Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública SILVANA DAMASCENO BENASSI POLÍTICAS PÚBLICAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Maringá 2011 2 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública SILVANA DAMASCENO BENASSI POLÍTICAS PÚBLICAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Prof. Dr. Francisco Giovanni David Vieira. 3 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública SILVANA DAMASCENO BENASSI POLÍTICAS PÚBLICAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em ___/___/2011 Professor Francisco Giovanni David Vieira, Dr. (orientador) Assinatura Professor ........................................................., Dr. Assinatura Professor ........................................................., Dra. Assinatura 4 POLÍTICAS PÚBLICAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL Autora: Silvana Damasceno Benassi: Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM – PR. RESUMO Neste artigo, discute-se a inter-relação entre políticas públicas e responsabilidade social, bem como a importância da gestão da administração pública voltada à promoção do bem estar. Utilizou-se da metodologia de pesquisa bibliográfica e complementou-se com o estudo de caso da Política Pública Tarifa Social da Sanepar – Cia de Saneamento do Paraná. No desenvolvimento deste observa-se que o Estado tem passado por ciclos de construção e reconstrução, com fatos que se renovam e que por si só exigem revisão e busca constante por novas teorias e práticas de gestão pública. Aborda a importância da apresentação de estruturas que atendam às demandas da sociedade, com responsabilidade, ética e transparência, e que o planejamento, deve propor práticas de políticas públicas que efetivamente se coadunem com a responsabilidade social do novo Estado. Analisa-se que uma sociedade comprometida, desenvolve ações e diagnostica os problemas que permeiam a educação, segurança, saúde, transporte, habitação e a partir dessas subsidia o Estado na elaboração de políticas públicas viáveis e justas. A seção quatro retrata a aplicação de uma política pública no Estado do Paraná, com proposta de tarifa social como benefício para famílias carentes. Concluo esclarecendo que por meio das políticas públicas, o Estado compreende sua responsabilidade social e passa a ser um facilitador e regulador do crescimento econômico e social, e promotor de transformação na qualidade de vida da sociedade. PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Responsabilidade Social. Atores Sociais. Planejamento. Estado. 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 6 2. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 7 2.1 Políticas Públicas ................................................................................. 7 2.2 Responsabilidade Social .................................................................... 12 3. INTER-RELAÇÃO ENTRE POLÍTICAS PÚBLICAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL ............................................................... 14 4. ESTUDO DE CASO TARIFA SOCIAL DA SANEPAR ............................. 16 4.1 Perfil da Sanepar ................................................................................. 17 4.2 O Benefício da Tarifa Social .............................................................. 17 5. CONCLUSÃO ............................................................................................. 20 6. REFERÊNCIAS ...........................................................................................22 6 1. INTRODUÇÃO Diversos são os trabalhos de pesquisa desenvolvidos sobre os temas Políticas Públicas e Responsabilidade Social. Objetiva-se desenvolver este artigo conduzindo-o a uma compreensão da importância da inter-relação entre esses temas, bem como entender que uma é desenvolvida para atender a outra. O sistema político apresenta-se desgastado, desacreditado. A história referencia a decadência do Estado nas questões sociais, culturais, econômicas em períodos específicos, conforme Santos (2009). Porém, para Pomponet (2008), a sociedade sempre se apresentou solidária na busca de soluções de problemas que afetam todas as classes, e os diversos atores sociais orquestram ações que objetivam a recuperação do Estado, por meio da construção de Políticas Públicas. Apresentado em quatro seções, que encerram as discussões pertinentes ao tema, o artigo inicialmente, analisa os conceitos de política pública e de responsabilidade social separadamente. A partir disso, subsidia na compreensão da