UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto Multidisciplinar em

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Instituto Multidisciplinar em Saúde
Campus Anísio Teixeira
Sofia Muritiba Teixeira
Avaliação em metodologias ativas e construtivismo
“Qual lugar a avaliação ocupa em seu processo de aprendizagem?”
Diante de tamanhas transformações sociais, a contemporaneidade
não permite que a educação, enquanto base da sociedade, fique para trás. As
instituições de ensino (escolas e universidades) vem sendo questionadas
quanto à aspectos da formação profissional. As formas conservadoras,
tradicionais que dominam o âmbito da educação até os dias de hoje começam
a não atender às necessidades de uma sociedade que corre no tempo,
transformando velozmente conhecimentos e competências.
Há tempos separaram o corpo da mente, a razão do sentimento, a
ciência da ética, e hoje essa fragmentação e reducionismo do saber se
mostram um tanto démodé. Seguindo esse padrão de ensino-aprendizagem, as
instituições de ensino se limitam à reprodução de conhecimento, onde o
docente se atem ao papel de transmissor de conteúdos e o discente
passivamente se limita a reter e reproduzir o que chega à ele, de forma acrítica
(MITRE, 2008).
Nesse contexto a metodologia ativa ganha espaço e visibilidade. Esse
tipo aprendizagem ativa traz como princípio teórico a autonomia. A
contemporaneidade cobra dos estudantes a capacidade de autogerenciar seu
processo de formação. Nesta forma de ensino ativo-construtivista o discente se
encontra no centro do processo, ganhando responsabilidade e autonomia na
construção do saber. Entretanto, colocar o estudante no papel de ator não
exclui do professor a responsabilidade pelo processo educativo. Desta forma o
professor atua como facilitador ou orientador para que o estudante faça
pesquisas, reflita e decida por ele mesmo, o que fazer para atingir os objetivos
estabelecidos. O que se busca é que os estudantes tenham condição de
adquirir conhecimentos teóricos sem no entanto excluir a prática, a
aprendizagem deve ser realizada com base na observação da realidade e na
reflexão crítica sobre as ações dos sujeitos (GOMES, 2010).
Ao contrário do método tradicional de ensino, a metodologia ativa traz
que a transformação de uma mente ingênua e passiva para mente crítica, exige
a curiosidade criativa, requer indagações e inquietude de um sujeito ativo, que
enxerga a realidade como algo mutável (MITRE,2008).
Nesse caminho se
valoriza a problematização de questões, e a resolução das mesmas de forma
original e criativa. Impulsionar o aprendizado do discente a partir da superação
de desafios através de conhecimentos prévios seria o começo para Paulo
Freire.
Conclui-se portanto que ressignificar o processo de aprendizagem
requer recuperar a dialética professor estudante, respeitando desta forma a
individualidade de cada ser que constrói sua própria história. Assim o método
de ensino ativo-construtivista se apresenta como possibilidade transformadora
do processo ensino-aprendizagem, trazendo novas formas de apreender o
conhecimento e de avaliar do aprendizado. Avaliação essa que se faz
necessária em todo método de ensino desde que leve em consideração a
individualidade de cada discente, valorizando assim o potencial criativo,
intelectual e afetivo do qual cada um dispõe.
Referências:
MITRE, Sandra Minardi; SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo;GIRARDI-DEMENDONÇA, José Márcio; MORAIS-PINTO, Neila Maria de;MEIRELLES,
Cynthia de Almeida Brandão; PINTO-PORTO, Cláudia; MOREIRA, Tânia;
HOFFMAN, Leandro Marcial Amaral. Metodologias ativas de ensinoaprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência &
Saúde Coletiva, 13(Sup 2):2133-2144, 2008.
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. As metodologias ativas e a promoção da
autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v.
32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011
GOMES, Maria Paula Cerqueira; RIBEIRO, Victoria Maria Brant; MONTEIRO,
Dilva Martins; LEHER, Elizabeth Menezes Teixeira; LOUZADA, Rita de Cássia
Ramos. O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE GRADUAÇÃO
NAS CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE – AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES.
Ciência & Educação, v. 16, n. 1, p. 181-198, 2010
Download