Aline Chierighini_METODOLOGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

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METODOLOGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM: OBSEVAÇÃO E
REFLEXÃO.
Acadêmica: Aline Chierighini
Orientadora: Profa. Paula Alves de Aguiar
RESUMO
Este estudo apresenta um recorte de uma pesquisa qualitativa que
buscou conhecer a concepção de uma professora do Curso de Técnico em
Química do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia de Santa CatarinaCâmpus Florianópolis acerca das metodologias de ensino-aprendizagem. A
coleta de dados deu-se por meio de entrevista estruturada com a professora
em questão e observação participante em sala de aula, entre setembro e
novembro de 2014. Os discursos revelaram a necessidade de incorporação de
metodologias ativas e de uma relação dialógica que permita superar o poder
estabelecido e a separação entre teoria e prática.
Palavras chaves: Metodologia, ensino-aprendizagem, educação
ABSTRACT
This study was to analyze the design of a teacher of the Technical Course in
Chemistry at the Federal Institute of Science and Technology of Santa Catarina
Campus Florianopolis about teaching and learning methodologies. Data
collection occurred through structured interviews with the teacher in question
and participant observation in the classroom, between September and
November 2014. The speeches highlighted the need to incorporate active
methodologies and a satisfactory relationship that overcomes the established
power and the separation between theory and practice. The following will
present the results of qualitative research on teaching methodology that guided
this work.
Keywords: Methodology, teaching-learning, education
“Diga-me e eu esqueço
Ensina-me e eu lembro
Envolva-me e eu aprendo!”
(Confúcio)
INTRODUÇÃO
Durante o segundo semestre do ano de 2014, do curso de Licenciatura
em Ciências da Natureza- Habilitação Química do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – Campus São José, na
disciplina de Estágio Supervisionado de Observação II, teve como proposta
observar cinco aulas do curso integrado de química no IFSC- Câmpus
Florianópolis.
Meu objetivo com as observações foi me aprofundar no tema
“Metodologia de ensino e aprendizagem”. Desde de muito nova sempre estive
inserida no universo da educação, não só como aluna, mas como sobrinha de
professoras. No decorrer do meu percurso educativo pude perceber diversos
métodos de ensino e aprendizagem, esse fato sempre me chamou muito a
atenção e me fez questionar quais são as metodologias e quando devo
observá-las.
Ao longo do estágio, deparei-me com a oportunidade de conhecer
efetivamente formas de metodologia do ensino da química e consegui perceber
que a professora dava indícios de utilizar algumas propostas distintas. Isso fez
com que aumentasse meu interesse, em saber qual a metodologia utilizada
pela professora de química no Curso Técnico em Química – Câmpus
Florianópolis.
Partindo do objetivo de investigar as metodologias utilizadas pela
professora, observou-se cinco aulas de química inorgânica ministradas pela
mesma, para conhecer e compreender as metodologias utilizadas, afim de
verificar suas contribuições no processo de ensino-aprendizagem. Por fim,
procurou-se avaliar os resultados obtidos e analisar as contribuição da
metodologia para a aprendizagem dos alunos.
Procurando responder meus questionamentos, além das observações
em sala de aula, fiz uma entrevista com a professora, e em conversas informais
com os alunos. A entrevista foi feita através de e-mail, pois que a professora
investigada estava com poucos horários disponíveis. No decorrer das
observações foram feitas leituras e aprofundamentos teóricos com base em
Manfredi (1993), Doll (2004), Paulo Freire (1984), Luckesi (1984), Santos
(2011), Pinho (2010) que discutem questões que contribuíram para minha
compreensão sobre as propostas metodológicas investigadas. A entrevista foi
alisada e discutida com base na fundamentação, possibilitando uma reflexão
crítica sobre as práticas educativas vivenciadas no estágio.
Este ensaio está disposto da seguinte forma: fundamentação, reflexões
sobre as práticas metodológicas do estágio curricular, onde procuro discutir a
fundamentação a qual me baseei com os dados que obtive nas observações,
análise dos dados e considerações finais.
DISCUSSÕES SOBRE METODOLOGIAS DE ENSINO
Metodologia de ensino, segundo Manfredi (1993), é a aplicação de
diferentes métodos no processo ensino-aprendizagem. Pode-se dizer que a
metodologia do ensino seria, então, o estudo das diferentes trajetórias
traçadas/planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar/direcionar o
processo de ensino-aprendizagem em função de certos objetivos ou fins
educativos/formativos (MAFREDI, 1993).