inter-relação entre os temas e aglutina os conceitos para a construção do conhecimento. Compreende-se como preceito do Estado desenvolver políticas públicas que assegurem à sociedade os serviços de educação, segurança, saúde, voltadas à promoção de uma vida digna, justa e solidária. Encontra-se no desfecho um referencial de política pública desenvolvido na gestão administrativa do Estado do Paraná, em que famílias paranaenses pagam tarifa social pelos serviços de acesso ao saneamento básico, serviços considerados essenciais à saúde e qualidade de vida. Evidencia-se uma curva descendente do número de beneficiados em decorrência da recuperação do poder aquisitivo da população, graças à responsabilidade da gestão pública no desenvolvimento de políticas que promovam o bem comum, com responsabilidade social. Com base nas pesquisas realizadas, objetiva-se compreender a interdependência entre os temas, considerando-se de relevante importância o desenvolvimento de políticas públicas com responsabilidade social para a construção de uma sociedade sustentável, onde todos os atores sociais são instigados a desempenharem suas funções repensando as questões legal, estrutural, social e ambiental. 7 2. REVISÃO DA LITERATURA A literatura que embasa esse artigo traduz o avanço social alcançado pelo poder público, em se tratando de políticas públicas e responsabilidade social. Para autores como Rua (2009), Vieira (2007), Ribeiro (2008), é importante a compreensão, o entendimento sobre a necessidade de criar políticas públicas para o desenvolvimento do Estado, bem como analisar o comportamento e o comprometimento dos atores sociais na construção dessas políticas atreladas à responsabilidade social. 2.1. Políticas Públicas Diversas são as versões que traduzem o significado da expressão Políticas Públicas. Mas, alguns autores entendem como complexa essa tarefa, haja vista a dinâmica da sua formulação e sua operacionalização. De acordo com Vieira e Abreu (2007), sabe-se que as políticas públicas envolvem a organização da sociedade civil, os interesses de classes, os partidos políticos e agentes responsáveis pela sua elaboração, operacionalização e controle. Disponíveis nas literaturas da administração, os conceitos de política e de política pública são similares, portanto apresentam-se com pouca diferença, sendo complementares. Para tanto, sugere-se aqui, apresentar separadamente os conceitos de Política e Política Pública. A palavra política tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados" (Bobbio, 2002). Para Schmitter (1984), política é a resolução pacífica de conflitos. Trata-se de uma definição simplista. Rua (2009) afirma que: “este conceito é demasiado amplo, discrimina pouco. É possível delimitar um pouco mais e estabelecer que a política consiste no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos. (Rua, 2009, p.17). 8 Para Ribeiro (2008) Política Pública é definida como um conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, no caso do Brasil, nas esferas federal, estadual e municipal, com vistas ao bem coletivo. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não governamentais e, como se observa mais recentemente, com a iniciativa privada. Observa-se a interação entre os conceitos, cabendo ressaltar a importância da existência de políticas para sanar ou minimizar as problemáticas oriundas da questão e da gestão pública. É sabido das situações de risco a que eram e são expostas a sociedade, quando nos reportamos às ações do Estado, onde os conflitos constantes traduzem as diferenças dos interesses dos atores políticos e sociais encontrados nos diversos setores da sociedade. Diante do exposto, e considerando-se ser de responsabilidade do Estado a manutenção da ordem, cabe a esse ser um facilitador e regulador na sociedade em detrimento da atuação como provedor de bens e serviços e de crescimento econômico e social. Ferreira (2008) descreve que os atores devem atuar em conjunto após o estabelecimento de um projeto a ser desenvolvido, deixando claras as necessidades e obrigações das partes, e entendendo que as diferenças devem ser sanadas para que a política pública seja viabilizada. Desta feita, observa-se a necessidade de planejamento, por meio do qual sejam esclarecidas as demandas, bem como definidas as obrigações das partes para fazer convergir os deveres e direitos do cidadão, objetivando também promover a construção de uma sociedade justa e solidária. Para Pomponet (2008), faz-se necessário recobrar a situação degradante em que se encontrava a gestão