GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL • Hegel nasceu em Stuttgart, a 27 de agosto de 1770, e faleceu a 14 de novembro de 1831, em Berlim. Estudou gramática até aos 18 anos. Enquanto estudante, fez uma vasta coleção de extratos de autores clássicos, artigos de jornal, trechos de manuais e tratados usados na época. Esse colossal fichário, ordenado alfabeticamente, lhe foi útil toda a vida. Entrou para o seminário de Tübingen em 1788 e de lá saiu em 1793. • Deixando o seminário, Hegel não trabalhou como pastor, mas como tutor particular em Berna, por três anos. Nesse período escreveu alguns trabalhos que só seriam publicados depois de sua morte reunidos sob o título Fenomenologia do Espírito. • Em um desses trabalhos investiga porque a ortodoxia impunha um sistema de normas arbitrário, sob a alegação de que eram normas reveladas, quando Cristo, ao contrário, havia ensinado uma moralidade racional, uma religião que, diferente do Judaísmo, estava adaptada à razão dos homens. Escreveu sobre o assunto dois ensaios: uma vida de Jesus e outro sobre como o cristianismo havia se tornado uma religião autoritária, se o ensinamento de Cristo não era autoritário mas racionalista. Obras • • • • • • • • • • • Positividade da Religião • O Espírito do Cristianismo e os Destinos • Diferença entre os Sistemas de Fitche e Scheling • Fenomenologia do Espírito • Ciência da Lógica • Enciclopédia das Ciências filosóficas • Lições de Historia da Filosofia • Filosofia dos Espíritos (2 volumes) • Filosofia do Direito • Estética • Lições de Estética • • • • Filosofia da Historia Princípios da Filosofia do Direito Lógica (2 volumes) Filosofia da Natureza (3 volumes) "O racional é real e o real é racional" • Podemos, considerar Hegel como o filósofo idealista por excelência, uma vez que, para ele, o fundo do Ser (longe de ser uma coisa em si inacessível) é, em definitivo, Idéia, Espírito. Sua filosofia representa, ao mesmo tempo, com relação à crítica kantiana do conhecimento, um retorno à ontologia. É o ser em sua totalidade que é significativo e cada acontecimento particular no mundo só tem sentido finalmente em função do Absoluto do qual não é mais do que um aspecto ou um momento. A primeira e a mais importante obra de Hegel, é a Fenomenologia do Espírito Suas Ideias sobressaltantes são o idealismo absoluto e a DIALÉTICA. Idealismo Absoluto • Entende a realidade como espírito, não apenas como substância, mas como sujeito – realidade como processo. • A realidade como espírito possui vida própria, um movimento dialético. • Com o idealismo absoluto de Hegel, o idealismo fenomênico kantiano alcança logicamente o seu vértice metafísico. • Hegel fica fiel ao historicismo romântico, concebendo a realidade como vir-a-ser, desenvolvimento. • Este vir-a-ser, porém, é racionalizado por Hegel, elevado a processo dialético circular, emanentista. • Entende a realidade como espírito, não apenas como substância, mas como sujeito – realidade como processo. • A realidade como espírito possui vida própria, um movimento dialético. • Com o idealismo absoluto de Hegel, o idealismo fenomênico kantiano alcança logicamente o seu vértice metafísico. • Hegel fica fiel ao historicismo romântico, concebendo a realidade como vir-a-ser, desenvolvimento. • Este vir-a-ser, porém, é racionalizado por Hegel, elevado a processo dialético circular, emanentista. • “O botão desaparece no desabrochar da flor, e pode-se dizer que é refutado pela flor. Igualmente, a flor se explica por meio do fruto como um falso existir da planta, e o fruto surge no lugar da flor como a verdade da planta. Essas formas não apenas se distinguem mas se repetem como incompatíveis entre si. Mas a sua natureza fluida as torna, ao mesmo tempo, momentos de unidade orgânica na qual não somente não entram em conflito, mas uma existe tão necessariamente quanto a outra; e é essa igual necessidade que unicamente constitui a vida do todo.” • Dialética: embate + superação das contradições. • Não é um método ou uma forma de pensar a realidade, mas o movimento real da realidade. • Realidade: movimento em três momentos: • O ser-em-si (TESE) • O ser outro, ou fora-de-si (ANTÍTESE) • O retorno do ser-para-si (SÍNTESE) “A semente é o em-si da planta, mas ela deve morrer como semente e, portanto, sair fora-de-si, a fim de poder se tornar, desdobrando-se, a planta para si.” • A realidade para Hegel é um contínuo devir – Tese – Antítese – Síntese. • Um momento prepara o outro, mas para que esse outro aconteça, o primeiro deverá ser negado – é a espiral que não se fecha. • Compreender a dialética da realidade exige o afastamento do entendimento comum e a aproximação ao absoluto. • A consciência que atinge o saber absoluto alcança a razão. • O entendimento do