Essa conceituação apresenta uma definição geral sobre metodologia de
ensino, utilizada nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Define prática
de qualquer educador, sem especificar as concepções e formas de utilizar a
metodologia no processo de ensino e aprendizagem.
Para compreensão das práticas educativas observadas no estágio,
optou-se por conhecer alguns dos métodos de ensino utilizados no Brasil: o
método Tradicional (ou conteudista), e o Sociointeracionismo que tem como
principal representante Vygotsky (DOLL, 2004).
Não podemos categorizar a metodologia utilizada pela professora
observada no estágio como representação apenas de um dos métodos de
ensino citados, visto que as metodologias utilizadas em sala de aula
normalmente são hibridas, o que torna difícil caracterizá-las dentro de uma
corrente especifica. As metodologias utilizadas em sala de aula, suas
concepções e práticas estão imbricadas em uma complexidade de fatores
sociais, psicológicos, pedagógicos, econômicos e históricos.
Durante o processo de ensino e aprendizagem, o professor deve, por
meio da metodologia utilizada em sala de aula “preparar o aluno com
conhecimento e responsabilidade para atuação futura no mercado de trabalho
tal qual para uma atuação critica e consciente na sociedade em que está
inserido” (MIRANDA; CASA NOVA; CORNACCHIONE JUNIOR, 2012, p.144).
Contudo, o aprendizado do aluno não deve se restringir ao âmbito escolar de
tal forma que não leve em consideração suas vivências e os aprendizados que
adquirem em outras esferas sociais. Diante dessa situação, o professor pode
usar diversos métodos para auxiliar na aprendizagem do conteúdo escolar,
buscando fazer com que o aluno verifique situações reais para que obtenha
conhecimento de como é a integração da teoria na prática (SANTOS, 2011).
Luckesi (1994, p. 155) ao discutir a respeito dos procedimentos de
ensino-aprendizagem argumenta:
Será que nós professores, ao estabelecermos nosso plano de ensino,
ou quando vamos decidir o que fazer na aula, nos perguntamos se as
técnicas de ensino que utilizaremos têm articulação coerente com
nossa proposta pedagógica? Ou será que escolhemos os
procedimentos de ensino por sua modernidade, ou por sua facilidade,
ou pelo fato de dar menor quantidade de trabalho ao professor? Ou,
pior ainda, será que escolhemos os procedimentos de ensino sem
nenhum critério específico?
A reflexão proposta por Luckesi (1994) é fundamental para compreensão
das práticas educativas. Percebemos que os conhecimentos sobre diferentes
métodos de ensino contribuem para a não reprodução inconsciente das
experiências que os professores tiveram com seus antigos mestres, sem
chegar, muitas vezes, aos resultados desejados, ocasionando assim frustação
tanto para ele, quanto para o próprio aluno.
No processo de ensino e aprendizagem, o professor deve levar em
consideração que o conhecimento do aluno está em processo de construção e,
por esse motivo, deve mobilizá-lo e utilizar metodologias adequadas para
repassar seu conhecimento e incentivar o aluno a busca constante do
conhecimento (MIRANDA; CASA NOVA; CORNACCHIONE JUNIOR, 2012).
As metodologias de ensino que os professores utilizam para ensinar os
conteúdos estão ligadas a um método de ensino, assim como já havia citado
anteriormente, existem diversos métodos de ensino que podem ser
empregados para construir conhecimentos com os alunos
Ao logo da minha observação no estágio curricular, pude conhecer um
pouco sobre metodologias que são utilizadas pela professora, assim sendo
farei um breve apanhado dessas formas de construção da prática educativa, os
quais observei indícios no estágio.
Um dos métodos mais conhecidos e por sua vez muito utilizado nas
escolas é o método tradicional, no qual o professor é o sujeito ativo no
processo de ensino-aprendizagem, repassando seus conhecimentos aos
alunos, normalmente por meio de aulas teóricas. Neste método o professor vê
o aluno como uma tábua rasa onde ele deve, da sua maneira, talhar os
conhecimentos que ao seu modo entende como indispensáveis, dessa mesma,
o conhecimento é visto por ele como um “pacotinho” que deve ser entregue a
cada aluno sem levar em consideração suas experiências vividas fora do
âmbito escolar. Deste modo, em disciplinas que utilizam somente o método
tradicional, as aulas são centradas no professor, que define quais serão os
conteúdos repassados aos alunos, assim como a organização de como será
efetuado o processo de ensino-aprendizagem (SANTOS, 2011).