pública, e que nossa sociedade, é herdeira de tradições de práticas de políticas escravocratas, patrimonialistas e oligárquicas. Paradoxal aos modelos passados, os modelos contemporâneos de governança permitem o eminente crescimento das camadas sociais subjugadas e consequentemente aumentam a responsabilidade do Estado. Neste sentido, espera-se muito na construção de um novo Estado, diferente do que já tivemos em tempos passados. O Estado Brasileiro, ao longo de sua existência, apresentou-se flexível às transformações que inevitavelmente aconteceram. Gomes (2008 e 2010) e Vicentino (2001), referenciam que nesses pouco mais de 500 anos, a história demonstra a importância dos fatos ocorridos, os quais propiciaram a promoção efetiva de mudanças que culminaram com um Estado livre, onde as questões sociais, 9 econômicas, religiosas, culturais e políticas apresentaram avanços significativos na construção de um país sustentável, responsável e desenvolvido. Ao longo desse período, a ocorrência de diferentes ondas de mudanças, incitou a gestão pública a desenvolver ações de co-responsabilidade com prática voltada para a construção de ações que vislumbrem o bem comum. Siman (2005)1 apresenta os modelos de políticas como: modelo institucional; de processo; da teoria do grupo; elitista; racional; incrementalista; da teoria dos jogos; e modelo da teoria de sistema. Os modelos e conceitos atribuídos a seguir, indicam a importância do conhecimento para a compreensão do processo que envolve uma política pública: a) O modelo institucional referencia o Estado como a instituição responsável pela produção de políticas públicas. Em razão da dependência total no Estado, bem como da gestão feita por indivíduos ou grupos, esse modelo pode defender certos interesses em detrimento de outros. Trata-se de um modelo que pode provocar importantes conseqüências nas políticas públicas desenvolvidas. b) O modelo de processo considera a política como uma série de atividades que agrupadas formam o processo político. Nesse modelo, não se considera a compreensão do conteúdo, mas como as decisões são e podem ser tomadas. c) O modelo da teoria do grupo admite a política como responsável pelo equilíbrio entre os interesses de diferentes grupos. Esses grupos intercedem junto ao governo pelos interesses da sociedade. Ressalta-se que a composição desses é determinada pelo número de participantes, pela riqueza, pelo grau de organização e liderança é que define a capacidade de negociação de barganha na reformulação da política pública. d) O modelo elitista considera a política como resultado de preferências e valores de elites governamentais. Nesse modelo, as pessoas são facilmente manipuladas, restando-lhes apenas como prerrogativa direito de serem eleitores. A elite é a classe pensante, e aos demais cabe a obediência. e) O modelo racional sustenta que a política é o cumprimento eficiente de metas. Estabelecem-se os projetos e seus resultados seguem uma metodologia para Considerações a partir do trabalho de pesquisa feito por Dye, em 1981, “que identifica os vários paradigmas de análise existentes na literatura, mostrando as vantagens e desvantagens de cada um deles”. (Siman, 2005, p. 2838) 1 10 o alcance das metas, definindo-se como, quem, quando, quanto, porque, onde serão aplicados os recursos. Esse modelo é limitado, se consideradas as capacidades técnicas dos atores que compõem a gestão administrativa. Ora o planejamento seguido pode apresentar resultado positivo; ora não. f) O modelo incrementalista observa a continuidade de atividades governamentais entre gestões, incrementando modificações em algumas delas. Nesse modelo, os representantes legitimam programas estabelecidos por outros governos, apenas propondo incrementação para efetivar sua continuidade, visto que não é permitido perder os investimentos realizados nos referidos programas. g) O modelo da teoria dos jogos vê a política como escolha racional em situação competitiva. Nesse modelo, não importa como os indivíduos decidem, mas como eles escolhem entre as opções diante das circunstâncias que lhes são apresentadas. h) O modelo da teoria de sistemas defende que a política é definida como resposta de um sistema político a forças geradas no ambiente. Nesse modelo o sistema é alimentado por demandas geradas na sociedade (inputs); processadas as políticas públicas estabelecidas, e os programas transformados em resultados (outputs). A Figura 1 resume esse modelo. Embora cada modelo de política acima mencionado apresente características peculiares, considera-se