivos a
serem atendidos. Preço de custo, de venda, preço de produção, preço de serviço e
preço de mercado. Preço quando a capacidade está saturada e quando a
capacidade está ociosa. Preço para penetrar em mercados e preços de produtos
diferenciados; preços públicos, preços de importação, etc.
O preço é um dos elementos mais flexíveis: pode ser alterado com rapidez,
ao contrário das características de produtos dos compromissos com os canais de
distribuição. Ao mesmo tempo, a concorrência de preços é o maior problema com o
qual as empresas se deparam. E mesmo assim, muitas empresas não lidam bem
com a determinação de preços. Os erros mais comuns são: a determinação é
demasiadamente orientada para custo; os preços não são revistos com suficiente
freqüência para capitalizar mudanças de mercado; os preços são determinados
independentemente do restante do mix de produtos que irá produzir a receita, em
vez de ser elemento intrínseco da estratégia de posicionamento de mercado, e os
preços não variam de acordo com diferentes itens de produtos, segmentos de
mercado e ocasiões de compra, (KOTLER, 2000).
Os preços têm um limite máximo e um limite mínimo. O mercado decide o
limite máximo, cabendo à empresa saber se os custos permitem a negociação.
Ainda assim, “[...] o preço constitui apenas parte do valor. Há toda uma gama de
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considerações, relativas à qualidade, que o preço não exprime: a durabilidade, a
resistência às quebras, a posição da fabrica no mercado, os serviços, etc.”
(DRUCKER, 2002). O que compradores estão dispostos a pagar baseia-se em sua
percepção da demanda, dos suprimentos e de suas necessidades. O vendedor fixa
o limite mais baixo que é determinado pelos custos de produção e venda do produto
e pelas expectativas de lucros, (ARNOLD, 1999).
O preço pode ser determinado de maneira a maximizar o lucro corrente, o
fluxo de caixa ou o retorno sobre o investimento. Ao enfatizar o desempenho
corrente, a empresa pode sacrificar o desempenho de longo prazo. Outras
empresam desejam maximizar sua participação no mercado acreditando que um
maior volume de vendas levará a custos unitários menores e a mais lucros no longo
prazo. Assim, determinam o menor preço possível, pressupondo que o mercado seja
sensível ao preço, (KOTLER, 2000).
O longo prazo é o período durante o qual a decisão inicial deve permanecer
razoavelmente válida – quanto aos mercados, processo, tecnologia, localização das
fábricas, etc. – para que a decisão inicial tenha sido certa, (DRUCKER, 2002).
As empresas lidam com a determinação de preço de várias maneiras. Em
setores em que a determinação de preço é um fator-chave (como os setores
aeroespacial, ferroviário e de petróleo), as empresas freqüentemente dispõem de um
departamento para realizar essa tarefa ou para auxiliar na sua execução. Esse
departamento é subordinado ao departamento de marketing, ao de finanças ou à
alta administração, (KOTLER, 2000).
Com o aumento crescente da população mundial e os efeitos da globalização
que, dentre outros fatores, proporcionam fácil acesso à informação, as empresas de
mineração são também afetadas pelo aumento do consumo dos mais variados tipos
de bens que, em última análise, estão relacionados com minérios. Para atender a
demanda mundial de bens e serviços, as empresa industriais precisam se manter
sempre atualizadas em todos os seus aspectos operacionais, cobrindo toda a cadeia
produtiva que vai desde o fornecimento de matérias-primas até o produto acabado.
A produção pode ser vista como um processo de entradas (inputs) e saídas
(outputs). O produto deve ser entendido como a diferença entre o valor das saídas e
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o das entradas, o que equivale dizer que o conceito de produto corresponde ao valor
agregado pelas empresas no decurso do processamento da produção. (PADOVEZE,
2006).
O produto é o “[...] resultado final de qualquer processo [...]” (JURAN,
1991,p.162) é também um bem porque visa satisfazer as necessidades dos
indivíduos. O consumidor decide a composição de sua cesta de consumo em função
de suas preferências, de suas necessidades e da sua renda. Os bens econômicos
fazem parte do desejo humano porque são úteis. No entanto, existem bens livres,
que se encontram disponíveis a custo zero, como o ar e a água dos rios (quando
não são taxadas).
Os produtos produzidos pelas empresas precisam ser especificados,
projetados e produzidos de tal forma a terem um valor, isto é, serem necessários,
desejados e ambicionados pelos clientes. Assim, o preço é também função deste
valor, ou seja, cobra-se pelo valor que se agrega ao produto, pois, os consumidores
sempre procurarão o máximo de valor pelo seu dinheiro, (CAMPOS, 1992).
A mineração provê a humanidade com uma grande quantidade de matériasprimas e insumos, que são imprescindíveis para o progresso, conforto e a
manutenção da vida. Portanto, a mineração, como qualquer outro tipo de atividade
industrial, necessita estabelecer estratégias para garantir sua sobrevivência em um
mercado voraz e altamente competitivo, onde a busca da qualidade, confiabilidade e
preço é uma preocupação constante.
O Setor Mineral que, por comportar os três setores da economia: Primário
(pesquisa mineral e mineração), Secundário (Transformação Mineral: Metalurgia,
Siderurgia, Química etc.) e Terciário (Mercado, Comércio), apresenta grande
amplitude e
heterogeneidade
de
segmentos,
com
diferentes
estágios
de
desenvolvimento que vai do precário (garimpagem, mineração artesanal) ao
moderno (pesquisa mineral e minas planejadas na perspectiva da excelência técnica
da Geologia, Engenharia de Minas e Economia Mineral), possui características
intrínsecas que o diferem dos demais setores da economia.