absoluto conduz a razão à consciência da unidade entre ser e pensar, harmonizando subjetividade e objetividade. • O pensamento de Hegel se apresenta, portanto, como um sistema que permite pensar tanto a natureza (realidade física), quanto o espírito. • O autoconhecimento humano rumo ao desenvolvimento do espírito do mundo deve passar por três etapas: • A razão subjetiva: quando o espírito do mundo toma consciência de si mesmo no homem; • A razão objetiva: quando o espírito do mundo se conscientiza em nível social (família, sociedade civil e Estado); • A razão absoluta: quando a razão se manifesta na arte, na religião e na filosofia como consciência de si no contexto histórico. Relação entre Filosofia e História • A história é o desdobramento do espírito objetivo. • O espírito objetivo é a realização da liberdade na sociedade, e se manifesta no direito, na moralidade e na eticidade, englobando a família, a sociedade e o Estado. • O Estado político é o momento mais elevado do espírito objetivo – “o indivíduo só existe como membro do Estado”. • A história é uma contínua evolução da idéia de liberdade, que se desenvolve segundo um plano racional. Relação entre Filosofia e História • Conflitos, guerras, injustiças, dominações, deveriam, segundo Hegel, ser compreendidos como contradições – a mola dialética que move a história. • Todas as coisas existentes fazem parte de um plano racional e que, portanto, têm sentido dentro do processo histórico. “Tudo o que é real é racional, e tudo o que é racional é real”. SISTEMA O sistema de Hegel dá conta desse processo dialético em três fases: Lógica Natureza Espírito Lógica: O sistema começa dando conta do pensamento de Deus "antes da criação da natureza e do espírito finito", isto é, com as categorias ou formas puras de pensamento, que são a estrutura de toda vida física e intelectual. Todo o tempo, Hegel está lidando com essencialidades puras, com o espírito pensando sua própria essência; e estas são ligadas juntas em um processo dialético que avança do abstrato para o concreto. Se um homem tenta pensar a noção de um ser puro (a mais abstrata categoria de todas), ele encontra que ela é apenas o vazio, isto é, nada. No entanto, o nada "é". A noção de ser puro e a noção de nada são opostas; e no entanto cada uma, quando alguém tenta pensá-la, passa imediatamente para a outra. Mas o caminho para sair dessa contradição é de imediato rejeitar ambas as noções separadamente e afirmá-las juntas, isto é, afirmar a noção do vir a ser, uma vez que o que ambas vem a ser é e não é ao mesmo tempo. O processo dialético avança através de categoria de crescente complexidade e culmina com a idéia absoluta, ou com o espírito como objetivo para si mesmo. Natureza: A natureza é o oposto do espírito. As categorias estudadas na Lógica eram todas internamente relacionadas umas às outras; elas nascem umas das outras. A natureza, no entanto, é uma esfera de relações externas. Partes do espaço e momentos do tempo excluem-se uns aos outros; e tudo na natureza está em espaço e tempo e assim é finito. Mas a natureza é criada pelo espírito e traz a marca de seu criador. As categorias aparecem nela como sua estrutura essencial e é tarefa da filosofia da natureza detectar essa estrutura e sua dialética; mas a natureza, como o reino da "externalidade", não pode ser racional seqüencialmente, de modo que a racionalidade prefigurada nela torna-se gradualmente explícita quando o homem aparece. No homem a natureza alcança a autoconsciência. Espírito: Aqui Hegel segue o desenvolvimento do espírito humano através do subconsciente, consciente e vontade racional. Depois, através das instituições humanas e da história da humanidade como a incorporação e objetivação da vontade; e finalmente para a arte, a religião e filosofia, na qual finalmente o homem conhece a si mesmo como espírito, como Um com Deus e possuído da verdade absoluta. Assim, está então aberto para ele pensar sua própria essência, isto é, os pensamentos expostos na Lógica. Ele finalmente voltou ao ponto de partida do sistema, mas no roteiro fez explícito tudo que estava implícito nele e descobriu que "nada senão o espírito é, e espírito é pura atividade". Conclusões sobre sua filosofia: • A dialética Hegeliana : a contradição é o motor do seu pensamento. • Para ele, diversidade significa unicamente contradição. • “O absoluto por fim não é Senão aquilo que ele é na Realidade’’ Pressupôs que a historia da humanidade é um processo através do qual a mesma tem feito progresso espiritual e moral e avançado seu autoconhecimento. • Apoiou-se na fé de que a história é a representação do propósito de Deus e que o homem tinha agora avançado longe bastante para descobrir o que: • “ Ele é a gradual realização da liberdade humana”.