que suas metodologias são plenamente aplicáveis conforme as demandas advindas da sociedade. Dentro da ótica dos conceitos apreciados e sobre os distintos modelos de políticas, observa-se que o modelo da teoria de sistemas, sintetiza o sistema político, que independente do modelo, podese ser formulado por inputs (entradas) e outputs (saídas) e o conjunto constitui uma estrutura de componentes que retrata o ambiente social, político, econômico, cultural, de uma comunidade, de um local. Para compreender o significado de políticas públicas, com premissas voltadas à responsabilidade social, faz-se necessário considerar o “ciclo das políticas”. Rua (2009) afirma que a correta compreensão do ciclo das políticas pode ser de grande valia para o gestor, auxiliando-o na reflexão sobre como e mediante quais instrumentos as políticas poderão ser aperfeiçoadas. Portanto, deve-se considerar a 11 sequência lógica das etapas e respeitar as fases do processo de produção de uma política pública, tendo em vista a importância de cada uma delas e a interdependência entre si. Rua (2009) descreve que o ciclo compreende quatro etapas para a elaboração de uma política pública, de acordo com o observado na Figura 1. Cada etapa contempla fases específicas do processo, sendo: Etapa 1: Formação da Agenda, Definição do Problema e Avaliação do Problema. Etapa 2: Formação de alternativas e Tomada de decisão. Etapa 3: Implementação e Monitoramento. Etapa 4: Avaliação e ajustes. Entende-se como imprescindível o respeito ao cumprimento dessas etapas no que tange à necessidade de se obter resultados significativos que reflitam como as políticas surgem, estruturam-se e tornam-se diretivas de governo em situações específicas. ETAPA 4 Avaliação e Ajuste ETAPA 3 Monitoramento e Implementação ETAPA 1 Formação da Agenda; Definição do Problema e Análise do Problema ETAPA 2 Formação de Alternativas e Tomada de Decisão Figura 1: Ciclo das Políticas Públicas Fonte: Adaptado. Rua (2009, p.36) Seguir as orientações de cientistas ou estudiosos sociais e políticos facilita a compreensão e execução de projetos e converge com a formulação de políticas efetivas que promovem e nivelam as diferenças sociais, culturais, religiosas, étnicas, entre outras. Identificam-se os atores e seus recursos de poder, bem como a relevância que esses têm na definição das políticas públicas, quer na esfera pública, quer na gestão privada; quer no sistema nacional, quer no internacional; enfim. Portanto, é mister constar que a política pública seja reconhecida como instrumento primordial na resolução pacífica de conflitos e efetivamente promova a igualdade social. 12 2.2. Responsabilidade Social Embora seja um tema relativamente novo, diversas versões poderão ser encontradas na literatura acerca do termo Responsabilidade Social. Contudo, tratase de um tema demasiado abrangente, porém ainda em construção, cujo desfecho inevitavelmente indicará ações dos diversos atores sociais voltadas à elaboração de uma sociedade justa, igualitária, que prima pelo bem comum, por meio da ética, da transparência, do respeito. Afinal, cogitar sociedade é pensar num termo cuja dinamicidade é constante, haja vista as ondas de mudanças que por ela permeiam. Fernandes (2000) assegura que “Responsabilidade Social consiste no somatório de atitudes assumidas por agentes sociais – cidadãos, organizações públicas, privadas com ou sem fins lucrativos – estreitamente vinculadas à ciência do dever humano (ética) e voltadas para o desenvolvimento sustentado da sociedade.” Trata-se de um conceito abrangente, de fácil compreensão, que implicitamente valoriza as questões legal, econômica, social, política que envolvem o processo de formação de uma política pública, com o reconhecimento da necessidade de constar a responsabilidade social como um diferencial. É oportuno referenciar que a responsabilidade social não é exclusiva das organizações públicas. Passador (2002) considera que com a globalização dos mercados, surgem novas exigências para as organizações privadas, onde se faz necessária a reformulação profunda da cultura e da filosofia, bem como um reestudo do seu papel nesse novo cenário. Entende-se que os cenários, nacional e internacional, acenam para a construção de uma sociedade responsável, tendo em vista a eminente necessidade das organizações quer privadas quer públicas, desenvolverem ações que garantam suas permanências no mercado globalizado. Os problemas da sociedade contemporânea desencadeiam exigências imprescindíveis ao desenvolvimento de uma reforma