ECONOMIA FAMILIAR, PROMOTORA DE ATIVIDADE E EMPREGO Etimologicamente, a palavra economia relaciona-se com a casa; no entanto, a ciência e a política económicas menosprezaram a economia familiar e concentraram-se, fundamentalmente, na realidade mercado. Daí resultou não só o menosprezo dessa economia mas também o das pessoas nela envolvidas. A economia familiar integra, pelo menos, três componentes: a economia doméstica; a empresa familiar; e a gestão integrada. Na economia doméstica, incluem-se todas as atividades relacionadas com a subsistência e desenvolvimento da família e de cada um dos seus membros. Nela se integram a obtenção e a confeção de alimentos, bem como a aquisição, a utilização racional e a gestão de inúmeros outros bens. Por isso, não se reduz à função de consumo; na verdade, ela inclui a dimensão profissional dos seus membros, a repartição de rendimentos no seu interior e até no exterior, a preocupação permanente com a viabilidade económico-social e uma visão prospetiva. Se, porventura, as atividades realizadas no interior das famílias contassem para o produto interno bruto (PIB), o seu contributo seria considerável; imaginemos quanto valeriam essas atividades se fossem pagas em termos de mercado. A empresa familiar inclui-se no conjunto das empresas do país e conta para o PIB. Nela, a agricultura, o artesanato, vários ofícios, o comércio, oficinas, fábricas e prestação de serviços constituem exemplos das suas atividades; estas, interligadas com a economia doméstica, verificaram-se ao longo da história, mantêm hoje o seu dinamismo, e tudo leva a admitir que assim continuem no futuro. É possível e desejável que a subcontratação, o trabalho via net, o franchising, a difusão de oportunidades de negócio, a existência de cadeias de comercialização, o incremento do espírito empresarial, o cooperativismo... contribuam significativamente para o desenvolvimento da empresa familiar e para a respetiva criação de emprego sustentável. (Continua) Acácio F. Catarino (Publicado no Correio do Vouga de 08.07.15)