A cadeia produtiva da indústria extrativa mineral tem início com o préinvestimento governamental na geração e difusão do conhecimento geológico do
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território nacional. A partir desse conhecimento básico é que as empresas
mineradoras, podendo ser públicas ou privadas, irão selecionar os alvos que
julgarem promissores para o desenvolvimento da pesquisa mineral, da qual poderá
resultar a identificação de depósitos econômicos onde se desenvolverá a produção
mineral. Nas fases de implantação da mina, da usina de tratamento e da infraestrutura necessária à produção e escoamento do produto concentra-se a grande
parte do investimento das empresas de mineração. Este é um ciclo de longo prazo,
quase sempre superior a dez anos, que requer investimentos constantes e
progressivos.
Particularmente, o negócio da mineração é muito mais complexo que uma
empresa industrial. Em muitos casos, as ocorrências minerais estão localizadas em
regiões remotas, não proporcionando às empresas mineradoras a opção de
localização, ou seja, o empreendimento mineiro será implantado onde o depósito
mineral for encontrado, obrigando as empresas mineradoras e investirem
pesadamente em infra-estrutura como construção de estradas, ferrovias, vilas
residências, portos, etc, Além de todos os investimentos nas atividades de extração
do minério. Enfim, toda análise dos impactos dos tributos nos negócios das
empresas deve ter como ponto de referência os preços de venda dos produtos e
serviços de cada empresa.
A escassez de bens minerais ofertados, provocada por diversos fatores como,
por exemplo, as poucas descobertas de novas ocorrência minerais, custos
exploratórios
crescentes,
licenciamentos
ambientais
ou
governamentais,
relacionamento com a comunidade e risco político, proporciona à indústria extrativa
mineral um momento especial, com alta generalizada dos preços das principais
commodities nas bolsas, proporcionando alta rentabilidade para o setor. O quadro
atual contribui para que se estabeleça um clima de autoconfiança dos agentes
econômicos do setor, (CODORNIZ, 2007).
Segundo Kuchta e Hustrulid (1995) a renda em uma mina é determinada pelo
teor do minério, processamento, recuperação do metal contido ou preço o do
produto. Destes, o preço é: (a) sem dúvida mais difícil calcular e (b) uma grande
quantidade está fora do controle do orçamento. O que significa que, dadas às
características de avaliação de um depósito mineral, o efetivo conhecimento da
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potencialidade de tal depósito está condicionado a investimentos constantes em
investigações geológicas para garantir o aumento de sua confiabilidade. Mesmo
ignorando a inflação, os preços de venda são extremamente variáveis ao longo do
tempo. Com exceção de algumas commodities minerais que possui preços
controlados, os preços tendem a seguir um padrão cíclico.
As receitas, ou a renda, proporcionadas em uma operação mineira devem ser
suficientes para garantir a lucratividade do empreendimento, ou seja, deverá ser
suficiente para pagar todos os investimentos no negócio e gerar o retorno financeiro
exigido pelos acionistas. Para Van Horne (apud Padoveze, 2006): “O objetivo de
uma companhia deve ser a criação de valor para seus acionistas”.
Cada substancia possui um valor intrínseco próprio que, associado ao estágio
de beneficiamento e formas distintas de comercialização, que variam desde a venda
a granel até a venda de produtos acabados prontos para consumo, tudo com reflexo
no valor de comercialização e nos impostos e contribuições a serem recolhidos.
Também existem particularidades tributárias com alíquotas diferenciadas de ICMS,
além de questões relativas à Compensação Financeira pela Exploração de
Recursos. Minerais (CFEM).
Em 2005, o PIB mineral brasileiro cresceu 10,9% e a atratividade média do
setor girou na casa de 30%. No compasso do atual boom da economia mineral
internacional, a brasileira, brilha com o excelente desempenho do PIB Mineral
(incluindo-se petróleo e GNP), com índices da ordem de 2,8% (2003); 4,3% (2004) e
10,9% (2005), acompanhando a tendência de expressivo crescimento das
economias da Índia e China.
O desempenho da Indústria Extrativa Mineral nos últimos anos tem sido
notável quando comparado a outros setores, registrando crescimento de 9% em
2005 e 6% em 2006 (agropecuária: 0,77% em 2005 e 3,22% em 2006; Indústria:
1,27% em 2005 e 1,91% em 2006 e a Construção Civil: 1,33% em 2005 e 4,5% em
2006).
É neste contexto que a participação da Indústria Extrativa Mineral na
formação do Produto Interno Bruto mostra-se crescente na medida em respondia por
apenas 2,57% em 2000, evoluindo para 4,89% do PIB em 2005.
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Conclusão
Os preços dos produtos são afetados pelo mercado, sendo este que, em
última instância, irá fixar os preços. As estratégias de formação de preço são
adotadas de acordo com as leis que governam o mercado. Quando existe muita
demanda, certamente os preços serão aumentados.
No caso da indústria da mineração, o comportamento é o mesmo. O mercado
mundial de minérios está passando atualmente por um aumento da demanda para
os bens minerais, acompanhando a tendência de crescimento de países como a
China e a Índia, favorecendo o aumento dos preços. Neste cenário, as empresas
podem praticar diferentes maneiras de formarem seus preços, indo desde o preço
orientado de modo a cobrir os custos de produção, proporcionando o retorno
esperado do investimento, até o estabelecimento de preços exclusivamente através
do comportamento do mercado, ou seja, o preço seria determinado pelos
compradores, os quais estariam dispostos a pagar a quantia que julgarem o valor do
produto.
Este é um momento de particular importância para as empresas mineradoras
proporcionando a elas oportunidades de expansão de seus investimentos em
pesquisas exploratórias e tecnológicas, contribuindo para a sua sobrevivência e a
longevidade de seus projetos.
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