Contrariamente a abordagem metodológica tradicional, Freire (1984)
argumenta que a aprendizagem deve começar a partir dos sentidos, da
percepção, das experiências do aluno, e não a partir de teorias abstratas, pois
desta forma as escolas irão formar pessoas que normalmente só conseguem
repetir nomes e conceitos sem compreenderem do que estão falando ou ainda
onde esses conhecimentos se aplicam fora do contexto escolar. Neste sentido,
é importante levar em consideração as necessidades e capacidades de
compreensão do aluno, o professor deve atentar-se a determinados aspectos
para que não ocorra sobrecarga nas aulas.
A vantagem do método tradicional na visão do professor é o fato em
que ele é o centro do aprendizado e, por esse motivo, possuir um
maior controle das aulas, e para alguns isso faz com que sintam-se
mais confiantes em como conduzir e ensinar determinados conteúdos
(PINHO et al., 2010, p 5).
A visão tradicional se deve aos aspectos que estão incutidos na
educação há muito tempo, onde o professor tem a necessidade de ser o
detentor do saber e, sendo assim, tratado como uma autoridade. “Na visão
bancária da educação, o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos
que julgam nada saber” (FREIRE, 1984, p.68).
No método sociointeracionista, diferente do tradicional, o foco está na
interação com outros indivíduos e inserção na sociedade, o contexto social é
o lugar onde se dá a construção do conhecimento mediado. Segundo esta
teoria, a aprendizagem dá-se em contextos históricos, sociais e culturais e a
formação de conceitos científicos dá-se a partir de conceitos quotidianos. Desta
forma, o conhecimento real da pessoa é ponto de partida para o conhecimento
potencial, considerando-se o contexto sociocultural (1976, Vygotsky 2002, p.
3).
No cotidiano da sala de aula, recordamos da contribuição do grande
educador Paulo Freire que, nos advertia sobre a influência de uma “educação
bancária”, na qual o professor é tido como dono do conhecimento, enquanto
que
os estudantes são
vistos como
recipientes desprovidos desse.
Contrariamente, faz-se necessário uma prática sócio interacionista; em que
professores e estudantes são vistos como construtores de um processo de
ensino-aprendizagem, onde ambos são considerados agentes, ativos e
cooperam para o aprendizado mútuo, ao ponto que as atividades a serem
desenvolvidas em sala de aula não só devem respeitar, mas considerar o
histórico social e cultural de cada indivíduo (estudante).
DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
A pesquisa se deu de maneira qualitativa, buscou-se explorar o quais as
metodologias utilizadas pela professora e seus resultados quanto a
aprendizagem, através de uma entrevista estruturada com a professora e
conversas informais com os alunos, que proporcionou um olhar mais detalhado
sobre os dois pontos de vista.
Na entrevista com a professora buscou-se entender os tipos de
metodologias utilizadas e de que maneira essas contribuem para o processo de
ensino-aprendizagem. Também procurou-se identificar a importância da
utilização de metodologias diferenciadas na disciplina, além de conhecer o
processo de construção metodológica para um aprendizado mais significativo.
REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS METODOLOGICAS DO ESTÁGIO
CURRICULAR.
Com base nas minhas observações de estágio e as concepção das
metodologias aqui mencionadas, consegui perceber que o ensino de química
aplicado nas escolas ainda é, em muitas situações, invariavelmente mecânico,
a metodologia tradicional usada por alguns professores, muitas vezes, pode
não despertar a curiosidade e o interesse dos alunos pela ciência.
Durante o processo de observação, consegui perceber que a professora
utiliza de métodos diferenciados para que os alunos participem e interajam
mais com a aula, deixando de ser meros expectadores no processo de ensino
e aprendizagem “A professora disse que ela prefere utilizar artigos científicos,
vídeos, jogos didáticos e aulas experimentais para trabalhar os conteúdos
fazendo com que os alunos participem de forma mais ativa em suas aulas”
(Diário de campo Aline –20 /10/2014).
Partindo do pressuposto de que o educando não é mero espectador,
mas sim sujeito ativo de seu aprendizado, através da mediação o educador
trabalha os conceitos químicos em conjunto com o educando, e estes conceitos
são discutidos e experimentados através de metodologias diferenciadas, as
quais levam a formulação de conclusões que culminam em aprendizado.