que coadune com a reconstrução do Estado. Um Estado mais responsável nas áreas social, ética, ambiental, política, econômica, educacional e demais. Ressalta-se, entretanto, a importância que deve ser dada ao quesito coletividade, pois todo o desejo de transformação da sociedade deve perpassar pela vontade de mudar para o bem comum, para o todo e pelo todo. 13 Ashley (2003) define numa visão expandida, que Responsabilidade Social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Nos conceitos referenciados, percebe-se que a responsabilidade social transcende os limites da gestão pública, atingindo-se as organizações privadas, transformando a questão relacional entre esses. As empresas passaram a incutir em seus planejamentos e em seus cotidianos os conceitos de responsabilidade social e o setor público, entende que não é dever seu ser único provedor do bem-estar social. A interdependência entre os atores é salutar para a consecução de resultados positivos, haja vista a existência de demandas comuns para os stakeholders. Para Santos (2009), esse tema adveio das condições precárias encontradas num sistema falido, cujas contendas políticas desencadeavam problemas sociais concretos e recorrentes. Quando se cogita sobre o atendimento às necessidades básicas para o desenvolvimento humano e social, citados anteriormente e compreendidos como responsabilidade do Estado, assegurar o bem estar da sociedade passa a ser uma preocupação premente da gestão pública, embora interesses exíguos de governantes justifiquem a ausência do reconhecimento dos direitos cabidos a essa. Para Knopp (2010), a sociedade se organiza e por meio da cooperação e ação conjunta e concertada, processa novos arranjos e conjectura a possibilidade de desfrutar digna, democrática e merecidamente de uma melhor qualidade de vida, propondo a construção de um novo Estado. Observa-se uma onda de atuações pelos diversos setores da sociedade nas áreas consideradas de competência do Estado, que por sua vez tem se apresentado pouco eficiente na resolução das questões sociais. Ora por entraves legais, ora por pouco interesse dos dirigentes. Entende-se que ao Estado cabe a função de dispor recursos para atender às demandas sociais, compreendendo que seu papel é minimizar as desigualdades sociais. A responsabilidade social do estado ocorre quando os gestores políticos decidem por desempenhar seu verdadeiro papel de administrador do bem público e representante escolhido para defender os direitos de uma sociedade que necessita ter seus anseios básicos atendidos. Ressalta-se a importância da ação conjunta dos atores sociais, para que seja possível a realização de práticas com responsabilidade social voltadas para o bem estar da sociedade como um todo. Nisto implica a 14 atuação entre o Estado e a sociedade civil, de maneira organizada, em que o respeito pelos direitos e deveres de cada um é imprescindível para a obtenção de resultados que reflitam a atenção às necessidades dos grupos. 3. A INTER-RELAÇÃO RESPONSABILIDADE SOCIAL ENTRE POLÍTICAS PÚBLICAS E As análises corroboram a importância da relação binomial entre Políticas Públicas e Responsabilidade Social. É imprescindível a compreensão efetiva da necessidade em desenvolver políticas públicas que atendam às demandas da sociedade que se organiza e clama por garantias de qualidade de vida. Trata-se de um processo dinâmico, em que mudanças constantes ocorrem e requer dos atores sociais atuação em diferentes papéis; ora subsidiando nas ações que promovem avanços, ora intervindo em ações que estagnam o Estado. À luz das diversas abordagens (Passador, 2002; Silva, 2010; Pomponet, 2008 e Ashley, 2003), pode-se refletir sobre a importância da influência dos atores sociais no entorno da responsabilidade social para a construção de políticas públicas. É pertinente observar que a relação entre as políticas públicas e a responsabilidade social ocorre na busca pela produção do bem comum. É sabido que o cenário nacional e internacional, nas décadas de 80 e 90, era desolador no que tange às questões estruturais e funcionais do Estado. Durante anos, coube a esse garantir o direito ao atendimento a demandas sociais de comunidades, e diante dessa obrigação, o Estado observa a necessidade de propor mudanças conjunturais, das quais advém a possibilidade de estabelecer uma nova forma de governo. Pomponet (2008) entende que a partir da Constituição de 1988, com o advento da redemocratização para a implantação de Políticas Públicas relevantes e com uma maior responsabilidade social, a administração