Idealismo é o nome que designa certo tipo de teoria filosófica, o qual, pelo menos desde Kant, foi também empregado por alguns filósofos para designar sua filosofia. O idealismo, lato sensu, abrange todas as doutrinas das idéias, tais quais as conhecemos desde Platão. A rigor, porém, possui ao menos três características distintivas: ontológica, epistemológica e ética. Como ontologia, o idealismo afirma a existência de entidades espirituais ou ideais – as idéias -, que não podem ser reduzidas a entidades materiais. Como epistemologia, defende a tese segundo a qual o mundo fenomênico, exterior, não é independente das representações dos sujeitos pensantes. E, como ética, propõe concepções normativas da fundamentação e justificação da ação humana, da práxis, a partir da razão, de princípios racionais. HEGEL Hegel, nascido na Alemanha, foi o principal expoente do idealismo alemão. Sua obra costuma ser apontada, com frequência, como o ponto culminante do racionalismo. Talvez, nenhum outro pensador tenha conseguido montar, como ele, um sistema filosófico tão completo. Entre suas principais obras estão Fenomenologia do Espírito, Princípios da filosofia do direito e Lições sobre a história da filosofia. PONTOS BÁSICOS PARA COMPREENSÃO DE SUA TEORIA 1º) O primeiro desses pontos é o entendimento da realidade como Espírito. Esse conceito, desenvolvido a partir da filosofia de Fichte e Schelling, é ampliado ainda mais em Hegel. Entender a realidade como Espírito, de acordo com a filosofia de Hegel, é entendê-la não apenas como substância, mas também como sujeito. Isso significa pensar a realidade como processo, como movimento, e não somente como coisa (substância). 2º) Movimento da realidade. A realidade, enquanto Espírito possui uma vida própria, um movimento dialético. Por movimento dialético, Hegel quer caracterizar os diversos momentos sucessivos pelos quais determinada realidade se apresenta. Nesse exemplo, Hegel ressalta que a realidade não é estática, mas dinâmica, e em seu movimento apresenta momentos que se contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um crescente auto-enriquecimento. Esse desenvolvimento, que se faz através do embate e da superação de contradições, Hegel denominou dialética. Hegel compreende esse movimento do real, ou do Espírito que se realiza, como um movimento que se processa em três momentos: o primeiro, do ser em-si; o segundo, do ser outro ou fora-de-si; e o terceiro, que seria o retorno, do ser para-si. Esses três momentos são comumente chamados de TESE, ANTÍTESE E SÍNTESE. Hegel os concebe como um movimento em espiral, ou seja, um movimento circular que não se fecha, pois cada momento final, que seria a síntese, se torna a tese de um movimento posterior de caráter mais avançado.