Os
PCN`s
(Parâmetro
Curricular
Nacional)(BRASIL,1999
p.34)
defendem a necessidade de se contextualizar os conteúdos de ensino na
realidade vivenciada pelos educandos, a fim de atribuir-lhes sentido e, assim,
contribuir para a aprendizagem:
[...] para essa leitura do mundo, é preciso que se desenvolvam
também habilidades e competências de identificar fontes de
informação e de formas de obter informações relevantes em Química,
sabendo interpretá-las não só nos seus aspectos químicos, mas
considerando também as implicações sociopolíticas, culturais e
econômicas.
Bernardelli (2004) afirma que “o ensino da química seria bem mais
simples e agradável se fossem abandonadas as metodologias ultrapassadas
muito utilizadas no ensino tradicional e se investissem mais nos procedimentos
didáticos alternativos”. A fim de que o processo educativo seja tão eficiente
quanto possível, são necessárias transformações como sugere Antunes (2002,
p 63), que;
A atual geração requer novas ferramentas metodológicas para não
perder o foco do aprendizado. Já que as ferramentas tradicionais de
ensino não possuem uma eficácia motivadora e dinâmica quando se
refere ao ensino-aprendizagem de Química.
O indicio de que essas transformações já estão ocorrendo, no ensino de
química pude presenciar nas aulas observadas no decorrer do estagio de
observação, a professora procura em todos os momentos utiliza-se de
ferramentas metodológicas diferenciadas o que ocasiona a maior participação
dos alunos nas aulas e desta forma uma aprendizado mais eficaz.
Consegui observar também que a relação professor- aluno e alunoprofessor se faz muito importante. O olhar atento do professor e a confiança na
capacidade dos alunos é fundamental para o estabelecimento de um vínculo
com a turma, o que contribui para um bom desenvolvimento das aulas. O
respeito e a confiança podem colocar a turma na situação de se sentir obrigada
a corresponder a essa expectativa positiva.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que cada aluno
tem uma forma distinta de aprendizado e para que o mesmo ocorra de forma
significativa, se faz necessário a utilização de metodologias diversificadas em
sala de aula, esse ponto ficou evidente em uma de minhas observações onde a
professora procura explicar o mesmo conteúdo de diversas forma, ela utilizou
primeiramente um artigo cientifico, depois aulas expositivas e por último aula
experimental, sendo que todos os conteúdos abordados pela professora
traziam sempre uma problematização, ou seja, antes de iniciar qualquer
conteúdo novo ela problematiza o mesmo com os alunos afim de verificar quais
os seus conhecimentos prévios sobre conteúdo em questão (Diário de campo
Aline –22 /0/2014).
Em conversa informal com os alunos preguntei qual era o método mais
fácil para que eles conseguissem entender melhor os conteúdos ministrados a
fala de dois alunos me deixou muito surpresa. Um deles respondeu que “olha
eu prefiro que a professora passe o conteúdo no quadro e explique tudo do
jeito dela assim eu entendo melhor e consigo ir bem na disciplina”, o outro
porem coloca que “só consigo entender quando a professora relaciona o
conteúdo com coisas do dia-a-dia e nas aulas experimentais pois o que ela
passa no quadro é meio que sei lá parece que não existe”, percebe-se,
portanto, que cada estudante aprende de fora diferenciada e que a utilização
de distintos recursos metodológicos pela professora favorece a apropriação do
conhecimento.
Segundo Barbalho (2006), o processo de ensino é auxiliado pelas
metodologias de ensino, as quais apresentam roteiros para diferentes
situações didáticas e aprendizado dos alunos, conforme a tendência/corrente
pedagógica adotada pelo professor, de forma que o aluno se aproprie dos
conhecimentos propostos e/ou apresente seus conhecimentos prévios para
que possam ser transformados em conhecimentos científicos. Logo, as
atividades metodológicas desenvolvidas devem ser combinadas, oferecendo ao
aluno a oportunidade de perceber e analisar o assunto sob diversos ângulos,
conforme ocorreu nas práticas de estágio observadas.
Se faz importante também que se apliquem no processo educacional
atual metodologias alternativas e recursos didáticos entre eles os jogos lúdicos,
software, ferramentas audiovisuais, práticas laboratoriais com experimentos
alternativos como forma de incentivar e estimular o interesse dos alunos pelas
aulas de química, melhorando a compreensão dos conteúdos enriquecendo o
espectro de meios e metodologias para alcançar uma aprendizagem concreta.