pública entrou em nova fase, com uma cooperação efetiva da sociedade. Percebe-se como a interrelação existente é influenciadora de resultados. Para Knopp (2010), a exigência voltada à construção de uma estrutura de governo que objetive novas políticas orientadas à individualização das responsabilidades e à aplicação de princípios éticos, conduzirá o Estado ao caminho da responsabilidade social. A atuação coletiva dos atores sociais faz convergir e orquestrar ações que contribuem na elaboração de políticas públicas e de programas voltados para a 15 responsabilidade social. Knopp (2010) ressalta que essa atuação pode otimizar os recursos e competências, maximizar a eficiência e eficácia coletiva, bem como minimizar as falhas de atuação isolada. Contudo, é imperativo ressaltar a importância da intervenção da lei para a manutenção da ordem e a garantia da imparcialidade quando da geração de uma política pública, possibilitando sua legitimidade social e política. O portfólio de políticas públicas ofertado pelos planos de governo apresenta uma lista de ações sociais que objetivam atender às carências existentes nas áreas econômica, cultural, social, política, entre outras. Trata-se de propostas advindas de estudos originados na sociedade que aguardam resoluções da administração pública, direcionadas à responsabilidade social. Essas resoluções propiciarão um sistema alimentado por demandas sociais que nortearão a construção de políticas públicas que efetivamente atendam aos anseios dos stakeholders. Pode-se observar a formação da sociedade e seus diferentes atores, considerando-se como um sistema a partir do modelo proposto na Figura 22. Entende-se que o modelo é atual e, embora voltado para a compreensão do modelo de governança social, retrata a importância da interação entre os atores sociais, percebendo como ideal a inter-relação entre eles e considerando suas diferentes funções e interesses, imbuídos num ideal de sociedade civil que sirva como um referencial. O modelo apresentado pode ser utilizado como ferramenta para reconhecer, de acordo com Knopp (2010), não só a multiplicidade, a heterogeneidade e as racionalidades de atores, mas também suas distintas funçõesobjetivos e interesses envolvidos. Observa-se uma relação com o modelo da teoria de sistemas, em que o sistema político é totalmente dependente das ações externas a ele, podendo ser legal, cultural, econômica e outras. 2 Citado por Knopp, o modelo foi extraído da obra Publicização e Organizações Sociais: construindo organizações multicêntricas. Elaborado por Martins, em 1998, p. 1-11. 16 Figura 2: Governança Social Fonte: Knopp (2010, p. 5) 4. ESTUDO DE CASO – TARIFA SOCIAL SANEPAR A preocupação no desenvolvimento de Políticas Públicas para o bem comum é relevante na busca de projetos que promovam o bem-estar com responsabilidade social. A ausência de saneamento desencadeia o surgimento de doenças hídricas, degradação ambiental, o comprometimento da sustentabilidade, enfim. Preocupado com esses prejuízos, o governo considera a possibilidade de transformar a saúde pública por meio de investimentos no saneamento básico, implementando ações inovadoras, dentre as quais se destaca a implantação de uma agência reguladora, responsável pela regulação do uso das águas de rios e lagos e pelas discussões sobre o tema, a ANA – Agência Nacional das Águas, autarquia federal criada pela Lei 9984/2000, no governo Fernando Henrique Cardoso, em 17 de julho de 2000, sancionada pelo então Presidente da República em exercício, Marco Antônio Maciel. A política pública para o saneamento propicia ao Estado minimizar riscos da saúde e maximizar a qualidade de vida. De acordo com a Funasa (2010) – Fundação Nacional de Saúde, cada real investido em saneamento ambiental, gera economia de quatro reais em saúde (www.funasa.gov.br). O Governo do Paraná, conhecedor dessa relação, procura implementar a política pública de saneamento e disponibiliza um benefício social que subsidia os valores tarifários, cujos valores 17 propostos referem-se a um desconto significativo, em que a família carente paga pelo consumo mínimo o referente a 30% da tarifa normal. 