ANALISE DE DADOS
Na experiência trabalhada e pesquisada encontrei posturas pedagógicas
que se pautam e que se desenvolvem tendo como referencial teórico e prático
algumas manifestações metodológicas. A professora se posiciona em relação a
seus alunos: “trabalho muito com resolução de exercícios de raciocínio lógico
para que eles possam usar meios ou estratégias diferenciadas para a
resolução dos mesmos. Outras vezes explico os conteúdos somente no
quadro” (Professora, entrev. 22/10/2014). Sobre as situações problema
observadas na aula, a professora assim se manifestou: “Muitas vezes procuro
utilizar de situações problemas e valorizo extremamente as experiências
vivenciadas pelos alunos” (Professora, entrev. 22/10/2014). Percebo que a
professora ao tratar e discutir os conteúdos da sua área de conhecimento
assume
metodologias
variadas,
buscando
propiciar
aos
alunos
uma
aprendizagem significativa.
Outro aspecto exposto pela professora foi que se faz necessária a
utilização de metodologias distintas em cada turma a qual lecionamos, segundo
ela “cada turma responde de uma forma diferente. Gosto sempre de relacionar
a ciência com a natureza e os produtos que temos disponíveis. Turmas que
demonstram curiosidade permitem uma abertura maior para discussões e
novos temas. Turmas que demonstram mais dificuldade no aprendizado
necessitam uma aula mais sistematizada, com bastante repetição, revisão e
exercícios.” (Professora, entrev. 22/10/2014). Saviani (1999) destaca que, é
necessário que se utilizem metodologias de ensino eficazes, por serem elas
que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos, no entanto sem abrir mão
da iniciativa do professor. A metodologia deve favorecer o diálogo dos alunos
entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura
acumulada historicamente.
É bom salientar que, indiferente da metodologia utilizada, a concepção
da professora sobre relação professor-aluno é extremamente importante, pois
ambos estão indiscutivelmente vinculados, assim como outros aspectos
relacionados a vivência escolar.
Desta forma, tanto a professora como os alunos procuram dar o melhor
se si no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas, isto se reforça
quando a professora no cotidiano de seu trabalho consegue articular o
conhecimento enquanto processo de construção que implica apreender a
interpretar a realidade em todos os momentos do processo educativo. Sendo
assim, entendendo que se torna imprescindível ao profissional da educação
refletir nas e sobre suas ações, criticando, elaborando e reelaborando novas
metodologias, superando as barreiras.
A educação, sendo um processo de transformação e construção do
sujeito, deve levar o aluno à reflexão sobre seu ambiente concreto e,
consequentemente, a uma consciência crítica que lhe oportunize transformar e
intervir nessa realidade e nesse ambiente. Para que a educação se efetive
dessa forma, é necessário que o sujeito social, no caso o aluno, incorpore os
conhecimentos adquiridos, os quais, a partir de então, se tornarão parte da sua
vida e serão transferidos para a prática. Assim, devem ser eleitas metodologias
e atividades que ofereçam experiências de aprendizagem ricas em situações
de
participação,
nas
quais
os
alunos
possam
opinar,
assumir
responsabilidades, resolver problemas e conflitos e refletir sobre as
consequências de seus atos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, podemos aferir que no desenvolvimento das metodologias de
ensino e aprendizagem o professor deve agir considerando o estado inicial de
seus estudantes, a partir do qual ele construirá situações de ensino com o
propósito de desencadear nos alunos um processo cognitivo que envolva os
conteúdos escolhidos, de modo a provocar aprendizagens que façam sentido
em relação à realidade na qual se encontra inserido, buscando um aprendizado
significativo e eficiente. Esta situação ocorre, principalmente, quando existe
uma postura ativa de mediação do educador e este consegue avaliar o
conhecimento prévio do educando a fim de motivá-lo com conhecimentos que
sejam relevantes para que ele os transforme em aprendizado.
Para alguns profissionais a prática tradicional pode se mostrar
confortável, mas com as observações do estágio, percebeu-se que prática está
sofrendo alterações, pelo menos na turma investigada, pois a professora
observada buscava constantemente propiciar aos estudantes formas de ensino
que fossem efetivamente significativas para eles.
Explorar as potencialidades do educando requer conhecimentos das
metodologias de ensino-aprendizagem, a fim de promover uma interação
efetiva entre o educando e o conhecimento a ser construído. É importante a
utilização de novas metodologias de ensino a serem propostas em salas de
aula, como forma de diferenciar a atuação docente.
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