4.1 Perfil da Sanepar - Companhia de Saneamento do Paraná Criada em 1963, a Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar, tem como compromisso universalizar o acesso ao saneamento, levando os serviços de fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto sanitário para mais paranaenses e assim melhorar suas condições de saúde e qualidade de vida. Atualmente, das 2.611.099 de residências atendidas, 164.543 são beneficiadas com a tarifa social, conforme observado na Tabela 2. Atualmente opera, por meio de contratos firmados com prefeituras, em 344 municípios do Estado do Paraná e 1 de Santa Catarina, além de 281 distritos ou localidades de menor porte. Atende com água tratada 9,0 milhões de pessoas, que representa 100% da população urbana e com sistema de esgotamento sanitário 5,4 milhões de pessoas, o que representa 60% da população urbana, conforme apresentado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS2010). Observa-se o compromisso da instituição quanto à forma de elaboração de políticas para o desenvolvimento sustentável, cuja gestão está voltada para eficiência operacional e para os resultados econômicos, principalmente para atender às normas e diretrizes da agência reguladora ANA. 4.2 O benefício da Tarifa Social Como política de inclusão social na sua área de atuação, a Sanepar realiza o programa Tarifa Social. Com o objetivo de universalizar o acesso à água potável e ao esgoto sanitário, o programa inclui milhares de famílias paranaenses no sistema de abastecimento. Essas famílias pagam tarifa reduzida pelos serviços de saneamento. O benefício da Tarifa Social atende famílias “com limitações financeiras”, que pagam tarifas reduzidas pela disponibilidade de água tratada e esgoto coletado, valores esses que se enquadram perfeitamente no orçamento das famílias que se 18 encontram em condições comprometedoras de desigualdade social. A Tabela 1 identifica esses valores: Tarifa Social Tarifa Normal Desconto Até 10m³ Até 10m³ % Água 5,80 18,97 30,57 Água + Esgoto 8,70 35,05 24,82 Tabela 1: % Relação Tarifa Social x Tarifa Normal Fonte: Cia de Saneamento do Paraná - 2011 São beneficiadas pelo Programa Tarifa Social, as famílias que moram em imóveis com até 70 m2 de área construída e que tenham rendimento de, no máximo, dois salários mínimos por mês. Além disso, o consumo mensal de água não deve ultrapassar 10 metros cúbicos. Até essa faixa de consumo, o valor da tarifa reduzida para abastecimento de água tratada é de R$ 5,80. Caso o beneficiário utilize o serviço de esgotamento sanitário, são acrescidos R$ 2,90 à conta. Cerca de 700.000 paranaenses são beneficiados pela Tarifa Social. O benefício representa uma economia de R$ 36 milhões anuais para essas famílias. jan/02 dez/06 set/11 Ligações Residenciais 1.796.630 2.065.773 2.611.099 Categoria 13 21.985 349.607 164.543 % Famílias Beneficiadas 1,22 16,92 6,3 Tabela 2: % Relação Ligações Residenciais x Categoria 13 Fonte: Cia de Saneamento do Paraná - 2011 As informações disponibilizadas na Tabela 2 e no Gráfico 1, refletem a importância da implantação de uma política pública com responsabilidade social. Salienta-se que a tarifa social foi implantada em jan 2002. A implantação do programa ocorreu de forma gradativa, haja vista a necessidade em promover o provisionamento de recursos para atender às demandas desse. O governo optou por ampliar as informações à medida que estivessem disponibilizadas as estruturas do processo para o cumprimento dos objetivos, por essa razão, na ocasião havia um parco conhecimento da população, quanto à existência desse benefício, o que é demonstrado pelo baixo número de famílias beneficiadas. Ao longo do período estudado, observa-se uma significativa ascensão, dada 19 estrutura efetiva do programa o que possibilitou sua ampla divulgação, e propiciou que em dez/2006, esse atingisse o ápice com o maior número de famílias cadastradas dentro do período, conforme visto na Tabela 2. Gráfico 1: Comportamento da Tarifa Social – jan 2002/set 2011 – Bimestral Fonte: SIS Sanepar – Sistema de Informações Sanepar - 2011 No decorrer de 2006 a 2011, observa-se que a curva descende, apresentando o decréscimo no cadastro, quando em set/2011, confirma-se o número de 164.543 famílias beneficiadas, do total de 2.611.099 famílias na Sanepar. Estudos realizados pela Sanepar confirmam que no período de 2006 a 2011, gradativamente famílias foram descadastradas principalmente por não atender ao requisito de acesso, que orienta e limita a renda, exigindo ser igual ou inferior a 2 salários mínimos. Entende-se que esse fator decorre do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o aumento do número de empregos formais e informais, pela instituição do programa Bolsa família, e outros possibilitando que essas famílias aumentassem sua capacidade no poder de compra e perdessem o benefício. 20 Quanto à família beneficiada, o desconto permite sobras no orçamento para investir em vestuário, alimentação, educação, saúde, cultura. Esse fator, embasado nas políticas públicas, reflete o baixo número de famílias subsidiadas em 2011, pois apenas 6,3% das famílias paranaenses se beneficiam desse programa. Embora os números que refletem os benefícios sejam maiores em set/2011 que em jan/2002, deve-se levar em consideração os cenários social, econômico, cultural, populacional e que em 2002, era restrito o acesso às informações, por se tratar de um projeto em construção, o qual foi aos poucos implementado e recursos foram provisionados para ampliação do atendimento ao benefício. Observa-se que a Tarifa Social é uma política pública elaborada a partir de uma demanda social, porém estruturada para o atendimento da responsabilidade social. É um programa que reconhece os atores sociais como facilitadores do processo. O governo promove a política pública que dá à sociedade o acesso ao saneamento básico ao mesmo tempo em que promove a responsabilidade social sustentável, pois incentiva a economia do produto água, que é um bem esgotável e subsidia no desenvolvimento econômico do Estado. Portanto, é legítimo assegurar que pode haver uma inter-relação entre uma política pública e a responsabilidade social, pois é dever do Estado, donde advém as políticas públicas e por meio das quais assegura o atendimento às necessidades das classes sociais, elaborar propostas que evitem conflitos, inseguranças e desordem social, e tornem a sociedade mais justa e solidária, com base nos conceitos da responsabilidade social. 5. CONCLUSÃO A análise do artigo, à luz dos conceitos nele referenciados, está voltada à compreensão da existência da inter-relação entre políticas públicas e responsabilidade social. Optar por estudar os temas separadamente, foi uma providência salutar em razão de necessidade de entender inicialmente, cada um deles, bem como da importância que um tem para com o outro. Observou-se uma preocupação do gestor público em direcionar suas ações ao atendimento do bem estar da sociedade, 21 atendo-se a práticas que efetivamente culminem com a responsabilidade social e sustentabilidade. O Estado contemporâneo, por meio dos seus atores sociais, está voltando suas ações para a construção de um Estado responsável e sustentável. Exige-se que a gestão pública envide mais esforços no sentido de atender ao clamor de uma sociedade que honra seus compromissos. Trata-se de cidadãos que, aos poucos, fazem a diferença quando da organização de ações conjuntas, cujo intento maior deve ser a promoção do bem comum. Diante dos descasos, principalmente com as questões sociais, a sociedade assume um papel importante no que tange a busca por seus direitos. Observa-se que sua postura é diferente, em que exige dos gestores públicos o compromisso na resolução de problemas sociais, econômicos, morais, éticos e políticos, vislumbrando a condução do país ao patamar de nação desenvolvida. É salutar a promoção de políticas públicas embasadas na responsabilidade social, principalmente se essas tiverem sua origem nas ações em que os atores sociais desempenham suas funções direcionando-as para a promoção do bem estar da sociedade. Analisar uma política pública que traga em seu cerne a responsabilidade social foi proveitoso, tendo em vista que pode uma demanda social promover a ação da gestão pública, e por sua vez essa elaborará sua política pública a qual inevitavelmente, atenderá a uma responsabilidade social. O estudo de caso, estabelecido como referencial de política, demonstra que a seriedade com a coisa pública deve compor a pauta dos agentes públicos. Contudo, conclui-se que é legítimo assegurar que pode haver uma interrelação entre uma política pública e a responsabilidade social, sem que sejam sacrificados os atores sociais e suas funções-objetivos dentro processo. Portanto, não cabe mais apenas ao Estado a condição da promoção do bem estar, a sociedade também é responsável, pois se algo na gestão pública não resultar em política para o bem de todos, cabe enfim à sociedade se organizar e apresentar uma solução que traga os benefícios esperados. 22 6. REFERÊNCIAS ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva, 2003. BOBBIO, Norberto et al. Dicionário de Política. 12 ed. Brasília: UnB, 2002. 2V. CANONICE, Bruhmer César Forone. Normas e padrões para elaboração de trabalhos acadêmicos. 2.ed. Maringá: EDUEM, 2007. CHEIBUB, Zairo B.; LOCKE, Richard M. Valores ou interesses? Reflexões sobre a responsabilidade social das empresas. 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